Ipea projeta aceleração da inflação com alimentos

01:00 · 17.11.2017

Rio. Os alimentos vão puxar a aceleração da inflação em 2018, prevê o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mas que ainda ficará abaixo da meta de 4,5% do governo. Segundo o Ipea, a forte deflação de alimentos observada este ano (2017) não será observada no ano que vem, devido a elevação dos preços dos alimentos no mercado internacional.

"As perspectivas são de uma reversão nas quedas de preços dos alimentos, devido à diminuição da oferta mundial de grãos e da piora das condições climáticas e seus efeitos sobre a safra nacional", disse o Ipea.

"Contudo, a melhora dos fundamentos macroeconômicos, a elevada ociosidade da capacidade produtiva e a lenta recuperação do mercado de trabalho devem manter a inflação abaixo da meta de 4,5% em 2018. Mas não vai ficar abaixo da média de 3,5%", observaram os profissionais do instituto.

Em novembro, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o custo da conta de luz foi o principal vilão da inflação ao consumidor medida pelo Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10), divulgado nesta quinta-feira, 16.

Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 aceleraram para 0,32% em novembro, ante alta de 0,18% no mês anterior. O movimento foi puxado pelo item "tarifa de eletricidade residencial", cuja taxa passou de -1,22% para 3,69%.

Com isso, o grupo Habitação (de -0,01% em outubro para 0,78% em novembro) foi o destaque de alta no IPC-10. No geral, "quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram alta em suas taxas de variação", diz a nota divulgada pela FGV. O grupo Alimentação passou de -0,08% para 0,02%.

Análise

Na composição geral do IGP-10, a aceleração dos preços ao consumidor foi compensada pelo arrefecimento do ritmo de alta no atacado. Os preços no atacado medidos pelo IPA-10 tiveram alta de 0,21% no mês, ante um avanço de 0,67% em outubro.

Minério de ferro e alimentos foram o destaque da desaceleração – a maioria dos itens com movimento decrescente nas taxas de variação são classificados como "matérias-primas brutas".

Os preços do minério de ferro passaram de uma baixa de -2,97% em outubro para -11,71% em novembro. Outros destaques foram os itens bovinos (4,26% para -1,83%), milho em grão (10,24% para 7,28%) e banana (1,04% para -17,49%).

Já a aceleração do INCC-10, que mede os preços da construção civil e passou de alta de 0,11% em outubro para avanço de 0,30% em novembro, foi puxada pelo custo de materiais e serviços, já que o valor pago pela mão de obra praticamente não se alterou. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou alta de 0,67%.

Ambev registra 8,4 milhões de hectolitros de bebidas comercializadas no terceiro trimestre

Total 2% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A Ambev registrou alta de 15,8% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre deste ano, somando R$ 4,5 bilhões. O resultado marca a retomada de crescimento do indicador e é consequência do bom desempenho em praticamente todos os mercados de atuação da cervejaria.

As operações da companhia no Brasil registraram um aumento no Ebitda de 17,4% no último trimestre, para R$ 2,4 bilhões. A receita líquida da Ambev no País também teve alta de 9,7%.

Se considerarmos apenas o segmento de cerveja no Brasil, o resultado foi ainda maior, com aumento do EBITDA em 25,7%, parcialmente impactado pela retração do volume de vendas no período, que foi provocada pela diferença no calendário de reajuste de preços entre 2016 e 2017. "Neste ano, fizemos o reajuste dos nossos preços no terceiro trimestre e não no quarto como no ano passado, o que torna a base de comparação mais difícil neste trimestre", explica Ricardo Rittes, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev.

Apesar do recuo entre julho e setembro, no acumulado do ano o volume de vendas de cerveja da companhia continua acima da média da indústria. "Para o resto do ano, seguimos cautelosamente otimistas com o mercado brasileiro de cerveja e já conseguimos ver sinais de melhora no cenário macroeconômico, em função do aumento da renda disponível dos consumidores e da redução do desemprego", afirma Rittes.

No terceiro trimestre, a cervejaria manteve os investimentos na renovação de suas principais marcas. Com a nova identidade visual 100% implementada, Brahma aumentou em dois dígitos a intenção de compra entre os consumidores. No segmento premium, os rótulos globais da Ambev, como Budweiser, Stella Artois e Corona, cresceram acima de 10% entre julho e setembro.

Marcas como Bohemia, Wäls e Colorado também tiveram destaque no período. Ao todo, as cervejas conquistaram 27 medalhas no World Beer Awards (WBA), principal premiação do setor, realizado em Londres. Com o resultado, a Ambev conquistou pela primeira vez o título de cervejaria mais premiada do mundo. "Essa conquista reforça a nossa excelência cervejeira e mostra que estamos no caminho certo", diz Rittes.

Entre os mercados internacionais da cervejaria, destaque para o crescimento de mais de 30% no Ebitda na região da América Central e Caribe – resultado impulsionado pelo ganho de sinergia com a integração da operação no Panamá. Na América do Sul, a melhora do cenário macroeconômico na Argentina também impulsionou a alta de mais de 20% no Ebitda.

Resultado 3° tri 2017 vs. 3° tri 2016

A receita líquida consolidada da Ambev apresentou um crescimento orgânico de 9,6%, para R$ 11,4 bilhões no terceiro trimestre de 2017. O volume de bebidas comercializado chegou a 38,4 milhões de hectolitros, total 2% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 4,5 bilhões, o que representa alta de 15,8% na comparação anual. Já o lucro líquido ajustado subiu 1,2%, somando R$ 3,2 bilhões entre julho e setembro.

Ambev Brasil
Resultado 3° tri 2017 vs. 3° tri 2016

Considerando apenas as operações da Ambev no Brasil, o Ebitda teve alta de 17,4%, para R$ 2,4 bilhões no trimestre. A receita total da cervejaria no País subiu 9,7%, para R$ 6 bilhões, enquanto o volume total de bebidas comercializado pela cervejaria recuou 4%, para 24,7 milhões de hectolitros.

Freddo lança linha de produtos em parceria com Ovomaltine®

Cucurucho

A Freddo, rede argentina de sorvetes 100% artesanais, traz em outubro mais uma novidade em seu cardápio: a linha de produtos Freddo com Ovomaltine®. Serão quatro lançamentos que atendem a todos os gostos, com ingredientes selecionados e de extrema qualidade, e que serão vendidos por tempo limitado.

“Este é o maior lançamento do ano para a Freddo. Foi uma linha muito bem pensada e estudada para oferecer o melhor produto final aos consumidores, que sempre esperam muita qualidade das nossas criações. Todo o trabalho valeu a pena, pois conseguimos aliar a cremosidade dos sorvetes Freddo com o sabor e a crocância inconfundíveis de Ovomaltine®, ressalta Juliano Russo, sócio administrador da Freddo Brasil.

Entre as sobremesas, será servido o Sundae Ovomaltine®, que combina sorvete de creme, flocos extra crocantes de Ovomaltine®, sorvete de Tiramissu, calda de chocolate e chantilly. Já o MiniCucurucho Ovomaltine® terá a casquinha de waffer recheada com Creme Crocante Ovomaltine® e uma bola de sorvete a escolha do consumidor. Para as bebidas, a marca também apresenta o Espresso Ovomaltine®, que tem a borda da xícara envolta com Creme Crocante Ovomaltine®, e o Café Especial Ovomaltine®, com Creme Crocante Ovomaltine®, espresso duplo, leite vaporizado e os flocos extra crocantes para decorar.

Além das novidades da linha Ovomaltine®, a rede ainda oferece mais de 30 sabores, divididos nas categorias Creme (sorvetes à base de leite), Chocolate, Doces de Leite, Frutais e Light, e também opções sem glúten e sem lactose.
Confira essa e outras opções que a marca oferece no site http://www.freddobrasil.com.

Seminário do setor de laticínios reunirá principais líderes em Campinas

Eduardo Weisberg, presidente da Abis, participará do evento representando o segmento de sorvetes

Com objetivo de discutir estratégias e tendências do setor lácteo, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) realizará o seminário "Inovação em Lácteos: Oportunidades e Desafios", em 29 de novembro, em Campinas (SP), reunindo os principais líderes, pesquisadores e profissionais do mercado. Na oportunidade, também será lançado o documento Brasil Dairy Trends que apresentará exemplos de sorvetes, sobremesas congeladas, frozen yogurt, entre outros produtos da categoria que agregaram inovações e foram lançados no mercado internacional.

Entre os palestrantes, está o presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), Eduardo Weisberg, que integrará o painel "Inovação: Visão das Lideranças" e a mesa redonda com mesmo tema do evento. De acordo com os organizadores, o sorvete apresenta inúmeras oportunidades de negócios para pequenos e médios empreendedores. Para Weisberg, representar o setor é valorizar toda a cadeia e mostrar a importância que este mercado tem na economia brasileira. "Em 2016, foram consumidos mais de 1 bilhão de litros de sorvetes no Brasil, e o faturamento da indústria foi superior a R$ 12 bilhões. Para apostar em uma demanda crescente é preciso discutir alternativas com o setor de sorvetes e os demais ramos que influenciam também na produção e comercialização deste produto", afirma.

Além do executivo da Abis, estarão presentes os palestrantes: Dra. Ariene Van Dender, do Centro de Tecnologia de Laticínios (Tecnolat); Prof. Dr. Rodrigo Stephani, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Prof. Adriano G. Cruz, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Nilson Muniz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) e representantes da Itambé.

Para mais informações, acesse o site www.ital.sp.gov.br. As inscrições deverão ser efetuadas até o dia 22 de novembro.

Serviço

Seminário "Inovação em Lácteos: Oportunidades e Desafios
Data: 29 de novembro (quarta-feira).
Horário: das 8h às 17h10.
Local: ITAL – Auditório Décio Dias Alvim, na Avenida Brasil, 2.880 – Campinas (SP).
Público-alvo: Profissionais das indústrias de alimentos, laticínios, técnicos, professores, estudantes e outros interessados.
Valor: R$ 350,00.
Realização: ITAL.
Inscrições: http://eventos.fundepag.br/pagina.php?link=57691175013a5f2d0236546a043c
Telefones: (19) 3743-1758 – (19) 3743-1759.

Sobre a Abis

Fundada em 2002, a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis) representa toda a cadeia produtiva, inclusive sorveterias e gelaterias artesanais, e tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento contínuo das empresas do setor. Por meio da divulgação das vantagens e benefícios do sorvete, ressaltando sempre sua qualidade e seu valor nutritivo, a entidade procura criar condições adequadas para o crescimento das empresas associadas. Atualmente, o Brasil conta com oito mil empresas ligadas à produção e comercialização de sorvete. O setor gera 75 mil empregos diretos, 200 mil indiretos e tem faturamento anual acima de R$ 12 bi.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Jundiá lança sabores Caramelt e Churros

Estadao Conteudo: Joyce Rouvier
Publicação: 15-11-2017, 07:00

A Sorvetes Jundiá acaba de lançar dois novos sabores de sua linha Fascino Collection : Caramelt e Churros. O Fascino Collection Caramelt é um sorvete de massa e une amendoim com flocos de chocolate e crocante de amendoim, com cobertura sabor caramelo.

Já o Fascino Collection Churros recria a famosa sobremesa. Possui sorvete sabor churros com cobertura de doce de leite e notas suaves de canela. Os novos sabores da linha Fascino estão disponíveis na loja conceito da Sorvetes Jundiá e em supermercados ao redor do Brasil no final de outubro.

Referência:

http://www.brasilalimentos.com.br/lan%C3%A7amentos/2017/jundi%C3%A1-lan%C3%A7-sabores-caramelt-e-churros

Água natural e água adicionada de sais serão diferenciadas pela embalagem

Rio de Janeiro / 14 Novembro 2017

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta terça-feira, em redação final, o projeto de lei 2.791/17, da deputada Lucinha (PSDB), que estabelece parâmetros para as embalagens de água potável. A ideia é que o consumidor possa diferenciar a água mineral natural da água adicionada de sais. O texto seguirá para o governador Luiz Fernando Pezão, que terá 15 dias úteis para decidir pela sanção ou veto.

De acordo com a proposta, os galões retornáveis de água adicionada de sais deverão ter cores diferentes das embalagens de água mineral. Os rótulos de galões deverão conter a designação "água adicionada de sais" com pelo menos metade do tamanho da grafia da marca, além de informações como a procedência da água, a forma de tratamento utilizada e a lista das substâncias químicas adicionadas e naturalmente presentes, com as respectivas concentrações. As embalagens retornáveis de até dois litros ficarão de fora das regras.

A proposta ainda proíbe as empresas de usarem embalagens diferentes do estabelecido pela norma. Elas terão o prazo de até 180 dias para se adaptarem à lei. Em caso de descumprimento, o infrator estará sujeito às penalidades do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Segundo Lucinha, a população está à mercê de produtos que não são devidamente identificados e fiscalizados, provocando, assim, riscos à saúde. "Essa norma será um grande ganho para o consumidor, que geralmente não conhece essas diferenças. A questão sanitária é um ponto importante na saúde e as pessoas devem ficar atentas às doenças que podem ser causadas pelo que é consumido."

Cerol

A venda de substâncias que compõem o cerol, como vidro moído e cola, e a linha chilena (linha encerada com quartzo moído, algodão e óxido de alumínio) estão proibidas no estado. É o que determina a Lei 7.784/17, dos deputados Bebeto (PDT) e Dionísio Lins (PP), sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão e publicada no Diário Oficial desta terça-feira (14/11) . De acordo com o texto, qualquer produto que possua elementos cortantes utilizados para soltar pipas será proibido.

Os estabelecimentos que descumprirem a nova norma poderá sofrer sanções previstas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). A medida revoga as leis 3.278/99 e 2.111/93, que, respectivamente, proibíam o uso de linha cortante e do cerol, mas não especificavam a composição desses produtos. “Mesmo com a proibição da venda do cerol e da linha chilena prontos, é possível comprar as substâncias que os compõem”, explicou Bebeto. “As pessoas têm que ser penalizadas. Pode brincar, soltar pipa, mas é muito importante que a população saiba que cerol e linha chilena são nocivas, matam", argumentou Dionísio.

A medida definiu, ainda , que o Poder Público deverá promover campanhas de conscientização sobre os riscos das linhas durante os meses de férias escolares.

Após compra da Brasil Kirin, Heineken briga com distribuidores da Coca-Cola

Empresa holandesa quer rescindir contrato firmado com fabricantes da Coca-Cola previsto para acabar em 2022

Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo

16 Novembro 2017 | 05h00

A cervejaria holandesa Heineken deu um salto ao comprar, por R$ 2,2 bilhões, a Brasil Kirin. Pareceu um bom negócio: a empresa japonesa havia pago o triplo do preço, cinco anos antes, pelas 12 fábricas da antiga Schincariol e por marcas como Schin, Eisenbahn e Baden Baden. No entanto, a aquisição, que fez a Heineken chegar a quase 20% de mercado, trouxe também dores de cabeça relacionadas à distribuição. Ao herdar a rede da Kirin, a companhia decidiu pôr ao fim seu relacionamento de longo prazo com os distribuidores da Coca-Cola. O resultado é uma briga que se arrasta nos tribunais e que, em 2018, será alvo de um processo de arbitragem.

O contrato entre Heineken e o Sistema Coca-Cola – representado legalmente pela Associação Brasileira dos Fabricantes da Coca-Cola (ABFCC), que reúne 13 empresas – vai até 2022, mas o entendimento da cervejaria é de que é possível antecipar a rescisão. Amparado pelo que está no papel, o Sistema Coca-Cola entrou na Justiça e conseguiu, em agosto, uma liminar que mantém em suas mãos a distribuição das marcas da Heineken – o portfólio inclui ainda Kaiser, Amstel, Bavaria, Xingu e Sol. A decisão garantiu o cumprimento do contrato até que as duas partes resolvam a questão em arbitragem.

Sem consenso. Chegar a um consenso está difícil. Primeiro porque os distribuidores da Coca-Cola não estão dispostos a ceder. O Estado apurou que a holandesa propôs ao Sistema Coca-Cola manter a distribuição de duas cervejas – Bavaria e Kaiser – até 2022. A proposta não andou e, pelo menos até a formação do tribunal arbitral, a Heineken permanecerá com duas estruturas de distribuição: a herdada da Kirin, para as marcas que comprou recentemente, e a da Coca-Cola, para as que já detinha.

Segundo fontes de mercado, trata-se de uma estrutura inviável – e é por isso que a Heineken está empenhada em resolver a questão. O Estado apurou que a primeira reunião de arbitragem ocorrerá no início de 2018.

Uma fonte ressalva, no entanto, que a definição dos nomes do tribunal não é garantia de resolução do problema. Por isso, fontes de mercado dizem que a Heineken já começa a aventar, de forma informal, outras alternativas. Em vez de apenas oferecer a extensão de parte do contrato de distribuição, poderia repassar marcas e fábricas para os distribuidores da Coca-Cola.

A solução do problema é premente para a cervejaria. Isso porque a rede de distribuição da Kirin também é uma potencial fonte de dores de cabeça. Tanto os ex-Kirin quando o sistema Coca-Cola querem distribuir o portfólio completo. O Estado apurou que, inicialmente, a cervejaria havia garantido aos parceiros do Sistema Coca-Cola que eles passariam a distribuir também as marcas da Kirin – a informação foi um dos argumentos do processo aberto pelas dos fabricantes da Coca.

Cerveja. No Brasil, é comum que os fabricantes de refrigerante ofereçam portfólio de cervejas. Foi por isso que um distribuidor da Coca-Cola em Minas Gerais, Luiz Octávio Possas Gonçalves, criou a Kaiser, em 1982. A Heineken é sócia da cervejaria desde os anos 1990, mas comprou o controle em 2007. Foi com o trabalho de base feito pela Kaiser que a marca Heineken começou a ganhar relevância no País.

Mesmo com a proibição da “venda casada” de bebidas, a noção dos distribuidores é de que as vendas da Coca-Cola possam ser prejudicadas caso os distribuidores não tenham marcas de cerveja para oferecer para os bares e restaurantes. Por isso, a posição do Sistema Coca-Cola é usar os cinco anos que ainda restam no contrato para ter tempo de pensar em um investimento no segmento. Fontes dizem que não está descartada a hipótese de os engarrafadores voltarem a ser cervejeiros.

Procuradas, a Heineken e a AFBCC não se pronunciaram.

Alimentos processados: qual o rótulo da Anvisa?

por João Peres* — publicado 15/11/2017 00h30, última modificação 14/11/2017 12h31
As propostas em debate sobre rotulagem frontal de alimentos são antagônicas. Ou a agência desagrada a sociedade civil, ou a indústria

Tânia Rego/Agência Brasil

A rotulagem dos produtos confunde ou esclarece?

Mariângela Almeida, da Confederação Nacional da Indústria, apresentou sua visão da percepção dos consumidores sobre os sinais de advertência na parte frontal das embalagens de alimentos: medo, afastamento, desinformação. Em seguida, Carla Spinillo, da Universidade Federal do Paraná, descreveu a sua: esclarecimento, educação alimentar, mudança de hábitos.

A divergência sintetiza as posições da sociedade civil e da indústria a respeito do tema. O seminário realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 9 de novembro para discutir a rotulagem frontal de alimentos processados e ultraprocessados funcionou como um resumo público das crescentes tensões em torno do tema. Não há possibilidade de consenso à vista entre dois modelos antagônicos.

A indústria propõe um sistema de semáforos com as cores verde, amarelo e vermelho para calorias, açúcares, gordura saturada e sódio. Trata-se de uma adaptação da ideia de adesão voluntária criada na década passada no Reino Unido.

A proposta da sociedade civil, encabeçada pela Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, é incluir na parte frontal das embalagens um triângulo preto com alertas sobre o excesso desses mesmos nutrientes. É uma referência ao padrão chileno, pioneiro no mundo ao adotar sinais de advertência, e não mensagens positivas, e ao obrigar a rotulagem de todos os produtos.

Por enquanto, a pressão da indústria funcionou. A Anvisa reforçou durante o seminário em Brasília que pretende dar um ritmo mais lento ao debate do que o esperado pela sociedade civil. A alegação de que não há evidências científicas suficientes para adotar um dos modelos causou insatisfação nas entidades de defesa do consumidor e de saúde pública. A agência quer a realização de pesquisas que meçam a reação da sociedade às diferentes propostas, intenção que recebeu elogios públicos da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia).

“A Anvisa não está apoiando nenhum modelo. Até o momento não existem evidências para a agência que demonstrem que um modelo é mais eficiente do que outro”, afirmou Thalita Antony Lima, da Gerência Geral de Alimentos.

Acima dela, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, tem defendido a adoção da rotulagem frontal proposta pela indústria. Abaixo do ministro, mas ainda acima de Thalita Lima, Michele Lessa, coordenadora de Alimentação e Nutrição do ministério, defende que os sinais frontais são uma das medidas mais baratas e eficazes de se adotar no combate à obesidade. No fim do seminário, ela afirmou enxergar mais “robustez” nas evidências apresentadas pela sociedade civil.

A indústria, de fato, passou quase à margem do debate científico durante o encontro. Segundo Lincoln Seragini, especialista em design de embalagens que representou a Abia, o consumidor deveria levar o produto para casa e só depois lê-lo, defendendo que ninguém vai tomar uma decisão importante em poucos segundos, na prateleira do supermercado. “Não pode ser antagônico. O mundo está cansado do ‘cada um defende o seu’. O radicalismo”, disse. “É conquistar os indivíduos pela empatia, e não pela dureza.”

Há uma janela política de curto prazo que a Anvisa dá sinais de deixar passar. Barros deve deixar o ministério no primeiro semestre para se candidatar nas eleições de 2018. E é improvável que qualquer medida seja tomada na reta final de um governo debilitado e conhecido pela submissão geral ao empresariado.

Seragini apresentou durante o seminário um slide no qual colocava uma lupa sobre o modelo de rotulagem da indústria. Foi um prato cheio para Fábio Gomes, da Organização Pan-Americana de Saúde. O semáforo sobre calorias, sal, açúcar e gorduras saturadas, disse, leva a 81 combinações possíveis. Entre um produto com a cor vermelha sobre o açúcar e outro com a cor vermelha sobre o sódio, qual você levaria? E, com produtos com um mesmo número de cores vermelhas, você se decide entre calorias, sal, açúcar ou gordura? Você lerá todos durante a compra? Quanto tempo levará para percorrer todo o supermercado?

“A Abia utiliza uma lupa para poder identificar o semáforo nutricional. Justamente porque é difícil identificar. O consumidor precisaria ter uma lupa, além de uma calculadora”, ironizou Gomes. “Esse ícone precisa ser de fácil interpretação, de fácil uso. Se a gente tiver um sistema difícil de se entender, não vai ser efetivo.”

Gastón Ares, da Universidade da República do Uruguai, afirmou que o semáforo envia sinais contraditórios ao consumidor. Entre uma luz verde no sódio e uma luz vermelha no açúcar, é difícil saber qual deve prevalecer na escolha. Um refrigerante, por exemplo, poderia ter luz verde em gorduras e sódio, o que está longe de indicar que se trata de um bom produto. “Isso é importante quando pensamos no objetivo dessa política para o consumidor. Incluir esse tipo de informação contraditória não ajuda no cumprimento desse objetivo.”

Diante da alegação da Anvisa de que faltam evidências científicas, Gomes respondeu que desde a década de 1970 há pesquisas sobre os critérios de escolha dos consumidores, e desde os anos 1980 há estudos que mostram que a cor preta oferece o melhor contraste ao olho humano. “O semáforo, por ser colorido, seduz e gera impulso, como a própria indústria demonstrou. Se for essa a intenção, o semáforo é um bom sistema.”

Do outro lado, Mariângela Almeida afirmou que os sinais de alerta são um erro, pois induzem à redução do consumo de determinados produtos. Esse é exatamente o objetivo das entidades da sociedade civil: ao reduzir esse consumo, melhorar os índices de obesidade e diminuir o risco de doenças crônicas não transmissíveis associados a ela. Um parêntese: segundo o Ministério da Saúde, três em cada quatro mortes no Brasil são causadas por enfermidades associadas aos hábitos de vida.

“O preto afasta. A partir do momento em que eu afasto, não vou querer ter nenhuma informação. Qual o aprendizado que vou ter no longo prazo?”, perguntou a representante da CNI. O sobrepeso, disse, pode ser uma opção individual e a reformulação de produtos deixaria os consumidores irritados. “Levam a alimentação para o campo da doença. Você está mais informando que pode ficar doente com isso, pode ficar doente com aquilo, e não o contrário.”

Dois modelos em debate

Este é o rótulo proposto pela sociedade civil…

… E este pela indústria

Desde a metade do século passado, a indústria fez um grande esforço de homogeneização de hábitos alimentares para poder exportar os produtos. Barreiras comerciais foram derrubadas, muito se gastou em publicidade, mais ainda se investiu na formulação de ultraprocessados altamente atraentes ao paladar.

Agora as empresas se apegam à diversidade: o que funciona no Chile pode não funcionar no Brasil. Em nossas terras, não gostamos de sinais de alerta, segundo a interpretação que se fez de uma pesquisa encomendada pela Abia ao Ibope. “E o analfabeto? Ele entende as cores. Agora, ele vai ler o símbolo preto todo?”, pergunta. Tente imaginar, no entanto, o analfabeto fazendo contas em calorias, gramas e miligramas, e comparando até 81 embalagens diferentes.

Apesar do discurso sobre diversidade, a estratégia da indústria ao lidar com a rotulagem tem sido a mesma mundo afora. No Uruguai, que está a uma assinatura de ter um sistema similar ao chileno, também se elenca a questão da falta de evidências científicas. A isso se soma o discurso de que os sinais provocam o “terror” e afetam a liberdade de escolha do consumidor. E há a ideia de que nenhuma medida é uma bala de prata porque a obesidade é causada por vários fatores, entre eles o sedentarismo.

As peças do tabuleiro são iguais em qualquer lugar. A indústria mobiliza a área econômica, tradicionalmente sensível ao argumento da arrecadação e de eventuais sanções pela adoção de um rótulo que afete o livre mercado, e o agronegócio.

“Nossa proposta é baseada no modelo de advertência no sentido de permitir que a população tenha informação para tomar decisão. Ninguém será impedido de comprar. Não afeta a liberdade de escolha”, rebate Ana Paula Bortoletto, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. "Espero que a Anvisa considere também as certezas que a gente tem sobre a necessidade de regulação."

Em outubro, durante o Congresso Internacional de Nutrição, em Buenos Aires, um simpósio comparou os modelos de rotulagem existentes. Michael Rayner, da Universidade de Oxford, afirmou que o sistema adotado no Reino Unido em 2006 de forma voluntária parecia o mais interessante para o momento – tanto soava eficaz que a indústria trabalhou para derrubá-lo quando proposto, no Brasil e no Chile, e agora se convenceu de que é um problema menor.

Hoje, segundo Rayner, está claro a existência de modelos melhores. O britânico, ressalta, é o que tem menor capacidade de afetar a percepção do consumidor, no extremo oposto daquele do Chile. Resta, porém, entender qual deles tem o melhor impacto sobre a saúde. É a isso que a indústria se apega para afirmar que o Brasil não deve adotar as mesmas regras chilenas.

É óbvio que uma medida adotada na metade do ano passado ainda não pode ser totalmente mensurada em termos de impacto sobre a saúde. Mas todos os indícios dão conta de que os sinais de alerta têm alterado os hábitos de compra em relação a salgadinhos e doces, o que deve contribuir para frear a obesidade.

Marcela Reyes, do Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos da Universidade do Chile, esteve à frente do desenvolvimento dos octógonos pretos. Durante o seminário em Brasília, ela mandou uma clara mensagem à Anvisa: “Não avançar é uma ação ativa.” Para ela, o que está em jogo é uma decisão de caráter político e não de falta de evidências. “Não fazer nada tem custo. A evidência existe.”

Durante o encontro, integrantes do Conselho Federal de Nutricionistas, da organização Põe no Rótulo e da Universidade Federal de Santa Catarina clamaram por uma ação da Anvisa. Paula Johns, da ONG ACT Promoção da Saúde e conselheira nacional de saúde, afirmou que a indústria com capacidade para fabricar produtos saudáveis também não deveria temer a proposta. Ao contrário. “O objetivo de saúde pública é diminuir o consumo de determinados produtos e estimular o consumo de outros”.

É “elementar”, declarou, que as evidências apresentadas pela sociedade, cujo objetivo é a saúde pública, não deveriam ser colocadas pela Anvisa no mesmo patamar dos dados trazidos pela indústria, cujo objetivo é sempre aumentar os lucros. Mas para a agência nem tudo parece tão elementar.

* Editor do site “O Joio e o Trigo”

Vinícolas participam de feira na China

Por Imprensa – 14/11/2017 – Breaking News

BRASÍLIA – Seis vinícolas integrantes do projeto setorial Wines of Brasil estão no continente asiático para participar da ProWine China, que ocorre de terça (14) a quinta-feira (16), em Shangai. A projeção é de ampliar o mercado para os vinhos brasileiros num dos países que mais cresce em consumo, inserir a categoria dos sucos de uva 100%, além de se posicionar estrategicamente em um dos países-alvos da iniciativa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) em parceria com a Agência de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Estarão no estande coletivo as vinícolas Aurora, Miolo Wine Group, Mioranza, Peterlongo, Salton e Vinhos Canção.

Segundo estimativas do Wines of Brasil, a presença na ProWine China deve resultar em US$ 500 mil em vendas. O desempenho deve superar a performance comercial da primeira participação na feira, em novembro de 2016, quando as empresas brasileiras estimaram US$ 410 mil em vendas nos 12 meses seguintes. Entre novembro de 2016 e setembro deste ano já foram comercializados US$ 403 mil em produtos vinícolas nacionais, com 128,5 mil litros exportados. De janeiro a setembro deste ano, as exportações brasileiras cresceram 132% em volume e 38% em valor, se comparado ao mesmo período de 2016, quando foram vendidos 43,5 litros, atingindo US$ 230,8 mil em negócios.

“Estamos buscando prospectar distribuição no mercado chinês, agregar valor aos rótulos brasileiros, em especial aos espumantes, e buscando uma nova entrada com a categoria do suco de uva 100%. Quatro vinícolas estarão presentes com empresários do Brasil e duas através de importadores. Para 2018, esperamos crescer 30% em valor nossas exportações para o país”, assinala o gerente de Promoção do Ibravin, Diego Bertolini.

Além da presença na ProWine China, o Wines of Brasil articulou reuniões estratégicas em Shangai. A agenda, desenvolvida com o apoio dos Escritórios da Apex-Brasil (EAs) na China e dos Setores de Promoção Comercial do Brasil no Exterior (Secom), iniciou nesta segunda-feira (13), no consulado do Brasil em Shangai, com troca de informações e preparação da equipe brasileira e dinâmica do mercado chinês. Na sexta-feira (17), as vinícolas integrantes do projeto visitarão supermercados, restaurantes e redes para entendimento de negócios, além de prospectarem espaços para venda dos sucos de uva 100%.

Sobre o Wines of Brasil

Criado em 2002, o Wines of Brasil (WoB) é uma iniciativa de promoção comercial dos vinhos, espumantes e suco de uva brasileiro no mercado externo, desenvolvido entre o Ibravin e a Apex-Brasil. O projeto conta atualmente com a participação de 40 vinícolas e tem como mercados-alvo os Estados Unidos, Reino Unido e China. Nos últimos anos, cerca de 95% das empresas que aderiram ao WoB conseguiram dar continuidade em suas exportações, devido ao suporte e aos programas de capacitação oferecidos, entre outras ações. Mais informações podem ser obtidas nos sites www.winesofbrasil.com e www.ibravin.org.br.

Fonte: Apex-Brasil

Agroindústria com sabor italiano em Ibarama

Quadro Café na Roça visitou a família Bonadeo, que vem se tornando referência na produção de massas caseiras

Produção de massas caseiras chega a 900 quilos por mês

Cuidar da plantação de milho para que as galinhas façam uma boa produção de ovos é apenas um das preocupações da família de Volmir Bonadeo, 46 anos, em Linha Azevedo, interior de Ibarama. A agroindústria familiar Bonadeo produz massas caseiras diversas. É a nova alternativa de renda da família, que conta com a ajuda da esposa Cleusa, 42, há dois anos. Mas foi em julho de 2017 que construíram um prédio de 90 metros quadrados e investiram R$ 160 mil.

O local está 100% dentro das normas exigidas pela Vigilância Sanitária, com banheiros e vestiários masculino e feminino, sala de limpeza, processamento, embalagem, matéria-prima e sala de expedição. Eles também adquiriram um veículo para entregar o produto refrigerado. É notória a preocupação com a higiene e qualidade do produto. Os agricultores atém aos mínimos detalhes, principalmente por se tratar de um gênero alimentício.

O casal se dedica à função diariamente e concilia com as demais atividades na propriedade. A produção tem uma média de 1.800 bandejas de meio quilo, ou seja, 900 quilos por mês. As vendas, por unidade, custam R$ 4,50 e são feitas em restaurantes, supermercados e eventos gastronômicos de Ibarama, Sobradinho e Segredo.

A produção contempla o tipo espaguete fino, médio e grosso, talharim, macarrão e massa para lasanha. Os ingredientes são bem simples: ovos e farinha. A escolha pela atividade se deu devido a uma produção em que o casal se identifica e gosta de fazer, já que são de origem italiana. “Nossa massa é de qualidade. Tivemos uma ótima aceitação e já recebemos muitos elogios”, comenta. Um dos grandes diferencias dos produtos Bonadeo é que a massa, depois de pronta, não gruda na panela.

Direto da propriedade

Grande parte da matéria-prima vem da propriedade. Tanto que eles pensam, para o futuro, implantar também uma agroindústria de ovos para utilizar na produção. O casal realizou cursos de Boas Práticas para aprimorar a fabricação. A família conta com a ajuda dos pais dele, Romeu e Nilza. “Nos ajudam dentro das condições deles, pois já têm bastante idade”. Romeu também se dedica à piscicultura. Na propriedade há quatro açudes com carpa capim, húngara e tilápia.

Além da agroindústria, são plantados 50 mil pés de fumo, três hectares de milho e feijão, e batata para consumo. “Pretendemos continuar com o fumo, mas vamos diminuindo aos poucos”, disse. A ideia da família é parar de plantar o tabaco, tendo em vista que na época da colheita o serviço é terceirizado. A agroindústria também conta com assessoria técnica da Emater/RS-Ascar.

A reportagem foi bem acolhida pela família, que também está à disposição para mostrar sua infraestrutura e o produto. A pretensão é expandir as vendas para os municípios de Lagoa Bonita do Sul e Arroio do Tigre já nos próximos meses.