Após compra da Brasil Kirin, Heineken briga com distribuidores da Coca-Cola

Empresa holandesa quer rescindir contrato firmado com fabricantes da Coca-Cola previsto para acabar em 2022

Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo

16 Novembro 2017 | 05h00

A cervejaria holandesa Heineken deu um salto ao comprar, por R$ 2,2 bilhões, a Brasil Kirin. Pareceu um bom negócio: a empresa japonesa havia pago o triplo do preço, cinco anos antes, pelas 12 fábricas da antiga Schincariol e por marcas como Schin, Eisenbahn e Baden Baden. No entanto, a aquisição, que fez a Heineken chegar a quase 20% de mercado, trouxe também dores de cabeça relacionadas à distribuição. Ao herdar a rede da Kirin, a companhia decidiu pôr ao fim seu relacionamento de longo prazo com os distribuidores da Coca-Cola. O resultado é uma briga que se arrasta nos tribunais e que, em 2018, será alvo de um processo de arbitragem.

O contrato entre Heineken e o Sistema Coca-Cola – representado legalmente pela Associação Brasileira dos Fabricantes da Coca-Cola (ABFCC), que reúne 13 empresas – vai até 2022, mas o entendimento da cervejaria é de que é possível antecipar a rescisão. Amparado pelo que está no papel, o Sistema Coca-Cola entrou na Justiça e conseguiu, em agosto, uma liminar que mantém em suas mãos a distribuição das marcas da Heineken – o portfólio inclui ainda Kaiser, Amstel, Bavaria, Xingu e Sol. A decisão garantiu o cumprimento do contrato até que as duas partes resolvam a questão em arbitragem.

Sem consenso. Chegar a um consenso está difícil. Primeiro porque os distribuidores da Coca-Cola não estão dispostos a ceder. O Estado apurou que a holandesa propôs ao Sistema Coca-Cola manter a distribuição de duas cervejas – Bavaria e Kaiser – até 2022. A proposta não andou e, pelo menos até a formação do tribunal arbitral, a Heineken permanecerá com duas estruturas de distribuição: a herdada da Kirin, para as marcas que comprou recentemente, e a da Coca-Cola, para as que já detinha.

Segundo fontes de mercado, trata-se de uma estrutura inviável – e é por isso que a Heineken está empenhada em resolver a questão. O Estado apurou que a primeira reunião de arbitragem ocorrerá no início de 2018.

Uma fonte ressalva, no entanto, que a definição dos nomes do tribunal não é garantia de resolução do problema. Por isso, fontes de mercado dizem que a Heineken já começa a aventar, de forma informal, outras alternativas. Em vez de apenas oferecer a extensão de parte do contrato de distribuição, poderia repassar marcas e fábricas para os distribuidores da Coca-Cola.

A solução do problema é premente para a cervejaria. Isso porque a rede de distribuição da Kirin também é uma potencial fonte de dores de cabeça. Tanto os ex-Kirin quando o sistema Coca-Cola querem distribuir o portfólio completo. O Estado apurou que, inicialmente, a cervejaria havia garantido aos parceiros do Sistema Coca-Cola que eles passariam a distribuir também as marcas da Kirin – a informação foi um dos argumentos do processo aberto pelas dos fabricantes da Coca.

Cerveja. No Brasil, é comum que os fabricantes de refrigerante ofereçam portfólio de cervejas. Foi por isso que um distribuidor da Coca-Cola em Minas Gerais, Luiz Octávio Possas Gonçalves, criou a Kaiser, em 1982. A Heineken é sócia da cervejaria desde os anos 1990, mas comprou o controle em 2007. Foi com o trabalho de base feito pela Kaiser que a marca Heineken começou a ganhar relevância no País.

Mesmo com a proibição da “venda casada” de bebidas, a noção dos distribuidores é de que as vendas da Coca-Cola possam ser prejudicadas caso os distribuidores não tenham marcas de cerveja para oferecer para os bares e restaurantes. Por isso, a posição do Sistema Coca-Cola é usar os cinco anos que ainda restam no contrato para ter tempo de pensar em um investimento no segmento. Fontes dizem que não está descartada a hipótese de os engarrafadores voltarem a ser cervejeiros.

Procuradas, a Heineken e a AFBCC não se pronunciaram.

Delivery de cervejas é opção para amantes da bebida

Jornal de Brasília por Jornal de Brasília 10/11/2017 – 13h48

A cervejaria Ambev, dona de marcas como Brahma, Skol e Antarctica, oferece canais de venda online para amantes de cerveja. Com foco na ampliação da comodidade do seu consumidor, a cervejaria desenvolveu iniciativas de delivery que possuem uma ampla carta de opções, perfeitas para quem quer desfrutar da bebida sem precisar sair de casa.

Uma ótima alternativa para quem buscar cerveja rápida e gelada é o Zé Delivery, um serviço que entrega cerveja gelada em até 1 hora, até mesmo durante a madrugada, com o mesmo preço dos supermercados. Para atender com tanta agilidade, o ponto de venda mais próximo do local do pedido é acionado e se mobiliza para fazer a entrega. Os pedidos podem ser feitos de qualquer computador e celular aqui.

Seu portfólio conta com as principais marcas de cerveja da Ambev, além de outras bebidas alcoólicas, refrigerantes e energéticos. Além disso, o Zé Delivery permite a troca de embalagens retornáveis sem sair de casa, o que pode deixar o preço final da cerveja até 30% mais barato. O serviço está disponível em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Fortaleza e Belo Horizonte e pode ser acessado em celulares de qualquer sistema operacional.

Além do Zé, outra excelente opção é o Empório da Cerveja, uma loja especializada na venda de um amplo portfolio de cervejas especiais e acessórios como taças, baldes e outros itens cervejeiros, para garantir que não falte cerveja e nem infraestrutura para explorar o mundo das cervejas. Com um portfolio de mais de 345 rótulos e mais de 75 estilos, o site oferece ainda clubes de assinatura que potencializam a exploração do mundo cervejeiro, seja com o Desbravadores, o clube de curadoria de cervejas artesanais pelo melhor preço do mercado, seja com o Wäls Mad Lab, um clube de cervejas e experiências inéditas, desenvolvidas especialmente pelos nossos amigos mineiros para os sócios dessa grande comunidade cervejeira. As entregas podem ser feitas em todo o país e os pedidos devem ser feitos pelo portal.

“Esses serviços buscam oferecer uma boa experiência de consumo aos mais diferentes perfis, com opções para todos os gostos. Atender bem o consumidor é o que norteia todas as etapas do nosso negócio. Nesse caso, nosso foco foi a comodidade daqueles que querem aproveitar uma cerveja no conforto de casa”, afirma Leonardo Longo, gerente de comércio eletrônico da Ambev.

Sobre a Ambev
Unir as pessoas por um mundo melhor. Esse é o sonho da Ambev, empresa brasileira, com sede em São Paulo, e presente em 18 países. No Brasil, mais de 32 mil pessoas dividem a mesma paixão por produzir cerveja e trabalham juntas para garantir momentos de celebração e diversão.

A Ambev é uma cervejaria inovadora, que busca sempre novos sabores e formas de surpreender seus consumidores. Além das melhores cervejas, o portfólio conta ainda com refrigerantes, chás, isotônicos, energéticos e sucos, de marcas como Antarctica, Brahma, Skol, Budweiser, Wäls, Colorado, Guaraná Antarctica e Do Bem.

Só em 2016, a cervejaria investiu cerca de R$2 bilhões no país. Mas também quer deixar um legado além dos investimentos. Para isso, conta com uma ampla plataforma de sustentabilidade. Esse compromisso inclui metas claras, divulgadas publicamente, e se traduz em quatro pilares: consumo inteligente, água, resíduo zero e desenvolvimento. Esse trabalho é feito com uma rede de parceiros, pois a Ambev acredita que a construção de um mundo melhor se torna mais rica quando feita em conjunto.

QUASE CENTENÁRIA, FRUKI VOLTA ÀS ORIGENS

Se é para entrar, que seja rachando. É assim que a Fruki ingressará no mercado de cervejas em 2018. Serão, de cara, cinco tipos diferentes de cervejas.

Na verdade, é uma volta ao início da empresa, que daqui a pouco está completando 100 anos. O presidente, Nelson Eggers (foto acima), lembra que foi em 1924 que seu avô, Emilio Kirst, começou a fabricar cerveja.

O empresário conta que agora a ideia é abranger todos os gostos e bolsos. Eggers antecipa que haverá um tipo de cerveja mais popular e com preço acessível.

A entrada nesse mercado está sendo bem trabalhada. Enquanto explica o plano estratégico, o presidente destaca a parceria com o filho, Júlio Eggers, gerente de marketing da Fruki, com quem viaja em busca de experiências para definir como serão as bebidas produzidas.

As cervejas serão feitas provisoriamente em outra fábrica, que em breve será definida. Em 2021, a produção passará para o município de Paverama, onde a Fruki – que tem sede em Lajeado – construirá uma nova planta.

– Somos conhecidos pelo guaraná, mas a Fruki começou produzindo cerveja. Agora, voltaremos com força, conquistando nosso espaço e incomodando grandes por aí – diz, animado, Nelson Eggers.

A área onde será construída a nova planta tem 90 hectares e foi negociada com 19 proprietários. Quando a unidade estiver pronta, a produção da Fruki será duplicada.

Atualmente, a empresa consome 1,5 milhão de litros de água por dia. A Fruki deve fechar o ano de 2017 pagando R$ 100 milhões de ICMS.

COLABORADORES, NÃO

O presidente da Fruki fala com orgulho de quem trabalha na empresa. Só que Nelson Eggers diz que não chama funcionário algum de colaborador e até se mostra incomodado com isso.

– Quem trabalha aqui não está colaborando com a empresa. Chamo de profissionais, pessoas que se preparam para a função – explica o executivo.

Nelson Eggers diz que a Fruki tem um programa forte de concessão de bolsas de estudo. No entanto, passou a cobrar um percentual de contrapartida dos funcionários contemplados.

– Quando pagam uma parte, valorizam mais o estudo – conta.

giane.guerra@rdgaucha.com.br gauchazh.com/gianeguerra 3218-6653
Giane Guerra

Mel paranaense com ‘toque especial’ sai da clandestinidade

Produto feito por abelhas sem ferrão ganhou regulamentação específica com nova lei estadual

11/11/2017 | 14h00 | Da redação

Os produtores de mel no Paraná ganharam um apoio neste mês. Entrou em vigor no dia 2 de outubro uma lei regulamenta a produção, a comercialização e o registro de um mel com um toque especial: feito a partir de abelhas sem ferrão.

A Lei 19.152/2017 estabelece, além de regras de conformidade, a criação de um selo de certificação ambiental, que autoriza o produtor a vender e comercializar espécies nativas.

“Hoje o que temos é uma atividade clandestina em todos os sentidos. A partir da Lei vamos começar a saber, de fato, quantos produtores temos oficialmente no Paraná, com quais espécies nativas trabalham. Com a autorização e o selo, que estará nos rótulos, os produtos poderão encontrar com mais facilidade mercado, pois temos um grande potencial para isto”, afirma o coordenador da Câmara Técnica de Meliponicultura do Paraná, professor Renato Rau.

Na atividade de produção de mel de abelhas sem ferrão, conhecida como meliponicultura, o produto pode chegar a R$ 120 o quilo. O produto convencional “fabricado” pela abelha com ferrão custa R$ 30 o quilo. Isso acontece porque, além do sabor diferenciado, uma família das espécies de abelha sem ferrão produzem, no máximo, 1,5 quilos de mel por ano. Já uma família de abelha com ferrão produz uma média entre 25 kg a 30 kg por ano.

Agora, com a nova legislação, a expectativa é que a criação de abelhas seja ampliada. “Era uma demanda das entidades e dos meliponicultores do Paraná que hoje produzem com medo, na clandestinidade. A lei coloca nosso estado entre os primeiros do país a criarem este marco regulatório que dá segurança jurídica aos produtores e deve abrir mercado para estes produtos”, diz o deputado Rasca Rodrigues, autor da lei estadual.

Segundo Renato Rau, o mel das abelhas nativas é mais nutritivo e saboroso, graças a diversidade no processo de polinização. “As abelhas nativas sem ferrão polinizam plantas e flores diferentes das abelhas tradicionais. Isto faz com que o seu mel e derivados tenham outro sabor, cor e odor”, disse.

A entrada nos supermercados, contudo, não é imediata. O especialista estima que a produção de mel de abelhas sem ferrão esteja à venda no varejo de dois a três anos.

Lindt promove Black Weekend em suas lojas

10 de novembro de 2017

Para celebrar uma das datas mais importantes para o varejo no mundo, de 23 a 26 de novembro, a marca oferece 50% de desconto na compra do segundo produto da mesma linha e de mesmo valor

A Lindt, marca premium de chocolates, promove no Brasil o Black Weekend: um final de semana prolongado com desconto em todos os produtos de suas linhas permanentes. Entre os mais famosos e queridos pelos fãs da marca estão as linhas Lindor, Excellence e Creation, entre outras delícias para saborear, harmonizar ou presentear.

Entre os dias 23 e 26 de novembro, nas lojas da Lindt localizadas nas cidades de São Paulo, Campinas, Santos, Ribeirão Preto, São Caetano, Brasília, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, os amantes dos chocolates suíços poderão adquirir o segundo produto com 50% de desconto, na compra do primeiro da mesma linha e valor*.

“Nós, como uma marca presente em diversos países do mundo, buscamos trazer um pouco da cultura e tradição de outros lugares para os nossos clientes brasileiros. Prova disso, é a experiência sensorial diferenciada proporcionada pelos nossos Maîtres Chocolatiers, por meio do acabamento e sabor de todos os nossos produtos”, afirma Patrick Diggelmann, Country Manager da Lindt Brasil.

*Promoção válida para produtos das linhas permanentes da marca, de 23 a 26 de novembro ou enquanto durarem os estoques – exceto chocolates da linha especial de Natal.

Onde encontrar Lindt

Lojas Lindt e nos melhores supermercados e empórios

www.facebook.com.br/LindtChocolateBrasil

www.instagram.com/lindtchocolatebrasil

Setor lácteo brasileiro começa a explorar a produção de leite A2

O setor lácteo no Brasil começa a explorar um importante nicho de mercado: a produção de leite para pessoas que possuem alergia às beta-caseínas, que correspondem a 30% das proteínas do leite. Trabalhos de melhoramento genético, desenvolvidos pela Embrapa Gado de Leite (MG) em parceria com as associações de criadores das raças Gir Leiteiro e Girolando, irão impulsionar ainda mais esse segmento.

Os sumários de touros do teste de progênie dessas raças, que trazem características genéticas dos touros cujo sêmen será usado na fertilização das vacas, já apresentam a característica para a produção do leite que vem sendo chamado de “A2”. Os pesquisadores da Embrapa dizem haver evidências científicas de que a beta-caseína do leite A2 não causa reações em pessoas que possuem alergia a essa proteína específica.

A alergia à proteína do leite de vaca, conhecida como APLV, é um problema mais observado na infância. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 350 mil indivíduos no Brasil são alérgicos. A pessoa que tem o problema terá que eliminar o leite de vaca da dieta, deixando de se beneficiar de uma importante fonte de cálcio e de outros nutrientes num momento da vida em que o ser humano mais necessita. Embora os alergistas afirmem que o leite A2 não seja indicado para todos os casos, o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Antônio Sundfeld Gama diz que ele pode ser benéfico para muitas pessoas, pois a beta-caseína é a principal causadora da APLV.

Alergia é diferente de intolerância

É importante destacar que o leite A2 não é indicado para a intolerância à lactose, que pode ser confundida com a alergia ao leite de vaca. O alergista e imunologista Aristeu José de Oliveira diz que APLV e intolerância à lactose são problemas distintos. A lactose é o açúcar do leite e não uma proteína. A intolerância ocorre em pessoas que têm deficiência na produção de uma enzima chamada lactase, cuja função é quebrar as moléculas de lactose durante o processo digestivo, transformando-a em energia para as células do corpo humano. Os sintomas da intolerância à lactose são dores abdominais, diarreia, flatulência e abdômen distendido.

A APLV desencadeia uma série de reações, algumas parecidas com a intolerância à lactose, o que pode gerar confusão entre os dois problemas. Mas, além dos sintomas gástrico-intestinais ocorrerem de forma mais acentuada (diarreia e vômitos), a APLV pode causar placas vermelhas no corpo, muitas vezes acompanhadas por coceiras, inchaço dos lábios e dos olhos e, na reação mais aguda, a anafilaxia, que pode levar à morte. Diferente da alergia a alguns alimentos como amendoim, castanhas e frutos do mar, que pode acompanhar o paciente por toda a vida, quando a APLV tem início na infância, após a criança ter o primeiro contato com o leite de vaca, há uma grande probabilidade de a alergia se extinguir na adolescência. Mas até lá, os casos mais graves deverão ser constantemente monitorados.

“O leite A2 pode evitar esses transtornos, pois, quando digerido pelo ser humano, não forma a substância chamada beta-casomorfina-7 (BCM-7), responsável por desencadear o processo alérgico”, explica o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Marcos Vinicius G. Barbosa da Silva. Alguns estudos científicos sugerem que a BCM-7, resultante da digestão da beta-caseína A1 (do leite comum de vaca), além de provocar a APLV, pode intensificar os problemas neurológicos de indivíduos que apresentam transtorno autista e esquizofrenia. A substância pode ainda ter influências no sistema cardiovascular. “A BCM-7 é um oxidante do LDL, conhecido como colesterol ruim, que está relacionado à formação de placas arteriais, aumentando o risco de doenças cardíacas”, diz Silva.

Melhoramento genético

Cientistas concluíram que até oito mil anos atrás as vacas produziam somente o leite A2. Uma mutação genética nos bovinos levou ao surgimento de animais com o gene para a produção do leite A1. Essa característica é mais comum nas raças de origem europeia (subespécie taurus). As raças Holandesa e Pardo-suíça possuem 50% de chances de produzirem leite A2. Na raça Jersey esse índice é maior: 75%. Da subespécie taurus, apenas a raça Guernsey, pouco comum no Brasil, possui 100% dos seus indivíduos capazes de produzir leite A2. Já nas raças zebuínas (subespécie indicus), de grande predominância na pecuária nacional, que inclui o Gir leiteiro, 98% dos indivíduos têm genética positiva para a produção de leite A2.

“A alta frequência do alelo A2 na pecuária brasileira é uma vantagem competitiva para nossos produtores explorarem o nicho de mercado que está se formando em torno do produto”, diz Silva. Para o também pesquisador da Embrapa, João Cláudio do Carmo Panetto, essa informação disponibilizada nos sumários dos touros Gir leiteiro e Girolando irá facilitar o processo de melhoramento genético do rebanho, caso o produtor queira produzir leite A2. Mas não bastam as informações a respeito do touro, cujo sêmen será usado na fertilização. As vacas do rebanho devem ser genotipadas, ou seja, é preciso identificar no material genético do indivíduo se o animal é homozigoto (possui os dois alelos) para a produção de leite A2. O ideal é que sejam selecionadas as vacas A2A2, que inseminadas por um touro A2A2 terão 100% das filhas com os alelos A2A2.

Panetto explica: “Se uma vaca tem o genótipo A2A2, é garantido que ela passará para a progênie o alelo A2. Similarmente, uma vaca A1A1 passará o alelo A1. Para uma vaca A1A2, há 50% de chances de passar para a progênie qualquer um dos alelos. A genotipagem da vaca é feita com a coleta de tecido biológico do animal, que pode ser uma amostra de sangue ou de pelo. A amostra é enviada para um laboratório especializado que apresentará o resultado ao produtor de acordo com o tipo: A1A1, A1A2 e A2A2. Depois, basta escolher o sêmen adequado, cujas informações estão presentes nos sumários dos touros Gir leiteiro e Girolando.”

Pesquisadores da Embrapa orientam que o processo de seleção pode ser acelerado por meio do descarte de animais A1A1 e A1A2. Devem permanecer no rebanho somente as vacas e bezerros com o genótipo A2A2. A velocidade com a qual o rebanho será convertido para a produção de leite A2 dependerá da estratégia de uso do sêmen de touros A2, do investimento na genotipagem das vacas, das taxas de descarte e da retenção dos bezerros. “Se o criador optar pelo uso conjunto dessas ações, sem reduzir drasticamente o rebanho, o tempo necessário para que todos os animais da fazenda sejam A2A2 poderá variar de duas a três gerações, cerca de dez a 15 anos”, diz Panetto.

Mercado promissor

Pode parecer complexo e demorado, mas quem optou pela produção de leite A2 diz que é compensador. O pecuarista Eduardo Falcão, proprietário da Estância Silvânia, em Caçapava (SP), diz que o litro de leite A2 pode ser vendido na forma de derivados lácteos até quatro vezes mais caro que o leite convencional. A Estância Silvânia é especializada em melhoramento genético da raça Gir Leiteiro, e Eduardo Falcão é o pioneiro da produção e comercialização de leite A2 no Brasil.

A produção da Estância Silvânia ainda é pequena, cerca de 700 litros de leite por dia destinados à fabricação de queijos, manteiga e ricota, vendidos no Vale do Paraíba e na cidade de São Paulo. Alguns outros produtores que possuem rebanhos Gir leiteiro estão seguindo pelo mesmo caminho. Segundo Silva, essa é uma forma de agregar valor ao leite oriundo de rebanhos Gir leiteiro, cuja característica da raça é ser menos produtiva do que a raça Holandesa ou mesmo a raça sintética Girolando, resultado do cruzamento do Gir leiteiro com o holandês.

O mercado internacional aponta para o sucesso do empreendimento. A Nova Zelândia, maior exportadora mundial de leite em pó, produz leite A2 desde 2003. O país registrou comercialmente o nome A2 Milk e certifica laticínios e fazendas que produzem exclusivamente o leite A2.

Outro grande exportador, a Austrália, também já ingressou nesse mercado. O curioso é que o produto deixou de ser uma exclusividade de pessoas alérgicas à proteína do leite e está conquistando o grande público. Na Oceania é possível comprar leite e derivados lácteos em diversas lojas e cafés. O produto também já é visto nas gôndolas de supermercados da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Nacho Loco surpreende com comidas mexicanas fáceis de preparar

por Ralcoh Comunicação em10 Novembro 2017

Adaptada ao gosto brasileiro, a Quesadilha com sabor artesanal é a pedida da empresa para o dia a dia corrido do brasileiro

A Nacho Loco, marca de comida Tex-Mex congelada, oferece uma linha de Quesadillas que se tornam opções práticas para o dia a dia corrido. Fáceis de preparar e mantendo sua característica artesanal, com receitas que unem o melhor da cozinha mexicana adaptadas para o paladar brasileiro.

Disponíveis em embalagens de 260g, com duas unidades, os produtos foram pensados para quem não quer por a mão na massa. Ideais tanto para um jantar especial quanto para um lanche rápido, as tortillas de trigo só precisam ser aquecidas no forno convencional por 10 minutos ou em uma frigideira, opção que ressalta o sabor, por 11 minutos. Ficam tão crocantes e apetitosas quanto uma Quesadilla feita na hora.

Disponível em três opções: Nacho Burger, recheada de carne de hambúrguer, queijo e molho mexicano; Nacho Cheddar, que contém carne de hambúrger, cebola caramelizada e queijo cheddar; e, a mais nova versão, a Quesadilla de Frango com Barbecue, recheada com muito frango desfiado e o famoso Barbecue Caseiro Nacho Loco. As Quesadillas consistem em uma saborosa mistura de temperos e recheios suculentos, que alia praticidade e qualidade para o dia a dia.

A Nacho Loco também oferece versões de Mini Tacos e Burritos doces e salgados, que podem ser encontrados em mais de 1000 PDVs, incluindo os maiores varejistas do país, como Carrefour, Extra, Pão de Açúcar e Cencosud.

Ralcoh Comunicação

BRF volta a crescer com ganho de participação de mercado no Brasil

Fabricante avança em categorias importantes como de pratos prontos, margarinas e embutidos; enfraquecimento da Seara, controlada pela JBS, também contribuiu para expansão da empresa

São Paulo – A BRF voltou a conquistar fatia de mercado no Brasil, em meio ao enfraquecimento da Seara e à recuperação dos resultados, após perdas acumuladas no ano passado – como consequência da alta no preços dos grãos – e no início deste ano, em razão da Operação Carne Fraca.

A participação total da BRF no terceiro trimestre atingiu 54,6%, um incremento de 0,2 ponto percentual (p.p.) em comparação ao segundo trimestre deste ano, de acordo com dados da Nielsen, informados pela BRF. O resultado é um alívio à empresa que vinha perdendo espaço no mercado, sobretudo ao longo do ano passado para a Seara, controlada pelo Grupo JBS. O fortalecimento da concorrente, adquirida pela JBS em meados de 2013, começou a reduzir a participação da companhia, que registrava perdas consecutivas de espaço no mercado desde o quarto trimestre de 2015. Esse quadro, porém, foi revertido desde o início deste ano.

Ao mesmo tempo em que prejudicou a BRF, a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março deste ano, desestruturou principalmente a Seara. Além disso, o inferno astral da JBS se acentuou com a delação premiada envolvendo o presidente Michel Temer, em maio, o que levou à saída dos irmãos Batista do comando.

"Mais do que uma recuperação deliberada de mercado, houve uma oportunidade de ganho de participação pelo enfraquecimento da concorrência, que a BRF soube aproveitar", comenta o analista da Planner, Victor Martins, em relação ao avanço da BRF sobre a Seara. "Vamos ver se essa recuperação vai se sustentar ao longo dos próximos trimestres. Mas não vejo uma tentativa de ganho de mercado a qualquer custo da BRF."

No relatório de administração que acompanhou o balanço, a fabricante informou que os preços médios seguiram pressionados, ainda impactados pelo efeito dos maiores descontos em função de prazo de validade. "No mercado brasileiro há uma deflação dos alimentos, o que dificulta uma alta das margens. A nossa estratégia é tentar melhorar nos volumes", disse, em teleconferência com analistas, o diretor vice-presidente para o Brasil da BRF, Alexandre de Almeida. "Não estamos reduzindo preços para ganhar mercado, mas pela consistência operacional", acrescentou.

Produção

A BRF registrou um incremento de 8,8% da produção em relação ao segundo trimestre e de 4,5% frente ao terceiro trimestre do ano passado, para 539 mil toneladas. "Revertemos o período ruim de 2016 e o do início deste ano pela Carne Fraca", comentou o presidente do conselho de administração, Abilio Diniz.

No Brasil, o volume de processados da BRF cresceu 3,1% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Nielsen, enquanto o mercado como um todo recuou 3,3%. O avanço, especificamente da BRF, foi puxado pela categoria de pratos prontos, com uma alta de 3,1 p.p. de fatia de mercado, para 57,2%, impulsionado pela volta, entre outros itens, da lasanha da Perdigão. Esse produto, informou a empresa, já conta com fatia de 6,3% de mercado, contribuindo para o ganho consolidado da empresa. A BRF registrou avanços sobre a concorrência em embutidos (+0,8 p.p.), puxado por mortadelas, e em margarinas (+0,9 p.p.). Já em frios, teve recuo de 0,8 p.p., para uma fatia de 56,4%.

Baixa renda

Outra frente para manter o crescimento é o ingresso no mercado de baixa renda, onde a BRF ainda não atua com uma marca própria, o que deverá ocorrer em fevereiro de 2018. A expectativa da empresa é maximizar as operações das fábricas para a nova linha.

Na última linha do balanço, a BRF voltou a registrar lucro líquido, com ganhos de R$ 138 milhões, após prejuízo de R$ 166 milhões do segundo trimestre. A receita líquida consolidada, por sua vez, avançou 7,5%, para R$ 8,732 bilhões.

Rodrigo Petry

Novas tecnologias e a qualidade dos alimentos

Luciano Sandoval

Os incidentes recentes com a qualidade dos alimentos, principalmente os perecíveis, trouxeram à tona as debilidades no controle da cadeia de abastecimento e os riscos para a saúde pública. Além de afetar totalmente o consumo interno no nosso País, essa triste descoberta também trouxe problemas graves para a nossa economia, já que o Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo. Só no ano passado foram exportadas mais de 15 milhões de toneladas do produto, quantia responsável por 16% da receita externa do nosso agronegócio. Apenas em 2016, o mercado de exportação de carnes gerou 14 bilhões de dólares para nosso País.

A melhor maneira para manter esse controle em dia é apostar na rastreabilidade. Com o desenvolvimento das tecnologias, já temos produtos que são totalmente rastreáveis, desde a sua fabricação até o momento final da venda. Algumas companhias já estão trabalhando com esse conceito. É possível colocar um código de barras nas embalagens, nas caixas, nos pallets e acompanhar todas as etapas realizadas por cada um de seus produtos, até o momento da venda final. Para acompanhar cada item, sistemas de gestão e dispositivos móveis dão conta do recado.

Em 2008, o departamento de defensivos agrícolas de uma grande empresa da área química iniciou com a ajuda da nossa empresa a utilização de uma solução como essa para conseguir reduzir o número de produtos piratas no mercado da agricultura e também controlar o prazo de validade e lotes no campo. Para isso, a solução foi possibilitar o rastreamento dos produtos desde a sua produção até ele chegar ao consumidor final. Essa é uma forma de ter um controle real do mercado, impedindo que produtos piratas sejam comercializados e garantindo a segurança de todos, das pessoas que manejam o pesticida no campo até aquelas que consomem os vegetais na sua mesa.

Para conseguir chegar a esse resultado, o projeto contemplou a automação de diferentes processos de logística voltados para o consumidor, a utilização de dispositivos mobile para rastrear o produto em qualquer ponto da sua cadeia de vendas (incluindo até mesmo a devolução dos itens não utilizados no solo) e o desenvolvimento de um software capaz de ler códigos de barras lineares e bidimensionais. Como resultado, a empresa conseguiu evitar que diversos lotes falsificados chegassem ao mercado, o que dá credibilidade ao trabalho da empresa enquanto aumenta o seu lucro.

O projeto ainda recebeu dois grandes prêmios internacionais, um relacionado à rede de fornecimento global de mercadorias e outro de excelência na América Latina. Esses bons resultados nos garantiram uma parceria que já dura oito anos.

Os produtos são totalmente diferentes, mas a lógica aqui é a mesma. Aplicando o rastreamento de produtos e também utilizando o conceito de PEPS (Primeiro que entra, primeiro que sai) ou PVPS (Primeiro que vence, primeiro que sai), menos carnes estragariam antes da hora e não teríamos lotes vencidos chegando até a mesa do consumidor. Você pode alegar que, no caso dos defensivos agrícolas, isso fica mais fácil por não ser um produto perecível como alimento, mas posso falar de outra empresa do ramo alimentício que já utiliza esse procedimento para rastrear o leite de caixinha e funciona da mesma forma.

Ter a informação detalhada sobre cada passo do seu produto garante segurança e a qualidade das mercadorias produzidas e comercializadas. É preciso investir já na modernização deste e de outros setores tão essenciais para o crescimento do nosso País.

Tio João estima aumentar em 30% exportação de arroz

Ampliar a presença no mercado do Oriente Médio é uma das metas da Josapar, líder nacional no mercado de arroz e detentora da marca Tio João, para o próximo ano. Entre os dias 12 e 15 de novembro, a empresa irá participar pela primeira vez da Foodex Saudi, feira focada em alimentação que acontece em Jeddah, na Arábia Saudita.

Para Luiz Eduardo Yurgel, diretor de exportação da Josapar, a participação no evento será essencial para fortalecer a atuação neste mercado. “Os consumidores da Arábia Saudita primam por um arroz de qualidade e por isso temos uma ótima aceitação neste mercado”. O executivo prevê um crescimento de até 30% na exportação de arroz para esse país.

Com foco na comercialização do arroz tipo parboilizado, a Josapar já atua na região há cinco anos. Atualmente, 10% do volume de arroz exportado pela companhia tem como destino o Oriente Médio. Ao todo, as exportações da Josapar representam 10% do faturamento total da empresa.

A participação na Foodex Saudi é uma ação do projeto Brazilian Rice, iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o incentivo às vendas de arroz do Brasil no mercado internacional. A feira irá reunir 214 expositores, 520 marcas e representantes de 32 países.

Produzindo qualidade desde 1922 e líder nacional do mercado de arroz, possui unidades industriais em Pelotas (RS), em Recife (PE), Itaqui (RS) e Campo Largo (PR). Além do tradicional Arroz Tio João, a Josapar está presente no mercado com o arroz e o feijão Meu Biju, a linha de alimentos em pó à base de proteína isolada de soja – SupraSoy, entre outras marcas, como Azeite Nova Oliva, Soy+, Beleza, Exato, Tio Mingote e No Ponto.