2 remédios muito utilizados para dor podem estar aumentando chance de infarto em 51%
Escrito por Guilherme Athaide
Um recente estudo realizado pelo Jornal de Medicina Britânica alerta que o uso de determinados medicamentos pode aumentar muito as chances de um infarto. Segundo a equipe responsável, o ibuprofeno eleva esse risco a 31%. Já o diclofenaco chega a ser mais grave: 51%.
A preocupação da comunidade médica é que esses medicamentos podem ser adquiridos sem a prescrição profissional. Ambos são usados principalmente como anti-inflamatórios e entram na categoria dos comprimidos não-esteroides – Aines, na sigla conhecida.
Anti-inflamatórios elevam problemas cardíacos
Pelas conclusões da pesquisa, não existe no mercado nenhum Anti-Inflamatório Não-Esteroide (Aine) que não represente riscos de elevar problemas cardíacos. "As descobertas são um lembrete de que os Aines não são inofensivos e só devem ser usados â€<â€<depois de consultar um profissional de saúde", concluiu o estudo.
Para chegar a esses resultados, pesquisadores da Dinamarca estudaram informações de dinamarqueses que haviam sofrido infarto entre 2001 e 2010. Dos 29 mil casos que aconteceram fora do ambiente hospitalar, 12% tinha ingerido algum medicamento desse tipo em menos de 30 dias.
Situação no Brasil
As bulas do ibuprofeno e do diclofenaco, no Brasil, advertem que os medicamentos devem ser utilizados com cuidado por pacientes com histórico de problemas cardíacos. Em nosso país, o ibuprofeno é a base do medicamento Advil. Já o diclofenaco é usado no Cataflam.
As farmacêuticas responsáveis pelas duas marcas foram procuradas. Em comunicado oficial, a Pfizer diz que o ibuprofeno 400g (Advil) possui um longo histórico de segurança e eficácia e que quando usado de acordo com suas indicações é um analgésico seguro e eficaz, fazendo parte, inclusive, da categoria de medicamento isento de prescrição (MIP).
Ainda, a farmacêutica diz que o estudo não associou o uso de ibuprofeno em baixa dosagem e por um curto período a um risco aumentado de evento cardiovascular.
A GSK, através de seu diretor de comunicações para América Latina e Caribe, João Domenech Oneto, respondeu que a empresa preferiu não emitir qualquer posicionamento, mas reforça a declaração da indústria de medicamentos isentos de prescrição da Grã Bretanha (a GSK é uma empresa britânica) que diz que o estudo analisou medicamentos usados a longo prazo por pessoas de idade média de 77 anos para tratar de artrite e esse tipo de droga teria doses mais altas do que os medicamentos disponíveis sem prescrição (caso de Cataflam).
A declaração citada ressalva ainda que, no estudo, a probabilidade destas pessoas jovens desenvolverem problemas de coração sem o uso da droga é desconhecido.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou tempo para analisar os dados divulgados pelos britânicos.
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