22 tipos de remédios estão em falta nos postos de saúde em Ribeirão Preto

São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para infecções graves
20/7/2017 11:14 ACidadeON/Ribeirao Wesley Alcântara

A Secretaria Municipal da Saúde de Ribeirão Preto admite que 22 tipos de remédios estão em falta nos postinhos e não poderão, por enquanto, ser retirados de graça pelos pacientes. São medicamentos que vão desde Omeprazol (destinado ao tratamento de gastrite) até antibióticos para tratamento de infecções graves.

Na terça-feira (18), o secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, afirmou em uma CEE (Comissão Especial de Estudos) na Câmara que 25 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. No entanto, o fornecimento de três remédios teriam sido normalizados.

Mesmo diante da situação grave, a administração municipal ainda faz um pedido inusitado: “paciência à população”.

Questionada pelo A Cidade sobre qual seria a orientação para o paciente que depende dos medicamentos em falta, a Secretaria da Saúde não respondeu.

Para o defensor público, Victor Hugo Albenaz Junior, a população pode até ter paciência, mas a doença não. “Os pacientes que estão em tratamento não podem ficar sem a medicação”, afirmou.

Segundo ele, um dos mecanismos para conseguir o remédio é ajuizar uma ação com pedido de liminar. “É uma forma de, por meio do Judiciário, forçar a administração municipal a fornecer”, disse.

Saúde explica motivos para falta de remédios

Por meio de nota, a Secretaria Municipal da Saúde disse que, ontem, apenas 22 itens estavam em falta nas farmácias da rede municipal. “Onze com problemas na licitação. Outros 10 empenhados (pagamentos feitos) e que serão entregues nos próximos dias. Uma empresa foi notificada por problemas na entrega”, esclareceu a secretaria.

Segundo a secretaria, no início do mandato do prefeito Duarte Nogueira (PSDB) 350 medicamentos estavam em falta. “Faltam 22 itens, o que representa 6,1%. Com a entrega dos empenhados, cai para 3%”.
Sobre as licitações desertas (que não surgiram laboratórios em fornecer os remédios para a prefeitura), o governo municipal explica que elas precisam de soluções e, por isso, demoram mais. “Quando necessário, são feitas compras emergencias”, explicou ao A Cidade.

SEM REMÉDIOS NOS POSTOS DE SAÚDE

22 medicamentos que faltam nos postinhos de saúde de Ribeirão Preto, com distribuição gratuita. A lista com os remédios foi atualizado ontem (19) as 17h.

Ácido Valpróico 500 mg lib pro
(medicamento destinado a tratamento de crises epilépticas)

Acetonido Fluocinolona + Polimixina B
(destinado para tratamento de otite externa, infecção no canal auditivo)

Amoxicilina + Clavulanato suspensão
(indicado para tratamento das infecções bacterianas)

Ciprofloxacino 200 mg injetável
(antibiótico indicado para tratamento de infecções complicadas)

Eritromicina 500 mg comprimido
(antibiótico destinado para combater bactérias no organismo)

Hidróxido de Alumínio 6,2% susp
(medicação antiácida indicado para tratamento de ázia)

Isossorbida dinitrato 5mg cápsula Sublingual
(indicado para prevenção da dor isquêmica cardíaca)

Metildopa 500 mg
(destinado ao tratamento de hipertensão leve, moderada ou grave)

Metronidazol geleia vaginal
(tratamento de infecção vaginal)

Naltrexona 50 mg
(indicado como parte do tratamento do alcoolismo)

Nistatina creme vaginal
(indicado para tratamento de candidíase vaginal)

Nortriptilina 25 mg
(medicamento contra depressão)

Omeprazol 20 mg
(indicado no tratamento de úlceras benignas, gástricas ou duodenais)

Periciazina 1% gotas – pediátrico
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Periciazina 4% gostas – adulto
(indicado no tratamento dos distúrbios caracterizados por autismo)

Piridoxina 400 mg Vitamina B6
(vitamina destinada ao equilíbrio metabólico do sangue)

Pirimetamina 25 mg
(remédio destinado a infecção urinária)

Progesterona 200 mg
(indicado para tratamento do distúrbio da ovulação)

Salbutamol gotas
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema).

Salbutamol spray
(destinado ao tratamento, controle e prevenção das
crises de asma, bronquite crônica e enfisema)

Tiamazol 5 mg
(indicado no tratamento do hipertiroidismo)

Vitamina do complexo B
(para complementar a ausência da
vitamina no organismo)

A via-sacra por um remédio

Mesmo acordando cedo e enfrentando filas, centenas de pacientes ficam diariamente sem receber o medicamento de alto custo que deveria ser fornecido pelo governo. Secretaria anuncia nova farmácia, mas não garante fim dos problemas

» Marlla Sabino
Especial para o Correio
» Yasmin Cruz*

Publicação: 21/07/2017 04:00

"Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio." Rubens Negrão, músico

"A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro." Maria de Jesus da Silva, aposentada

Quem passa pela estação de metrô da 102 Sul vê as longas filas que se formam em frente à Farmácia de Alto Custo. Além da falta de remédios, pacientes reclamam, constantemente, do tempo de espera para a retirada de medicamentos, como é o caso da diarista Lucilene Ferreira Lima, 46 anos. Ela chegou ontem à unidade às 6h40 e conseguiu pegar uma senha para retirada dos remédios às 10h30. E a diarista não tinha ideia do horário que conseguiria pegar o que precisava. “O jeito é sentar e esperar”, desabafou.

De acordo com a Secretaria de Saúde, desde 1º de junho há um novo modelo de recadastramento, no qual o paciente deixa a documentação que comprova a necessidade do uso do medicamento e a quantidade para que a renovação seja feita, 30 dias antes de ter a validade de seu cadastro expirado. Não é mais necessário o atendimento ser feito com a presença do paciente. Segundo dados da pasta, na unidade da estação da 102 Sul, são realizados, em média, 500 atendimentos diários para dispensação de medicamentos. Já na unidade de Ceilândia, outros 400 usuários são atendidos por dia.

A aposentada Maria de Jesus Silva, 56 anos, vai à unidade da Asa Sul a cada 15 dias, na esperança de conseguir os medicamentos que controlam as dores crônicas pelo corpo e evitam convulsões. “A última vez que consegui pegar o remédio foi em abril. Mesmo assim, hoje (ontem), precisei deixar os documentos para renovar o cadastro”, contou.

Cada caixa do medicamento de Maria de Jesus custa R$ 198, com 30 unidades. Por mês, ela consome quatro caixas, pois toma dois comprimidos pela manhã e dois pela noite. “Comprei as últimas caixas no cartão de crédito, em três parcelas, ainda estou devendo”, lamentou. Ela conta com a ajuda dos filhos, pois o dinheiro da aposentadoria é insuficiente.

Sem senha

Na unidade da 102 Sul, não é o horário de funcionamento que determina quem será atendido. Apesar de a Farmácia de Alto Custo funcionar até as 17h, os pacientes que chegam pela tarde não conseguem uma senha, como aconteceu com o músico Rubens Negrão, 35 anos, que chegou por volta das 16h de ontem em busca do remédio que usa há três anos. “Terei que voltar amanhã (hoje) cedo, pois não há mais senhas. Acho muito incoerente não poder entrar. É só ir ali e pegar o remédio”, reclamou. Como os telefones das unidades não funcionam, por falta de pagamento do serviço, até para informações básicas é necessário o paciente ir à unidade.

Há mais de 20 dias, o remédio do aposentado Austregésilo de Melo, 57 anos, está em falta na Farmácia de Alto Custo. Ele é transplantado do fígado e depende da medicação, o micofenelato de sódio. A caixa com 120 comprimidos custa mais de R$ 2,5 mil. Para não ficar sem o tratamento, o aposentado procurou o médico que o acompanha, que receitou um remédio alternativo. Ele custa mais de R$ 1 mil. “Não faz sentido o governo gastar tanto dinheiro com a cirurgia dos transplantados e depois não conseguir manter o tratamento. Não entendo as razões da falta”, reclamou.

A Secretaria de Saúde diz que uma nova unidade da farmácia será inaugurada no Gama, até setembro. No entanto, não informou quantas pessoas serão atendidas e se ela acabará com o problema das filas e da falta de medicamentos.

*Estagiária sob supervisão de Renato Alves

Aplicativo para ajudar a localizar remédio chega a Santos

App GoPharma auxilia o usuário a encontrar farmácias e drogarias
De A Tribuna On-line @atribunasantos
20/07/2017 – 11:25 – Atualizado em 20/07/2017 – 12:20

Aplicativo está disponível para download gratuito
Semelhante a outros aplicativos de transporte e comida, o app GoPharma já chegou a Santos e ajuda a localizar drogarias e medicamentos. 

No campo Farmácias, o usuário pode filtrar por critérios como “funcionamento 24 horas”, “cartão aposentado”, entre outros. 

Em outras abas, é possível pesquisar medicamentos específicos e programas de descontos. 

O app possui um sistema de busca por geolocalização que indica quais as farmácias mais próximas, além de fornecer informações como telefone e horário de funcionamento. São mais de 30 mil estabelecimentos cadastrados em todo o país.

O aplicativo GoPharma está disponível para download gratuito aos usuários de dispositivos com sistemas iOS e Android.

Postos de saúde municipais voltam a ficar sem remédios

Regiane Soares e Aline Mazzo
do Agora

Os postos de saúde da capital voltaram a ficar sem alguns dos remédios mais distribuídos na rede pública municipal, da gestão do prefeito João Doria (PSDB).

Levantamento feito pela reportagem no aplicativo "Aqui tem Remédio" mostrou que ao menos 16 medicamentos estão em falta.

A gestão Doria diz haver "problemas de abastecimento" de 22 de 186 remédios.

Entre os verificados pelo Agora, há medicamentos para anemia, pressão alta e depressão.

Seis deles, como o analgésico ibuprofeno 300 mg, não são encontrados em nenhuma unidade de saúde.

O aplicativo indica que eles estão sendo comprados.

Resposta

O coordenador do programa Remédio Rápido, Joel Formiga, da gestão João Doria (PSDB), admitiu a "falta pontual" de alguns medicamentos por motivos que, segundo ele, "fogem ao controle da administração".

Ele disse que o tiamina, por exemplo, deixou de ser fabricado por falta de matéria-prima.

Segundo Formiga, 22 remédios dos 186 distribuídos pela rede municipal estão "com problemas de abastecimento".

A previsão é que metade dos que estão em falta esteja disponível nos postos em duas semanas.

Formiga não soube dizer se os remédios que estão faltando fazem parte dos que foram doados.

Ele disse ainda que até junho a prefeitura comprou R$ 131,4 milhões em remédios.

Outros R$ 16 milhões estão em processo de compra.

Suzano regulariza estoque com 2 mil doses da vacina pentavalente

Equipes do Departamento de Vigilância Epidemiológica providenciaram a distribuição estratégica nas unidades

Por De Suzano20 JUL 2017 – 11h05

A Secretaria de Saúde recebeu na quarta-feira (19) 2 mil doses da vacina pentavalente. As doses, fornecidas pelo governo do Estado, vão normalizar a oferta da imunização em toda a rede básica, que estavam em falta desde o início deste mês. As equipes do Departamento de Vigilância Epidemiológica providenciaram a distribuição estratégica das porções em 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS's).

No 1º ano de vida, mais precisamente aos 2, aos 4 e aos 6 meses, as crianças normalmente recebem a dose, que protege contra a difteria, o tétano, a coqueluche, a meningite provocada pela bactéria Haemophilus Influenzae tipo B, e a hepatite B. A dose pentavalente também é aplicada em associação com a vacina contra a poliomielite.

Do tipo injetável, a pentavalente é resultante da união da vacina tetravalente com a imunização da hepatite B, ou seja, em vez de duas aplicações, o bebê recebe apenas uma injeção que garante a proteção contra cinco doenças, conforme explica o secretário de Saúde, Luis Claudio Rocha Guillaumon.

"A Secretaria de Saúde de Suzano tem cobrado constantemente o reabastecimento das vacinas pentavales, já que essas doses fazem parte do calendário básico de vacinação da Secretaria de Estado da Saúde. Desde o início de julho, estávamos aguardando a reposição dessa imunização, uma vez que atendemos uma grande demanda da cidade e até de municípios vizinhos. Com o recebimento, já providenciamos a distribuição nos postos de saúde, com o objetivo de suprirmos a pendência e darmos início à vacinação, que protege contra cinco graves enfermidades".

No decorrer de 2016, a Secretaria de Saúde de Suzano disponibilizou 14.243 doses da vacina pentavalente. No primeiro semestre deste ano, mais de 6 mil crianças foram imunizadas na cidade. Com a retomada dos trabalhos neste mês, as famílias que no período da falta das doses levaram seus filhos nas UBSs de Suzano estão sendo contatadas para, agora, retornarem e serem beneficiadas de forma prioritária.

"Esses pais e mães estão sendo convocados previamente, para que possamos suprir de forma ordenada a demanda de vacinas. Lembrando que a pentavalente estava em falta em várias cidades do Estado de São Paulo, e não apenas em Suzano".

Saúde intensifica vacinação contra HPV, Meningo C e Hepatite B

20/07/2017 as 07:50 | Fernandópolis | Da Redaçao

Ativação segue entre os dias 24 e 28 de julho

Cumprindo o calendário da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, a Secretaria Municipal de Saúde de Fernandópolis realizará no período de 24 a 28 de julho uma intensificação da vacinação de HPV (meninos e meninas), Meningite C e Hepatite B.

Para a vacina HPV, meninas entre 9 e 14 anos de idade e meninos entre 11 e 14 anos de idade devem ser imunizados, tomando duas doses da vacina com intervalo de seis meses entre elas. Para os meninos, a estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus.

A vacina para Hepatite B pode ser tomada a partir dos 9 anos de idade e se estende para adultos e idosos, sendo importante lembrar que o esquema completo consiste de três doses, que são aplicadas com zero, um e seis meses. As pessoas estarão protegidas apenas se estiverem com o esquema completo.

Já a vacina meningocócica C é destinada a meninos e meninas entre 12 e 13 anos de idade. Em relação à Meningite é o primeiro ano no calendário vacinal para essa faixa etária, até o ano passado somente crianças menores de quatro anos recebiam a dose. A Meningite é transmitida por vias áreas, ou seja, se a bactéria estiver presente no ambiente com grandes aglomerações e alguém estiver com a imunidade baixa corre o risco de ser contaminado. Os primeiros sintomas são fortes dores de cabeça, febre alta, náuseas e dores na nuca.

“Temos que estabelecer uma conduta de imunização nos moradores. É importante que todos saibam que essas doenças podem ser evitadas com uma simples vacina, disponível nas Unidades Básicas de Saúde”, Marileia Pietrobon Lavezo Bertuco, coordenadora do setor de Imunização no município. Para receber as doses a partir da próxima segunda-feira, 24, basta procurar uma Unidade Básica de Saúde, estando munido de documentos pessoais e da carteirinha de vacinação.

Os postinhos de Fernandópolis ficam abertos das 07h às 17h.

Ministério Público entra com representação para manter contrato de hemoderivados

Estadão Conteúdo
20.07.17 – 11h22

O Ministério Público (MP) junto ao Tribunal de Contas da União ingressou na última segunda-feira, 17, com uma representação, com pedido de liminar, para garantir a continuidade da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do Fator VIII recombinante, hemoderivado essencial para pacientes com hemofilia. Semana passada, o Ministério da Saúde suspendeu o acordo, que havia sido feito com a farmacêutica Shire e a estatal do sangue Hemobrás, sob a justificativa de desrespeito às regras do contrato.

O procurador Marinus Marsico, autor da representação, argumenta que a suspensão coloca em risco o abastecimento de hemoderivados no País, desrespeita a lei e traz prejuízos aos cofres públicos.

Em entrevista à reportagem, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, reagiu atacando todo o MP: “Para variar, o Ministério Público quer entender daquilo que não entende. Fica comprando versão de terceiros e sai atirando sem perguntar. Como vamos falar no processo, tudo ficar esclarecido e vai ficar sendo como dantes.”

O Ministério da Saúde alega que a transferência de tecnologia, em que a Shire “ensinaria” a Hemobrás a fabricar o hemoderivado, está atrasada. Pelo acordo, o prazo para o início da produção em solo brasileiro começaria ainda este ano, o que não ocorreu. “Eles não colocaram nem um tijolo”, disse o ministro, numa referência à fábrica da Hemobrás.

Marsico, por sua vez, argumenta que a culpa pelo atraso é do próprio Ministério da Saúde. “Ele não tomou as medidas necessárias para que a Hemobrás pudesse dar seguimento na PDP. Quem atrasa não pode alegar atraso para romper o contrato. Esse é um raciocínio de lógica solar”, disse o procurador à reportagem.

Marsico afirma que o Ministério da Saúde reduziu a compra de Fator VIII recombinante acertada na PDP. Isso teria acelerado os problemas financeiros da Hemobrás e, de quebra, os investimentos em obras para adaptação da fábrica.

Na representação, o procurador argumenta que a eventual rescisão contratual resultaria numa perda dos valores já investidos na construção da fábrica da Hemobrás, além da cobrança imediata de uma dívida de mais de US$ 174 milhões que a estatal contraiu com a empresa Shire.

O rombo foi criado com a alta do dólar. Como os preços do hemoderivado eram definidos pela moeda estrangeira, a dívida aumentou de forma expressiva. Não houve, na avaliação de Marinus, nenhuma medida do Ministério da Saúde para tentar reduzir o problema. “Já pagamos pelo produto. Não temos como pagar duas vezes”, rebateu o ministro.

“São desconhecidas as razões legais, técnicas e de economicidade consideradas pelo Ministério da Saúde, ou mesmo pela Hemobrás, a recomendar o cancelamento da PDP do Fator VIII recombinante”, diz Marsico na representação.

Firmada em 2012, a PDP previa que a Shire deveria transferir toda a tecnologia para produção do hemoderivado à Hemobrás num prazo de até 10 anos. Durante esse período, a empresa ficaria encarregada de abastecer o mercado brasileiro, sem concorrentes.

Trata-se de uma transação milionária. A estimativa é a de que, por mês, sejam gastos R$ 157 milhões com a compra do hemoderivado, produzido a partir de engenharia genética. Considerado um dos tratamentos de ponta, seu preço é 11 vezes maior do que o hemoderivado preparado a partir do plasma humano. Críticos afirmam que o atraso beneficia a empresa. Quanto mais tempo ela postergar a transferência de tecnologia, maior o período em que ela vende, sem concorrentes, hemoderivados de última geração para o Brasil.

Quando determinou a suspensão da PDP, o ministério concedeu um prazo de 10 dias para que Shire e Hemobrás apresentasse uma proposta de redefinição de acordo. Em entrevista, a Shire afirmou ter interesse em negociar.

Na sua representação, Marsico afirma que o fim da PDP, de forma abrupta, poderia trazer riscos para a população de pacientes. “Ao romper o contrato, a empresa fica desobrigada a continuar fornecendo o hemoderivado ao Brasil”, diz o procurador. O ministro, no entanto, garante que esse risco não existe. De acordo com ele, uma compra foi feita para atender a demanda do País até o próximo ano. Além disso, haveria outros fornecedores mundiais.

A suspensão da PDP ocorre um mês depois de o ministro dar pessoalmente início a uma negociação para a construção de uma fábrica de hemoderivados em Maringá (PR), seu reduto eleitoral. Pela proposta inicial, um consórcio seria formado entre os laboratórios públicos estaduais Butantã (SP), Tecpar (PR), Hemobrás e a empresa suíça Octapharma. Os três laboratórios ficariam encarregados da produção de hemoderivados para o País. O Butantã não aceitou a proposta, disse o ministro.

Para o plano do consórcio ser mantido, o primeiro passo seria terminar a PDP da Hemobrás com a empresa Shire. “A pasta tem de mostrar que é um excelente negócio trocar um fornecedor por outro. Não temos nada com isso, com que empresa o ministério contrata. Nosso interesse é que a política pública seja obedecida e que as leis também não sejam descumpridas”, disse o procurador.

Marsico argumenta não haver alternativas a curto prazo para substituição do fornecedor de Fator VIII recombinante. “Qual alternativa resta? Fazer compras emergenciais de recombinante num mercado oligopolizado? Num país do tamanho do Brasil? Quanto será gasto com isso?”, questiona Marsico. Ele observa não haver nenhuma licitação no momento.

A representação do MP segue agora para avaliação de uma equipe técnica do TCU. Decorridos três dias, ela é encaminhada para o presidente do TCU. Não há prazo para que ele tome a decisão. Marsico espera que o desfecho seja rápido, por causa das características da representação que, de acordo com a representação “expõem a Hemobrás, o Ministério da Saúde e a União a inaceitáveis riscos e prejuízos contratuais”.

Em nota, o vice-presidente da Octapharma no Brasil, Samuel Maurício, afirmou que a empresa segue normas éticas e que a proposta apresentada ao governo é legítima, de acordo com o marco regulatório em vigor.

MPF-DF busca Justiça para suspender compra de remédio chinês usado no SUS

LeugiNase não tem 'evidência científica' que comprove eficácia no tratamento contra câncer, diz MPF. Órgão também cobra que Anvisa negue importação do produto.

Por Elielton Lopes, G1 DF

20/07/2017 11h19

O Ministério Público Federal (MPF) enviou à Justiça Federal em Brasília um pedido liminar (urgente) na segunda-feira (17) para exigir que o Ministério da Saúde deixe comprar e distribuir novos lotes do LeugiNase – medicamento utilizado na rede pública para o tratamento da leucemia linfoide aguda.

Segundo o MPF, não há comprovação científica de que o medicamento seja seguro e eficaz no tratamento da doença. O G1 procurou o Ministério da Saúde, mas não teve resposta até a última atualização desta reportagem.

Para o MPF, o medicamento, que é usado principalmente no tratamento de crianças e adolescentes, apresenta diversas irregularidades. “Não tem comprovação científica de eficácia ou estudos clínicos aprovados por autoridades sanitárias do país de fabricação e não possui farmacopeia reconhecida no Brasil”, diz o órgão.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também é alvo da ação. No pedido de liminar, o MPF exige que a agência negue a importação do LeugiNase ou de qualquer outro produto “sem evidência científica” que tenha na fórmula a substância “L-Asparaginase”.

Para que seja aceito no país, o ministério determina que haja comprovação científica de eficácia, estudos clínicos aprovados por autoridades sanitárias do país de fabricação ou autorização prévia da Anvisa quando feitos no Brasil.

A Anvisa também foi procurada pelo G1, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.

A fórmula chinesa substituiu o Aginasa, produzido por um laboratório japonês e outro alemão. O remédio foi usado de 2013 até 2016, quando foi substituído pelo LeugiNase após uma decisão do Ministério da Saúde que permitiu a importação, em caráter emergencial, no início deste ano. Segundo o MPF, o medicamento que deixou de ser comprado tem índice de eficácia de 90%, comprovado por estudos clínicos.

O Ministério Público Federal também aponta que o índice de “proteínas contaminantes” no remédio chinês chega a 40%, enquanto que no Aginasa o número foi de 0,5%. Há evidência ainda de que medicamento japonês/alemão tem 99,5% do princípio ativo, e o LeugiNase possui apenas 60%.

Recomendação

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal recomendou que o Ministério da Saúde deixasse de comprar e recolhesse todos os lotes do medicamento. O MPF sugeria que o órgão voltasse a adquirir o Aginasa.

À época, a pasta afirmou que seguiu "todos os trâmites que permitem uma importação excepcional do medicamento, conforme parecer da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de janeiro de 2017".

Este pedido de liminar foi enviado à Justiça porque o Ministério da Saúde não atendeu à recomendação do Ministério. “O Ministério da Saúde esclarece que a orientação para a compra da L-Asparaginase continua a mesma. Entre produtos com as mesmas qualificações será adquirido o de menor preço, exatamente como foi feito na oferta da Leuginase”, disse a pasta em nota do último dia 10 de julho.

O ministério também disse que o abastecimento do medicamento está regular em 21 estados e no Distrito Federal. O órgão também negou que foram encontrados “contaminantes bacterianos” nas fórmulas adquiridas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Até o momento, não se observou efeito além do esperado”, continua nota. “O medicamento Leuginase contém o princípio ativo L -asparaginase com atividade enzimática comprovada por seis diferentes laboratórios”, continua a nota.

Processo de Compra

Na ação enviada à Justiça, o MPF aponta irregularidades no processo de compra do novo medicamento. Segundo o relatório, o Ministério da Saúde não se atentou à possível falta do Aginasa e que, por isso, precisou comprar de forma emergencial o remédio chinês.

O Ministério Público disse ainda que o único critério observado pelo ministério foi o preço (o Aginasa custava US$ 172 e o LeugiNase foi comprado a US$ 38). A ação destaca que todas as sugestões feitas pelo MPF não foram seguidas.

Ainda segundo o MPF, não há registro em banco de dados de estudos clínicos do medicamento em humanos, diferente do medicamento alemão/japonês. “Isso reforça o fato de que o medicamento nunca foi testado em humanos de acordo com as regras estabelecidas pela comunidade científica e por princípios da bioética, requisitos obrigatórios em pesquisas e estudos clínicos”.

Em defesa, o Ministério da Saúde argumentou que o Aginasa também não tinha registro na Anvisa e nem estudos clínicos na literatura científica. Os dois medicamentos estariam em “posição de igualdade”, de acordo com a pasta.

Caso de Ribeirão Preto

O Ministério Público Federal em Ribeirão Preto, em São Paulo, também ingressou com uma ação na Justiça Federal, no início deste mês, exigindo que o Ministério da Saúde recolha todos os lotes do LeugiNase no país. A ação, similar à do MPF-DF, também recomenda que o SUS volte a adquirir o Aginasa, que tem evidência científica comprovada.

A discussão sobre o uso do medicamento teve início em maio deste ano depois que o Insituto Boldrini, em Campinas, em São Paulo, ficou sem o Aginasa e decidiu não usar o LeugiNase, disponibilizado pelo Governo Federal, alegando falta de comprovação de eficácia. O insituto decidiu, então, importar a droga (Aginasa) por conta própria.

Anvisa autoriza Centro Infantil Boldrini a importar remédio alemão contra leucemia

DHL recebe Certificação de Boas Práticas de Distribuição e Armazenagem de Produtos da área de saúde pela ANVISA

Quinta, 20 Julho 2017 14:10 Escrito por Lucy Sanchez
ANVISA certifica terceiro Centro de Distribuição da DHL Supply Chain no Brasil

A DHL Supply Chain, líder mundial em armazenagem e distribuição, recebeu a terceira certificação em boas práticas para equipamentos médicos e produtos para saúde/correlatos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O Certificado de Boas Práticas, referente ao Centro de Distribuição localizado em Osasco, comprova que a empresa cumpre com todos os requisitos da agência reguladora, na prestação de serviços a clientes da área, além do foco na melhoria contínua de processos, padronização e excelência operacional. A DHL já havia obtido este certificado para os Centros de Distribuição em Anápolis e Barueri.

Para a concessão desses certificados, a ANVISA realizou rigorosa auditoria em todos os processos, tais como: documentos, procedimentos, validação, qualificação, sistema informatizado, licenças, treinamentos, capacitação e processos operacionais. “A obtenção da certificação enfatiza que a DHL tem foco no cumprimento dos regulamentos sanitários e diretrizes internas atendendo a todas as exigências deste setor que é extremamente regulado e exigente quanto à qualidade de produtos e serviços”, afirma Rodrigo Bianconi, gerente de Assuntos Regulatórios da DHL Supply Chain.

Encontre mais press releases para download assim como informações complementares em
http://www.dpdhl.com/pressreleases

Estudo revela que 35% dos casos de demência são evitáveis

Relatório elaborado por comissão convocada pela revista Lancet mosta que controlar fatores como perda de audição, tabagismo, hipertensão e depressão pode evitar, em todo o mundo, um a cada três casos de Alzheimer e outras doenças degenerativas

Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

20 Julho 2017 | 15h23

Controlar fatores do estilo de vida, como perda de audição, tabagismo, hipertensão e depressão pode evitar um terço dos casos de demência no mundo, de acordo com um novo estudo publicado na revista científica Lancet.

O estudo fundamenta um relatório da primeira Comissão de Prevenção e Assistência à Demência Lancet, que foi apresentado na Conferência da Associação Internacional de Alzheimer de 2017.

Além de revelar que um a cada três casos de demência é passível de prevenção, o relatório destaca também os efeitos benéficos de intervenções não farmacológicas como contato social e exercícios para pessoas com a doença degenerativa.

Para produzir o relatório, a comissão reuniu 24 especialistas internacionais que fizeram uma revisão sistemática da pesquisa existente sobre o tema, com o objetivo de fornecer recomendações com base em evidências para o tratamento e prevenção da demência.

Cerca de 47 milhões de pessoas têm demência no mundo e estima-se que o número saltará para 66 milhões em 2030 e para 115 milhões em 2050, de acordo com os autores do estudo.

"Há um grande foco no desenvolvimento de medicamentos para evitar a demência, incluindo a doença de Alzheimer. Mas não podemos perder de vista os verdadeiros avanços que já alcançamos no tratamento da demência, incluindo as abordagens preventivas", disse um dos membros da comissão, Lon Schneider, professor de psiquiatria e ciências comportamentais da Universidade da Carolina do Sul.

A comissão que elaborou o relatório identificou nove fatores de risco, em várias fases da vida, que aumentam a probabilidade de desenvolver demência. Cerca de 35% dos casos de demência – aproximadamente um a cada três – foram atribuídos a esses fatores de risco, segundo o relatório.

Aumentar a educação durante a juventude e cuidar da perda de audição, da hipertensão e da obesidade durante a vida madura, a incidência de demência poderia ser reduzida pelo menos 20%, dizem os autores.

Na velhice, parar de fumar, tratar da depressão, aumentar a atividade física, aprimorar o contato social e controlar a diabete poderia reduzir a incidência da demência em mais 15%, segundo o estudo.

"A potencial magnitude dos efeitos da redução desses fatores de risco sobre a demência é maior do que poderíamos imaginar com qualquer medicamento experimental que temos à disposição. Mitigar os fatores de risco nos fornece um caminho poderoso para reduzir a demência em nível global", disse Schneider.

Terapia não farmacológica. A comissão também examinou o efeito de intervenções não farmacológicas para pessoas com demência e concluíram que elas têm um importante papel no tratamento, especialmente quando tentam controlar a agitação e a agressão.

"Drogas antipsicóticas são normalmente usadas para tratar a agitação e a agressão, mas há uma preocupação considerável com essas drogas, porque elas aumentam o risco de morte, de eventos cardiovasculares adversos e infecções, sem falar da sedação excessiva", afirmou Schneider.

As evidências indicaram que as intervenções psicológicas, sociais e ambientais, como a promoção do contato social e de atividades coletivas tiveram um resultado melhor que os medicamentos antipsicóticos para tratar os sintomas de agitação e agressão associados à demência. O estudo mostrou ainda que intervenções não farmacológicas como terapia de estímulo cognitivo de grupo e exercícios conferem também algum benefício à saúde mental dos pacientes.