A comida do amanhã: o futuro da indústria de alimentos

Uma reflexão sobre as mudanças recentes na mentalidade do consumidor e do setor

16.05.2017|Por Fabiana Pires

Com consumidores em busca de uma vida mais saudável, o mercado assistiu a uma explosão de novos negócios que oferecem soluções diversas para esse público. São empresas que vendem desde alimentos orgânicos produzidos dentro de uma cadeia sustentável e ecológica até maneiras de dar vazão às frutas e verduras que estão prestes a estregar nas gôndolas dos supermercados.

A tangente que conecta inovação ao setor de alimentação foi um dos temas discutidos durante um evento promovido em São Paulo, no início de maio, pela organização sem fins lucrativos Hello Tomorrow, que apoia iniciativas que tornem a indústria de alimentos menos danosa ao planeta.

O fórum “A Comida do Amanhã” reuniu especialistas e empreendedores num momento em que grandes empresas começam a se voltar para a questão do futuro da alimentação. A preocupação vem tanto por conta de uma demanda do mercado, já que o consumidor está mais preocupado com a origem daquilo que come, como por causa do futuro da indústria, que precisa garantir a preservação dos meios naturais para sobreviver.

“Da maneira que está, a indústria de alimentos é insustentável”, diz a professora da Fundação Getúlio Vargas e especialista em inovação, Luciana Hashiba. Para ela, a nova mentalidade de clientes e empresas a respeito da comida é – e tem de ser – definitiva. E a inovação é parte importante na criação de soluções que supram a demanda dos consumidores e as necessidades do meio ambiente.

“A inovação não diz respeito apenas a novas tecnologias. Inovação é uma nova maneira de pensar, de encarar um problema”, afirma.

As inovações de novos negócios dentro do setor vem chamando a atenção de empresas, como o Carrefour. Durante o evento realizado pelo Hello Tomorrow, a varejista realizou um desafio para startups que oferecessem novos produtos, serviços e soluções que pudessem ser implementados em sua rede.

A empresa Mel de Cacau, uma das finalistas, por exemplo, é capaz de aproveitar a parte do cacau que não é utilizada na produção de chocolates para produzir suco. Outro negócio, a CBA Sementes, ganhador da competição, encontrou uma maneira de produzir sementes de batata de qualidade, reduzindo o consumo de água em 98% e sem precisar de terra, tudo por meio de uma técnica chamada aeroponia – os vegetais, são, literalmente, cultivados no ar.

São ideias de empreendedores que têm poder para mudar toda a indústria de alimentação. Outros já estão mudando. David Ralitera, fundador da Fazenda Santa Adelaide, e Valter Ziantoni, da Fazenda da Toca, se dedicam à produção alimentos orgânicos, de maneira sustentável e promovem um verdadeiro movimento para modificar a mentalidade a respeito de tudo o que se entende como a indústria de alimentos. A seguir, você confere a história deles:

Fazenda Santa Adelaide
A Fazenda Santa Adelaide Orgânicos nasceu em 2010 com a proposta de oferecer alimentos orgânicos, frescos e da estação a um preço acessível. Saiba mais sobre a história desta empresa.

Toca Orgânicos
Laboratório de inovação criado dentro da Fazenda Da Toca para pesquisar e desenvolver técnicas inspiradas no cultivo agroflorestal. Clique e saiba mais sobre a propriedade.

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