STJ decide que Poder Público pode ser multado por não fornecer remédios

Para o ministro Benedito Gonçalves, multa é ferramenta para garantir a tutela judicial

Da Redação [08/05/2017] [17h30]

Por unanimidade de votos, a Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é possível que se imponha multa à Fazenda Pública caso seja descumprida uma decisão judicial sobre fornecimento de medicamentos. A decisão foi motivada pela ação de um cidadão contra o estado do Rio Grande do Sul, condenado a fornecer medicamento para tratamento de glaucoma.

Caso não cumprisse com a obrigação, o ente estatal estaria sujeito a uma multa cominatória – diária, aplicada contra o devedor de obrigação de fazer, não fazer e entregar coisa – no valor de meio salário mínimo. No Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), a multa foi excluída. No entanto, o relator do processo no STJ, ministro Benedito Gonçalves, reformou a decisão, destacando a importância do mecanismo como ferramenta para garantir a tutela judicial.

Por ter sido realizado sob o rito dos recursos repetitivos – dispositivo jurídico que representa um grupo de recursos com fundamento em questão idêntica –, o julgamento definiu a tese de que é possível que se fixem multas diárias a entes públicos a respeito do fornecimento de medicamentos a pessoas desprovidas de recursos financeiros. Isso significa dizer que em casos que envolvam a mesma controvérsia jurídica, a tese vai servir de orientação às instâncias ordinárias da Justiça – primeiro e segundo grau –, inclusive os Juizados Especiais.

Colaborou: Mariana Balan.

Relatório constata falta de medicamentos no HGP há mais de dois anos

A lista traz ainda, segundo a DPE, uma relação de mais sete medicamentos que não existem no Hospital
08/05/2017 17:13

Redação

Um relatório encaminhado pelo Hospital Geral de Palmas (HGP) à Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE) revela que o medicamento Hidroxiuréia 500 mg cápsulas está em falta há mais de dois anos. O consumo mensal, caso estivesse disponível na farmácia do HGP, conforme a DPE, seria de 500 unidades.

A lista traz ainda, segundo a DPE, uma relação de mais sete medicamentos que não existem no Hospital, com o respectivo tempo que estão em falta e quantidade necessária por mês. Conforme o documento, o consumo mensal apenas desses medicamentos que estão em falta chega a mais de 3.800 unidades.

O órgão informou ainda que, no dia 10 de março de 2017, a Justiça confirmou o pedido realizado no ano passado, em Ação Civil Pública (ACP), pela DPE e Ministério Público Estadual. Na ação, a Justiça determina que o Estado regularizasseo fornecimento dos medicamentos oncológicos aos pacientes que estão submetidos à tratamento na rede pública.

De acordo com a DPE, foi ingressado pelo órgão um pedido de Cumprimento Provisório de Sentença, anexando o documento que comprova que até hoje existem medicamentos em falta na Farmácia da Oncologia do HGP.

A DPE informou ainda que a Justiça intimou a Secretaria de Estado da Saúde para que, em 15 dias, cumpra a sentença sob pena de fixação de multa e bloqueio bancário.

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que já realizou dois processos licitatórios e uma dispensa de licitação para compra de medicamentos com vistas a atender pacientes da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom) do Hospital Geral de Palmas (HGP).

"Nenhuma empresa manifestou interesse em fornecer a medicação. A pasta está recorrendo a medida judicial contra a indústria farmacêutica a fim de obrigar que os laboratórios ofertem os medicamentos ao Estado, uma vez que a maioria deles são de fabricação exclusiva de laboratórios específicos", conforme consta.

Insuficiência cardíaca tem novo tratamento aprovado

Novo medicamento é o Entresto® (sacubitril/valsartana), indicado para insuficiência cardíaca crônica sintomática com fração de ejeção reduzida.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 08/05/2017 11:55
Última Modificação: 08/05/2017 00:03

A Anvisa aprovou nesta segunda-feira (8/5), o medicamento Entresto® (sacubitril/valsartana). O medicamentos é inédito no Brasil. A insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não é capaz de bombear o sangue de forma correta para o corpo. Essa condição é resultado de uma deficiência no enchimento do ventrículo. Mesmo com as terapias atualmente recomendadas pelas diretrizes clínicas nacionais e internacionais para o tratamento da insuficiência cardíaca, as taxas de mortalidade e de morbidade permanecem altas, com hospitalização frequente e baixa qualidade de vida.

Um estudo publicado em 2015 na revista Arquivo Brasileiros de Cardiologia, da Sociedade Brasileira de Cardiologia, mostrou que cerca de 50 mil pessoas morrem todos os anos no Brasil por causa de complicações cardíacas.

Indicação do Entrestro®

A indicação aprovada é para o tratamento de insuficiência cardíaca crônica sintomática em pacientes adultos com fração de ejeção reduzida do tipo (NYHA classe II-IV), ou seja, pacientes cujos sintomas são desencadeados por atividades cotidianas, mas que ocorrem também quando estão em repouso.

O produto será comercializado pelo fabricante na forma de comprimidos, nas concentrações de 24mg/26mg, 49mg/51 e 97mg/103mg, onde o primeiro número é a concentração de sacubitril e o segundo representa a concentração de valsartana.

O novo medicamento Entresto® (sacubitril/valsartana), será fabricado pela empresa Novartis Pharma Stein AG localizada na Suíça e a dona do registro no Brasil é a empresa Novartis Biociencias S.A., localizada em São Paulo-SP.

Pacientes reclamam da falta de remédios de alto custo na rede

Medicamentos fornecidos pela farmácia judicial têm atrasado desde janeiro
Adriana Brumer Lourencini
adriana@tribunadeindaia.com.br

Na semana passada, um morador do Jardim Renata procurou a Tribuna para relatar o problema da falta de medicamentos na Farmácia Popular. Os remédios são para a mãe dele, de 82 anos, e os atrasos têm sido recorrentes desde janeiro deste ano.

Segundo João Camargo, sua mãe necessita de três tipos diferentes de medicamentos, e destes, dois não estão vindo. "Ela necessita da insulina lantus (um tipo especial de insulina), porém, este tem chegado sem problemas. Além deste, há o cloridrato de memantina e o Galvus 50", completa.

Ele explica ainda que conseguiu os remédios para a idosa por meio da Justiça, no ano passado; no entanto, a partir de janeiro o fornecimento tem estado prejudicado. "Há cerca de um ano minha mãe precisou desses remédios, mas a farmácia da Rua Regente Feijó não tinha nenhum deles. Então, conversando com uma amiga, ela me orientou a procurar o juizado de pequenas causas. Feito isso, após uma semana o juiz concedeu o pedido e minha mãe passou a receber os remédios pela farmácia da Prefeitura", conta João.

Ele pega a medicação todo início do mês, porém, os produtos referentes a abril ainda não chegaram, tampouco as caixas fornecidas em maio."Ela não pode ficar sem os remédios e já tive de comprar mais de uma vez. Só o Galvus custa R$ 198, e o cloridrato de memantina não sai por menos de R$ 70", revela.

"A pessoa da farmácia judicial da Prefeitura me falou que há outras pessoas que também estão sem receber esses remédios, e que o problema está no fornecedor mesmo", acrescenta João.

A dona de casa Maria Lúcia O. Nascimento comenta que o marido descobriu recentemente que sofre de diabetes, e que vai precisar do medicamento de alto custo. "Ainda não demos entrada nos papeis, mas já ficamos sabendo que está em falta. A primeira caixa nossos filhos vão ajudar a comprar; mas, é muito caro e ainda não sei como iremos fazer se o governo não tiver", questiona.

Licitação

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou, via assessoria, que ambas as medicações estão em falta e, por isso, o fornecedor pediu o cancelamento do contrato. Os remédios são adquiridos por meio de licitação e, em virtude da situação, a Saúde, junto à Secretaria de Negócios Jurídicos do município estão tomando as providências cabíveis para regularizar o fornecimento – e para isso, já está em andamento uma nova licitação.

O Galvus 50 miligramas (mg) é indicado para diabéticos, especificamente o mellitus tipo 2, e tem como ativo a substância vildagliptina. Após contato com o laboratório Novartis, fabricante do medicamento, a reportagem foi informada que a comercialização do Galvus 50 mg está normal, e que o remédio está disponível em caixas com 14, 28 e 56 comprimidos.

Já o cloridrato de memantina, produzito pela Apsen Farmacêutica, é destinado a pacientes com a doença de Alzheimer. Para obtenção de maior benefício do medicamento, o mesmo deve ser administrado todos os dias. Segundo a Apsen, a memantina também continua sendo produzida e comercializada normalmente.

Entretanto, a Apsen salientou que não existe qualquer solicitação do município para a aquisição da memantina; já a atendente do Novartis não informou sobre a existência de licitação, tampouco se houve compras do Galvus 50 mg efetuadas de Indaiatuba.

Hospital Geral de Palmas está há dois anos sem medicamento contra câncer

Lista de medicamentos apontou que remédio contra leucemia e melanoma, caso existisse na unidade, teria um consumo de 500 cápsulas por mês. Outros sete medicamentos também têm constante falta, diz Defensoria.

Por G1 Tocantins

08/05/2017 16h33

O setor de tratamento de câncer do Hospital Geral de Palmas (HGP) está há dois anos sem um tipo de medicamento contra a doença, a hidroxiuréia. O remédio é usado para tratar leucemia e melanoma, por exemplo. Além disso, segundo levantamento da Defensoria Pública, outros sete tipos de remédios praticamente não existem no hospital.

No caso da hidroxiuréia, se existisse no HGP, teria um consumo mensal de aproximadamente 500 unidades. O consumo mensal dos outros medicamentos que estão em falta, caso existissem, chegaria a mais de 3,8 mil unidades.

A lista de medicamentos em falta no setor de oncologia foi solicitada pela Defensoria Pública em abril. Só que o problema não é novidade e inclusive virou caso de Justiça. Isso porque há uma decisão do dia 10 de março determinando que o Estado regularize o fornecimento dos remédios.

No final de 2016, por exemplo, cerca de 300 pacientes tiveram o tratamento contra o câncer interrompido por falta de medicamentos. Naquela ocasião foi apurado que 21 remédios costumam faltar com frequência.

Com essas a informações a Defensoria pediu o cumprimento da sentença, anexando o documento comprovando que até hoje faltam medicamentos na farmácia da oncologia. "Levando em conta que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) ignora as decisões judiciais, deixando os pacientes, que já estão em estado grave, sem a devida assistência."

A Secretaria de Saúde foi intimada e tem 15 dias para cumprir a sentença, sob pena de multa e bloqueio bancário.

A Sesau disse, em nota, que fez dois processos licitatórios e uma dispensa de licitação para compra de medicamentos, mas nenhuma empresa manifestou interesse em fornecer a medicação.

"A pasta está recorrendo a medida judicial contra a indústria farmacêutica a fim de obrigar que os laboratórios ofertem os medicamentos ao Estado, uma vez que a maioria deles são de fabricação exclusiva de laboratórios específicos."

Investigada, associação em Campinas nega irregularidades em pedidos de remédios à Justiça; PF apura fraude em compras

Suspeita é de que indústria farmacêutica pague advogados e entidade 'por fora' para entrar com ações na Justiça. Mandado de busca e apreensão ocorreu no Nova Campinas.

Por Jornal da EPTV 2ª Edição

08/05/2017 19h47

Polícia Federal investiga suposta fraude na compra de remédios

A Associação dos Familiares, Amigos e Portadores de Doenças Graves (Afag), em Campinas (SP), negou irregularidades no pedido de medicamentos à Justiça, na tarde desta segunda-feira (8). No período da manhã, a sede da instituição, no Nova Campinas, foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal, que apura a existência de suposta fraude na compra de remédio de alto custo pelo Ministério da Saúde. Outro mandado foi cumprido por investigadores em São Paulo.

Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo, a diretora-presidente da instituição, Maria Cecília de Oliveira, explicou que a associação foi fundada em 2005 e assiste milhares de pacientes no país.

"O nosso trabalho com relação ao acesso de tratamentos é feito na mais estrita obediência e legalidade. Os advogados prestam uma serviço para a associação de pacientes […] É um serviço feito para esses pacientes que precisam de algum tratamento, eventualmente diagnóstico, uma cirurgia, eles nos procuram para que ter acesso a algo que o governo não está fornecendo", explica.

Apurações

Segundo as apurações, a Afag fez uma série de pedidos à Justiça para solicitar, em caráter liminar, o fornecimento do medicamento Soliris – usado por quem sofre de Síndrome Hemolítica Urêmica atípica (SHUa). Para a PF, alguns dos pedidos são suspeitos, por seguirem "sempre mesmo modelo".

Um dos motivos é porque teria partido de uma única associação, "responsável por captar tanto portadores da doença como também casos de diagnóstico inconclusivo ou negativo da doença".

Com isso, de acordo com a PF, uma das suspeitas investigadas, "já que os advogados da associação não cobram honorários dos pacientes, é que o representante da indústria farmacêutica detentora dos direitos de exploração do medicamento repasse valores aos advogados e à associação que copta pacientes e supostos pacientes de SHUa."

Atuação

Considerando-se apenas a Justiça Federal do Distrito Federal, foram identificados 900 pedidos deste tipo, informou a PF. Desde 2010, a aquisição do remédio já custou R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

Maria Cecília destaca que os advogados da Afag, entretanto, recebem valor fixo para assistência contínua dos pacientes, e não pelo número de atendidos. Em relação ao cumprimento do mandado pela PF na operação, a presidente frisou que a entidade colabora com as apurações.

"Abrimos aqui, para o que eles precisassem, mostramos todo nosso trabalho sério, que é feito para os pacientes […] Isso é um inquérito que está correndo, provavelmente algum paciente que entendeu não ter aquela doença, agora isso é uma questão médica, não da associação", alegou ao mencionar que uma série de documentos e exames são exigidos aos assistidos antes dos pedidos.

"Tem toda essa cautela para verificar realmente se aquele paciente tem direito. Nó não somos médicos, se existiu algo que possa caracterizar dúvida, isso tem que ser verificado com área médica", complementou a presidente da associação.

Segundo a Anvisa, o medicamento Soliris possui registro no país, mas a comercialização em farmácias, por exemplo, ainda depende de estabelecimento do preço por câmara de regulação.

A diretora-presidente da associação negou a possibilidade de má fé dos advogados. "Não acredito, tudo é feito com cautela." Batizada de "Cálice de Hígia", a operação da Polícia Federal faz referência ao cálice dourado com uma serpente enrolada, um dos símbolos do setor farmacêutico.

A doença

A SHUa é uma doença degenerativa rara e vem da formação de coágulos em vasos sanguíneos pelo corpo, que podem levar a complicações de diversos órgãos. Na maioria dos casos, os rins são os mais afetados. Mas a doença também traz complicações neurológicas, gastrointestinais e cardíacas.

Operação da PF investiga irregularidades na compra de medicamentos de alto custo

08/05/2017 12h01 Marli Moreira – Repórter da Agência Brasil

A Polícia Federal (PF) cumpre hoje (8), por determinação da Justiça, dois mandados de busca e apreensão: um em Campinas e outro em São Paulo, no âmbito da Operação Cálice de Hígia, que investiga irregularidades na compra de medicamentos de alto custo. De acordo com a PF, nos últimos sete anos, o setor público gastou R$ 1,2 bilhões em negociações do gênero.

Em nota, o órgão informou que, em Campinas, funciona uma associação responsável por ajuizar uma série de medidas solicitando, em caráter liminar, o fornecimento de um medicamento que ainda não conta com aprovação definitiva pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O comunicado relata que, só no Distrito Federal, foram identificados pelo poder Judiciário 900 pedidos de compra. No ano passado, até setembro, tinham sido gastos mais de R$ 560 milhões com a aquisição do medicamento.

Uma parte expressiva das solicitações foram feitas por uma associação de pacientes, que é responsável por captar tanto portadores da Síndrome Hemolítica Urêmica atípica (SHUa) como casos de diagnóstico inconclusivo ou negativos da doença. Há suspeita de que o representante da indústria farmacêutica detentora dos direitos de exploração do medicamento repasse valores a advogados para eles defenderem pacientes ou supostos pacientes na aquisição dos medicamentos.

O nome da Operação é uma referência a um dos símbolos da farmácia, o cálice dourado com uma serpente enrolada.

Edição: Denise Griesinger

Comissão obriga SUS a oferecer tratamento para câncer de mama metastático

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3169/15, que obriga o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer tratamento para o câncer de mama metastático – ou seja, aquele que se espalhou para além de seu foco inicial para outros órgãos do corpo.

A autora da proposta, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), destaca que recentemente houve um grande avanço medicamentoso com uma terapia genética especial para os casos mais graves de câncer de mama, mas que as pacientes do SUS não têm acesso a esse tipo de tratamento.

O parecer da relatora, deputada Ana Perugini (PT-SP), foi favorável à proposta. “Nessas circunstâncias, a paciente necessita de drogas mais potentes e tratamento imediato para que se evite a proliferação metastática e o atingimento de outros órgãos e tecidos além dos já atingidos”, disse.

Suprimento obrigatório
Pela proposta, o medicamento para o tratamento do câncer de mama metastático fará parte da lista dos medicamentos de suprimento obrigatório pelos gestores de unidades de tratamento oncológico do SUS. A autoridade sanitária competente regulamentará o uso desse tratamento, por meio de protocolos clínicos.

Ainda conforme o texto, as despesas decorrentes da implementação da medida serão financiadas com recursos do orçamento da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, conforme regulamento.

Tramitação
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-3169/2015
Reportagem – Lara Haje
Edição – Pierre Triboli

Medicamento de uso domiciliar deve ser coberto por plano de saúde

8 de maio de 2017, 9h45

O plano de saúde não pode se recusar a custear um tratamento prescrito pelo médico se a doença for coberta pelo plano. Esse foi o entendimento da juíza Andrea de Abreu e Braga, da 10ª Vara Cível de São Paulo, ao obrigar o plano de saúde a custear medicamento de uso domiciliar.

No caso, o homem foi submetido a um transplante de fígado, e o médico prescreveu o uso contínuo do medicamento Everolimo. Contudo, o plano de saúde do paciente se negou a garantir a cobertura da medicação sustentando que, conforme estipulado em contrato, o remédio de uso domiciliar não é coberto pelo plano de saúde.

Segundo o convênio, a Lei 9.656/98, que regulamenta os planos de saúde, isenta a operadora de custeio de medicação administrada em ambiente domiciliar, o que levou o paciente a discutir a questão na Justiça. Representado pelo advogado Luciano Correia Bueno Brandão, do escritório Bueno Brandão Advocacia, o paciente alegou que esse tipo de negativa é abusivo.

O advogado explicou que o Superior Tribunal de Justiça possui entendimento pacificado no sentido de que o local da administração do medicamento é irrelevante para definir o dever de cobertura pelo plano de saúde. "Coberta a doença, o tratamento, incluindo a medicação necessária, deve ser garantido, sendo que o Código de Defesa do Consumidor permite concluir pela nulidade de eventual cláusula contratual em sentido contrário", afirmou.

Ao julgar o pedido, a juíza Andrea de Abreu e Braga seguiu o entendimento do STJ, classificando como abusiva a recusa do plano de saúde. "Negar o procedimento curativo ou que traga maior qualidade de vida ao paciente é o mesmo que retirar a cobertura da moléstia, o que se mostra abusivo. A tese de que o custeio deve se dar pela forma de reembolso não prospera, por se tratar de fórmula prejudicial ao consumidor", afirmou a juíza.

Processo 1001183-87.2017.8.26.0100

Revista Consultor Jurídico, 8 de maio de 2017, 9h45

FCE Pharma – Bosch mostra soluções para a indústria farmacêutica

8 de maio de 2017

A Bosch é mundialmente conhecida por ser uma das principais fornecedoras de tecnologias de processamento e soluções de embalagens para medicamentos líquidos e sólidos especialmente para as indústrias farmacêutica e de biotecnologia. Durante a FCE Pharma, principal plataforma de negócios para a cadeia produtiva do setor farmacêutico na América Latina, que ocorrerá de 23 a 25 de maio no São Paulo Expo, a empresa apresentará suas soluções em máquinas para tratamento de água, equipamentos de laboratórios para o processamento de medicamentos sólidos e sistema de inspeção de punções.

A expertise da Bosch no segmento farmacêutico inclui ainda embalagem primária, tecnologias de processamento e de inspeção para diferentes campos de aplicação. A empresa também disponibiliza soluções para embalagem secundária com qualificação e validação, software track and trace, além de serviço técnico completo ao consumidor. Já na área de biotecnologia, o portfólio da Bosch conta com o desenvolvimento e especificação de sistemas e soluções completas para a produção de medicamentos.

Tratamento de água
Os visitantes do evento poderão conferir no estande da Bosch a nova linha de geradores de vapor e unidades de destilação com alta eficiência energética. A utilização térmica otimizada de aquecimento permite obter rendimentos elevados de WFI e de vapor puro. Para isso, a Bosch otimizou a quantidade de modelos de geradores de vapor puro e unidades de destilação e definiu novos tamanhos de máquinas dentro de uma gama consistente para reduzir os prazos de entrega, bem como os custos de investimento. O PSG (gerador de vapor) abrange uma faixa de desempenho de 100 a 7.500 quilogramas por hora, enquanto a unidade de destilação (still series) fornece de 350 a 12.000 litros de WFI por hora.

Os geradores de vapor puro e unidades de destilação para a produção de WFI da Pharmatec usam a circulação natural como princípio. As partículas, as endotoxinas e outras impurezas permanecem na água durante a fase de transição da mesma para o vapor. O vapor estéril é convertido em água puríssima na qualidade de WFI na fase de condensação.

O vapor estéril, por sua vez, é indispensável para a biotecnologia e na indústria farmacêutica em geral, pois é usado na limpeza e esterilização de sistemas de produção ou em autoclaves. Com isso, o vapor é produzido a partir de água purificada em uma coluna de destilação aquecida pelo vapor, já os gases não condensáveis são eliminados por desgaseificação térmica ou por um módulo integrado na membrana.

As Unidades de Destilação de Efeito Múltiplo para geração do WFI também
utilizam o processo de circulação natural. O vapor industrial é utilizado para aquecer a primeira coluna e todos os outros módulos são aquecidos a partir do calor residual, o que garante alta eficiência energética em todo o sistema. As unidades de destilação também podem ser programadas para produzir vapor puro por demanda. No modo duplo, por exemplo, o vapor está disponível como opção ao invés de WFI e, no modo triplo, é possível produzir vapor paralelamente a produção da água limpa. Além disso, há opções adicionais, como pré-aquecedores, controle de produção baseado em consumo, módulos de desgaseificação, sensores e interfaces adicionais, que estão disponíveis que visam atender as demandas específicas dos clientes.

Processamento de sólidos
A Bosch também apresentará na FCE Pharma plantas modulares para laboratórios – o Solidlab 1. Essa solução baseia-se no uso eficiente de equipamentos periféricos, sistemas de controle e aquisição de dados em combinação com a integração inteligente de processos de alta qualidade. Os módulos individuais são estruturados como se fossem uma linha completa de produção. A empresa disponibiliza no mercado dois modelos: o Solidlab 1, que processa lotes de 0,05 a 1 kg e o Solidlab 2 – baseado no mesmo princípio – processa lotes de 0,25 a 12 kg.

Já o Mycromix da Hüttlin é o menor granulador high-shear para laboratórios. O equipamento também é adequado para fins de pesquisa e trabalha com lotes de 0,1 a 3,5 quilos. O granulador com acionamento inferior e o sistema Hüttlin Gentlewing assegura uma mistura homogênea de alta qualidade para grânulos, com capacidade de troca rápida entre “product container” e Gentlewing. É a solução ideal para todos os tipos de laboratórios em combinação com o Solidlab 1 ou 2.

Inspeção de punções
Outro destaque será o Sistema Automático de Inspeção e Análise de Ferramental (TIAS – Tooling Inspection and Analysis System) para compressão de comprimidos.

O TIAS substitui o processo manual de medição por um método novo de mensuração automática com precisão e repetibilidade dos punções. Os resultados da inspeção são registrados eletronicamente e geram relatórios que possibilitam uma análise do histórico para uma melhor previsão de uso do ferramental, bem como sua reposição. Pela fácil identificação dos punções fora de especificação, o tempo da compressora parada pode ser reduzido. Com isso, o TIAS permitirá um melhor gerenciamento do inventário completo dos ferramentais da compressora.

A versão mais recente do software TIAS pode combinar diferentes componentes de hardware e seu sistema modular visa atender as diversas demandas dos clientes. Assim sendo, o TIAS é adequado para a maioria dos punções existentes no mercado, independentemente do modelo de compressora ou fabricante. A Bosch oferece ainda instalação especializada, inicialização e treinamentos que visam garantir o bom funcionamento de todo o sistema.