Fabricante da Dolly reabre fábrica e diz que foi vítima de fraude

O escritório de contabilidade está sendo investigado por ter desviado R$ 100 milhões destinados ao pagamento de impostos
Por Karin Salomão
24 maio 2017, 17h21

São Paulo – A Ragi Refrigerantes, fabricante da marca Dolly, reabriu sua fábrica depois de ter sido proibida de funcionar por conta de sonegação de impostos. Ela afirmou ser vítima do seu escritório de contabilidade, que agora é investigado pelo Ministério Público e a Polícia Federal.

A empresa é alvo da Operação Clone, da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Ela tem dívidas de R$ 2 bilhões no ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços) e estaria operando irregularmente, sem a devida inscrição estadual. Nos últimos anos, a companhia teve sua inscrição estadual cassada pelo Fisco.

Ela teria sido notificada pela Secretaria da Fazenda para prestar esclarecimentos, mas nunca respondeu. Segundo ela, o email para notificações de pendências era do próprio escritório de contabilidade e, por isso, ela não teria conhecimento das dívidas e desvios.

No último dia 19, os agentes da Secretaria investigaram seis instalações da companhia: três em Diadema, uma em Tatuí e em dois escritórios na capital paulista. Na ocasião, impediram a fábrica de Diadema de continuar funcionando.

Desde então, os executivos da Dolly firmaram um acordo com a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo a fim de quitar os tributos estaduais pendentes. As dívidas decorrentes da fraude continuarão a ser discutidas. Na segunda-feira, 22, a fábrica de Diadema voltou a operar normalmente, informou a Ragi Refrigerantes.

O escritório de contabilidade está sendo investigado por ter desviado R$ 100 milhões destinados ao pagamento de impostos, de acordo com a companhia.

O escritório, Raucci E Domingues Assessoria Contábil, também seria responsável por pagamentos de acordos trabalhistas. Segundo a empresa, o escritório pedia pagamentos para fechar acordos trabalhistas, que haviam sido arquivados pela Justiça do Trabalho, para depois embolsar a quantia. Mais de R$ 2,3 milhões teriam sido desviados dessa forma, diz a empresa.

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