Remédios para emagrecer: vilões ou mocinhos?

Terça, 16 Janeiro 2018 18:52 Escrito por Carolina Peres
Está pensando em recorrer aos medicamentos para perder uns quilinhos? Aqui estão alguns fatos que você precisa saber antes de começar a usar um remédio para emagrecer

Para a maior parte das pessoas, emagrecer é um grande desafio. Não é à toa que existem no mercado tantas ofertas de remédios para emagrecer, acompanhados de relatos de pessoas perdendo 16, 20, 25 quilos em dois meses, até menos.

Para quem quer emagrecer, seja por motivo estético ou por motivo de saúde, é muito tentador fazer uso de remédios que prometem eliminar a gordura e inibir o apetite, tornando o emagrecimento um processo rápido e fácil.

No entanto, existem também inúmeros relatos de pessoas que tiveram sérios problemas de saúde fazendo uso de emagrecedores, incluindo casos de mortes. Então, como devemos encarar os remédios para emagrecer?

Esses medicamentos são facas de dois gumes, bem afiados. Se bem empregada, uma faca pode ser usada para todo tipo de benefícios úteis, incluindo uma bela e saudável refeição. Do contrário, a mesma faca pode ser usada como uma arma para ferir alguém.

Da mesma forma, apenas o uso responsável de emagrecedores pode fazer bem a quem quer ou precisa emagrecer. Vamos conhecer melhor alguns emagrecedores e alguns fatos que podem te ajudar a decidir se você deve ou não fazer uso de remédios.

Emagrecedores sacietógenos e anorexígenos

Os sacietógenos naturais são substâncias que produzem sensação de saciedade, ricos em fibras que não se dissolvem na água. Existem alimentos sacietógenos como banana, abacate, azeite de oliva e abobrinha.

No caso dos remédios para emagrecer, eles agem no sistema nervoso, mais especificamente nos neurotransmissores que transmitem a sensação de fome ao corpo, retardando seu trabalho. Assim, a pessoa se sente saciada rapidamente e evita ingerir muito alimento numa única refeição.

A sibutramina é uma substância sacietógenas receitada como remédio para emagrecer muito conhecida no Brasil. Essa substância foi criada inicialmente como um antidepressivo e foi alvo de uma suspensão temporária em 2013, mas a Anvisa decidiu manter seu uso após monitoração.

A bupropiona é outra substância sacietógena que recentemente tem ganhado popularidade na luta para emagrecer e para parar de fumar, mas, assim como a sibutramina, é na realidade um antidepressivo.

Já os emagrecedores anorexígenos são substâncias que têm a finalidade de levar à anorexia, ou seja, à repulsa ao alimento, à falta de apetite. São, em geral, da mesma família das drogas cocaína e crack e agem no sistema nervoso e no sistema cardiovascular.

Geralmente os anorexígenos são receitados apenas quando os sacietógenos não funcionam como esperado. O femproporex, por exemplo, é uma substância estimulante usada para controlar estresse e para suprimir o apetite.

Agora, a conhecida fenilpropanolamina, que era usada em antigripais e em remédios para emagrecer, está banida no Brasil há anos, depois de ser suspensa nos EUA devido à relação com casos de hemorragia cerebral.

Há pouco tempo, um boato nas redes sociais dizia que a fenilpropanolamina continuava presente nos antigripais vendidos no Brasil, mas a Anvisa rapidamente desmentiu a informação, assegurando que essa substância não está sendo usada por nenhum laboratório.

Todas essas substâncias têm efeitos colaterais que podem ser mais ou menos agressivos. Portanto, só devem ser compradas com receita médica.

Existem benefícios em usar remédios para emagrecer

A melhor forma de emagrecer é por meio de dieta saudável e atividade física e essa é a opção correta para os que querem emagrecer por razões estéticas. Segundo a legislação vigente no Brasil, remédios para emagrecer devem ser prescritos apenas para pessoas em situação de obesidade.

No entanto, para algumas pessoas que sofrem de obesidade, apenas dieta e exercícios podem não ser o suficiente. Existem aqueles que sofrem de compulsão alimentar causada por depressão ou ansiedade. Outras pessoas têm algum desequilíbrio hormonal.

Nesses casos, o médico pode recomendar um emagrecedor. O motivo para que apenas o médico possa receitar o remédio é que cada paciente tem um perfil, e para cada perfil existe um medicamento mais apropriado.

Dessa forma, enquanto alguns remédios para emagrecer agem para reduzir o apetite, ou a sensação de fome, outros vão controlar a ansiedade e podem ser receitados junto com antidepressivos. Mas o tamanho dos seus seios te incomoda? Talvez a melhor solução seja a mamoplastia.

Riscos do abuso de remédios para emagrecer

Todos os remédios para emagrecer causam efeitos colaterais. O médico deve conversar com o paciente sobre a melhor forma de lidar com eles. Aqueles a quem são receitados remédios para emagrecer têm de seguir uma dieta alimentar estrita e fazer exercícios físicos regularmente.

Não seguir as instruções médicas pode resultar em ganhar novamente o peso perdido após o fim do uso do medicamento, o que pode levar a pessoa ao temido efeito sanfona.

Já o abuso de emagrecedores e o uso sem supervisão médica podem causar dores de cabeça, insônia, diarreia, alterações de humor, problemas de memória, problemas cardíacos, dependência química e mesmo morte.

Emagrecer com responsabilidade

A melhor atitude para quem quer emagrecer é assumir a responsabilidade de cuidar bem do próprio corpo. Na realidade, os emagrecedores devem ser vistos como uma pequena ajuda na transição para uma vida mais saudável, não um milagre sendo realizado.

Fazer uso ou não de remédios para emagrecer é uma decisão pessoal, que deve ser tomada sob orientação médica. Sendo assim, esses medicamentos não são nem vilões nem mocinhos na busca por uma vida saudável – mas sim ferramentas úteis para alcançar um objetivo.

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