Pacientes com diabetes estão há mais de três meses sem insulina

Defensoria entrou com mais de 20 ações contra o Estado por causa da falta da medicação. "Testei ficar dois dias sem ela e passei mal", diz paciente que só tem remédio para mais dois dias.

Por G1 Tocantins

22/06/2017 21h38

Pacientes diabéticos cobram fornecimento de insulina pelo governo do estado

Pacientes com diabetes estão há mais de três meses sem um tipo de insulina conhecida como lantus. A Defensoria Pública, inclusive, entrou com mais de 20 ações contra o Estado desde o ano passado por causa da falta de insulina no Tocantins.

Maria das Graças Sousa está sem receber o remédio da Secretaria de Estado da Saúde e conta que o remédio vai acabar em dois dias. "Eu tenho que me rebolar, pedir para os filhos e até as vizinhas tem me ajudado porque eu não tenho dinheiro. Quando eu tenho compro, mas quando não tenho é preciso pedir socorro porque eu não posso ficar um dia sem o remédio. Testei ficar dois dias sem ela e passei mal."

Este é o mesmo caso da filha de Valdirene Rodrigues. O medidor de glicose da menina não pode passar de 110, mas nessa semana chegou a 506. A mulher conta que foi pessoalmente na central de regulação do estado atrás do medicamento.

Porém, ela saiu sem o remédio e sem previsão de quando vai chegar. "Deram um papel com número e pediram para ficar ligando porque até agora não tem previsão", afirmou.

Em algumas ações, a Defensoria pediu na justiça o bloqueio de bens do governo referente ao valor da insulina. Mas até essa decisão sair, quem sofre é o paciente que precisa da medicação diariamente.

"A gente entra em contato com o setor de compras e eles dizem que estão em licitação. Só que é uma licitação eterna pelo jeito porque desde fevereiro ninguém recebe a insulina lantus", disse a chefe de cozinha Martha de Sousa. Ela depende da insulina há 45 anos e está sem receber o medicamento há quatro meses. Durante esse tempo gastou mais de R$ 1,5mil para manter a saúde.

A Secretaria Estadual da Saúde informou que a insulina lantus não é padronizada pelo sistema único de saúde, mas que diante das necessidades abriu licitação para a compra do medicamento. Só não informou quando o remédio estará novamente disponível na rede pública.

Inclusão de novos medicamentos e exames na cobertura dos planos de saúde em debate

ANS convocou consulta pública sobre a atualização de rol procedimentos obrigatórioss

por O Globo
22/06/2017 16:30 / Atualizado 22/06/2017 17:31

RIO – Quinze novos procedimentos e mudanças nas diretrizes de tratamento de seis tipos de câncer estão entre as alterações previstas na revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde que determina a cobertura mínima obrigatória que as operadoras devem oferecer aos seus beneficiários. A proposta foi colocada em consulta pública pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) esta semana.

A proposta é resultado de mais de uma dezena de reuniões do Grupo Técnico composto por representantes do COSAÚDE, comitê consultivo formado por órgãos de defesa do consumidor, ministérios, operadoras de planos de saúde, representantes de beneficiários, de profissionais da área de saúde e de hospitais.

Segundo a diretora de Normas e Habilitação de Produtos da ANS, Karla Coelho, as mudanças no rol levam em "conta a eficácia, a acurácia e a segurança da tecnologia, sempre baseada em evidência científica para que seja seguro para a população, mas sem perder de vista os custos envolvidos e o que eles representam para a sustentabilidade do setor”.

Quem quiser contribuir pode acessar todos os documentos que sustentam a proposta no portal da ANS.

DPU, DPE-TO e MPE pedem regularização de medicamento para pacientes da oncologia

Publicado por Defensoria Pública de Tocantins

Foi protocolada nesta quinta-feira, 22, na Justiça Federal, Ação Civil Pública condenatória, com preceito mandamental em tutela de urgência, consistente na imposição de obrigação de fazer, em face da União, para que regularize o fornecimento do medicamento oncológico Herceptin (Trastuzumabe 150 mg) e garanta o estoque mínimo do fármaco, que é imprescindível para o tratamento dos pacientes com neoplasia maligna, na rede pública do Estado do Tocantins, de modo a garantir tratamento integral e ininterrupto aos pacientes oncológicos.

A ACP é fruto de atuação conjunta da DPU – Defensoria Pública da União, DPE-TO – Defensoria Pública do Estado do Tocantins, por intermédio do NUSA – Núcleo Especializado de Defesa da Saúde e da 30ª Defensoria Pública da Saúde da Capital, e MPE-TO – Ministério Público do Tocantins, por meio da 27ª Promotoria de Justiça de Palmas; e requer ainda, no caso de descumprimento da decisão postulada, que seja determinado o bloqueio de verbas públicas no montante necessário à aquisição do medicamento para restabelecer o tratamento integral dos pacientes oncológicos e também a fixação de multa.

Os Órgãos ressaltam que o Estado do Tocantins atravessa uma das mais graves crises no que tange a garantia da saúde pública. Em específico, para os pacientes portadores de neoplasia maligna, tornou-se prática reiterada e habitual a indisponibilidade de fármacos oncológicos e insumos essenciais ao tratamento dessa doença, o que impossibilita que os cidadãos tocantinenses tenham o direito à saúde garantida pelo Poder Público, tal como determina a Constituição Federal em seu art. 196.

Entenda o Caso

No dia 9 de junho de 2017, alguns pacientes procuraram a Defensoria Pública,  objetivando acessar o sistema de justiça para obtenção de tutela judicial, para conseguir o medicamento Herceptin (Trastuzumabe 150 mg), necessário à realização do tratamento da enfermidade, e assim resguardar o direito à saúde e à vida. Diante desse cenário, foram expedidos ofícios, com o fito de obter esclarecimentos da Secretaria de Estado da Saúde, e ao Núcleo de Apoio Técnico – NAT, a respeito da falta do fármaco.

A Lei nº 12.732/2012 preceitua que o paciente diagnosticado com neoplasia maligna deve ter tratamento adequado, no prazo de 60 dias, após o diagnóstico da patologia.  Ela causa grave risco à vida humana, e quando não tratada de forma contínua e ininterrupta reduz, sobremaneira, a expectativa de vida dos pacientes, haja vista que invade e destrói tecidos adjacentes, e pode se espalhar para outros lugares do corpo, através de um processo chamado metástase, ou seja, a implantação de um foco tumoral à distância do tumor original, decorrente da disseminação do câncer para outros órgãos.

Texto: Rose Dayanne Santana

Boldrini repõe remédio e pede ajuda financeira

Cidades

RODRIGO ALONSOCAMPINAS | 22/06/2017-22:19:28 Atualizado em 23/06/2017-00:09:51

O Centro Infantil Boldrini, de Campinas, pede ajuda à população para repor os custos que teve com a compra do medicamento Aginasa, usado para tratamento de pacientes com LLA (leucemia linfoide aguda) e que estava em falta na unidade. O hospital informou que pagou US$ 112 mil por 500 frascos importados da Alemanha.

As pessoas podem doar qualquer valor à unidade, através de transação bancária (veja os dados ao lado). "A vida da criança não tem preço", ressalta o Boldrini, no site doe.boldrini.org.br.

O governo federal disponibilizava o Aginasa para os hospitais do País até o fim do ano passado. Desde janeiro, a União tem comprado o medicamento Leuginase, de origem chinesa. No entanto, o Boldrini decidiu não utilizá-lo sob a justificativa de que o novo remédio "não tem eficácia comprovada por estudos científicos aprofundados".

Os dois medicamentos contam com a proteína L-asparaginase, que limpa a medula das células malignas.

DECISÃO JUDICIAL

No dia 12 de maio, a Justiça Federal determinou que o Ministério da Saúde retome, a partir de setembro, o fornecimento do Aginasa para o Boldrini. "O Boldrini esclarece que a importação dos 500 frascos da asparaginase alemã foi realizada antes do ajuizamento da ação judicial que visava garantir o fornecimento deste medicamento pelo Ministério da Saúde", destaca o hospital.

Dados da conta

Banco do Brasil
Agência 3360-x
Conta-corrente: 3366-9
CNPJ: 50.046.887/0001-27

Alguns pacientes de câncer nos ossos podem se beneficiar de droga existente

Sequenciamento genético de tumores revela que 10% das vítimas de osteossarcoma podem ser tratados com inibidores de IGF1R

por O Globo
23/06/2017 6:00

RIO – Um subgrupo de pacientes com osteossarcoma – um tipo de câncer nos ossos – poderia se beneficiar de uma droga já existente, sugerem cientistas do Wellcome Trust Sanger Institute e seus colaboradores na University College London e no Royal National Orthopaedic Hospital NHS Trust, todos no Reino Unido. No maior estudo de sequenciamento genético do osteossarcoma já feito até agora, os cientistas descobriram que 10% dos pacientes com uma mutação genética em um gene de sinalização do fator de crescimento podem ser tratados com remédios conhecidos como inibidores de IGF1R.

Os resultados, publicados nesta sexta-feira no periódico “Nature Communications” sugerem uma reavaliação do uso de inibidores de IGF1R no subconjunto de pacientes com osteossarcoma que provavelmente responderão com base em seu perfil genético.

O osteossarcoma é a forma mais comum de câncer primário nos ossos em crianças e jovens adultos, geralmente afetando pessoas de 10 a 24 anos de idade. Cerca de 160 novos pacientes são diagnosticados com osteossarcoma no Reino Unido a cada ano, dos quais cerca de um terço não podem ser curados.

O tratamento atual para o osteossarcoma é a quimioterapia seguida por cirurgia, em que os tumores ósseos são removidos. Não surge um novo tratamento para o osteossarcoma em quase 40 anos, apesar da extensa pesquisa.

No estudo, cientistas analisaram o genoma de 112 tumores de crianças e adultos – o dobro do número de tumores estudados anteriormente. Em 10% dos casos, a equipe descobriu mutações em genes de sinalização de fator de crescimento (IGF) similares à insulina.

A sinalização do IGF desempenha um papel importante no crescimento e no desenvolvimento dos ossos durante a puberdade. Os pesquisadores acreditam que a sinalização do IGF também está implicada no crescimento incontrolável dos ossos que é característico do osteossarcoma.

Os genes de sinalização de IGF são alvo de drogas existentes conhecidas como inibidores de IGF1R. Ensaios clínicos anteriores destes medicamentos como tratamento para o osteossarcoma produziram resultados mistos, embora pacientes ocasionalmente tenham respondido ao tratamento. Apesar disso, os inibidores de IGF1R não foram testados novamente no osteossarcoma, já que não estava claro quem se beneficiaria com o tratamento.

Sam Behjati, primeiro autor do estudo e pesquisador do Wellcome Trust Sanger Institute e da Universidade de Cambridge, disse:

– O osteossarcoma é difícil de tratar. Apesar de pesquisas extensas nos últimos 40 anos, não foram encontradas novas opções de tratamento. Neste estudo, revelamos um claro alvo biológico para o osteossarcoma que pode ser alcançado com drogas existentes.

No estudo, os cientistas procuraram mutações nos tumores para entender o mecanismo do desenvolvimento do osteossarcoma. A informação genética revelou um processo específico para rearranjar os cromossomos que resulta em várias mutações desenvolvedoras do câncer ao mesmo tempo.

A professora Adrienne Flanagan, autora principal do estudo, pesquisadora do Royal National Orthopaedic Hospital NHS Trust e da University College London Cancer Institute, destacou:

– Ao sequenciar todo o genoma dos tumores, desvendamos o mecanismo por trás do osteossarcoma pela primeira vez. Descobrimos um novo processo em que o cromossomo é quebrado, multiplicado e rearranjado para gerar múltiplas mutações de câncer ao mesmo tempo. Acreditamos que é por isso que vemos tumores de osteossarcoma muito semelhantes em crianças e adultos que não são resultado do envelhecimento.

Peter Campbell, autor principal do estudo e pesquisador do Instituto Wellcome Trust Sanger, finalizou:

– Atualmente, não há novos tratamentos para o osteossarcoma no horizonte. O sequenciamento genético forneceu a evidência necessária para revisar os ensaios clínicos de inibidores de IGF1R para o subconjunto de pacientes que responderam a eles no passado. As mutações dos tumores dos pacientes podem permitir aos médicos prever quem irá ou não responder a esses medicamentos, resultando em ensaios clínicos mais eficientes. As drogas podem ser eficientes para 10% dos pacientes com osteossarcoma.

Pesquisa identifica assinatura molecular do zika vírus

Trabalho desenvolvido pela Unicamp e instituto A*Star, de Cingapura, acaba de ser publicado pelo “The Journal of Infectious Diseases”

Em estudo inédito, pesquisadores da Unicamp e do Singapore Immunology Network (A*Star) identificaram biomarcadores associados a complicações neurológicas provocadas pelo Zika Vírus. O trabalho gerou artigo que acaba de ser publicado pelo The Journal of Infectious Diseases, dos Estados Unidos, considerado uma das mais importantes revistas científicas do mundo na área de doenças infecciosas. “Tão importante quanto identificar os biomarcadores foi abrir perspectivas para novas pesquisas que permitam compreender os mecanismos de ação do vírus e os fatores associados a manifestações clínicas graves. Conhecendo melhor esse agente patogênico, teremos mais chance de combatê-lo”, considera o professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, Fabio Trindade M. Costa, um dos coordenadores do estudo.

De acordo com o docente, os pesquisadores da Universidade que participaram da investigação integram a Rede Zika Unicamp [ao todo, 29 profissionais da instituição são coautores do artigo], que reúne especialistas de diversas áreas do conhecimento. O objetivo da rede, criada em 2016, é desenvolver pesquisas que contribuam para enfrentar os graves impactos provocados na saúde pública pelas doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Uma das iniciativas nesse contexto foi o estabelecimento de cooperação científica com o A*Star, de Cingapura, considerado um dos melhores institutos de pesquisa do mundo.

A colaboração bilateral, acrescenta Trindade, permitiu resultados muito significativos em apenas um ano de atividades. “Além do artigo publicado, nós temos outro já submetido a uma revista científica de alto impacto e um pedido de depósito de patente em fase final de tramitação”, elenca. Em relação à pesquisa que identificou biomarcadores associados a complicações neurológicas causadas pelo Zika Vírus, o professor do IB explica que a investigação foi realizada com cerca de 100 pacientes diagnosticados com o vírus, atendidos no Hospital de Clínicas (HC), no Hospital da Mulher Prof. Dr. José Aristodemo Pinotti (Caism) e na rede hospitalar do município de Campinas.

Os pesquisadores analisaram amostras sorológicas dos voluntários [homens, mulheres, grávidas e recém-nascidos], com o propósito de responder a três perguntas principais. A primeira delas era se o infectado pelo vírus apresentava alguma assinatura molecular. Ou seja, se tinha em seu sistema imune alguma molécula diferente daquelas encontradas no sistema de uma pessoa não infectada. A segunda questão foi se também haveria algum biomarcador específico nos pacientes adultos que desenvolveram síndrome neurológica [perto de 10% do total].

Por fim, a terceira pergunta era se os cinco recém-nascidos do grupo que desenvolveram síndrome neurológica apresentavam igualmente uma assinatura molecular particular. “Para as três perguntas, tivemos a mesma resposta, que foi ‘sim’. Os pacientes infectados e os que desenvolvem anomalias decorrentes da ação do vírus apresentaram um conjunto de moléculas que se diferencia das moléculas presentes no organismo das pessoas que não foram infectadas pelo vírus Zika”, explica Trindade.

A descoberta, segundo o docente, pode contribuir para que a medicina faça prognósticos mais seguros sobre o quadro do infectado. Dependendo dos níveis dos marcadores, os médicos terão uma indicação sobre o possível agravamento ou não do estado do paciente, o que permitirá uma intervenção mais precoce. Outra contribuição importante do estudo, destaca o professor do IB e também coordenador da pesquisa, José Luiz Proença Modena, é que, a partir dele, é possível vislumbrar novas investigações. “Ainda precisamos saber, por exemplo, se esses biomarcadores são causa, consequência ou se são ao mesmo tempo causa e consequência das anomalias. Ao esclarecermos essas dúvidas, teremos mais informações para combater o vírus”, reforça.

Além gerar novos conhecimentos sobre o tema, a parceria entre Unicamp e A*Star, observam os docentes do IB, também é importante para a formação de recursos humanos, dado que estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado da Universidade estão envolvidos no esforço de pesquisa. “Foi muito interessante poder dividir a bancada com pesquisadores de Cingapura, que estiveram nos visitando. Pudemos trocar experiências e aprender muitas coisas com eles”, atesta a pós-doutoranda Juliana Almeida Leite, com a concordância da também pós-doc Carla Judice, ambas pós-graduandas do IB.

O avanço do Zika Vírus tem preocupado diversos países além do Brasil, como informam os professores Trindade e Modena. A atenção tem sido maior onde o micro-organismo está chegando agora, como nos Estados Unidos, especialmente na porção sul daquele país. “O mesmo ocorre no México e Colômbia. Também é bom lembrar que a Índia identificou recentemente o primeiro caso autóctone de infecção por Zika Vírus. Trata-se de uma situação preocupante, principalmente se levarmos em consideração o tamanho da população do país, que supera 1 bilhão de pessoas”, pontua Modena.

Além dos dois coordenadores vinculados à Unicamp, o projeto de pesquisa conta com outros dois coordenadores por parte do A*Star, os professores Lisa F.P. e Laurent Rénia. No Brasil, as pesquisas são financiadas pela Unicamp, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em Cingapura, o financiamento é de parte do A*Star, que é um instituto de pesquisa privado.

Unicamp

Planos podem ter 15 novos remédios e procedimentos

ANS abriu consulta pública para revisão do rol, e qualquer um pode participar

RIO DE JANEIRO. Quinze novos procedimentos e mudanças nas diretrizes de tratamento de seis tipos de câncer estão entre as alterações previstas na revisão do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, a regra que determina a cobertura mínima obrigatória que as operadoras devem oferecer aos seus beneficiários. A proposta foi colocada em consulta pública pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta semana.

O texto é resultado de mais de uma dezena de reuniões do grupo técnico composto por representantes do Cosaúde, comitê consultivo formado por órgãos de defesa do consumidor, ministérios, operadoras de planos de saúde, representantes de beneficiários, de profissionais da área de saúde e de hospitais.

Segundo a diretora de normas e habilitação de produtos da ANS, Karla Coelho, as mudanças no rol levam em “conta a eficácia, a acurácia e a segurança da tecnologia, sempre baseada em evidência científica para que seja seguro para a população, mas sem perder de vista os custos envolvidos e o que eles representam para a sustentabilidade do setor”.

No quadro acima, você pode conferir os procedimentos e medicamentos em discussão para serem incluídos no rol de procedimentos obrigatórios. Um dos tratamentos em discussão, para crianças, é contra o vírus sincicial respiratório (VSR), um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. Na maior parte dos casos, ele é responsável pelo aparecimento de bronquiolite aguda e pneumonia, e ainda não existe vacina para ele. Existem indícios de que, até os 3 anos, todas as crianças já foram expostas a ele, mas só algumas desenvolvem doenças graves. Quem quiser contribuir pode acessar a proposta no portal da ANS (www.ans.gov.br).

Ações contra planos de saúde dobram

SÃO PAULO. O número de ações judiciais contra planos de saúde no país dobrou entre 2014 e 2015, segundo dados do relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça. Saltou de 209.427 ações em andamento para 427.267 alta de 104%.

Entre as principais demandas estão negativas de coberturas, reajustes anuais e por faixa etária, além de pedidos para fornecimento de remédios. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), atualmente há 47,6 milhões de usuários de planos.

Dados do Observatório da Judicialização da Saúde Suplementar, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, mostram que a tendência segue neste ano: só nos três primeiros meses, 4.775 ações judiciais contra operadoras de planos foram julgadas em primeira instância apenas em São Paulo.

Biochip cardíaco é inovação para pesquisas de novos medicamentos

22 de junho de 201722 de junho de 2017 Ray Santos

Cirurgião cardíaco explica como a nova tecnologia ajuda no combate a doenças do coração

São Paulo, junho de 2017 –  A equipe do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos EUA, apresentou em maio deste ano, sua mais nova versão de um “chip cardíaco”, ou, um coração dentro de um chip. De acordo com os pesquisadores essa é a primeira vez em que é possível medir simultaneamente duas funções cardíacas fora do corpo: a taxa de batimentos e a eletrofisiologia de células cardíacas humanas. As células têm durabilidade de nove dias e são cultivadas em um ambiente projetado para funcionar de maneira precisa e contínua igual ao coração.

Segundo o cirurgião cardíaco de São Paulo, Dr. Marcelo Sobral, essa nova tecnologia pode abrir muitas portas para o avanço na medicina. A capacidade de registrar essas duas funções torna possível novas pesquisas por medicamentos, já que a novidade apresentada é a tamanha semelhança entre o coração humano e o biochip, que poderá identificar, com precisão, futuros problemas cardíacos causados por produtos farmacêuticos, além de diminuir a necessidade de realizar testes em animais.

“A cardiotoxicidade, por exemplo,  que é um efeito secundário bastante frequente em muitos medicamentos, como os agentes de quimioterapia que são conhecidos por serem cardiotóxicos, seria um problema que o biochip poderia identificar e assim, os profissionais buscariam outras possibilidades”, explica o especialista.

Ainda segundo dados da pesquisa, o biochip possui microeletrodos biocompatíveis que estabelecem uma interface com as células que crescem e se comunicam em cima deles. E as células cardíacas começam a bater após dois dias em cultura e funcionam de forma consistente durante até nove dias.

“Ainda são necessários muitos estudos e pesquisas, porém, o biochip cardíaco é um grande avanço na medicina que vale a pena investimento”, finaliza Sobral.

Dr Marcelo Luiz Peixoto Sobral é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, Título de Especialista em Cirurgia Cardiovascular pela AMB, Membro Habilitado e Especialista do Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA). MBA Executivo em Saúde pela FGV. Cirurgião Cardiovascular da Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo com mais de 4.000 cirurgias realizadas.facebook/dr.marcelosobral 

Academia Nacional de Farmácia empossa Dirceu Barbano e Walker Lahmann como novos membros

Em cerimônia realizada no último dia 9, a Academia Nacional de Farmácia (ANF) empossou três novos membros: Dirceu Barbano, a sra. Hisako Gondo Higashi e Walker Lahmann. Cerca de 200 pessoas prestigiaram o evento, entre eles o presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini.

Os novos acadêmicos foram saudados pelo presidente da ANF, Lauro Moretto, que falou da importância em prestigiar nomes que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento das ciências farmacêuticas. “Esse reconhecimento, sempre realizado em solenidade pública é, também, uma forma de estimular jovens para as pesquisas no campo das Ciências Farmacêuticas no Brasil", afirmou.
Walker ladeado pelos Acadêmicos Dagoberto Brandão (esq.) e Lauro Moretto
Walker Lahmann é formado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é dono de larga trajetória na indústria farmacêutica. Atualmente, é diretor executivo da Eurofarma e integrante da diretoria do Sindusfarma.

Dirceu Barbano formou-se em Farmácia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas, com pós-graduação em Fármacos e Medicamentos na Universidade de São Paulo (USP). Foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Atualmente, presta consultoria à Interfarma e à Abiquifi.

A sra. Hisako Gondo Higashi graduou-se em Farmácia e Bioquímica pela Unesp de Araraquara. Dedicou-se às pesquisas e ao desenvolvimento tecnológico de vacinas e soros, tendo desenvolvido por mais de 40 anos brilhante carreira profissional no Instituto Butantan. Atualmente, é consultora do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

Também prestigiaram a cerimônia o deputado federal Arnaldo Faria de Sá, a presidente executiva da Pró Genéricos, Telma Salles; o diretor de Assuntos Econômicos da Interfarma, Marcelo Liebhardt; e o presidente executivo da Alanac, Henrique Tada.
Barbano (centro) com o presidente da ANF, Lauro Moretto (esq.) Hisako (centro) e Lauro Moretto (dir.)

Sibutramina e remédios para emagrecer: entenda

A sibutramina está disponível no mercado brasileiro para tratamento da obesidade. Conheça a situação do produto e de outros medicamentos emagrecedores.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 22/06/2017 18:14
Última Modificação: 22/06/2017 18:21

Os anorexígenos são utilizados como coadjuvantes no tratamento de quadros de obesidade e, como qualquer medicamento, seu uso, com a indicação de reduzir o apetite, deve ser orientado por um médico. No caso dos inibidores de apetite, isso é ainda mais importante já que interferem em sistemas importantes do corpo humano.

Qual é a situação da sibutramina e de outros medicamento emagrecedores no Brasil e no mundo? Nos parágrafos abaixo esclarecemos quais são as regras para a venda desse tipo de medicamento, quais são os produtos autorizados, e os riscos relacionados a seu uso.

A obesidade é uma doença provocada por vários fatores como hábitos de vida, genética, condições econômicas, contexto cultural, entre outros. Por isso, a orientação dos profissionais é ainda mais importante para que o uso de medicamentos não se torne apenas um paliativo e gere o efeito “sanfona”, que é quando o paciente engorda e emagrece muito ao longo da vida.

Em 2011, a Anvisa retirou do mercado três substâncias inibidoras de apetite do tipo anfetamínicos – mazindol, femproporex e anfepramona – para combater a obesidade. Os laboratórios que tinham registro desses produtos no Brasil não apresentaram estudos de eficácia e segurança dentro dos padrões exigidos pela Anvisa e cobrados em outros países do mundo. Além disso, uma revisão da literatura científica apontou que os riscos relacionados ao uso de inibidores de apetite do tipo anfetamínicos eram maiores que o seu benefício.

Na mesma época a sibutramina também foi reavaliada, mas, neste caso, ficou demostrado que o seu benefício era maior que o seu risco, desde que utilizada adequadamente e para determinados perfis de pacientes. Então, o controle sobre a sibutramina foi reforçado com a criação de uma receita especial para prescrição e comercialização do produto.

Não foi a primeira vez em que medicamentos foram retirados do mercado por causa de uma revisão de segurança. Esta, na verdade, é uma situação que faz parte da rotina das agências reguladoras no mundo todo.

Anorexígenos retirados do mercado e sua situação no mundo

Os três medicamentos abaixo tiveram seus registros cancelados por falta de apresentação de estudos de eficácia e segurança atualizados. Ou seja, nenhum fabricante conseguiu comprovar os benefícios de seu uso.

É importante esclarecer que não estão proibidos. Qualquer empresa da indústria farmacêutica pode pedir o registro das substâncias no Brasil, já que não estão protegidas por patentes. Basta apenas cumprir as regras vigentes no país.
Anfepramona

Começou a ser utilizada em 1997. Vendida nos EUA. Não é aprovada na Europa.
Femproporex

Não é aprovado nos EUA e foi proibido na Europa em 1999.
Mazindol

Não é aprovado nos EUA e não está disponível na Europa.

Medicamentos aprovados no Brasil para tratar a obesidade (por nome da substância)
Sibutramina

É o medicamento emagrecedor com registro válido mais antigo no Brasil. Foi registrado em março de 1998. 13 fabricantes têm registro e autorização para produzí-lo. Há 22 sibutraminas disponíveis no mercado brasileiro.
Orlistat

Chegou ao Brasil no final dos anos 90. Hoje é produzido por 10 laboratórios com pelo menos 22 registros diferentes do produto em comercialização.
Cloridrato de lorcasserina

Registrado em 2016, está no mercado com o nome comercial de Belviq, registrado pelo laboratório Eisai.
Liraglutida

Registrada no início de 2016, é uma formulação injetável e está no mercado com o nome comercial de Saxenda, registrado pelo laboratório Novo Nordisk.