Comissão da Alerj constata irregularidades em mais uma empresa de água mineral

Na ação em Magé, foram encontrados equipamentos de produção mal conservados e banheiros sujos

por O Globo

27/06/2017 11:00

RIO — A Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realizou nessa segunda-feira mais um vistoria em uma empresa de água mineral do estado. Desta vez, integrantes da comissão, presidida pela deputada Lucinha (PSDB), e técnicos da Vigilância Sanitária Estadual (VSE) e do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), verificaram problemas na empresa Hidratta, localizada em Magé. Dentre as irregularidades, foram constatados equipamentos de produção mal conservados e banheiros sujos para uso dos funcionários.

Na operação realizada nessa segunda-feira, fiscais da Vigilância Sanitária Estadual coletaram 15 galões que seriam comercializados para análise da água. A comissão também fez coletas em uma das fontes naturais do terreno. As amostras foram levadas para o laboratório da Vigilância Sanitária do Município do Rio. O deputado Nivaldo Mulim (PR) também participou da vistoria.

Essa é a segunda vistoria feita pela comissão em uma empresa de água mineral este mês. A primeira, na semana passada, foi na Ouro da Serra, em Xerém, Duque de Caxias. No início de junho, reportagem publicada pela Defesa do Consumidor do Globo denunciava que nem toda água engarrafada é mineral e para a maioria dos consumidores este detalhe não está claro.

Nesta terça-feira, os donos da empresa devem comparecer à sede da Vigilância Sanitária para prestar esclarecimentos. Eles terão 30 dias para resolver as irregularidades apontadas.

A presidente da comissão informou que dará prosseguimento à fiscalização de 62 indústrias de água mineral autorizadas no estados, e aquelas que apresentarem problemas que indiquem perigo imediato à saúde da população serão interditadas na hora. Lucinha acrescentou que pretende acrescentar ao projeto de lei de sua autoria que cria um selo fiscal para os galões um artigo exigindo que os vasilhames comercializados e reaproveitados no Rio sigam, rigorosamente, as medidas da ABNT NBR 14222, que determina o padrão para esse tipo de produto. Dessa maneira, a parlamentar explicou que pretende dar fim à reserva de mercado que ocorre hoje no setor.

"Tem empresa que produz galões exclusivos e muda o tamanho do bico do gargalo, dificultando o reaproveitamento. Isso tem que ser padrão, conforme manda a norma da ABNT, para que o sistema possa funcionar em cadeia e de forma intercambial", esclarce a parlamentar.

Procurada, a empresa informou que acatará todas as exigências da Comissão da Alerj. O sócio-diretor, Marcelo Pimenta, ressalta que a companhia nunca foi notificada por irregularidades na embalagem do produto. Quanto aos banheiros, ele afirma que a limpeza está em dia. Mas reconhece que a esteira que transporta os garrafões até os caminhões precisa ser substituída por uma de aço-inox. — Usamos a fiscalização como uma consultoria para melhorar nossa produção — conta Marcelo.

OMS: excesso de antidepressivo faz mais mal do que a depressão

por Daniel Brunet
27/06/2017 08:05

O ato público pela saúde mental que o Canal Futura fez, quinta passada, com transmissão pelo Facebook, abordou um dos grandes perigos modernos: O uso massivo e indiscriminado de antidepressivo.

É que o estudo da Organização Mundial da Saúde, divulgado em 7 de abril passado, aponta que esse excesso de consumo de medicamentos "cria um problema maior do que a depressão".

A questão foi lembrada pelo psiquiatra Paulo Amarante, doutor em Saúde Pública e pesquisador titular do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fiocruz.

Ele ressaltou que as pessoas que administram melhor o uso desses medicamentos apresentam resultado de “cura” melhor do que aqueles que fazem uso contínuo do mesmo.

Além dele, participaram do bate-papo Mara Faget, diretora médica e de assistência do Instituto Philippe Pinel, e Sofia Amaral, documentarista da Agência Pública de Jornalismo Investigativo.

Fechamento de unidades da Farmácia Popular afetará pacientes do Alto Tietê

Até agosto, governo federal vai fechar unidades próprias do programa e repasse será feito às secretárias municipais de Saúde.

Por Diário TV

27/06/2017 20h36

Governo Federal vai fechar unidades do programa Farmácia Popular

Até agosto o governo federal vai fechar todas as unidades próprias do Programa Farmácia Popular. O dinheiro gasto com elas vai agora para as secretarias municipais de Saúde que devem aumentar o estoque de remédios pra compensar o fechamento das unidades. Mas em Poá, essa mudança está pegando muita gente de surpresa.

Quem vai até a unidade em Poá, já não encontra remédios. “A resposta que dera é que não tem os medicamentos e que vai fechar”, disse o aposentado Pedro Rodrigues Cunha

O aviso informa o público que falta pouco pro encerramento das atividades das unidades da farmácia popular, que disponibiliza medicamentos de graça ou pelo valor de custo.

O governo federal anunciou que, a partir de agosto, vai destinar R$ 100 milhões anuais, que antes iam pra Farmácia Popular, para estados e municípios fazerem a compra direta de medicamentos oferecidos, por exemplo, nos postos de saúde.

O governo federal defende que a medida ampliará o acesso da população aos medicamentos, já que, em 2016, apenas 20% da verba repassada ao programa Farmácia Popular foi pra compra de remédios, o restante, segundo o Ministério da Saúde, foi pra gastos com a infraestrutura de unidades, como a de Poá.

Tem gente que não concorda com a medida, principalmente, os que não querem ter que ir aos postos de saúde. “Nos postos de saúde é um descaso tremendo. Não tem remédio e o atendimento é péssimo. Pessoas incapazes em frente, atendendo a gente”, disse a aposentada Jesuíta Santos Amaral.

Enquanto uns vão sentir falta, outros estão longe disso. Um asilo atende 43 idosos. As funcionárias fazem a separação diária porque todos tomam remédios. Mas nenhum vem da Farmácia Popular. “Eu pego a medicação na rede básica nos postos. Todos estão disponíveis. O que tem de graça na Farmácia Popular, também tem no posto. Alguns medicamentos quando estou em falta, retiro quando for reestabelecido”, explica a cuidadora Izabel Tomaz.

Segundo a direção do asilo, 25% por cento dos remédios usados são manipulados, o que segundo a Izabel sai mais barato do que comprar na Farmácia Popular, mesmo com o desconto por lá.

Os outros 75 % dos medicamentos, não tem custo já que saíram de postos de saúde. Por isso a cuidadora, aprovou a mudança do destino dos repasses. “Se for bem fiscalizado e funcionar, está ótimo”

O Ministério da Saúde explica ainda que a rede própria da Farmácia Popular vai ser fechada, mas o projeto "Aqui tem Farmácia Popular" que funciona dentro de farmácias privadas, continua normalmente e vai ser, inclusive, ampliado.

A prefeitura de Poá disse que essa rede credenciada tem parceria com sete drogarias da cidade, mas não se manifestou sobre a falta de remédios, como disse uma das entrevistadas. Informou apenas que estuda incorporar nos postos de saúde os remédios da Farmácia Popular que ainda não fazem parte da rede municipal.

Dicas para economizar na compra de remédios

Quer dicas para economizar com medicamentos? Veja aqui uma lista de como conseguir comprar remédios mais baratos e economize!

Andreia Silveira

27/06/2017 – 08:42

Quem faz uso de medicamentos contínuos sabe o quanto os preços dos medicamentos aumentam. Em todo o primeiro semestre do ano, o Governo autoriza esses aumentos em mais de 19.000 tipos de remédios.

A lista dos medicamentos que sofrem essa mudança nos preços se divide entre terapêuticos fortemente concentrados, terapêuticos sem evidência de concentração e terapêuticas moderadamente concentradas. Esses medicamentos possuem um valor máximo para vendas e também um “x” de aumento, conforme a classe, respectivamente.

Nesse ano, o aumento foi permitido de até 4,76%, porém, já oferece uma grande diferença para os consumidores que precisam dos medicamentos. A boa notícia é que existem formas de economizar com medicamentos. Confira algumas!

Como economizar com medicamentos

Se você tem que comprar um determinado remédio, então não tem como fugir de gastar com a aquisição, não é mesmo? Porém, você pode conseguir driblar os altos preços nos medicamentos. Quer saber como? Conheça alguns jeitos:

– Descontos nos laboratórios farmacêuticos

Você pode aproveitar vários programas de descontos dos laboratórios farmacêuticos, incluindo para o caso de doenças crônicas. Mas para isso, você precisa se cadastrar no laboratório que disponibiliza o remédio. O cadastro é realizado por telefone ou pelo próprio site e você poderá retirar o medicamento com a receita em mãos.

– Descontos em farmácias conveniadas aos planos de saúde

Para atrair mais beneficiários e melhor atendê-los, os planos de saúde oferecem descontos em medicamentos. Com esse benefício, os beneficiários conseguem economizar muito mais ao comprar o remédio que precisa. Este pode ser oferecido tanto na própria farmácia do plano, como é o caso da Unimed, como também através de programa de desconto.

Para aproveitar o benefício, é preciso apenas ter um convênio médico e verificar se a operadora contratada oferece essa vantagem. Fique atento, pois cada operadora possui a rede ou redes credenciadas. Peça sempre a lista para o seu plano e compre o medicamento no estabelecimento que faz parte do benefício.

Além disso, você precisa se atentar, já que não são todos os medicamentos que entram na lista de descontos.

– Farmácia Popular

Ela se encontra tanto na rede própria do Governo como também em uma rede de comércio varejista. Na lista disponível dos medicamentos da Farmácia Popular, você pode encontrar os medicamentos gratuitos e também os que possuem descontos excelentes.
A lista é vasta e você só precisa ter uma receita médica para usufruir o benefício.

– Outras formas de economizar com medicamentos

Você também pode pesquisar em várias redes de farmácias, pois as diferenças entre valores de uma para outra pode ser bem grande. Além disso, peça descontos e não é porque se trata de uma farmácia que não há margem para negociação. Mostra preços mais baixos na concorrência e peça para diminuir e não apenas fazer o mesmo.

Você também pode optar por comprar medicamentos genéricos, já que, por regra, tende a ser mais barato. E por falar em genéricos, verifique vários laboratórios e opte pela compra do mais em conta. Para facilitar, peça ao seu médico para receitar o remédio pelo princípio ativo, ao invés do nome da marca.

E não se esqueça! Remédios para o tratamento de diabetes, hipertensão, asma e até os anticoncepcionais são encontrados na lista do Programa Farmácia Popular. Peça ao seu médico para receitar um desses.

Por: Andreia Silveira, colaboradora do site PlanodeSaúde.net

Cofen participa de Consulta Pública da ANVISA sobre Vacinação em Farmácias

Durante o ato, foi defendido que os serviços de Enfermagem devem ser gerenciados por profissionais Enfermeiros nas salas de vacina

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), através dos membros da Câmara Técnica de Legislação e Normas – CTLN e da Câmara Técnica de Atenção à Saúde – CTAS, participou da consulta pública nº 328, de 24 de abril de 2017, realizada pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tratou sobre os requisitos mínimos para o funcionamento dos serviços de vacinação, além de discutir regras para a realização de vacinação nas farmácias.

Após análise foi verificado que a consulta é de relevância pública e de interesse da Enfermagem, pois, após a apreciação da minuta, alguns temas foram evidenciados. No texto do artigo 6º – “O estabelecimento que realizar o serviço de vacinação deve ter um responsável técnico e um substituto” – foi ressaltado o profissional responsável técnico de sala de vacina deve ter nível superior. Portanto, o enfermeiro seria o mais adequado ao serviço, já que traz em sua formação qualificação teórica e prática para o pleno desenvolvimento de todas as atividades relacionadas a imunobiológicos.

Outro ponto destacado pelos presentes foi o artigo 7º da consulta pública que traz a seguinte redação: “Os serviços de vacinação devem contar com o profissional legalmente habilitado para desenvolver as atividades de vacinação durante todo o período em que o serviço for oferecido”. Novamente o artigo não fez referência a qual profissional da área da saúde será considerado legalmente habilitado, tampouco qual o grau de escolaridade mínima exigido para o desenvolvimento de tal atividade laboral ou se haverá necessidade de formação complementar proveniente de curso de capacitação.

Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem sua maior força de trabalho representada quantitativamente e qualitativamente pela equipe de Enfermagem. Os membros das Câmaras Técnicas representantes da autarquia federal ressaltam que, além da Enfermagem integrar conhecimento técnico e científico, pressupostos legais do exercício profissional que garante a ética e a legalidade, esses profissionais asseguram à sociedade uma assistência segura e de excelência nos serviços públicos de saúde.

Por isso, o Cofen esclarece, mais uma vez, que os serviços de Enfermagem devem ser obrigatoriamente gerenciados por profissionais Enfermeiros, que também são responsáveis pela supervisão do Técnico e do Auxiliar de Enfermagem nas salas de vacina nos serviços de saúde durante todo o período de funcionamento das instituições.

Fonte: Câmara Técnica de Atenção à Saúde – CTAS

Projeto que prevê publicação de medicamentos em Unidades de Saúde é aprovado

O projeto prevê ainda prazo de 10 dias úteis para a reposição dos medicamentos de uso contínuo em falta. Conforme o texto, a Secretaria terá que disponibilizar um número de telefone e um e-mail para receber e avaliar as reclamações apresentadas por usuári

Foi aprovado por unanimidade projeto que prevê a publicação da relação de medicamentos existentes, daqueles em falta e o local onde encontrá-los, no site oficial da Prefeitura de Campo Grande e em todas as unidades de saúde. A proposta é do vereador André Salineiro, que usou a tribuna para relatar que esteve em um posto de saúde recentemente e não conseguiu informação sobre os medicamentos em falta. O vereador explicou que a divulgação resolveria situação que gera transtorno para a população e não geraria custos para a Prefeitura.

“A Prefeitura não vai precisar gastar com isso, pois basta a Secretaria Municipal de Saúde repassar a informação à Prefeitura, que irá divulgar, fazendo atualização diária para que o cidadão não tenha que ficar peregrinando em busca do remédio. Já nas unidades, basta fixar um papel com a relação na parede. É algo simples, mas que fará toda diferença para quem precisa dos remédios e não pode comprar”, argumentou Salineiro sobre o projeto aprovado em primeira discussão.

O projeto prevê ainda prazo de 10 dias úteis para a reposição dos medicamentos de uso contínuo em falta. Conforme o texto, a Secretaria terá que disponibilizar um número de telefone e um e-mail para receber e avaliar as reclamações apresentadas por usuários ou entidades representativas, sobre a falta de medicamentos; além de encaminhar aos órgãos competentes, as denúncias e irregularidades de qualquer tipo.

Durante a votação, um dos parlamentares lembrou que em 2007, foi promulgada na Câmara Municipal uma lei com matéria semelhante, que previa a divulgação de medicamentos. No entanto, a lei nunca foi colocada em prática, pois o projeto era autorizativo. Desta vez, o projeto é impositivo, ou seja, por mais que o prefeito decida vetá-lo, a lei pode entrar em vigor e obrigar a Prefeitura a fazer a divulgação, caso a Câmara Municipal derrube o veto e faça vigorar a lei. Com isso, a lei anterior ficará revogada, conforme previsto no projeto do vereador Salineiro.

Pacientes com hipertensão pulmonar reclamam da demora na liberação do remédio em Joinville

Estado está com processo de licitação aberto para compra do medicamento, que custa R$ 4.500. Pacientes terão que aguardar até início de julho

Jean Balbinotti
jean.balbinotti@an.com.br

Diagnosticada com hipertensão pulmonar há cerca de dez anos, a professora aposentada Terezinha Marcelino Souza, 63 anos, moradora do bairro Comasa, em Joinville, teve uma piora no seu quadro clínico no ano passado, após uma embolia pulmonar. Houve o agravamento dos sintomas da doença e os médicos decidiram mudar o tratamento. Terezinha recebeu a indicação para tomar um remédio mais forte e mais caro, o Volibris (ambrisentana), cuja embalagem de 30 comprimidos custa, em algumas farmácias, mais de R$ 4,5 mil.

Por ser um medicamento de alto custo e não ter condições financeiras para comprá-lo, a família de Terezinha decidiu pedir ajuda ao governo do Estado, que oferece o medicamento via judicial por meio da Farmácia-escola de Joinville. Mas para ter esse direito, Terezinha precisou comprovar a necessidade de uso do medicamento e apresentar uma série de documentos e receitas médicas.

Após idas e vindas, a compra do medicamento foi autorizada em março e Terezinha recebeu a primeira remessa em abril. Em maio, a entrega também ocorreu dentro do prazo. O problema apareceu na terceira retirada, no dia 21 de junho, quando, sem receber qualquer aviso, o filho de Terezinha, Cristiano Marcelino Souza, 29, foi informado na Farmácia-escola de que o medicamento estava em falta e que não havia previsão de entrega. Segundo Cristiano, a falta do remédio coloca em risco a saúde de sua mãe, que obteve uma melhora significativa dos sintomas com o uso da medicação prescrita.

— Quando a minha mãe não toma o remédio, ela fica muito mal, cansada. A falta dele compromete muito a qualidade de vida. Não entendo por qual motivo isso acontece. Não poderiam ter feito o pedido de compra antes? — questiona Cristiano.

Vale lembrar que Terezinha não é a unica paciente nessa situação em Joinville. Segundo a reportagem apurou, há outras pessoas com a mesma doença na cidade e em risco pelo atraso na entrega da ambrisentana. Na semana passada, uma remessa de medicamentos de alta complexidade chegou a Joinville, mas, segundo a Prefeitura de Joinville, que é responsável pela retirada dos remédios em Florianópolis, a ambrisentana não estava no lote entregue à Farmácia-escola.

Cristiano diz não saber a quem recorrer para pedir agilidade na entrega do remédio. A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da sua assessoria de imprensa, limitou-se a informar que ¿o medicamento Volibris ambrisentana está em processo de licitação.¿ No site da SES, entretanto, é possível saber que há cinco processos de licitação abertos para a compra de medicamentos de alta complexidade e atendimento a ordens judiciais. Os processos serão finalizados entre os dias 4 e 5 de julho.

O que diz a SES:

Processos licitatórios vigentes na SES:

– Nº 0902/2017: aberto em 20 de junho, tem prazo de conclusão previsto para 4 de julho.
– Nº 0616/2017, Nº 0694/2017, Nº 0858/2017 e Nº 0874/2017: abertos em 21 de junho, têm prazos de conclusão previstos para 5 de julho.

Contraponto

– A Secretaria de Estado da Saúde informa que entre os meses de janeiro e junho deste ano, foram enviados ao município de Joinville 194 medicamentos para cumprir ordens judiciais, dos quais, 165 de alto custo e 56 de programas estratégicos para o tratamento de doenças como a Aids, da saúde da mulher, do tabagismo, entre outros. Sobre o processo de licitação, a informação é de que eles estão em curso e que, por exigirem trâmites burocráticos, costumam ser demorados. Para detalhar esse processo, a secretaria diz que seria necessário solicitar um diagnóstico a uma equipe técnica.

Como funciona

– A distribuição de medicamentos de componentes especializados no Estado funciona da seguinte forma: em sua maioria, eles são comprados pelo Ministério da Saúde que envia os medicamentos para a Central de Abastecimento, em Florianópolis. Depois, as secretarias municipais de Saúde, com gestão plena (caso de Joinville) e a Farmácia-escola buscam os produtos na central e os distribuem aos pacientes. Nos casos das cidades menores, os medicamentos são entregues nas gerências regionais de saúde e então retirados pelas unidades municipais.

Prefeitura de Valadares vai fornecer remédios gratuitos para jovens com transtornos de comportamento

Ministério Público firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com município para fornecer Ritalina, Ritalina LA e Risperidon.

27/06/2017 12h31

A Prefeitura de Governador Valadares terá que disponibilizar gratuitamente medicamentos para crianças e adolescentes, que sofrem de transtornos de comportamento. A medida foi publicada nessa segunda-feira (26), pelo Ministério Público de Minas Gerais, que firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o município.

Segundo o MP, o município assumiu a obrigação de adotar medidas para manter o estoque dos medicamentos com capacidade de atender à demanda de pacientes, tendo o mínimo de 10 caixas de cada um dos remédios como reserva. "Os medicamentos deverão ser adquiridos até o dia 31 de agosto. Caso o TAC seja descumprido, será imposta multa diária, no valor de R$ 100 por cada criança ou adolescente não atendido com a medicação", diz o MP.

A medida surgiu após a Promotoria de Justiça de Governador Valadares abrir um inquérito cibil público que demonstrou a necessidade do fornecimento dos medicamentos.

Em nota ao G1, a Prefeitura de Governador Valadares informou que o acordo já está em vigência e que “terão acesso a esses medicamentos apenas os pacientes que, mediante prescrição médica de profissionais da rede pública em receituário do SUS, tiverem a comprovada necessidade da utilização dos remédios, em razão de tratamento médico".

Medicamentos

A prefeitura deverá disponibilizar os medicamentos Ritalina, Ritalina LA e Risperidon ou similares prescritos por profissionais médicos. A Ritalina é usada no tratamento de crianças com síndrome comportamental caracterizada por distractibilidade moderada a grave, deficit de atenção, hiperatividade, labilidade emocional e impulsividade. A Risperidona é indicada para o tratamento de transtornos do comportamento de pacientes com demência com sintomas de agressividade, transtornos psicomotores ou sintomas psicóticos, além do tratamento da mania aguda ou episódios mistos associados com transtorno bipolar, segundo o Ministério Público.

Participação dos fitoterápicos no mercado brasileiro é ainda muito aquém do seu potencial e liderado por produtos estrangeiros, alerta especialista

“O uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios derivados dos conhecimentos tradicionais associados e da pesquisa científica do patrimônio genético poderia garantir acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos pela população, com eficácia e qualidade”, explica Arthur Chioro, professor da Unifesp e ex-ministro da Saúde

Os brasileiros estão, cada vez mais, aderindo a tratamentos à base de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos: entre 2013 e 2015 a busca por esses produtos no Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou, crescendo 161%, segundo o Ministério da Saúde. Mesmo assim, é possível ampliar o uso desses medicamentos, afirmam os participantes do Simpósio Fitoterapia no SUS (Sistema Único de Saúde), realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e o Programa de Pós-Graduação em Biologia Química da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no início de junho.

Segundo Arthur Chioro, professor-adjunto do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina/Unifesp e ex-ministro da Saúde, o Brasil possui enorme potencial de desenvolvimento do setor de plantas medicinais e fitoterápicos, mas para isso, precisa melhorar algumas lacunas. “O uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios derivados dos conhecimentos tradicionais associados e da pesquisa científica do patrimônio genético poderia garantir acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos pela população, com eficácia e qualidade”, explica. Entretanto, afirma ele, a maioria dos serviços vinculados ao SUS no Brasil ainda não incorporaram sequer os 12 medicamentos fitoterápicos que já constam da Relação Nacional de Medicamentos (Rename).

O docente explica ainda que quando os medicamentos estão disponíveis, eles não são conhecidos e prescritos pelos médicos. “E a população também não sabe que tem direito ao uso de fitoterápicos no SUS, embora os consuma largamente, adquiridos em farmácias – em particular aqueles produzidos por laboratórios estrangeiros, a partir de plantas que não existem no Brasil”, explica.

Durante a mesa-redonda “Formulação de propostas para o futuro da Fitoterapia no Brasil”, diversas ações foram discutidas pelos participantes para ampliar o uso dos fitoterápicos pelo SUS. Chioro explica que são fundamentais a Lei de Acesso à Biodiversidade, o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação e a revisão e aprimoramento das regras da Vigilância Sanitária, sob responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Será necessário rever a lista de plantas medicinais de interesse para o SUS e, a partir  daí, valorizar e priorizar  investimentos em pesquisas clínicas e recursos para que laboratórios públicos e privados nacionais possam desenvolver e produzir insumos farmacêuticos a partir de plantas nacionais”, explica.

Por outro lado, ele ressalta que é preciso sensibilizar as secretarias municipais de saúde para que ampliem a demanda por fitoterápicos e produzir ações de capacitação e educação permanente, em particular para os médicos que atuam na atenção básica e na Estratégia Saúde da Família, para que possam conhecer melhor os potenciais e passarem a prescrevê-los. “Não podemos desconsiderar o potencial de indução que o SUS, como maior comprador de medicamentos, tem de alavancar a produção de fitoterápicos”, explica.

Helena Nader, presidente da SBPC, ressalta que é preciso dar mais valor à biodiversidade brasileira. “É muito importante discutir fitoterápicos. Não podemos esquecer que a maioria dos produtos utilizados no Brasil tem como base plantas de outros países. Ou seja, o Brasil, mais uma vez, com sua mega biodiversidade, é passado para trás”, lamenta.

Nader ainda ressalta que este assunto é muito relevante porque é preciso garantir, por meio de uma legislação moderna, que a população tenha acesso seguro aos medicamentos de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade brasileira, que é muito rica. “Mas o que temos são legislações míopes, que impõem gargalos para o avanço da ciência, tecnologia e inovação no País”, alerta.

Ricardo Tabach, pesquisador do Cebrid/Unifesp, acrescenta que o uso dos fitoterápicos é bastante difundido no Brasil e bem aceito pela população, pois, além da tradição e dos aspectos culturais, existe a crença de que “o que vem da terra não faz mal”, porém esta ideia não reflete a realidade, uma vez que muitos medicamentos à base de plantas podem prejudicar a saúde. Por isso, é preciso mais pesquisas. “Mesmo tendo essa necessidade, temos encontrado muitas dificuldades em função de uma legislação bastante restritiva que obriga o pesquisador a enfrentar uma infinidade de entraves burocráticos que desestimulam as pesquisas neste setor”, lamenta.

Pesquisas no Brasil

Para Chioro, a participação dos fitoterápicos no mercado de medicamentos é ainda muito aquém do seu potencial e liderado por laboratórios estrangeiros e produtos formulados a partir de plantas que não existem no Brasil. Por outro lado, as plantas medicinais são largamente utilizadas pela população, muitas vezes sem o devido cuidado, sem a necessária comprovação de sua eficácia e sem a compreensão de que podem ser tóxicas. “O grande desafio é garantir o uso seguro e racional de plantas medicinais e fitoterápicos, e de utilizar plenamente o potencial da nossa biodiversidade para produzir mais saúde para a população brasileira”, diz o professor da Unifesp.

Para Tabach, os fitoterápicos têm uma participação importante no mercado de medicamentos porque eles refletem a nossa cultura, nossa tradição e história. Além disso, são medicamentos de baixo custo aos quais parte da população está habituada, pois aprendeu a usá-los com seus avós e pais. Mas lamenta que, por diversos motivos, seu acesso ainda está “caminhando” no SUS.

Fitoterápicos

Atualmente, o SUS oferta 12 medicamentos fitoterápicos. Eles são indicados, por exemplo, para uso ginecológico, tratamento de queimaduras, auxiliares terapêuticos de gastrite e úlcera, além de medicamentos com indicação para artrite e osteoartrite.

De acordo com o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), os fitoterápicos mais utilizados na rede pública são o guaco, a espinheira-santa e a isoflavona-de-soja, indicados como coadjuvantes no tratamento de problemas respiratórios, gastrite e úlcera e sintomas do climatério, respectivamente.

Os produtos fitoterápicos e plantas medicinais, assim como todos os medicamentos convencionais, são testados para o conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, e também para garantir  a qualidade do insumo. Cabe à Anvisa e às Vigilâncias Sanitárias Municipais e Estaduais o controle desses medicamentos.

Vivian Costa – Jornal da Ciência

Levantamento do TCE aponta falhas na logística de medicamentos dos municípios

Fonte: Assessoria TCE-MT | Publicado em: 27/06/2017 às 15:49

Dos 127 municípios mato-grossenses pesquisados pelo Tribunal de Contas para subsidiar levantamento acerca do controle interno na logística de medicamentos, a maior parte, 71,7%, não possui controle de demanda reprimida de medicamentos e somente em 14,2% este controle está em desenvolvimento, mas ainda muito falho. Apenas 6,3% dos municípios pesquisados exercem o controle, porém com falhas, e em 7,9% o controle existe e funciona de forma correta.

A fragilidade constatada pelo TCE-MT junto aos controladores internos expõe os municípios a diversos riscos, como por exemplo, aquisição de medicamentos e insumos por preços acima dos praticados no mercado (sobrepreço), vencimento prematuro do prazo de validade dos produtos por falhas na administração dos estoques, entre outros. A pesquisa foi feita entre 2015 e 2016 e aprovada pelo Pleno do Tribunal de Contas de Mato Grosso nesta terça-feira (27.06).

Paralelamente ao trabalho de levantamento dos dados, o TCE utilizou em 2016 o ciclo de capacitação Gestão Eficaz para discutir com os municípios de nove polos do Estado sobre a logistica de medicamentos. “Procuramos levar as boas práticas desenvolvidas pelas prefeituras, uma espécie de troca de experiências. Incentivamos e orientamos para o desenvolvimento de novas ferramentas ou de boas práticas que deram certo em outros municípios”, explica o auditor público externo, Gabriel Liberato Lopes, coordenador do levantamento do TCE.

Foram avaliados 24 controles e apontadas as fragilidades de cada município na gestão de medicamentos. Nas palestras do Gestão Eficaz, Gabriel apresentou o levantamento e pontuou as dificuldades de cada município. “Muitas dúvidas são apresentadas pelos gestores, principalmente com relação a judicialização, aquisições, falta de padronização, relação municipal de medicamentos, o que pode e não pode entrar na lista e como deve ser elaborada”, comentou.

Outra questão importante levantada pelos controladores internos nos 127 municípios foi quanto as decisões judiciais em relação a oferta de remédios. Em 55,1% dos municípios não há controle de medicamentos adquiridos em decorrência de decisões judiciais, de modo a promover a recomposição do erário municipal e a possibilitar a atualização da Relação Municipal de Medimentos Essenciais – Remume. Esse controle existe e é eficiente em somente 11% dos municípios.

A Remume, necessária em todos as cidades brasileiras para subsidiar a programação e a aquisição de medicamentos, não existe em 44,1% dos municípios de Mato Grosso . O levantamento demonstra que somente 17,3% das cidades possui a Remume, mas com ainda com falhas. Outro problema é que em 39,4% dos municípios não há divulgação da Remume aos médicos da rede básica de saúde e somente em 18,9% este controle está em desenvolvimento.

Estoques e validade

Em 15% dos municípios as condições de estocagem e conservação dos medicamentos não estão de acordo com as boas práticas recomendadas no Manual de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Em 20,5% das cidades este controle está em desenvolvimento e em 48,8% existe mas há falhas. Somente 15,7% tem eficácia no sistema de estocagem e conservação dos medicamentos.

No caso da validade dos remédios, 9,4% dos municípios não fazem controle algum e não adotam procedimentos adequados para a realização do seu descarte. Já em 12,6% este controle está em desenvolvimento e/ou existe sem eficácia; em 30,7% existe mas há falhas e em 47,2% existe e não há falhas.

Em 11,8% dos municípios a prefeitura não dispõe de controle eletrônico ou manual de estoque dos medicamentos armazenados no Almoxarifado Central e nas Unidades Básicas de Saúde (UBS); em 16,5% este controle está em desenvolvimento e/ou existe sem eficácia; em 52% existe mas há falhas; e em 19,7% existe e não há falhas.

O relator do processo, conselheiro Antonio Joaquim, determinou que os gestores devem implementar ou aperfeiçoar todos os controles apontados no levantamento até 31 de dezembro deste ano, sob pena de impacto negativo na apreciação das contas de 2016 e 2017, além de ressarcimento das depesas pagas cuja legitimidade não possa ser comprovada em razão da existência dos controles. O monitoramento das ações fará parte do Plano Anual de Fiscalização – PAF do TCE 2017/2018.

Mais detalhes do processo nº 153036/2016 no link.

O resultado da pesquisa já consta no Portal do TCE-MT http://www.tce.mt.gov.br/conteudo/sid/791