Primeira indicação da combinação de imuno-oncológicos no Brasil é aprovada pela Anvisa

Segunda, 15 Janeiro 2018 16:55 Escrito por Patrícia Lázaro

Uso conjunto de nivolumabe e ipilimumabe, da farmacêutica Bristol-Myers Squibb, amplia opções de tratamento para pacientes com melanoma, o tipo mais grave de câncer de pele

A indicação do uso combinado entre os imunoterápicos Opdivo (nivolumabe) e Yervoy (ipilimumabe) para o tratamento de pacientes com melanoma avançado irressecável ou metastático acaba de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil. O regime de combinação apresentou aumento de taxa de sobrevida global de três anos tornando-se mais uma opção de tratamento para a população que enfrenta esse tipo de câncer no país.

Segundo Dr. Antonio Carlos Buzaid, chefe-geral do Centro de Oncologia Antonio Ermírio de Morais, do Hospital São José, ligado à Beneficência Portuguesa, esta aprovação representa mais uma sólida opção para pacientes com melanoma metastático. “Esta combinação de imunoterapia pode resultar em respostas duráveis, podendo levar a cura em uma parcela de pacientes, até mesmo com metástases cerebrais”, afirma o especialista.

Os resultados do estudo de fase III, CheckMate 0671, demonstraram percentuais significativos de sobrevida livre de progressão em pacientes adultos tratados para melanoma avançado. Na análise, que considerou o monitoramento mínimo de 36 meses, a mediana de sobrevida global ainda não foi atingida no grupo tratado com a combinação de nivolumabe com ipilimumabe e foi de 37,6 meses para o grupo tratado apenas com nivolumabe, em comparação com 19,9 meses no grupo tratado com ipilimumabe. Nivolumabe em associação com ipilimumabe e como monoterapia reduziu o risco de morte (HR – Hazard Ratio, na sigla em inglês) em 45% e 35% respectivamente, em comparação com ipilimumabe sozinho. As taxas de sobrevida global de três anos foram de 58% para a combinação de nivolumabe com ipilimumabe, 52% para nivolumabe sozinho e 34% para ipilimumabe sozinho. O regime de Opdivo com Yervoy demonstrou 58% de taxa de resposta objetiva, Opdivo como monoterapia 44% de resposta e Yervoy obteve 19%.

O uso combinado entre os imuno-oncológicos passa a ser uma opção com maiores chances de sucesso para os tipos mais agressivos de melanoma, como explica o oncologista clínico do A. C. Camargo Cancer Center, Dr. Milton Barros. “O melanoma em fase de metástase é uma situação clínica bastante heterogênea, em que determinadas apresentações como, por exemplo, metástases cerebrais, alta carga de doença e pacientes com elevação do DHL são sabidamente de pior prognóstico”, afirma. “São casos em que são necessárias terapias com maior poder de controle de doença. Nesse aspecto, a combinação de nivolumabe e ipilimumabe, de acordo com os dados do estudo fase III, Checkmate 067, demonstrou, maior taxa de resposta, sobrevida livre de doença e global quando comparado com ipilimumabe”, conclui Barros.

O estudo de fase III, CheckMate 067, duplo cego, randomizado, avaliou as duas terapias associadas, em comparação ao uso de Opdivo e Yervoy como monoterapia, em pacientes não tratados anteriormente com gene BRAF, mutação V600, e para casos graves de melanoma avançado. Cerca de 945 pacientes foram avaliados por 36 meses, tratados até a progressão da doença ou efeitos tóxicos aceitáveis.

Sobre o melanoma

O melanoma é um tipo de câncer que atinge os melanócitos, células produtoras de melanina, altamente letal devido à grande possibilidade de metástase.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), atualmente, no Brasil, a doença representa apenas 3% dos tumores malignos da pele, enquanto o câncer de pele representa 30% de todos os tumores malignos, no país e a estimativa de novos casos para os anos de 2016 e 2017 é de 5.670, sendo 3.000 em homens e 2.670 em mulheres.2

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a incidência do melanoma vem aumentando nas últimas quatro décadas. Por ano são registrados 132.000 novos casos em todo o mundo.3

Imuno-Oncologia na Bristol-Myers Squibb

Cirurgia, radioterapia, citotóxicos ou terapias-alvo têm sido as alternativas de tratamento para o câncer nas últimas décadas, entretanto a sobrevida a longo prazo e qualidade de vida continuam sendo prioridade para os pacientes com a doença em fase avançada.

Para atender a essa necessidade médica, a Bristol-Myers Squibb está liderando pesquisas em áreas inovadoras do tratamento de câncer, como a Imuno-Oncologia, que envolve agentes cujo mecanismo primário é estimular o sistema imunológico para combater o câncer. A empresa estuda uma variedade de compostos e abordagens imunoterapêuticas para pacientes com diferentes tipos de câncer, incluindo pesquisas sobre o potencial de combinações entre agentes imuno-oncológicos que têm como alvo diferentes caminhos no tratamento do câncer.

A Bristol-Myers Squibb está comprometida em avançar na ciência da Imuno-Oncologia com o objetivo de mudar a expectativa de vida e a maneira como os pacientes com câncer vivem.

Sobre a Bristol-Myers Squibb

A Bristol-Myers Squibb é uma biofarmacêutica norte-americana global cuja missão é descobrir, desenvolver e disponibilizar medicamentos inovadores que ajudem os pacientes a superar doenças graves. Para mais informações sobre a Bristol-Myers Squibb, visite http://www.bms.com/br

Fontes:
1. The New England Journal of Medicine – September 13, 2017
2. http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/
site/home/pele_melanoma/definicao
3. http://www.who.int/uv/faq/skincancer/en/index1.html

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