Conjuntura / 28 Novembro 2017
De acordo com levantamento realizado pela Nielsen, apenas no último ano, os lares brasileiros aumentaram o consumo de marcas próprias em 15,6%. Hoje elas estão presentes em 64,9% dos lares, sendo que 48% desse crescimento é formado por novos compradores. Com isso, o país teve ascensão de 28% no número de itens de marcas próprias comercializados nos mercados.
– Em 2016, foram lançadas 58 novas marcas próprias, sendo 51 delas de varejistas regionais, o que corresponde a 2.190 novos produtos, distribuídos em 148 categorias. Entre os produtos com maior variação positiva quanto à economia temos o leite, o feijão, óleo e arroz, mas o açúcar e o papel higiênico lideram, proporcionando até 24% em média de economia – explica o coordenador de atendimento da Nielsen, Jonathas Rosa.
A qualidade do produto de marca própria é assegurada não apenas pelo fabricante, mas também pelo detentor da marca.
– A marca própria é uma ferramenta de comunicação entre varejo, marca e o consumidor. Ela leva o consumidor novamente para dentro da loja sem que seja necessário apostar em promoções. E se gostou de determinada marca, só vai encontrar naquele varejista que a detém, o que significa uma ótima oportunidade de controlar a margem de lucro, preço e ações no ponto de venda. Já para o consumidor, é a possibilidade de adquirir um produto de qualidade por preços justos; ou seja, todos ganham – afirma a presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), Neide Montesano.
Venda de mantimentos via comércio eletrônico cresce 30% no mundo,
As vendas de mantimentos por meio de plataformas de comércio eletrônico cresceram 30% nos 12 meses terminados em março de 2017, aponta o relatório "O Futuro do Comércio Eletrônico em FMCG", elaborado pela Kantar Worldpanel e publicado hoje.
O estudo mostra que o comércio eletrônico representa agora 4,6% de todas as vendas de produtos de grande consumo globalmente. Enquanto o canal está crescendo, o mercado de FMCG caminha lentamente, aumentando apenas 1,3% durante o mesmo período. O comércio online contribui para o recorde de 36% do crescimento global do FMCG, devendo superar o crescimento do consumo no varejo físico.
– Nossas projeções mostram que em 2025 o FMCG on-line será um negócio de US$ 170 bilhões e manterá uma participação de mercado de 10% – afirma Stéphane Roger, diretor global de Compras e Varejo da Kantar Worldpanel.
Para Tiago Oliveira, Shopper & Retail Manager da Kantar Worldpanel Brasil, "a demanda é latente no Brasil, visto que 34% dos consumidores buscam informações sobre preço e produto e 20% já compram online, porém a atividade ainda é muito voltada para viagens e eletrônicos em geral. Quando compradas categorias de alto giro, o ticket é 10% superior no online vs offline, sendo realizado por um perfil jovem (até 39 anos) e que deseja facilidade. São buscadores de preço e promoção e têm entre seus principais canais de gasto o atacarejo. O que não favorece o desenvolvimento no Brasil é o fato de a oferta de comércio eletrônico no país ainda ser restrita (somente 2 dos top 5 varejistas oferecem), com experiência de compra longe das que são oferecidas pelas lojas físicas, além de não ofertarem benefícios claros ao shopper (entrega, sortimento e promoção). O desenvolvimento do comércio eletrônico é essencial para que sejam otimizadas as ações de trade da indústria, portanto podendo, além de desenvolver as categorias, maximizar investimento. Aos varejistas é a ferramenta mais oportuna para gerar lealdade: quem compra no online é mais fiel às lojas físicas da mesma bandeira."
Ao redor do mundo – Em termos de crescimento absoluto do valor, os seis principais contribuidores são todas as principais economias, lideradas pela China e os EUA. Os outros países de melhor desempenho são a Coreia do Sul, o Reino Unido, o Japão e a França. No ano passado, o valor aumentou 52% na China, 41% na Coreia do Sul, 31% nos EUA, 8% no Reino Unido, 7% na França e 5% no Japão.
No entanto, o setor de compras online também está se expandindo para novos mercados. Houve um crescimento significativo do valor, por exemplo, na Tailândia (+ 104%), na Malásia (+ 88%) e no Vietnã (+ 69%), onde o comércio eletrônico está em estágios iniciais.
A Europa continua a ser um continente dividido. Com uma participação de 5,6% em termos de valor em 2016, é o segundo maior mercado no mundo para o comércio eletrônico após a Ásia. No entanto, enquanto o Reino Unido e a França continuam um passo a frente no comércio eletrônico – com 7,5% e 5,6% de market share, respectivamente – Alemanha (1,7%) e Holanda (2,6%) estão atrasados. Além disso, há sinais de que o comércio eletrônico está diminuindo na Europa. Mercados maduros como França e Reino Unido – enquanto ainda evoluem – estão fazendo isso em uma taxa mais lenta.
Nos EUA, conhecida por sua conexão com hipermercados de grande formato, a penetração de compra virtual aumentou rapidamente no país nos últimos meses, atingindo 30% da população total. As despesas anuais com alimentos e álcool via comércio eletrônico devem atingir neste ano US$ 20 bilhões. Houve um ligeiro aumento no gasto de supermercado online na América Latina nos últimos 12 meses. A falta de confiança nos métodos de pagamento, juntamente com a crescente popularidade dos formatos de desconto, faz dela uma das regiões mais difíceis para as marcas obterem sucesso no mundo virtual.
Em toda a América Latina, o comércio eletrônico está muito além dos métodos tradicionais de compras. A exceção é a Argentina, onde o canal está excedendo o uso em relação ao resto da região.