Hospitais sofrem sem remédios
O interior do Estado registra situações preocupantes, como a do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) e a do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia
Angélica Diniz e Lucas Ragazzi
Além das histórias de fornecedores que sofrem com os calotes no pagamento, destacam-se outras daqueles que lidam diretamente com a vida das pessoas. É o caso de diversos hospitais e centros médicos públicos do Estado. Mesmo com contratos assinados para entregar remédios e vacinas, as empresas farmacêuticas têm atrasado na produção e na distribuição dos medicamentos por conta da falta de pagamento do governo. Segundo o presidente da Associação dos Amigos e Usuários de Medicamentos Excepcionais (Assaumex), Antônio Alves, a situação do governo de Minas tem causado mortes nos estabelecimentos médicos.
“Há diversos casos de laboratórios que estão sem entregar remédio porque não estão recebendo os repasses devidos do governo de Minas. Também existem hospitais que estão incapacitados de realizar cirurgias porque não possuem verbas”, conta Alves. “Tem gente morrendo por causa disso, pessoas que não estão recebendo tratamento necessário por falta de estrutura e medicamento”, diz.
O interior do Estado também registra situações preocupantes, como a do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU) e a do Hospital e Maternidade Municipal de Uberlândia. Juntos, os dois centros médicos aguardam o recebimento de quase R$ 12 milhões do governo de Minas.
Em maio, a subsecretária de Inovação e Logística da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Adriana Ramos, chegou a afirmar que, neste ano, a dívida com fornecedores chegaria a R$ 750 milhões, sendo que R$ 280 milhões desse montante se referem a medicamentos. “Alguns fornecedores (de remédios) têm deixado de entregar por causa da inadimplência superior a 90 dias, prevista em lei. Estamos trabalhando para quitar esses valores e fazer o pagamento dentro desse prazo”, disse, durante audiência pública para tratar do tema na Assembleia.
Durante a audiência de maio, o governo revelou que tinha a expectativa de conseguir aumentar a arrecadação em pelo menos R$ 1 bilhão por meio da cobrança de dívidas tributárias, o que solucionaria a falta de repasses para a saúde.
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