Extra irá reconstruir supermercado no Centro

Rede prepara documentação; comerciantes da Rua Paulo Barbosa torcem para a volta da loja
Philippe Fernandes

O Grupo Pão de Açúcar, controlador da rede de supermercados Extra, já enviou o projeto da reconstrução da unidade da Rua Paulo Barbosa para a Prefeitura. A loja foi destruída em setembro do ano passado, após um incêndio. A rede espera a análise do governo municipal, que pode autorizar o início das obras ou exigir adequações.

De acordo com informações obtidas pelo Diário, o GPA tem todo o interesse em iniciar as obras e retomar a operação do local. Procurada pelo jornal, a rede confirmou que “está providenciando os documentos necessários junto aos órgãos responsáveis para, assim, ter autorização para iniciar as obras”.

O início das obras do supermercado, que funcionou por mais de 40 anos e era um dos mais tradicionais da cidade, é aguardada com muita expectativa pelos comerciantes do entorno. Isso porque, além das pessoas que circulam normalmente na região – onde param ônibus de diversos bairros, como Valparaíso, Coronel Veiga, Quitandinha, Independência, Corrêas e Itaipava – o estabelecimento atraía público de todo o Centro Histórico e isso se refletia em diversos estabelecimentos da região.

Para Fernanda Antunes, proprietária de uma loja de utilidades da Paulo Barbosa, houve uma queda no movimento, e um mercado daquele porte “faz falta”.

– O baque inicial, após o incêndio, foi mais forte. Depois, deu uma estabilizada. Mas, mesmo assim, faz falta pra gente, porque movimenta mais a rua. Muitas pessoas circulavam por aqui para irem ao mercado, e acabavam comprando alguma coisa nas demais lojas da rua também. Além disso, como consumidora, acho que ter mais concorrência é melhor – afirmou Fernanda.

A gerente de uma loja de calçados, Meriele Guarisa, concorda.

– O movimento caiu desde o incêndio. Depois dos primeiros dias, até começou a melhorar, mas o ideal para nós é a volta do mercado, pelo fluxo de pessoas que ele traz – acredita.

Outro setor que sofreu perdas com o acidente foi o táxi da região. Havia, inclusive, um ponto localizado na Travessa Prudente Aguiar, que tinha entre os clientes do supermercado, boa parte do seu público.

– Após o incêndio, mudamos a rota e perdemos um pouco do número de clientes. O nosso ponto ficava ali e hoje estamos na Rua Dr. Porciúncula. No táxi, é difícil mensurar, tudo é muito incerto, mas o fluxo que havia ali no supermercado é muito grande. Acredito que houve uma queda entre 15% e 20%. Acredito que o retorno do supermercado, principalmente se for mais moderno que o atual, iria melhorar e recuperar as vendas pra gente também – disse o taxista Marcos Gusmão.

Além dos comerciantes, a volta do supermercado é esperada pelos consumidores. A empregada doméstica Cátia Tasse, por exemplo, mora no bairro Siméria e faz as suas compras nos mercados do entorno da Paulo Barbosa, próximo ao ponto de ônibus do bairro. A demolição do mercado resultou em menos um mercado para pesquisar os preços mais baixos.

– Tem que voltar. Pego ônibus aqui e sempre comprava, ainda mais quando tinha promoção. Sempre pesquiso os preços nos mercados da região, e perdemos uma opção – afirmou.

Relembre o caso

O incêndio no Extra começou na manhã do dia 23 de julho do ano passado. O fogo atingiu, inicialmente, o subsolo do supermercado, e depois se alastrou por todo o prédio, destruindo completamente a estrutura, que foi demolida. O incêndio durou três dias.

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