Biotecnologia e saúde

04/01/18 | Equipe Online – online@jcruzeiro.com.br

Marcos Cândido de Azevedo

Nano é a bilionésima parte do metro, uma partícula do tamanho de um átomo, capaz de atravessar até mesmo poros da pele. Um dos desafios da terapêutica está em conseguir atingir o órgão alvo da enfermidade com precisão. É como um franco atirador ser capaz de não errar sua mira. As ciências farmacêuticas têm apresentado inovações surpreendentes, entre elas, a nanotecnologia empregada com fins terapêuticos que permite aos princípios ativos atingirem o órgão alvo com benefícios fundamentais como o de preservar, proteger e impedir que estes sejam degradados, tendo em vista existirem bioativos que são extremamente sensíveis e podem perder sua atividade antes mesmo de atingir seu alvo.

A Medicina Regenerativa tem alçado patamares de excelência. Um Centro de Referência Brasileiro desenvolveu uma matriz extracelular celulósica capaz de carrear bioativos com alto poder de permeação e regeneração tecidual sendo uma opção revolucionária no tratamento de úlceras de diversas etiologias antes sem solução, evitando amputação de membros e até mesmo a morte do paciente. Doenças como Fogo Selvagem, Síndrome de Steve Johnson, graves queimaduras, lesões que não cicatrizam foram debeladas com esta membrana desenvolvida por nanotecnologia e com células-tronco regenerativas.

As técnicas de (ACT) Advanced Cellular Therapy (Terapia Celular Avançada) apresentam eficácica de vanguarda frente ao tratamento de desafios antes sem resolução, os casos terapêuticos registrados são impressionantes e os resultados alcançados ainda mais surpreendentes. É fundamental que todos tenham acesso à informação destas alternativas terapêuticas já disponíveis, evitando assim amputações e tanto sofrimento desnecessário. O interessante é que os componentes utilizados são bioativos naturais que pela ciência biotecnológica são processados de forma a alcançar o máximo de sua eficácia garantindo-se que alcance o sítio de ação em concentrações terapêuticas que propiciem máxima eficácia.

Em um futuro promissor vemos um leque de possibilidades terapêuticas com ACT, estudos já têm sido realizados nos mais diversos segmentos. Na oftalmologia será possível o tratamento de lesões corneanas de alta complexidade promovendo ação antimicrobiana e completa regeneração. Na odontologia o implante de células tronco já comprovou a possibilidade do desenvolvimento e crescimento ósseo com formação de dentes, uma alternativa aos implantes ósseos de altíssimo custo e às desconfortáveis dentaduras.

A biotecnologia também é usada com sucesso na cicatrização de feridas por radioterapia e, ainda neste segmento poderá ser utilizada na administração de princípios ativos que induzam a morte das células cancerígenas garantindo incidência menor de efeitos colaterais por fazer com que estes atinjam direta e unicamente as células tumorais.

Os procedimentos cirúrgicos em diabéticos, pacientes com dificuldade de cicratização, poderão ter um pós-operatório mais confortável pela rápida regeneração tecidual com o uso das células tronco e da nanotecnologia, permitindo rápida recuperação e menos dias de permanência hospitalar. Na dermatologia vemos um amplo campo de utilização com tratamentos estéticos de alta relevância como de rugas e linhas de expressão em formulações biotecnológicas que protejam a pele contra o fotoenvelhecimento e promovam o tão sonhado rejuvenescimento evitando injeções de preenchimento e uso do conhecido botox que é potencialmente perigoso à saúde.

Outra queixa comum são as bolsas de gordura na região dos olhos; antes não havia outra alternativa além da blefaroplastia que é um procedimento de plástica cirúrgica, em breve já existirá a possibilidade da utilização de bioativos nanotecnológicos que reduzem a flacidez das pálpebras evitando cirurgia. Os nossos esforços traduzem a ardente expectativa de que a ciência esteja ao alcance de todos.

Marcos Cândido de Azevedo é presidente e fundador do Centro de Estudos em Nutracêuticos (Cenutra) e fundador do Instituto do Desenvolvimento Humano (IDH)

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