Vendas de festa junina de 2017 devem crescer até 15%

As vendas de produtos para Festa Junina devem crescer de 10% a 15%, pelo menos é o que indica a Associação Paulista de Supermercados (Apas). Entre os produtos estão, por exemplo, amendoim, milho para pipoca, canjica, milho, quentão, vinho quente e pinhão.

Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Apas, afirma que as Festas Juninas devem auxiliar o setor supermercadista no crescimento de 1% nas vendas em junho e julho, na comparação com o mesmo período do ano passado.

"Além da elevação de vendas dos produtos típicos nessa época, o setor de supermercados é impactado positivamente pelo maior fluxo e tráfego de consumidores nas lojas, que impulsionam a comercialização de outros produtos, tais como carnes, queijos e bebidas em geral. Com o clima mais frio, por exemplo, a venda de vinhos também é afetada positivamente", explica Mariano.

Fonte: Portal Giro News

Carrefour lança nova opção de sobremesa para o inverno

Bon Gateau, minibolo trufado com gotas de chocolate, da marca Carrefour, será comercializado nos hipermercados e supermercados da rede das regiões Sul e Sudeste.

São Paulo — Com a proximidade do inverno, a marca Carrefour lança uma nova opção de sobremesa ideal para a época mais fria do ano. O Bon Gateau, minibolo trufado com gostas de chocolate, pode ser saboreado quente acompanhado com uma bola de sorvete, seguindo a tradição do famoso doce francês Petit Gateau.

O lançamento do Bon Gateau conta com a dinâmica promocional “Leve mais, pague Menos”. Na compra de um pote de sorvete, o cliente levará o minibolo por apenas R$ 1,99. O produto, que abastecerá as gôndolas dos hipermercados Carrefour das regiões Sul e Sudeste, será comercializado em embalagem única de 100 gramas e foi desenvolvido em parceria com a Panificadora Cepam.

Marca Carrefour — O Carrefour foi o primeiro varejista no Brasil a unir a credibilidade de sua marca a uma linha de produtos. A marca Carrefour é comercializada na França desde 1985 e chegou ao Brasil em 1989. Pioneira neste segmento, a rede oferece de alimentos e utensílios domésticos até artigos de moda e decoração, dentre outros tantos produtos de alta qualidade a preços acessíveis. Ao todos são mais de 10 mil itens. Os produtos Carrefour aliam exclusividade a preços competitivos em relação às marcas líderes de mercado, conquistando clientes que buscam economia sem abrir mão da qualidade.

Atacadão terá capital aberto no País

– O grupo Carrefour, segundo maior varejista do mundo, deu partida ontem ao processo de listagem em bolsa das operações no Brasil, operação que envolverá uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do Atacadão.

A operação, que inclui ofertas primária (papéis novos) e secundária (ações detidas por atuais sócios) terá o Itaú BBA como coordenador líder, acompanhando de Bank of America Merrill Lynch, Goldman Sachs, JPMorgan, Bradesco BBI e do Banco Santander Brasil.

De acordo com informações no prospecto preliminar da operação, o Carrefour, o Carrefour Nederland e a Península, veículo de investimento da família do empresário Abilio Diniz, serão os vendedores na oferta secundária dos papéis.

A oferta prevê a listagem no Novo Mercado, segmento de mais alta governança corporativa da B3. A rede opera no país com Carrefour Hipermercado, Carrefour Bairro, Carrefour Express, Carrefour Drogaria, Carrefour Posto, Atacadão e Supeco, e em comércio eletrônico.

Os recursos captados com a oferta primária serão usados para pagar 'mútuos intercompany' (empréstimos entre as empresas do grupo); liquidar posições de swap detidas pelo Atacadão para mitigar a exposição cambial ligada a 'mútuos intercompany'; e reforço de capital de giro da empresa.

Com a operação, a varejista francesa planeja acelerar a expansão das atividades no país, seu segundo maior mercado depois da própria França.

Em março, Diniz havia dito que a listagem das ações poderia ocorrer em meados de 2017, se houvesse sinais de que a economia brasileira estava saindo da recessão.

A iniciativa do Carrefour reforça a leitura de que a captação no mercado de capitais doméstico dá sinais de retomada, após vários anos praticamente parado e está se mantendo, mesmo diante da crise política do governo Temer.

Na semana passada, bancos sócios do IRB Brasil Resseguros aprovaram a retomada dos preparativos da companhia para um IPO. Em abril, a companhia aérea Azul marcou sua estreia na B3 com um IPO de R$ 2 bilhões. Neste ano já estrearam na B3 a locadora de veículos Movida e o laboratório Hermes Pardini.

Carrefour: Vendas do Atacadão cresceram 10% no 1º trimestre

Estadão Conteúdo
24.05.17 – 18h50

A divulgação de dados financeiros do Carrefour no Brasil no prospecto preliminar da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) confirmou algumas expectativas em relação ao desempenho do grupo relativamente a seu maior concorrente, o Grupo Pão de Açúcar (GPA). Principal negócio em receita do Carrefour no País, a rede de “atacarejo” Atacadão registra um ritmo de crescimento de vendas menor que o do concorrente, o Assaí, do GPA, consequência de um investimento pesado do GPA em abertura de novas lojas.

Com uma rede de lojas vista no mercado como mais “madura” que as do Assaí, o Atacadão faturou R$ 7,2 bilhões entre janeiro e março deste ano, um crescimento de 10% na comparação com igual período do ano anterior. Já o GPA reportou crescimento de 28,3% do Assaí no mesmo período, que chegou a uma receita de R$ 4,039 bilhões.

O Atacadão tem mais representatividade nas vendas do Carrefour que o Assaí tem para o concorrente. Do total das vendas do Carrefour no Brasil, 64% vieram do Atacadão no primeiro trimestre. Já o Assaí responde por 38% das vendas do varejo alimentar do GPA.

Por outro lado, o primeiro trimestre parece ter sido mais positivo para os outros negócios de varejo do Carrefour na comparação com o concorrente. Nos outros formatos de varejo como hipermercados, supermercados e lojas de conveniência, o Carrefour reportou receita de R$ 4,019 bilhões nos três primeiros meses do ano, alta de 2,6% na comparação anual. Nestes mesmos formatos de loja, o GPA reportou queda de 3,3% nas vendas no período, mas considerou que, se o resultado fosse ajustado para excluir um efeito negativo de calendário, haveria crescimento de 0,4%.

Segunda edição da innovapack está confirmada para 2017

24 de maio de 2017

Único encontro com foco em design, tendências e inovação para embalagens da indústria alimentícia acontecerá no Transamerica Expo Center, em agosto

Após o sucesso de sua primeira edição, a innovapack, única feira da América Latina focada em design, tendências e inovação para a embalagem final de alimentos e bebidas, será realizada paralelamente ao evento Food ingredients South America (FiSA), o mais completo para a indústria de ingredientes alimentícios da América Latina. A expectativa é que cerca de 11 mil visitantes se reúnam no Transamerica Expo Center, de 22 a 24 de agosto.

Entre as atrações já confirmadas, estão o Packaging Innovations Gallery, área que destaca as principais inovações em embalagens da indústria alimentícia no Brasil e no mundo, e a Conferência innovapack, com a participação dos principais pesquisadores e companhias de inteligência de mercado. No pavilhão acontecem também as Seminar Sessions, sessões de 30 minutos sobre os lançamentos e novas tecnologias das empresas, ministradas por líderes de mercado.

“Temos a convicção de que a innovapack e a FiSA oferecem ao mercado uma experiência completa. Em 2017, as feiras trarão um número ainda maior de lançamentos e tecnologias, reunindo um público qualificado e focado em realizar negócios”, acredita o gerente dos dois eventos, Fernando Alonso.

A innovapack reúne segmentos como Concepção & Design, Embalagens & Afins e Eco Packaging & Soluções Sustentáveis, levando a seu espaço expositores e visitantes de agências de design de embalagem, impressão, tampas e fechamentos, rotulagem, materiais de embalagem, recicladores, entre outros.

Fonte: 2PRÓ Comunicação

No ‘olho do furacão’, JBS já perdeu R$ 9,6 bi

A intensa exposição dos crimes delatados pelos irmãos Batista durante o fim de semana resultou ontem no pior dia da história da JBS

Em meio à aversão de investidores, a empresa perdeu R$ 7,45 bilhões em valor de mercado. Na bolsa, as ações da JBS recuaram 31,3%, na maior desvalorização desde que a empresa abriu o capital, em 2007.

Desde quarta-feira, quando surgiram as primeira notícias da delação de Joesley Batista, os papéis da JBS caíram 37% na B3 (ex-BM&F Bovespa), o que fez o valor da empresa cair de R$ 25,9 bilhões para apenas R$ 16,3 bilhões nesse período.

A reação dos investidores condensa, em grande medida, a espiral negativa que sacudiu a empresa. Ainda que as perspectivas operacionais permaneçam positivas – fato que ajudou a conter a queda das ações na última sexta-feira -, as delações geram temores sobre a sustentabilidade financeira da JBS.

Ontem, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou os ratings da JBS e da JBS USA, e colocou a nota da companhia em revisão para um novo rebaixamento. A Fitch rebaixou o rating da JBS e também colocou a nota em observação para possível rebaixamento. Por seu turno, a Standard & Poor's (S&P) colocou em observação para possível rebaixamento o rating da Moy Park, subsidiária da JBS.

O risco de pesadas multas também pressiona a companhia. No âmbito das negociações do acordo de leniência, o Ministério Público Federal (MPF) pede o pagamento de mais de R$ 11 bilhões em multas à JBS, mas ainda não chegou a um entendimento com a controladora J&F. E isso não é tudo. Fatalmente, a JBS terá de pagar multa nos EUA – a empresa negocia acordo com o Departamento de Justiça (DoJ) -, onde também já é alvo de ações coletivas.

O escritório americano de advocacia Rosen Law Firm abriu novo chamado para interessados em participar de uma possível ação de classe contra a JBS, motivada pelos impactos na companhia da delação e também pela Operação Bullish, que investiga irregularidades nos aportes feitos pelo BNDESPar, que tem 21,3% do capital da JBS. O escritório alega que a JBS pode ter divulgado informações enganosas aos investidores. Além disso, a empresa também pode sofrer ações coletivas relacionadas à Operação Carne Fraca.

A crise de confiança é outro fator que abala a JBS, sobretudo no Brasil, onde consumidores fazem campanhas de boicote às marcas da empresa – Friboi, Seara, Doriana, Swift, entre outras. Não à toa, a rival BRF ganha espaço junto aos consumidores e aos investidores. Ontem, as ações da dona das marcas Sadia e Perdigão subiram 6,1%, gerando um ganho de R$ 2 bilhões em valor de mercado.

Há também efeitos colaterais da delação, com a possível punição da JBS pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo uso de informações privilegiadas. A autarquia investiga se a empresa lucrou com a compra de dólares antes da divulgação da delação, sabendo que a exposição dela afetaria o câmbio. Os controladores da JBS também estão na mira da CVM pelo possível "insider trading" pela venda de ações da JBS antes da divulgação da delação.

Para o gestor de um fundo de pensão, a forte baixa da ações da empresa no pregão de ontem está ligada à zeragem de posições especialmente por parte dos investidores internacionais. A exposição em JBS virou um problema para o estrangeiro, uma vez que hoje há muito mais risco do que retorno potencial no médio prazo. Além disso, o estrangeiro, que conta com um leque de opções com mais de 300 papéis do setor para investir no mundo inteiro, não tem tempo para acompanhar os desdobramentos do caso da JBS, os processos judiciais, se os controladores vão ser presos.

Esse risco, argumentou o gestor, ficou mais claro após o fim de semana, com os questionamentos acerca das vantagens obtidas na delação pelos irmãos Joesley e Wesley Batista e as investigações sobre se teriam lucrado com a própria denúncia. O valor de R$ 11,6 bilhões pedido pelo MPF para fechar o acordo de leniência, apesar de não aceito, é outro risco. "O valor de R$ 11 bilhões acabaria com a empresa", afirmou o gestor.

Diante de tudo, histórias do passado mal-explicadas, como as condições do acordo que selou a incorporação do frigorífico Bertin pela JBS, voltam à tona, adicionando incertezas no cenário já conturbado. Notícias veiculadas na imprensa na semana passada dão conta de que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pediu que a Justiça cancele o negócio, alegando fraudes fiscais e societárias pela JBS.

O pano de fundo desse caso do passado é a possível apropriação indevida de um ágio na incorporação do Bertin. A suspeita é que os Batista compraram, em 2009, uma participação maior dos Bertin do que divulgaram ao mercado, o que pode ter lesado minoritários e a Receita.

A participação oculta da família Batista, que foi aventada pelo advogado Sérgio Bermudes em 2013, se daria pela Blessed Holdings, empresa americana sediada em Delaware. A Blessed, por seu turno, é controlada duas empresas sediadas em paraísos fiscais: Lighthouse Capital Insurance Company, cuja sede fica nas Ilhas Cayman, e a U.S Commonwealth Life, que é de Porto Rico.

Fiscalização interdita fábrica de doce de leite na cidade de Limoeiro de Anadia

Empresa diz que está em processo de regularização no Ministério da Agricultura

Assessoria / MP-AL

Uma indústria de alimentos, localizada no município de Limoeiro de Anadia, no Agreste alagoano, teve parte de suas atividades interditadas, nesta terça-feira (23), durante os trabalhos da Fiscalização Preventiva Integrada do Rio São Francisco (FPI). O setor que produzia doces de leite não possui registro no Ministério da Agricultura, uma exigência legal para empresas que vendem produtos para outros estados.

A Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal) lavrou um auto de infração porque a indústria fabricava os doces de leite sem autorização daquele órgão federal e também fez a interdição dessa linha de produção específica, que ficará sem funcionar até que o Ministério da Agricultura dê a devida permissão.

A Adeal também apreendeu todos os produtos derivados do leite que já estavam prontos para a venda. Apenas foi recolhido o que estava sem o registro obrigatório.

Licença ambiental

O Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA) expediu notificação para que o proprietário comprove se está cumprindo todas as condicionantes previstas na licença ambiental já concedida à empresa. Dentre elas, o certificado de destinação final dos resíduos comuns, perigosos e das cinzas. Ele terá prazo de cinco dias para comprová-las.

Porém, o IMA fez uma interdição na área de ampliação da empresa, que também tinha que ter a autorização do Instituto.

O IMA também lavrou dois autos de infração porque encontrou outras irregularidades. Mais de 200m³ de madeira estavam na empresa. A lenha, que seria utilizada nas caldeiras da fábrica, foi apreendida. Também foi detectado um lançamento de resíduos sólidos, líquidos e de substâncias oleosas em desacordo com as exigências estabelecidas em lei.

O dono da empresa explicou que, em 2016, protocolou no Ministério da Agricultura o pedido de regularização do setor de doces de leite da fábrica. Entretanto, a autorização ainda não foi emitida.

Batatas Frisé e Chips

Alimentos

A McCain, conhecida pela comercialização de batatas pré-fritas congeladas, apresenta dois lançamentos para diversificar o oferta de produtos em restaurantes e similares, sem que, para isso, sejam necessárias grandes alterações no trabalho e na estrutura. Tratam-se de dois cortes que já são amplamente comercializados da Europa: Frisé e Maxi Chips. O primeiro corte, que resulta em uma batata palito ondulada, resulta em um produto macio por dentro e crocante por fora, além de ter um diferencial bem atrativo, devido ao formato. Já a Maxi Chips, produto exclusivo da marca, permitem o preparo das conhecidas batatas chips que geralmente só são encontradas prontas em supermercados. Uma das vantagens dessa versão é a possibilidade de servir o produto quente ou frio, uma vez que a Maxi chips não perde sabor e crocância.

www.mccain.com.br – 0800 704 3236

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Café Cassiano aposta no setor de cápsulas

Esta passou a ser uma tendência e os produtos são compatíveis com as principais máquinas para esse tipo de extração

O Dia Internacional do Café é celebrado nesta quarta-feira, 24 de maio. A melhor forma de comemorar, sem dúvida, é com uma xícara dessa que é uma das bebidas preferidas do brasileiro.

O Café Cassiano, acompanhando as tendências do mercado, apontou que a tradicional bebida pode ser apreciada, também, através das novas cápsulas de café gourmet, comercializada em caixas com 10 unidades nos principais hiper e supermercados de Americana e região, bem como em lojas especializadas em gastronomia. A expectativa é que o mercado de cápsulas cresça uma média de 15,3% por ano até 2019.

Segundo o Café Cassiano, as cápsulas são compatíveis com as principais máquinas para esse tipo de extração presentes no mercado. A preparação através dessa modalidade é rápida e prática, conquistando muitos adeptos, principalmente no consumo doméstico.

As cápsulas resultam em uma bebida com alta cremosidade, riqueza de texturas e sabor único. Para garantir o aroma e sabor originais do café, as doses individuais são protegidas por atmosfera modificada.

Uma pesquisa realizada pela Euromonitor International e divulgado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) fez uma análise das tendências de consumo entre 2014 e 2019. O relatório aponta que, atualmente, o mercado de cápsulas corresponda a 0,6% do volume de café consumido no Brasil, um montante de 980 mil toneladas. Até 2019, esse percentual deve chegar a 1,1% do volume total.

Preparo

Seja através das cápsulas ou do preparo tradicional, o importante é não deixar faltar o café de cada dia. Para aprimorar a experiência de apreciar a bebida é interessante observar algumas dicas para aproveitar ao máximo o sabor do café.

O primeiro cuidado é observar a água que será usada no preparo. A indicação da diretora de Marketing do Café Cassiano, Lia Lima Gatti Höfling, é escolher água mineral ou filtrada, já que a água da torneira apresenta alto teor de cloro. A temperatura também é um fator importante.

A água deve ser apenas aquecida e não fervida, já que a perda de oxigênio altera a acidez da bebida. O ideal é que o café seja preparado a 90°. O pó de café deve ser guardado na geladeira para preservar seu aroma, evitando recipientes abertos e transparentes.

Ex-dono explica por que vendeu Coca-Cola para empresa mexicana

Empresário Ricardo Vontobel, da Vonpar, falou pela primeira vez sobre os motivos que levaram à decisão tomada em setembro de 2016

Por: Marta Sfredomarta.sfredo@zerohora.com.br

24/05/2017 – 12h16min | Atualizada em 24/05/2017 – 19h06min

Em um café da manhã nesta quarta-feira, na Casa NTX, o empresário Ricardo Vontobel falou em público pela primeira vez após a venda da Vonpar Bebidas, que engarrafa e distribui Coca-Cola e outras marcas do grupo em parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. O negócio com a mexicana Femsa foi fechado em setembro do ano passado, por R$ 3,5 bilhões parte paga à vista, parte em ações e outros títulos.

– Faz seis meses que estou um pouco afastado. Estamos recomeçando com outro negócio, infinitamente menor, que é a Neugebauer. Sempre se disse que vender Coca-Cola era fácil, mas não foi o que vivi. Não existe negócio fácil – desabafou Vontobel no início da conversa.

Depois de relatar o desenvolvimento do negócio fundado pelo pai, João Jacob Vontobel, há 68 anos, e as crenças da empresa, que incluiam um inusitado "alegria", o empresário tomou a iniciativa de abordar o tema:

– Vocês devem estar se perguntando "se era tão bom, por que tomaram a decisão de sair?". Como eu disse, negócio não é emoção. É pragmatismo. É preciso ter leitura de contexto e não ser surpreendido. Um fundamento econômico é que, para crescer, precisa ter aumento de receita ou de volume. No Estado, o consumo per capita de refrigerante já é muito grande (haveria, portanto, pouco espaço para crescer), a população está envelhecendo e os jovens estão mudando de hábitos. E preço tem um limite. Se eu quiser vender Coca-Cola a R$ 10, as pessoas não vão comprar.

Nesse quadro, relatou, a opção seria crescer comprando, expandindo para Santa Catarina ou Uruguai. Mas apareceu alguém – no caso, a Femsa – que conseguiria capturar mais benefícios econômicos da integração das operações, o que no jargão dos negócios é chamado de sinergia.

– Na vida, é preciso saber a hora de começar, de continuar e de parar. Se a decisão fosse tomada na hora errada, o risco seria jogar 68 anos de história no lixo. Lembrei da história de Pelé, que parou de jogar no auge, e explicou que queria fazer isso enquanto ainda era rei. Comecei a trabalhar aos 12 anos em um caminhão de Coca-Cola. O que sei fazer é vender Coca-Cola. Mas há uma força maior, que é o mercado globalizado, onde o custo de capital é incomparavelmente mais barato. Tem de ser humilde para entender esse contexto – explicou Vontobel.

Conforme o empresário, foi uma antevisão desse futuro que fez a empresa familiar, cinco anos antes, comprar a Neugebauer. Segundo Vontobel, imaginava-se que seria um negócio muito parecido com a elaboração e distribuição de refrigerantes. Não foi bem assim:

– Apanhamos feito cachorro. Era uma escala totalmente diferente. Uma coisa é vender uma marca líder, outra vender uma que só tem história. Ninguém compra história. O que compramos era um pardieiro, eu fiquei um ano com vergonha de ir lá. Quanto mais vendíamos, mais perdíamos, porque havia uma perda na produção entre 20% e 30%. Mas tivemos decisão, arrojo, investimos em uma fábrica nova, em Arroio do Meio. Quando terminou a construção, não havia mercado. Hoje, felizmente, estamos vendo o negócio crescer 35% ao ano, começando a exportar Bib's para os Estados Unidos.

No final da conversa, Vontobel fez questão de dizer que, embora esteja passando muito tempo nos Estados Unidos atualmente, isso não quer dizer que tenha abandonado o Estado e o país. Segundo o empresário, é uma espécie de "ano sabático", durante o qual segue vindo ao Estado ao menos uma vez ao mês. Considerou o momento que o país está vivendo "deplorável" e disse não ver "solução de curto prazo":

– Nossa sociedade está doente. Furamos fila, não cumprimos nada. E isso não começou agora. Temos muito retrabalho no Brasil. Se alguém joga papel no chão, alguém tem de juntar. Se picha, tem de pintar. Essa é uma tinta improdutiva.

Apesar da visão crítica, Vontobel reforçou que, apesar de tudo, o Brasil ainda é um país em que "tudo está por fazer", portanto oferece mais oportunidades e mais facilidade para desenvolver negócios do que mercados maduros como Estados Unidos e Europa, onde há mais concorrência e as margens de lucro são ainda mais apertadas.