Varejo compreendeu que caminho é multicanalidade, aponta pesquisa

Autor: Grupo ECC – DOM Strategy Partners, RAPHAEL MATHIASFonte: Você Informa • 28 de abril de 2017 às 18:30

DOM Strategy Partners ouviu mais de 500 empresas varejistas com o objetivo de descobrir em quais canais elas pretendem focar suas atuações

A DOM Strategy Partners, consultoria 100% nacional focada em estratégia corporativa, realizou uma pesquisa com 529 empresas varejistas para descobrir em quais canais digitais elas pretendem focar suas atuações multicommerce neste ano.

Os supermercados e hipermercados são os segmentos mais propensos a investirem em plataformas digitais como forma de maximizar a experiência multicanal com o cliente. De acordo com o levantamento, 84% das companhias com este tipo de comércio deste modelo de comércio revelam que pretendem intensificar suas estratégias omnichannel focando em lojas virtuais. Outros estabelecimentos foram avaliados e os índices seguem com moda/têxtil (62%), franquias (61%) e flagships, conhecidas também como lojas conceito (58%).

Enquanto as lojas físicas olham para o ambiente online, o e-commerce, que já possuí presença consolidada na web, tem a intenção de fortalecer o atendimento ao cliente nas redes sociais, nos aplicativos e no modelo door to door (entrega porta a porta). A pesquisa aponta que 33% das lojas que vendem artigos esportivos na internet pretendem direcionar seus esforços nas redes sociais e nos aplicativos. Em drogarias, 49% dos entrevistas falaram da meta de ampliar o ponto de contato com o consumidor em sites de relacionamento como Facebook, Instagram e Snapchat.

Já o sistema door to door aparece na lista como foco de 47% das lojas de cosmético e beleza, de 39% das livrarias e dos personal exchange (C2C). Em contrapartida, 42% dos estabelecimentos no formato Pick & Buy, que engloba lojas com conceito AM/PM, quer focar a sua atuação multicanal nas lojas físicas, fazendo o caminho inverso da maioria das varejistas de ir do ambiente online para o offline.

“A pesquisa constatou que as varejista são cientes de que o consumidor não distingue mais online do offline. O desafio atual do varejo é o canalizar por quais meios mútuos serão realizados o relacionamento com o cliente. Esteja ele conectado às redes sociais, compartilhando, validando suas opiniões com amigos, pesquisando, indicando, aprendendo e desenvolvendo um ponto de vista. O varejo compreendeu que o caminho para estar mais próximo do consumidor final é a multicanalidade”, diz Daniel Domeneghetti, CEO da DOM Strategy Partners.

Oito lojas do GPA serão inauguradas até o início do 3º trimestre

Os formatos serão os de proximidade e o cash & carry devido ao maior retorno

O GPA deverá abrir as portas de sete lojas Assaí e um Minuto Pão de Açúcar até o início do terceiro trimestre deste ano. Entre as unidades de atacarejo, cinco serão conversões do Extra Hiper e duas referem-se a novas construções. A expansão segue o foco estabelecido pela companhia de priorizar os formatos com maior retorno em vendas e lucratividade.

Nos três primeiros meses deste ano foi inaugurado um Pão de Açúcar. A companhia também contou com 48 adesões ao Projeto Aliados CompreBem. Nele, a companhia se torna fornecedor de pequenos varejistas, além de auxiliar em questões como gerenciamento por categorias e departamentalização. Ao todo, o programa já conta com 150 estabelecimentos.

Paralelamente, o GPA está revendo seu parque atual de lojas. Também no primeiro trimestre, foram fechadas 16 unidades: 10 Minimercados Extra, 1 supermercado Pão de Açúcar; 1 Assaí, além de 1 posto de gasolina e 3 drogarias.

Melhoria do Ebitda
O GPA registrou um aumento de 15,7% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado em valor nos primeiros três meses do ano. Com isso, alcançou R$ 481 milhões no período. Já o percentual sobre a receita líquida teve uma ligeira alta de 0,4 ponto percentual (pp) e atingiu 4,6%.

Segundo a empresa, entre os fatores que contribuíram para a melhora, estão o crescimento do lucro bruto (lucro comercial) em 7,8% no período e a queda 0,4 pp nas despesas com vendas, gerais e administrativas.

Venda de ovos de Páscoa nos supermercados cresceu 16% neste ano

Comercialização de chocolates em geral, como caixas e barras, tiveram alta de 10,7%

Estratégia de lançar produtos mais enxutos ajudou a convencer o consumidor Rafael Hupsel/Folhapress

A Páscoa deste ano foi mais doce. A revisão do portfólio e a manutenção dos preços, na medida do possível, ajudou. Como reflexo, as vendas de ovos de Páscoa pelo varejo supermercadista nas duas semanas que antecederam o feriado cresceram 16% em relação ao mesmo período de 2016, segundo dados da NeoGrid/Nielsen.

A comercialização de chocolates em geral, como caixas e barras, tiveram alta de 10,7%.

A estratégia de lançar produtos mais enxutos, com peso menor e apenas repassando a inflação para os preços ajudou a convencer o consumidor.

Além disso, a Páscoa deste ano também ocupou um menor espaço nas gôndolas dos supermercados. Como consequência da produção reduzida, a devolução de produtos do varejo diminuiu.

Terminal de autoatendimento da Consinco reduz em 30% filas nos supermercados

Empresa já implementou 80 equipamentos de self-checkout no País, na Paraíba, em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e tem outros 50 a ser instalados até o final do semestre.

Tecnologia estará em exposição durante a APAS Show 2017, que acontece de 2 a 5 de maio, no Expo Center Norte

São Paulo, 28 de abril – A Consinco, maior desenvolvedora de sistemas de gestão (ERPs) para o atacado e varejo alimentar do País, aposta nos terminais do self-checkout como uma das principais tendências tecnológicas do setor que prometem mudar a experiência de compra dos consumidores, cada vez mais, exigentes em relação à praticidade, eficiência e qualidade no atendimento. Para demonstrar as inovações que fazem parte do supermercado do futuro, a empresa levará seu terminal à APAS Show 2017, que acontece entre os dias 2 e 5 de maio, no Expo Center Norte, em São Paulo. A Consinco participa do evento pelo 9º ano consecutivo, que, desta vez, prevê atrair mais de 70 mil visitantes, entre empresários, representantes do setor varejista e público geral.

O self-checkout é um modelo de caixa inteligente de autoatendimento, que permite ao cliente realizar, sozinho, todas as etapas da compra numa loja, desde pesar os produtos e registrar os códigos de barras no leitor até efetuar o pagamento. Além de maior comodidade aos clientes, o equipamento permite aos lojistas reduzir, em até 30%, o tempo de espera nas filas dos supermercados.

Com sistemas intuitivos e personalizáveis, os terminais foram projetados com recursos de áudio e vídeo para orientar os consumidores. Basta passar os produtos no leitor de código de barras para registrar a compra. Toda a operação é realizada por meio de monitores touch screen. As máquinas são equipadas com sistema antifraude, composto por câmeras e balanças, para garantir ao lojista a segurança de verificar se o cliente registra todos os itens de compra. A tecnologia foi desenvolvida no Brasil pela Laurenti, líder da América Latina em solução de caixas automáticos (ATM, a sigla em inglês para Automatic Teller Machine), e utiliza periféricos 100% nacionais.

Mercados em operação

A empresa já atingiu a marca de 80 terminais de autoatendimento em operação no Brasil, em aproximadamente 30 cidades brasileiras, abrangendo os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Distrito Federal. Outros 50 terminais já foram adquiridos pelos clientes, devendo ser instalados até o final do semestre. “O crescimento da demanda por self-checkouts evidencia a tendência do varejo alimentar em investir cada vez mais em comodidade e facilidade para os clientes”, diz o executivo Silvio Sousa, diretor comercial da Consinco.

A implementação mais recente dos “caixas inteligentes” da Consinco ocorreu na loja central do RedeCompras Supermercados, na cidade de Campina Grande, na Paraíba, a primeira rede do Nordeste a investir na nova tecnologia. Quatro equipamentos foram instalados na unidade. A Consinco também foi pioneira em Santa Catarina, com a implementação dos primeiros self-checkouts do Estado nas unidades da Imperatriz Gourmet, em Florianópolis.

Antes de chegar nas regiões Nordeste e Sul do Brasil, a Consinco já havia conquistado mercado no interior de São Paulo, com os primeiros terminais instalados, no final de 2015, em lojas da rede Savegnago, um dos maiores grupos supermercadistas do Brasil. A empresa equipou suas lojas em Ribeirão Preto, São Carlos e Barretos. A tecnologia também chegou às cidades de Piracicaba, em uma das lojas da rede Delta, e Rio de Janeiro, no Empório Farinha Pura, em Botafogo.

Sobre a Consinco
Fundada em 1990, a Consinco é líder no fornecimento de sistemas de gestão corporativa para as maiores empresas de varejo, atacado e distribuição do Brasil. Atualmente, seus sistemas rodam em mais de 2.600 pontos de venda e são operados por cerca de 65 mil usuários. A empresa está presente em 36% dos maiores varejistas e 50% dos maiores atacadistas de autosserviço do País, segundo os rankings de 2016 da ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados) e da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores). Presente em 220 grupos empresariais, a Consinco atua em 25 Estados e emprega 360 colaboradores diretos.

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Startup mapeia presença e comportamento do consumidor em supermercados

Sexta, 28 Abril 2017 15:09 Escrito por OPA Assessoria em Comunicação
Simples e de baixo custo sistema transforma mercados convencionais em smart retails; piloto está coletando dados e analisando experiência dos clientes em loja de 2 mil m2 no interior paulista

A FishTank, startup acelerada pelo SEVNA Seed dentro do SUPERA Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto, está presente na APAS Show 2017, dentro do estande da Consico (pavilhão Branco, estande 441), mostrando sua tecnologia inédita para a coleta e análise de informações sobre o comportamento dos consumidores supermercados.

A tecnologia da FishTank mapeia com precisão a experiência de clientes e sua localização em ambientes comerciais por meio dos sinais da antena de wi-fi de celulares. Com isso, a ferramenta oferece informações relevantes aos gestores que atuam nas áreas de operações, marketing e vendas, incluindo tempo de permanência, taxa de retorno, quantidade de novas visitas, fluxo de passantes, hotzones e muito mais.

Durante a feira os visitantes poderão observar como funciona o monitoramento do fluxo de clientes observando o fluxo em tempo real e o histórico de movimentação de pessoas no próprio estande da Consico, empresa que realizou um aporte na empresa em 2016. “É uma tecnologia simples, barata e invisível aos olhos do cliente”, afirma Fernando Machado, fundador da FishTank. “É importante destacar que o sistema não fere a privacidade do usuário do aparelho já que utiliza o sinal público de wi-fi e não acessa seus dados pessoais”, destaca o co-founder da startup, Rodrigo de Almeida.

Piloto – A tecnologia está sendo testada em um supermercado com cerca de 2 mil metros quadrados de área de vendas, em Ribeirão Preto. De forma inédita, o sistema está mapeando o fluxo e o comportamento de clientes dentro da loja. Para isso, foram instalados 35 sharks, como são chamados os diminutos equipamentos de monitoramento que cabem na palma da mão.

Sobre o SEVNA Seed
O SEVNA Seed é a aceleradora de startups mantida pelo Instituto SEVNA, com sede no Supera Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto (SP). Fundado em 2011 por 10 empresários bem-sucedidos da área de tecnologia da informação, o instituto agrega a experiência destes empreendedores na consolidação de negócios que são exemplos de como vencer através de ideia inovadora, competência e capacidade de execução. Atualmente, o SEVNA Seed reúne um portfólio de 9 startups avaliadas em R$ 22,7 milhões.

Sobre a Consinco

Fundada em 1990, a Consinco é líder no fornecimento de sistemas de gestão corporativa para as maiores empresas de varejo, atacado e distribuição do País. Atualmente, seus sistemas rodam em mais de 2.600 pontos de venda e são operados por cerca de 45 mil usuários. A empresa está presente em 35% dos maiores varejistas e 30% dos maiores atacadistas do País, segundo os rankings de 2016 da ABRAS (Associação Brasileira dos Supermercados) e da ABAD (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores).

Supermercados Ikeda de Dracena adere à acessibilidade com carrinhos de compras adaptados

Por DA REDAÇÃO

Na quarta-feira (26), representantes do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência-Comdefi e um grupo de mães de crianças autistas estiveram no Supermercado Ikeda e agradeceram a equipe pela aquisição de carrinhos de compras adaptados.

De acordo com a presidente do Conselho, Any Kelle Nascimento, foi solicitado aos supermercados da cidade que adquirissem e disponibilizassem carrinhos de compras adaptados. O Supermercados Ikeda atendou ao pedido ao adquirir dois carrinhos para adultos e dois carrinhos para crianças.

Fidelização de Clientes no e-Commerce de Supermercados

Internet / O SiteMercado (www.sitemercado.com.br), empresa especializada em e-commerce para supermercados, consolidou dados de um ano de trabalho e obteve uma informação surpreendente quanto à fidelização dos clientes no e-commerce dos supermercados.

Os números da operação, que conta com 40 redes e 68 lojas ativas, mostram que somente 4% dos clientes migraram de um supermercado para outro ao longo do ano. Os números contam ainda que esta migração está diretamente relacionada ao processo de atendimento da loja, ou seja, se o cliente estiver satisfeito com os serviços de separação, entrega ou retirada, ele não mudará de supermercado.

A importância deste número significativamente baixo contradiz uma preocupação muito grande do supermercadista ao analisar a operação de um e-commerce: a preocupação de que o cliente migrará para a concorrência, ou ainda, que vai utilizar o canal de e-commerce para comparar preços e optar pelo mais barato.

Segundo Gabriel Moreno, Diretor do SiteMercado, os números mostram que a qualidade do serviço influencia muito mais do que o próprio preço, que por si é regulado pelo mercado.

Mais uma vez, o e-commerce se mostra como uma importante vantagem competitiva para o supermercadista, uma vez que os custos para captação de clientes com as mídias online são baixos frente às mídias off-line e, uma vez captado o cliente, é só fazer a lição de casa bem-feita: separar adequadamente os pedidos e entregar no tempo proposto que, assim, 96% deles serão consumidores fiéis de sua loja online.

Website: https://www.sitemercado.com.br

Mercadinhos de bairro ficam mais sofisticados e se diferenciam dos tradicionais secos e molhados

Com produtos artesanais ou orgânicos e locais próprios para comer e beber, comércios buscam aproximação com a clientela 

Por: Bruna Vargas

29/04/2017 – 04h00min | Atualizada em 29/04/2017 – 04h00min

Uma rebelião silenciosa, aos poucos, modifica o estilo de um dos tipos de comércio mais característicos dos bairros de Porto Alegre. Entre as centenas de mercadinhos espalhados pela cidade, surgem os que não se contentam em ser apenas alternativa rápida às grandes redes de supermercado. E demarcam território criando um ambiente agradável e se especializando em opções que vão de produtos coloniais e vegetais orgânicos a pães e cervejas especiais.

Está nas prateleiras a principal diferença entre eles e os tradicionais secos e molhados que tantas vezes socorreram você na volta para casa. Nos mercadinhos repaginados, o básico foi sofisticado: além dos produtos de sempre, somaram-se outros, artesanais, orgânicos ou funcionais. Em alguns casos, os itens "gourmet" preponderam sobre o resto.

— De uns meses para cá, diversificamos mais os produtos. Colocamos coisas mais funcionais, sem glúten, sem lactose, orgânicos. É o que está em evidência. Não adianta ficar parado no tempo — conta Paulo Oscar de Souza, que após uma reforma transformou o Armazém Alberto, na Rua Cabral, em Armazém 166.

Os pequenos comércios de bairro também estão com fachadas mais acolhedoras e lugares para consumo de alimentos e bebidas, dentro ou fora do estabelecimento. Em comum, ganharam a simpatia da vizinhança e um feito invejável: prosperam em meio à crise econômica.

— Os pequenos comércios entendem os consumidores. O que é igual em qualquer lugar, se pode comprar num e-commerce. Mas, para quem está buscando uma coisa artesanal, cada vez mais esses pequenos comércios vão fazer mais sentido — avalia Liliane Rohde, professora de comportamento do consumidor e pesquisadora de marketing da ESPM-Sul.

Conforme a professora, os mercadinhos gourmetizados não são só um fenômeno do presente, mas um caminho apontado por estudiosos já há alguns anos como futuro do consumo. Ele deve ser polarizado: de um lado, as grandes redes, com múltiplas opções industrializadas a baixo custo. De outro, os comércios de bairro oferecendo produtos especiais, artesanais, locais, orgânicos ou funcionais. A visão é compartilhada pelo Sebrae-RS, que atua junto a empreendedores do segmento.

— É difícil um mercadinho competir por preço. Ele vai competir por conveniência ou diferenciação. E as pessoas estão buscando produtos de verdade, cerveja de verdade, comida de verdade. Querem saber de onde as coisas vêm. É uma grande oportunidade, tanto para pequeno produtor quanto para esse tipo de varejo, que tem facilidade de acesso a esses produtos — observa Roger Klafke, coordenador de projetos da Indústria, Varejo e Serviços de Alimentos e Bebidas do Sebrae-RS.

Klafke considera ainda que os mercadinhos de bairro gourmet democratizam o acesso aos alimentos, contribuindo para que pequenos produtores se coloquem no comércio. Mercadorias artesanais em que o Rio Grande do Sul já se destaca, como cerveja e queijos, podem ser usadas por quem quer modificar seu negócio mas não sabe por onde começar, observa.

Para os especialistas, a mudança em curso é saudável para a cadeia produtora de alimentos e abre espaço para pequenos empreendedores crescerem de forma sustentável. E atendem a uma tendência cada vez mais forte de consumo: a busca por autenticidade.

— Os mercadinhos têm um pouco esse apelo de volta às origens, porque neles toda a história (de um produto) está interligada. A sensação de proximidade entre quem compra e quem produz não tem preço. As pessoas buscam uma coisa especial, que não seja algo que sempre fazem, e que traga alguma compensação. Elas pagam por essa diferenciação e por essa emoção — diz Liliane Rohde.

Mercados Públicos resistem, apesar de novos concorrentes

Permissionários, com mais de 20 anos de trabalho, reclamam da falta de novo público, mesmo com a importância cultural dos equipamentos para a história da cidade

As estruturas metálicas desgastadas e cobertas por tinta para disfarçar os efeitos do tempo contam a história de quem vive nos boxes do Mercado São Sebastião e do Mercado Central. Os equipamentos continuam vivos para os fortalezenses, mas os comerciantes sentem um vazio criado com a construção de novos prédios comerciais, supermercados e shoppings. Raízes, ervas, panelas de pressão, vasos de barro, rendas, frutas e verduras dividem espaço com pen drives, caixas de som, brinquedos para crianças entre outros itens eletrônicos. A típica panelada, a buchada, o sarrabulho e a língua de boi têm concorrência com restaurantes e lanchonetes.

A vida dos mercados públicos de Fortaleza pode ser relembrada em diferentes partes do Centro. Um dos equipamentos mais famosos foi o Mercado de Ferro, em 1897. Historiadores contam que, meses depois da inauguração, ele foi encerrado pela precariedade. As armações metálicas foram desmembradas: uma parte da estrutura importada foi para o bairro Aldeota, no que é hoje o Mercado dos Pinhões. A outra parte foi para a Praça Paula Pessoa, no Mercado São Sebastião.

Com 213 anos resistindo em diferentes prédios, o Mercado Central, localizado atualmente na Av. Alberto Nepomuceno, abriga 553 boxes, distribuídos em cinco pavimentos, sendo um deles destinado a estacionamentos. Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Fortaleza (Setfor), a média diária do local na baixa estação é de 1.500 a 2.000 pessoas, já aos sábados e feriados, o Mercado chega a receber até 5 mil pessoas por dia.

O vendedor de redes Francisco Dennys Bastos, 54, trabalha há 20 anos no Mercado Central. Ele afirma que o tempo tem sido generoso com as vendas, mas sente falta de um movimento maior de turistas e até mesmo dos fortalezenses. O presidente da Associação dos Lojistas do Mercado Central (Almec), o empresário José Aquino Paulino, traça o perfil do usuário do equipamento ainda como sendo o do turista. "Recebemos famílias jovens na maioria da região Sul e Sudeste do País. As redes e os bordados são os itens mais procurados nos boxes".

Direto do Sul, a gaúcha Carla Brasil, 32, com bochechas rosadas pelo forte sol tomado nas Praias cearenses, veio a Fortaleza com intuito de participar de um congresso de saúde e visitou o Mercado Central pela primeira vez. "Eu já tinha vindo com amigos um ano atrás no Centro. O artesanato é o que mais chama minha atenção". A amiga de Carla, a engenheira Marcela Soqueta, 28, conta que no Sul não existem tantos mercados . "Faz falta espaços assim. Eles contam a história da cidade e o que o povo fez para crescer", ressalta.

Da metrópole São Paulo, Eliane Ghiraldi escolheu a Capital cearense como a primeira cidade do Nordeste a ser visitada. "A gente escutou muita informação boa sobre Fortaleza. Lá em São Paulo, o mercado é o cartão postal da cidade. As pessoas têm o hábito de ir na semana. Não é apenas um local de passagem. Aqui eu vejo que é mais frequentado por turistas".

Diferenças

Situado na Rua General Clarindo de Queiroz, o Mercado São Sebastião, com 121 anos, tem um perfil diferente de usuário do Mercado Central. Frequentado por donas de casa e cozinheiros, o espaço é conhecido por produtos frescos e de qualidade. Os dedos que apertam as verduras nos boxes são de fortalezenses que também comem a buchada, o sarapatel e a panelada. As amigas aposentadas Lucy de Sousa Ramos, 82, e Helena Sampaio, 73, são usuárias assíduas. Após as aulas no Serviço Social do Comércio (Sesc) elas almoçam juntas no Mercado. "A comida aqui tem gosto de casa, além de nos fazer lembrar dos tempos em que a gente vinha com os nossos familiares. Você já viu alguém passar mal comendo aqui? Não existe", diz Helena.

O descendente de alemão José Vilde Adriano, conhecido por "Louro da Palha", trabalha há 30 anos no mercado. O comerciante vende de argila a fumo em rolo. Ele conta que quem utiliza o Mercado São Sebastião é um público fiel que mora no entorno do prédio. "Temos clientes fixos com mais de 10 anos de mercado. Sentimos falta de gente nova", ressalta. Em casa, o filho de Vilde se prepara para assumir o posto do pai. O jovem estuda administração. "Eu quero que ela continue nossa história".

"Em meio ao avanço de prédios comerciais e estabelecimentos alimentícios, o desafio do poder público com os mercados é o de criar mecanismos que possam garantir a sobrevivência do hábito de ir ao mercado público". É o que analisa a professora da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará (UFC), a doutora em sociologia Lara Capelo. "O fortalezense tem a cultura de achar que existem lugares que são só para turistas". Segundo Capelo, a ausência de novo público sentido pelos permissionários se soma à falta de políticas públicas culturais de integração dos dois equipamentos. "É preciso que se preserve as tradições. Ali é o começo da cidade. Quem vem de fora precisa de um ponto referencial por onde a cidade começou. Sem falar na relação afetiva criada por quem trabalha no entorno", analisa.

Preservação

Sobre a atuação da Prefeitura de Fortaleza nos mercados municipais, algumas medidas devem ser tomadas pelo poder público nos próximos meses é o que afirmam os secretários de Turismo e da Regional do Centro. O titular da pasta de Turismo, Alexandre Pereira, afirma que está articulando o projeto "Rota dos Mercados", além do reforço das estruturas metálicas dos dois equipamentos. A intenção é que a partir do segundo semestre deste ano, um ônibus panorâmico, nos moldes dos utilizados na cidade de Londres, faça um roteiro percorrendo os dois mercados.

Outra medida que está sendo articulada por uma consultoria paulista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) é a capacitação dos permissionários. "Um equipe vai capacitar os donos de boxes com cursos de higienização e atendimento ao público. A ideia é que eles se atualizem, mas permaneçam com suas raízes", destaca Pereira. O gestor ressalta que os profissionais são os mesmos que fizeram a capacitação dos comerciantes do Mercado Municipal de São Paulo.

Já no Mercado São Sebastião, de acordo com o titular da Pasta do Centro, Adail Fontenele, uma capacitação foi feita com 28 permissionários e outros 60 donos de boxes devem receber o mesmo curso nos próximos meses. A estrutura da área interna do prédio também vai ser reforçada.

Entrevista com Miguel Ângelo de Azevedo (Nirez)*

*Jornalista e memorialista

Prédios são esquecidos por parte da juventude

Como você avalia a estrutura dos Mercados?

Eu acho que o poder público tem grande responsabilidade pela morte de um mercado central principal. Antes, tínhamos um no prédio onde funciona hoje no Banco do Nordeste (BNB). Abrem um outro prédio como o mesmo nome, sem ter as mesmas funções. Passou a ser mais um centro de artesanato competindo com os centros culturais. Não temos a rigor um mercado central como em toda Capital.

Os jovens estão esquecendo dos mercados públicos?

Se você for perguntar a um jovem o que funciona no Mercado São Sebastião, ele vai dizer que é uma feira de artesanato. É preciso fazer uma preservação da identidade desses espaços. A cultura dos shoppings pegou no fortalezense. O avanço da economia também esvaziou esses espaços. Para a juventude, é mais fácil ir no supermercado do que se deslocar ao mercados populares.

Em recessão, Brasil vira campo de batalha de gigantes francesas

Fabiola Moura

28/04/201714h40

(Bloomberg) — As gigantes francesas do setor de varejo Carrefour e Casino Guichard-Perrachon passaram anos disputando o domínio de seu território doméstico. Agora, o novo campo de batalha das duas empresas fica a quase 10 mil quilômetros de casa.

O Brasil, maior economia da América Latina, se transformou em fator-chave para aumentar os lucros do Carrefour nos últimos anos em meio ao crescimento decepcionante na França. A receita trimestral nas lojas da empresa abertas há pelo menos um ano no Brasil subiu entre 5,6% e 13% desde o terceiro trimestre de 2013, resultado excepcional em um país atravessando a pior recessão de sua história.

Mas enquanto as operações locais do Carrefour prosperavam, o crescimento do Casino vinha ficando para trás nos últimos anos — até recentemente. A unidade brasileira do Casino, conhecida como GPA, divulgou um salto de quase 6% nas vendas das mesmas lojas no primeiro trimestre, igualando o desempenho do Carrefour pela primeira vez em mais de dois anos. O resultado fez as ações do GPA darem o maior salto em um ano.

Com o crescimento das expectativas de que o Brasil está pronto para virar a página e deixar a crise para trás, ambas as empresas estão se posicionando para o próximo período de expansão.

"No Brasil, quando as coisas vão mal, vão mal mesmo, mas quando a situação começa a melhorar, melhora rapidamente", disse Dave Marcotte, vice-presidente da empresa de pesquisa Kantar Retail, de Tucson, Arizona, EUA.
Rivalidade

O GPA, cujo nome completo é Companhia Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar, informou na noite de quinta-feira que os resultados ajustados antes de juros, impostos, depreciação e amortização aumentaram 16% no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, para R$ 481 milhões (US$ 151 milhões).

Os analistas haviam projetado R$ 459 milhões em média. O Casino divide o controle do GPA com a Almacenes Éxito, rede de varejo colombiana na qual o Casino possui participação majoritária.

A rivalidade entre Casino e Carrefour vai além de suas raízes francesas. O GPA foi fundado há mais de seis décadas por Valentim Diniz, que transformou uma pequena padaria na maior rede de supermercados do Brasil.Diniz morreu em 2008. Seu filho bilionário, Abílio, travou — e perdeu — uma batalha amarga pelo controle do GPA com o Casino que resultou na saída do magnata. Ele, então, começou em 2014 a acumular uma participação na rival Carrefour e se tornou o terceiro maior acionista da empresa.

Abílio Diniz, 80, atualmente é membro do conselho do Carrefour. Em 12 de abril, a rede varejista escolheu Flavia Almeida, diretora da Península Participações –family office de Diniz– para ocupar um segundo assento no conselho.
'Atacarejo'

O investimento pioneiro que o Carrefour fez no chamado "atacarejo" foi um grande sucesso entre os brasileiros, que enfrentam um índice de desemprego recorde de 13% e amplos cortes nos benefícios sociais.

A rede Atacadão da empresa vende em grandes quantidades a pequenas empresas e a famílias de classe média em busca de preços mais baixos, ampliando as vendas do Carrefour mesmo apesar de as vendas do varejo em todo o país terem caído pelo 23º mês consecutivo em fevereiro.

"O Brasil se transformou na joia da coroa, com a ida dos consumidores ao Atacadão durante a recessão", escreveram analistas do UBS em relatório de 10 de abril aos clientes. O Carrefour vem estudando uma oferta pública inicial de sua unidade brasileira e vê condições para a melhora da transação, disse o diretor financeiro Pierre-Jean Sivignon em conferência com jornalistas, no início de março.

O IPO incluiria o Atacadão, disseram duas pessoas próximas às discussões à agência de notícias Bloomberg no mês passado. O Carrefour comprou a empresa por US$ 1 bilhão em 2007 e ampliou sua rede de 34 lojas para 136, representando mais da metade da receita do grupo no Brasil, disse uma das pessoas. O Assaí, versão do modelo atacadista do GPA, conta com 106 lojas que responderam por cerca de 30 por cento das receitas do grupo no primeiro trimestre. O Wal-Mart, terceira maior rede de varejo do Brasil, opera 44 lojas atacadistas Maxxi.

O GPA fechou 20 lojas no primeiro trimestre, incluindo cinco hipermercados que serão convertidos em lojas Assaí — um sinal de que a empresa está aprendendo com o sucesso do Carrefour. O GPA pretende converter de 15 a 20 Extras em Assaí e abrir 8 novas lojas no formato atacarejo neste ano, e esse número pode inclusive crescer, disseram os executivos da empresa em teleconferência de resultados.

"O Casino e o Wal-Mart seguiram o exemplo", disse Marcotte, da empresa de pesquisas Kantar, "mas estão muito atrás".

Abordar o cliente na porta da loja ou desconhecer os produtos são alguns dos erros cometidos por vendedores que fazem clientes desistir da compra; clique nas imagens acima e veja seis hábitos ruins apontados por Luis Henrique Stockler, da consultoria baStockler, Carlos Cruz, do Instituto Brasileiro de Vendas, e Claudio Felisoni, professor da Fundação Instituto de Administração