App facilita compra de remédios

A ferramenta MyPharma acaba de ser lançada e já está apta a atender pedidos de todos os bairros nas cidades de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes

THATIANA PIMENTEL
thatiana.pimentel@diariodepernambuco.com.br

Publicação: 31/05/2017 03:00
Um aplicativo que faz cotação de preços de medicamentos e ainda realiza pedidos em mais de 37 redes de farmácias com delivery, todas empreendimentos pernambucanos. Essa é a proposta do MyPharma, ferramenta que acaba de ser lançada no estado e já está apta a atender pedidos de todos os bairros de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes. Para o consumidor, o app está disponível nos sistemas Android e chegará sexta-feira ao IOS. O download é grátis, mas cada transação gera uma taxa de R$ 2 pelo serviço, que deve ser paga pelos clientes. Em compensação, praticamente todas as farmácias cadastradas não cobram taxa de entrega. Para os donos de farmácia, o serviço é gratuito e todos os pedidos são acompanhados através do site MyPharma. A novidade foi lançada ontem pelos pernambucanos Alfredo Bittar e Manoel Souza, sócios da Max Tecnologia, criadora do app. O investimento é estimado em R$ 1 milhão.
“A gente trabalhava no mercado farmacêutico há mais de 15 anos e percebemos essa brecha em 2015, quando criamos a empresa. Desde então, buscamos a melhor tecnologia e o melhor layout para atender de forma eficiente a demanda, que sabemos que existe”, explica Bittar. Segundo ele, na prática, o MyPharma pode ser comparado com o Ifood. “Os pedidos são feitos de formas semelhantes. A maior diferença é que nós deixamos que o pagamento seja realizado diretamente na hora da entrega e não através do aplicativo.” A expectativa é de que, até dezembro, mais de 100 mil downloads sejam feitos. Para o gestor, uma das funções mais úteis do MyPharma é a cotação, que economiza tempo e dinheiro dos consumidores. “Hoje, quem consegue passar em cinco farmácias para comparar o valor do remédio? No aplicativo, você recebe os orçamentos em cinco minutos e pode comprar na hora.”
As grandes redes nacionais como Pague Menos, BigBen e Drogasil não fazem parte da rede MyPharma por uma decisão estratégica da empresa, que quer dar preferência a pequenos negócios. “As farmácias maiores têm maiores custos de manutenção e isso, muitas vezes, acaba encarecendo os medicamentos. Além disso, queremos focar nos empreendedores pernambucanos e nos negócios locais para aquecer a economia do estado”, ressalta. Para os lojistas, a expectativa é de que a ferramenta aumente em até 30% o faturamento das lojas.
Manoel Souza adianta ainda que o aplicativo estará trabalhando com farmácias veterinárias e de manipulação até dezembro. “Vamos começar a operar em João Pessoa, Natal, Fortaleza e Espírito Santo até o próximo mês e, até o final do ano, lançaremos o MyPharma para Salvador, Maceió, Aracajú e São Paulo”, afirma. Para os gestores, o lucro virá das taxas de transação, de publicidades direcionadas dentro do app e de venda de informação de consumo para a indústria farmacêutica. “Temos planos também de internacionalizar a empresa. Já temos até propostas de outros países, como o Uruguai, que querem levar nosso sistema para lá.” Atualmente, a marca tem apenas cinco funcionários, mas espera abrir mais 35 vagas até 2019.

Marcas próprias em redes de farmácias: a aposta da Panvel®

30 de maio de 2017A competitividade impõe a adoção de modelos de negócios mais modernos, a exemplo da comercialização de marcas próprias.

A prática que já é sucesso na Europa e nos Estados Unidos, em redes como CVS® e Target® (americanas), DM® (alemã), Boots® (inglesa), entre tantas outras, ainda é pouco vista no Brasil, com exceções pontuais, como a marca Needs® , da rede Droga Raia® .

A Panvel® , rede gaúcha, é uma delas. Já presente em todo o Sul do país, tem investido bastante em várias marcas próprias, apostando em boas embalagens, materiais diferenciados e inovação, comunicando seus benefícios com equipe bem treinada.

Um exemplo digno de nota foi a aposta na linha de sabonete líquido especialmente “vestida” para a Páscoa, numa embalagem temática. O produto vinha num frasco em PET ovalado e ainda com aroma de chocolate. Excelente opção de presente inusitado que substituía ou complementava o tradicional ovo de Páscoa. O cartucho ou embalagem do frasco tinha até orelhas de coelho, sendo um perfeito presente para a época! Demonstração clara de que se pode inovar de forma simples, entregando relevância dentro do timing.

Já a delicadeza da linha Baby Clube® , especialmente desenhada para os pequenos consumidores e para convencer mamães e titias, é digna de destaque: design e cores suaves, ergonomia e funcionalidade adequadas. A tampa push and pull, a qualidade da impressão e a impecável aplicação do rótulo termoencolhível são provas do cuidado com as embalagens.

Destaque ainda para a linha Vert® , que se propõe a ser uma alternativa saudável e brasileira, usando ingredientes naturais e da nossa flora em seus produtos, a exemplo de frutas como maracujá, castanhas brasileiras, entre outros ativos.

A maior surpresa são as embalagens utilizadas: no caso do frasco do óleo corporal, é de PET 100% reciclado, além da rotulagem ambiental completa identificando todos os materiais, bem como a simbologia de descarte correta.

Na linha de cremes que estão em bisnagas, por exemplo, optaram pelo PE verde da Braskem® , por ser de fonte renovável. Os cartuchos são em papelcartão com porcentual de 40% de papelcartão reciclado pós-consumo, contando novamente com a comunicação (simbologia e rotulagem corretas), sem apelar ao green washing (maquiagem verde), que apenas confunde o consumidor.

Com isso tudo, os consumidores estão cada vez mais bem informados, e as empresas honestas serão beneficiadas pelas iniciativas válidas.

Embalagem melhor. Mundo melhor. Sempre!

Créditos:

*Assunta Napolitano Camilo: Diretora da FuturePack – Consultoria de Embalagens e do Instituto de Embalagens – Ensino & Pesquisa.

Fonte: FCE Cosmetique – Notícias

Vendas da Panvel têm aumento de 16,6%

— 30 de maio de 2017

A abertura de 34 lojas nos últimos 12 meses também contribuiu com o resultado

O bom desempenho das vendas no varejo e a continuidade do plano de expansão das lojas Panvel impactaram positivamente o resultado do Grupo Dimed no 1º Trimestre de 2017, com faturamento de R$ 580 milhões.
As vendas das lojas Panvel e dos canais online e app cresceram 16,6% na comparação trimestral e o destaque ficou por conta das compras pela loja virtual, com incremento de 22,5%. A abertura de 34 lojas nos últimos 12 meses também contribuiu com o resultado.
O desempenho da Panvel superou a média obtida pelas grandes redes de farmácia no período, total de 9,26%, segundo dados divulgados pela Abrafarma.
Como já tem ocorrido nos últimos anos, a marca Panvel destacou-se entre os produtos com melhor desempenho nas gôndolas ao crescer 17,8%, passando a responder por 38,5% do total comercializado nas lojas. “Apesar do cenário econômico desfavorável, mantivemos nossa estratégia de expansão e de investir nos multicanais para atender às necessidades dos nossos consumidores com qualidade e agilidade”, afirma o presidente do Grupo Dimed, Julio Mottin Neto.
A empresa prevê para os próximos trimestres a continuidade do crescimento das vendas no varejo, amparada pela expectativa da manutenção desse ritmo e pela projeção de abertura de 50 novas lojas no ano.

Administração conclui licitação de R$ 5 mi para compra de medicamentos

Terça-Feira, 30 MAI 2017

A administração municipal fechou uma licitação na ordem de mais de R$ 5 milhões para aquisição de medicamentos para a rede pública de saúde. A informação foi repassada ao BJD pelos secretários municipais de Administração, Darwin da Cruz Gonçalves, e de Saúde, Marina de Oliveira, em visita ao BJD na última semana.

Questionado sobre a falta de medicamentos na rede, Marina respondeu que “as farmácias estão equilibradas, faltando sete medicamentos, sendo que a maior parte deles tem outra apresentação”. Essa apresentação diferente, de acordo com a secretária, significa que a unidade de saúde tem o medicamento, mas com miligramagem diferente.

Segundo Darwin e Marina, houve um processo licitatório, na modalidade registro de preços, que resultou em R$ 5.236.232,20. “Com esse registro de preços, podemos pegar mensalmente medicamentos e com isso ter menos falta. Essa licitação é para um ano”, explicou Marina.

Ainda de acordo com Marina, todas as unidades de saúde voltaram a atender com as farmácias. Na gestão do ex-prefeito Fernão Dias foram implantadas farmácias polo. “Tenho visitado nossas farmácias, e agora todos os postos têm, e confirmam a pequena falta de medicamentos. As farmácias estão equilibradas”, ressaltou.

FEBRE AMARELA

Durante a entrevista, Marina também falou sobre a situação da febre amarela no município. Segundo ela, 69.291 pessoas foram vacinadas neste ano. “Nós temos uma novidade, pois o Estado me informou que entre o ano 2000 e 2016, mais de 70 mil pessoas foram imunizadas no município de Bragança Paulista.

Isso significa que mais de 70 mil pessoas não precisam tomar a essa dose, pois é dose única. E se contarmos que vacinamos 69 mil neste ano, com uma população de 160 mil habitantes, nós vacinamos uma população imensa. Portanto, essa população está imune da febre amarela”, informou Marina.

Quanto ao número de macacos encontrados mortos no município, foram 30, sendo 19 positivos para febre amarela silvestre, 6 negativos e os demais em análise. “A vacinação contra a febre amarela continua em todos os postos”, concluiu.

Liberação de cargas pela Anvisa demora até 7X em SP

Por DOC Press – Jose Luchetti

30 de maio de 2017

A Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde – ABRAIDI, com apoio da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde – ABIIS, constatou que a liberação sanitária de cargas para produtos importados pela Anvisa demorou 35 dias úteis, no mês de abril, no aeroporto de Cumbica. No mesmo mês, em Congonhas, produtos semelhantes demoraram 26 dias úteis para liberação da Agência. No porto de Santos foram 14 dias úteis, enquanto que no porto do Rio de Janeiro e no aeroporto de Viracopos o tempo para o desembaraço foi de 11 dias úteis.

O levantamento faz parte do “Monitoramento ABRAIDI de Liberação Sanitária em PAFs – Portos, Aeroportos e Fronteiras” que é feito desde 2014. Fazem parte do estudo, além dos já mencionados, os aeroportos do Galeão, Curitiba, Maringá, Recife, Confins, Brasília e Porto Alegre e portos de Paranaguá (PR), Fronteira de Guaíra (PR), Recife (PE) e Suape (PE). Todos os demais com espera inferior a 6 dias úteis.

Para o conselheiro da ABRAIDI, Gil Pinho, a demora em Guarulhos é motivada pela falta de pessoal para o atendimento no posto da Anvisa, mesmo com ações de Forças Tarefas da Agência, que disponibilizam mais funcionários, como tem ocorrido. “Cumbica tem um fluxo de pessoas muito grande, além de mercadorias, e os agentes da vigilância sanitária precisam fiscalizar aeronaves, acompanhamento de viajantes, segurança sanitária da comida servida a bordo, entre tantas atividades”, explica Pinho.

Ao longo de 2017, a situação mais crítica tem sido nos dois aeroportos da Região Metropolitana. Viracopos, que no ano passado tinha a maior espera (48 dias úteis em janeiro), atualmente conseguiu diminuir o tempo de liberação, assim como os portos de Santos e do Rio de Janeiro. “O ideal é que as liberações ocorram dentro do período de armazenagem, que varia de 3 a 5 dias úteis nos aeroportos e 7 dias úteis em portos”, espera o conselheiro da ABRAIDI.

O processo de fiscalização sanitária da importação de mercadorias é manual e necessita da checagem de inúmeras informações espalhadas em fontes diferentes. O importador tem que informar códigos, descrições e número de registro, que devem ser checados um a um nos bancos de dados da Anvisa. “São aferidos os números e validades das Autorizações de Funcionamento (AFE); Alvará Sanitário (Vigilância Sanitária do município aonde o importador se localiza); os nomes e endereços dos exportadores; as condições de armazenagem da carga (zonas de temperatura); os certificados de esterilização, se for o caso; os dizeres de rótulo e embalagem na língua de origem”, conta Pinho. Em alguns casos, é realizada, inclusive, uma inspeção física, com contagem e verificação da conformidade da mercadoria com os documentos de embarque e transporte.

Apesar de toda a burocracia, em alguns portos e aeroportos, a liberação tem sido muito mais rápida e o Monitoramento ABRAIDI permite auxiliar a Anvisa ao apontar os problemas e sugerir soluções. A ABRAIDI e a ABIIS têm debatido o assunto com a Agência e ainda exposto o tema em vários fóruns, inclusive no Congresso Nacional. “As perdas econômicas são grandes para as empresas, porém mais angustiante é a espera por um produto que pode salvar vidas e tem demorado para chegar a um hospital, por exemplo. Precisamos acelerar este fluxo”, defende Pinho.

Vacina para câncer de próstata está em fase inicial de estudos

ratamento alternativo, conhecido como imunoterapia, funciona no Brasil para cânceres de rins, cabeça, pulmão e pescoço

Cotidiano
No AR em 30/05/2017 – 15:18

Pesquisas indicam que o câncer de próstata mata, por ano, mais de 300 mil homens; o que representa 4% de todas as mortes causadas por câncer. Recentemente, cientistas desenvolveram uma vacina que pode combater o avanço da doença.

Sobre este assunto, o Cotidiano desta terça-feira (30) conversou com o urologista, especialista em Cirurgia Robótica, para tratamento do câncer de próstata, Fernando Leão, que trouxe novidades sobre a doença. Segundo o médico, o estudo inicial da imunoterapia é desenvolvido hoje no Brasil para alguns cânceres, como de rins e pulmão.

Fernando fala também sobre a cirurgia robótica no tratamento do câncer de próstata.

O Cotidiano vai ao ar de segunda a sexta, das 14h às 15h, na Rádio Nacional AM de Brasília. A apresentação de hoje é de Solimar Luz.

Reguffe saúda avanço da proposta que proíbe a tributação de medicamentos

Da Redação e Da Rádio Senado | 30/05/2017, 20h02

O senador Reguffe (sem partido-DF) saudou o avanço da proposta, de sua autoria, que proíbe a tributação de medicamentos de uso humano. Ele lamentou que, no Brasil, mais de 35% do preço dos remédios seja formado por impostos.

No entendimento de Reguffe, o sistema tributário brasileiro é ilógico, pois os remédios de uso humano pagam mais impostos que os de uso veterinário.

O senador do Distrito Federal disse que mais correto seria o Estado brasileiro fornecer o remédio gratuitamente à população, mas, diante da impossibilidade financeira, o mínimo que se pode fazer é parar de tributar os medicamentos. Reguffe alertou para a responsabilidade dos homens públicos de atenuar o drama dos que dependem de remédios.

– É só reduzir o preço máximo na mesma proporção da isenção, que nós ainda vamos ter a garantia de que toda a isenção será revertida diretamente pro consumidor final – afirmou.

Agência Senado

“Top 100 Medicamentos”

Prescrição médica correta é fundamental para a relação de confiança na jornada do paciente.

A importância da prescrição médica correta é fundamental para a relação de confiança na jornada do paciente. Entre 200 mil e 400 mil pacientes morrem todos os anos nos hospitais dos Estados Unidos como resultados de erros médicos evitáveis, entre eles, a utilização equivocada de fármacos.

O livro “Top 100 Medicamentos” tem o objetivo de auxiliar os profissionais no início da carreira clínica em farmacologia e medicina e apresenta os 100 remédios e os cinco fluidos intravenosos mais importantes, apresentados em formato claro e consistente. Os fármacos são organizados em ordem alfabética e também listados pelo sistema orgânico e indicação clínica. A obra é um lançamento da Elsevier.

A lista de medicamentos foi adaptada à realidade brasileira, com a adição da dipirona, que é uma substância muito utilizada no Brasil.

O revisor técnico da obra Angelo Piato explica que “Top 100 Medicamentos” se destaca por ser uma compilação completa dos principais fármacos utilizados no cotidiano médico. “O arsenal terapêutico atual é composto por milhares de fármacos e a cada ano surgem novas opções. Por isso, o livro oferece um recurso prático e didático para futuros prescritores e profissionais da saúde que precisam aprender as informações mais importantes sobre os remédios mais importantes e mais utilizados”, complementa.

Top 100 Medicamentos – 1ª Edição | Editora Elsevier | 288 Páginas | Formato: 13,5 X 21 | Preço: 88,90.

A Elsevier— Com 40 anos no Brasil, a Elsevier é líder mundial em soluções de informação e conteúdo que apoiam a educação superior e profissional, melhoram o atendimento hospitalar com soluções de suporte a decisão clínica e auxiliam descobertas inovadoras em ciência, tecnologia e saúde, por meio do conhecimento que capacita aqueles que o utilizam. Fornece soluções digitais, tais como ClinicalKey, E-volution, Oder Sets, Clinical Pharmacolgy, Statdx ScienceDirect, SciVal, Scopus, entre outras. A Elsevier é responsável pela produção de mais de 25% e conteúdo científico, de tecnologia e de saúde do mundo.

Técnica analisa a eficácia da vacina contra o herpes zoster

Resultados podem gerar kits capazes de prever ação de vacinas e seus efeitos colaterais em cada organismo

Por Redação – Editorias: Ciências Biológicas

As vacinas são fundamentais para nos proteger de diversas doenças, mas nem sempre elas apresentam a mesma eficácia em todas as pessoas. Conseguir prever o sucesso da atuação delas é uma conquista que pode estar próxima. Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Centro de Pesquisas em Doenças Inflamatórias (Crid), do campus de Ribeirão Preto da USP, e das universidades norte-americanas Emory University, California, Colorado, West Point utilizou uma técnica inédita para avaliar a ação de vacinas em seres humanos que pode, no futuro, proporcionar a criação de kits capazes de especificar quais vacinas funcionam – e quais efeitos colaterais elas podem causar – em cada organismo.

O trabalho, publicado neste mês na revista Cell, avaliou como são a resposta imune inata e a resposta adaptativa induzidas pela vacina contra o herpes zoster, que é recomendada para pessoas acima de 50 anos. O herpes zoster é uma doença causada pela reativação do vírus varicela zoster, o mesmo que causa a catapora. Após uma infecção aguda, ele permanece dormente durante anos nas raízes nervosas, que são responsáveis por levar as informações do ambiente externo para o sistema nervoso.

“Em idosos, esse vírus pode ressurgir e causar uma dor muito intensa relacionada a uma inflamação na região dos nervos. Essa doença é conhecida popularmente como cobreiro. A ideia do estudo surgiu justamente da importância dessa vacina que tenta prevenir o cobreiro em idosos”, explica o pesquisador principal do Crid, Helder Nakaya.

Nakaya e outros 26 pesquisadores utilizaram uma estratégia chamada vacinologia de sistemas para avaliar a ação da vacina. Setenta e sete pacientes entre 25 e 40 anos e entre 60 e 79 anos participaram do estudo e foram monitorados por, pelo menos, 180 dias.

“O grupo do professor da Emory University, Bali Pulendran, autor principal do estudo, vacinou idosos e adultos jovens contra o herpes zoster e depois coletou o sangue deles em diversos dias e até meses após a vacinação. Usando técnicas de larga escala e ensaios imunológicos, foram medidos todos os milhares de metabólitos afetados por essa vacina, a atividade de outros milhares de genes transcritos após a vacinação, além dos tipos celulares envolvidos, as citocinas no soro e, claro, as respostas imunes”, explica Nakaya.

Segundo o pesquisador, cada um desses itens representa uma imensa quantidade de componentes biológicos. Para analisá-los e entendê-los, foram usadas técnicas avançadas de bioinformática que, no final, geraram uma “rede de resposta multifatorial multiescala”. Essa rede revelou associações significativas entre a expressão de genes, níveis de metabólitos, populações de células e citocinas, e também foi importante para entender a resposta adaptativa e os efeitos de variáveis biológicas, como idade, sexo e a detecção do DNA do vírus.

“O grande desafio dessa pesquisa foi a integração de dados. Quando você lida com dados ‘ômicos’, ou seja, uma quantidade massiva de dados, é preciso utilizar diferentes técnicas de biologia de sistemas. Não é tão trivial comparar esses dados e entender que associação deve ser relevante para um determinado fenótipo. Foi a primeira vez que uma análise de metaboloma [conjunto de metabólitos] e transcriptoma [conjunto de genes transcritos] foi feita para uma vacina”, conta Nakaya.

Embora a pesquisa tenha sido desenvolvida nos Estados Unidos, ele explica que os impactos podem beneficiar diretamente os brasileiros. “Essas técnicas que desenvolvemos podem ser aplicadas também para vacinas brasileiras. Já estamos em contato com o Instituto Butantan para aplicação dessa técnica na vacina da dengue e de outras doenças, como malária, gripe e febre amarela. No futuro, talvez esses estudos sejam transformados em um kit ou método que permita dizer que vacina vai funcionar para cada pessoa e quais efeitos colaterais ela pode causar.”

Mais informações: e-mail imprensa.rp@usp.br, site www.crid.fmrp.usp.br

Por: Thais Cardoso

Pesquisadores turbinam antibiótico, que fica mil vezes mais forte

Cientistas americanos mexeram na estrutura molecular da vancomicina.
Com o uso inadequado dos antibióticos, bactérias se tornam resistentes.

Cientistas americanos conseguiram criar em laboratório uma versão mil vezes mais forte de um antibiótico comum.

O antibiótico foi uma das maiores descobertas da medicina, mas o mundo não precisava exagerar assim.

Tem gente que toma antibiótico sem necessidade, ou para o tratamento antes da hora. A produção de alimentos usa antibióticos para evitar doenças em plantas e animais. O resultado é que as bactérias, que os antibióticos deveriam matar, estão se adaptando a eles.

Existem situações em que as pessoas ficam mais vulneráveis a uma infecção. Por exemplo: numa cirurgia ou durante um tratamento de quimioterapia. E vários antibióticos já não estão funcionando bem nessas situações, como mostram as pesquisas. Para salvar os pacientes, a medicina precisa salvar o antibiótico.

Nos Estados Unidos, pesquisadores do Instituto Scripps mexeram na estrutura molecular de um velho antibiótico: a vancomicina, usada há 60 anos. Eles criaram uma espécie de supervancomicina, mil vezes mais forte.

A vancomicina é como uma arma que destrói a parede da bactéria. Os cientistas acrescentaram mais duas armas ao antibiótico, ou seja, agora, é uma arma tripla.

Os pesquisadores testaram o superantibiótico contra uma das bactérias resistentes mais perigosas. O remédio matou esse micro-organismo e continuou fazendo efeito mesmo depois de exposto 50 vezes à bactéria.

Dale Boger, chefe da pesquisa, explica que o mesmo tipo de alteração molecular pode ser usado para fortalecer outros antibióticos. Ele acredita que, em cinco anos, o novo remédio já terá passado por todos os testes e poderá ser usado.