Escrito por: Pesquisa Web – Geral -19 de Dezembro de 2017
Além de ser um item indispensável na cozinha dos brasileiros, o azeite de oliva também é muito requisitado nas festas de fim de ano, porém, nem todas as marcas oferecem o produto que estão apresentando, como mostra uma análise recente da Proteste. A associação testou o produto de 29 marcas e descobriu que cinco delas não oferecem azeite de verdade e outras seis, que comercializam o produto na versão extravirgem, continham na verdade apenas azeite virgem.
"A prática de vender um produto misturado como azeite de oliva puro não causa riscos ao organismo, mas lesa o seu bolso e as suas expectativas nutricionais: você paga mais caro por um item que deveria ser mais barato e essa mistura de óleos não vai trazer os benefícios à saúde que você esperava", declara a Proteste em nota.
A análise mostrou que as seguintes marcas, em produtos que intitulavam como azeites de oliva extravirgens, estavam com o conteúdo adulterado com outros óleos vegetais: Borgel, Do Chefe, Lisboa, Malaguenza e Tradição Brasileira. A Proteste avaliou lotes específicos em laboratório, mas não revelou quais são. "Nossas análises sensoriais mostraram que, na verdade, eles são azeites lampantes, ou seja, produtos indicados ao uso industrial, e não à alimentação humana, por seu cheiro forte e sua acidez elevada", completa a Proteste.
Além disso, os azeites Beirão, Broto Legal, La Española, Mondegão, Serrata e Tordesilha foram apontados como azeites de oliva virgens, ao contrário da embalagem que traz a indicação de ser extravirgem. "Todos os fabricantes receberam os resultados de nossos testes, assim como a metodologia aplicada. Também informamos a ocorrência das fraudes ao Ministério Público, à Secretaria Nacional do Consumidor e ao Ministério da Agricultura, para que providências fiscalizatórias e punitivas dentro do âmbito de atuação de cada instituição sejam adotadas", destaca a associação.
A Proteste avisa que, se você tiver um desses produtos na sua casa, deve ligar para o Serviço de Defesa do Consumidor pelos telefones 0800-282-2204 (de telefone fixo) ou (21) 3906-3900 (de celular), pelo qual eles irão orientar sobre o que fazer.
Azeites mais bem avaliados
As marcas O-Live e Filippo Berio atingiram nota 96 na avaliação global da Proteste, sendo as que tiveram a maior nota de todas as avaliadas. Já o Cocinero e Carrefour Discount foram tiveram os melhores resultados na relação qualidade/preço. Ao todo, 29 marcas foram analisadas: Allegro, Andorinha, Beirão, Borgel, Borges, Broto Legal, Carbonell, Cardeal, Carrefour, Cocineiro, Do Chefe, Filippo Berio, Gallo, La Española, La Violetera, Lisboa, Malaguenza, Maria, Mondegão, Olitália, O-live, Qualitá, Selmi Renata, Serrata, TAEQ, Terrano, Tordesilhas, Tradição Brasileira e Vila Flor.
Posicionamento das marcas
Em nota ao Minha Vida, a Bunge, fabricante do azeite La Española, disse: "Em relação ao resultado de testes com azeites de oliva, divulgado pela Proteste hoje, que classificou uma amostra do azeite La Española como 'fora de tipo', a Bunge informa que os parâmetros iniciais do lote avaliado 29516 estavam dentro do determinado pela legislação no momento de sua classificação pelos órgãos reguladores.
Ocorre, entretanto, que tais parâmetros podem ser alterados em decorrência de condições inadequadas de armazenamento até chegar às mãos do consumidor. Por essa razão, novas análises estão sendo providenciadas. A Bunge esclarece também que esse resultado confirma que o produto não estava contaminado e/ou impróprio para consumo, nem foi considerado fraudado. A Bunge lamenta o ocorrido e reafirma seu compromisso com a qualidade e a transparência com os seus consumidores".
Já a Companhia Brasileira de Distribuição, responsável pela importação do Serrata, esclarece "que o fornecedor cumpre com as especificações legais e de qualidade para a comprovação da pureza do produto, de acordo com a resolução normativa número 1 de 30 de janeiro de 2012, firmada pelo Ministério da Agricultura, e que nas análises realizadas pelos órgãos regularizadores oficiais não foi encontrada nenhuma irregularidade sobre essa questão ou ainda que impeça o seu consumo a exemplo do teste realizado em novembro deste ano: http://www.agricultura.gov.br/noticias/autuadas-84-empresas-por-indicios-de-fraude-no-azeite-vendido-no-pais. A empresa permanece aguardando o relatório da Proteste para analisar o conteúdo".
O Minha Vida ainda não conseguiu o posicionamento das empresas responsáveis pelas marcas Borgel, Lisboa, Malaguenza, Do Chefe, Tordesilhas, Broto Legal, Tradição Brasileira, Beirão e Mondegão. Fonte: Minha Vida*