Terreno fértil para alimentos orgânicos

Em Porto Alegre, 39% da população inclui produtos sem químicos. Índice é o maior entre as capitais

Em parques, praças, escolas e até nos shoppings. Pioneira no país nas discussões sobre meio ambiente, Porto Alegre vive uma expansão acelerada de feiras agroecológicas. Levantamento feito pela reportagem identificou pelo menos 14 espaços de comercialização de alimentos orgânicos na Capital, a maior parte surgida nos últimos dois anos. O fenômeno também vem sendo observado pelo interior do Estado, onde existem cerca de 90 feiras ecológicas, conforme pesquisa feita pela Comissão da Produção Orgânica do Estado do Rio Grande do Sul (CPOrg-RS).

Três décadas depois da primeira iniciativa do gênero, a Tupambaé – Feira Ecológica, precursora da Feira dos Agricultores Ecologistas (FAE), o terreno está mais fértil do que nunca. Como uma área de transição que fica em repouso para desintoxicação. Isso porque o Brasil tem registrado nos últimos anos uma das maiores taxas mundiais de crescimento de consumo de alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.

De acordo com o diretor-executivo do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), Ming Liu, o mercado brasileiro deve continuar aquecido. Estimativas da entidade indicam crescimento entre 20% e 25% ao ano até 2020, impulsionado pela crescente preocupação com saúde e ambiente. Nos Estados Unidos, maior consumidor mundial, esse índice é de 11% ao ano, mesmo 15 anos após a regulamentação. Atualmente, oito em cada 10 famílias americanas consomem orgânicos.

Por aqui, ainda há vasta fatia de mercado a ser conquistada. A primeira pesquisa nacional de consumo, feita pela Organis e divulgada no mês passado, mostra que 15% da população urbana brasileira inclui alimentos orgânicos na sua dieta. A maior procura por este tipo de produto (34%) está na Região Sul, que ultrapassa o dobro do consumo nacional. Das nove capitais pesquisadas, Porto Alegre é que apresenta o maior percentual: 39%.

SUPER E FEIRA LIDERAM VENDAS

O levantamento também aponta que supermercados e feiras são os principais locais de compra desses produtos, mas formas alternativas, como grupos de compras coletivas, vêm conquistando espaço. Falta de preços acessíveis e de lugares próximos são apontados como os principais limitadores para aumentar as compras. O faturamento do setor no país é estimado em R$ 3 bilhões, um número, no entanto, tido como conservador.

– Esse consumo não é moda. É uma tendência que veio para ficar, de mudança de hábitos do consumidor, que busca produtos mais seguros e saudáveis – avalia Liu.

Na esteira da alta na demanda, a produção de alimentos orgânicos também vem crescendo. Dados do Ministério da Agricultura indicam aumento de 88,5% nos últimos cinco anos na área cultivada no país, que passou de 603,2 mil hectares em 2013 para 1,13 milhão de hectares neste ano (veja quadro na página 5). O número de produtores mais que dobrou no período, de 6,7 mil para 15 mil. Por enquanto, não há dados sobre a produção no Rio Grande do Sul – a Emater deve realizar levantamento neste mês e divulgá-lo em agosto.

Segundo Ari Uriartt, assistente técnico estadual da Emater na área de agroecologia e produção orgânica, a expectativa é de que a curva – tanto do consumo quanto da produção de orgânicos – continue em ascensão.

– Existe muita preocupação com a segurança dos alimentos e há um movimento de resgate da identidade alimentar e cultural. As pessoas estão redescobrindo o prazer de cozinhar, de experimentar receitas. Vão buscar alimentos na feira, mas encontram muito mais do que isso. É um processo de reeducação do ponto de vista alimentar.

cleidi.pereira@zerohora.com.br
CLEIDI PEREIRA

Feijão é encontrado a R$ 3,55 em mercados

Pesquisa do Correio em cinco supermercados do DF mostra que além da leguminosa, houve quedas expressivas também no preço dos ovos, carne de frango e água sanitária. Comprar em quantidade produtos mais baratos pode ser uma opção para manter o orçamento

» Andressa Paulino*

Publicação: 15/07/2017 04:00

Raimunda comemora a redução no preço, já que, para manter o produto na mesa, em alguns momentos, teve que tirar outros itens do carrinho

O preço do feijão despencou na última semana, caiu até 38% nos mercados pesquisados pelo Correio. O produto, que antes era encontrado por até R$ 5,99 o quilo, está sendo vendido a R$ 3,55. Bom para os brasilienses que pesquisam e conseguem aproveitar promoções para levar mais mercadorias para casa.

Hábito dos brasileiros, a leguminosa há não muito tempo foi o vilão do orçamento familiar. “O feijão esteve com preços muito altos. Eu já tive que deixar alguns itens de lado para poder manter a comida na mesa”, contou a esteticista Raimunda Cavalcante, 43 anos. Para manter o hábito do arroz com feijão em casa, ela percorre mercados à procura do quilo mais barato. Quando encontra, compra grande quantidade. “Para não deixar de consumi-lo, tenho que pesquisar bastante, aproveitar as promoções e fazer estoque” disse.

Para quem tem o hábito de fazer compras semanais, outros produtos também diminuíram de preço. A dúzia de ovos, por exemplo, teve redução em três mercados pesquisados e o produto pode ser encontrado até 30% mais barato. Já o peito de frango está até 40% mais barato. Enquanto o quilo da ave podia ser encontrado por valores que variavam entre R$ 6,69 e R$ 11,79,agora, caiu para até R$ 4,99. Outro produto que registrou queda foi a água sanitária. O litro do alvejante ficou até 40% mais barato durante a semana, mas a variação de preços ainda é grande. É possível encontrar o item de R$ 1,96 a R$ 4,49 o litro.

Ainda com o poder de compra restrito, com a alta do desemprego e dos índices de endividamento, o consumidor se vê obrigado a procurar por promoções para manter o orçamento. Apesar da queda da inflação do segmento alimentação nos últimos meses, os brasileiros ainda não sentiram o alívio efetivo no bolso.

Pelo contrário, as reclamações sobre o encarecimento dos itens são constantes. “Eu costumava gastar em torno de R$ 60 e hoje gasto R$ 80, comprando os mesmos itens no mercado. Isso porque sou uma pessoa de hábitos simples, compro coisas do dia a dia” contou o publicitário Iraci Machado, 59. De acordo com ele, os valores precisam diminuir. “Os produtos ainda não estão de acordo com o bolso do brasileiro, eu acho que deveriam conter mais esses preços” finalizou.

Para alguns, mesmo com o estado crítico em que o país se encontra, é preciso otimismo. Nivaldo Antonino, 68, admite que os preços já estiveram mais altos e é importante atentar para os benefícios do barateamento de certos produtos. “As pessoas dizem que os itens estão aumentando, mas eu acho que os preços estão bem melhores agora. Antes, eu comprava arroz de R$ 13 ou R$ 14; hoje, eu acho por R$ 10.

Uma boa dica para fazer o dinheiro render, segundo alguns especialistas, é fazer uma lista de compras e pesquisar bastante. Além disso, prestar atenção em coisas como localização das mercadorias nos supermercados pode ajudar a economizar. “Muitas pessoas não sabem, mas os itens mais caros costumam ficar na altura da mão. Já os mais baratos, normalmente, se encontram em lugares mais altos ou mais baixos. Vale a pena fugir do alcance prático para fazer o dinheiro render”, alertou o educador financeiro e professor da Fundatec, Adriano Severo.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

produtores investem na versatilidade da Macaúba

Palmeira rústica desperta interesse dos mineiros, que saem na frente com projetos de ampliação de cultivo para os mercados de alimentos, biocombustíveis e cosméticos

Juliana Cipriani

Publicação: 17/07/2017 04:00

Mudas de Macaúba: plantio tem crescido na região da Zona da Mata e há demanda para outros 38 municípios, incluindo o Sul de Minas e a região das Vertentes

Fonte de matéria-prima para alimentos, fármacos, cosméticos e até biocombustível, uma palmeira rústica está ganhando espaço nas plantações em Minas Gerais e tem se mostrado com um enorme potencial para desenvolvimento no agronegócio. A Macaúba, segundo especialistas, tem tudo para ser o “ouro verde” brasileiro e os mineiros estão saindo na frente nos estudos e projetos com a planta. O principal produto extraído é o óleo que substitui o azeite de dendê, usado em cerca de 60% dos produtos vendidos nos supermercados, mas há ainda a questão ambiental. As plantações podem conviver com o gado e ajudam na conservação do solo.

Minas Gerais começa a ter programas de cultivo da Macaúba. Capitaneados pela Prefeitura de Juiz de Fora, pelo menos 38 municípios da Zona da Mata, Sul e Vertentes já manifestaram interesse em aderir ao plantio. “A gente tem percebido o agronegócio, neste momento de crise no país, como o único segmento que tem dado resultado, segurando números expressivos. Assim sendo, temos esse projeto pare recuperar nascentes com reflorestamento e vislumbrando a possibilidade de aumentar as rendas dos produtores locais com grandes negócios”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Juiz de Fora, João de Matos.

A Zona da Mata tem hoje 400 hectares de Macaúba plantados em uma propriedade em Lima Duarte, mas a expectativa é ampliar. Por isso, estão sendo oferecidos cursos para mostrar o potencial da planta e a Prefeitura de Juiz de Fora está mostrando aos agricultores as possibilidades de consórcios. O objetivo é ambiental: além de desenvolver o agronegócio, estudos mostram que seria possível recuperar as fontes de água do município. Segundo João de Matos, não há projeções do quanto esse cultivo pode ser ampliado, mas só Juiz de Fora tem mil quilômetros de área rural. “Logicamente não vamos conseguir 100%, mas o importante é como o entorno da Zona da Mata é carente de projetos, entendemos que esse plano vai ajudar economicamente”.

O coordenador do projeto Macaúba, Jackson Moreira, diz que a produção é potencializada pelo fato de a planta ser nativa, de alta produtividade e competitiva em topografias acidentadas. Ele ressalta que há ainda interesse de companhias aéreas de usar o produto da planta como biocombustível, dentro de um projeto para reduzir a emissão de gás carbono.

Quem confirma todo este potencial é o coordenador da Rede Macaúba de Pesquisa (Rmape) da Universidade Federal de Viçosa, Sérgio Motoike. De acordo com ele, a Macaúba despontou no programa de domesticação de espécies nativas com potencial para produção de óleo. “É uma planta que pode substituir no futuro o azeite de dendê, que corresponde a 40% de toda a gordura vegetal que o homem utiliza. Ele está na margarina, no chocolate, no sorvete, até na vela. Se você for no supermercado, 60% dos produtos tem óleo de dendê, então, hà uma importância muito grande para o ser humano”, diz.
A diferença, segundo Motoike, é que a macaúba cresce em um ambiente muito menor e precisa da metade da chuva necessária ao dendê para produzir. “O potencial de Minas é enorme, porque tem muita área degradada e é nesta área que a macaúba pode ser cultivada”, disse. Sérgio Motoike trabalha para que as plantações sejam integradas às pastagens, de modo a produzir frutos na parte de cima e permitir que o gado continue ali. “Não vamos destruir a pecuária, mas melhorar o solo com o cultivo da macaúba e incrementar a atividade com uma produção extra, que seria o fruto da macaúba.”

Para se ter uma ideia, segundo Motoike, são produzidas de quatro a seis toneladas de óleo por hectare. Comercializado a US$ 800 a tonelada, o produtor tem, só de óleo de macaúba, uma renda de pelo menos US$ 3,2 mil por hectare ao ano. E a macaúba ainda tem outros produtos, como ração animal e carvão. Na indústria farmacêutica, pode servir para extrair vitaminas D e A, na de cosméticos pode ser base para shampoos, cremes e batons.

Chocolates Nestlé lança campanha com foco nos jovens

17/07/2017

A Nestlé aposta em uma estratégia para impulsionar a sua marca de Chocolates, em 2017, por meio do desenvolvimento de uma campanha que utiliza a música como pilar, para conquistar a preferência do público-alvo entre 18 a 22 anos.

Criada pela agência DAVID, a campanha tem a trilha sonora como principal aliada e promete engajar o jovem com o conceito Pare o Mundo que eu Quero Nestlé.

Pare o Mundo que eu Quero Nestlé é a maneira que a marca identificou para transmitir, da forma mais natural e genuína possível, o papel do chocolate Nestlé na vida das pessoas, pois dizem que ele impacta positivamente seu humor e torna tudo mais prazeroso.

A Nestlé busca estabelecer um diálogo aberto, de igual para igual, com seus consumidores. E é justamente no ato de escutar músicas que grande parte das pessoas encontra um meio de se auto conectar e se expressar com o mundo. A letra traduz as emoções e o estado de espírito do público-alvo.

O filme Pare o Mundo que Eu Quero Nestlé foi feito em um formato de videoclipe com a cantora Julie Ramos e filmado no Pateo do Collegio, que está localizado no centro da cidade de São Paulo.

A estratégia desta iniciativa vai além da plataforma musical, pois ainda foi feito um outro filme chamado Carrossel que conta de forma mágica a vida desse consumidor de chocolate. Também filmado integralmente no Brasil, ele mostra o chocolate sendo compartilhado entre a protagonista e seus amigos em um lúdico Carrossel.

“Estamos muito felizes com a nova parceria com a Nestlé, e de poder construir juntos um projeto tão lindo. E não há melhor maneira de se conectar com este público do que a música, que além de já estar inserida na vida dessas pessoas gera engajamento e proporciona boas experiências, que nem um bom chocolate”, explica Rafael Donato, VP de Criação da DAVID.

Além das mídias tradicionais como TV e rádio, a campanha estará fortemente apoiada nas mídias digitais, como Facebook e Instagram, e em mídias que possuem maior vínculo com música, como YouTube e Spotify, entre outros.

Fonte:: Redação

Estado analisa dividir custos para descentralização de farmácia

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC

Após quatro meses de tratativas com o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o governo estadual declarou ontem, pela primeira vez, analisar a proposta para divisão de custos do projeto para descentralização da Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, em Santo André.

Vista pela entidade regional como a alternativa mais viável para se efetivar a proposta, o cofinanciamento tem sido sugerido por prefeitos da região desde março, quando o tema retornou à pauta do Consórcio. Porém, desde então, em momento algum o Estado tinha dado posicionamento sobre o tema.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, embora a Pasta já tenha a responsabilidade de arcar tanto com a compra dos medicamentos quanto com o custeio da Farmácia de Alto Custo do Hospital Mário Covas, no momento, o governo estadual está comprometido com o projeto e “avalia o pedido dos municípios em relação ao cofinanciamento, embora essa prática não ocorra em nenhuma outra região do Estado.”

Único item pendente para prosseguimento das tratativas que visam efetivar a descentralização da farmácia, a avaliação econômico-financeira das propostas apresentadas ao Estado é reivindicação de prefeitos da região para que o custo do projeto não impacte o orçamento limitado – e comprometido – dos municípios.

A sugestão é que o Estado consiga auxiliar financeiramente com o projeto para criação de unidades de distribuição de medicamentos em São Bernardo, Diadema, São Caetano e Mauá (que faria o repasse para Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), além da possível criação de um posto no AME (Ambulatório Médico de Especialidades) da Vila Luzita, em Santo André.

Retomada no início deste ano com a troca do comando na entidade, a descentralização é considerada uma das principais bandeiras dos atuais prefeitos. A promessa, com a efetivação da proposta, é dar fim à superlotação do serviço que, atualmente, tem média de 2.000 atendimentos por dia.

“A descentralização representará um ganho aos municípios. Hoje, a espera nas filas da farmácia de alto custo (que dispensa medicamentos de alto valor agregado) da unidade hospitalar gira em torno de quatro a seis horas. Se cada município assumir a dispensação de medicamentos de alto custo a seus pacientes, estes ganharão em conforto e acolhimento”, destacou o prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior, em artigo publicado nesta semana pelo Diário.

Segundo o chefe do Executivo, o serviço é de extrema importância por atender um público específico e que necessita de atenção especial. “É um grupo que realmente precisa, pois recorrem a medicamentos de alto custo pacientes que apresentam quadro de considerável grau de sofrimento, como câncer, doenças imunodepressivas, patologias psiquiátricas, entre outros”.

Segundo o Estado, enquanto as negociações para descentralização seguem em andamento, série de medidas está sendo tomada para diminuir os transtornos aos usuários. “Desde o ano passado, entregas trimestrais de medicamentos têm sido realizadas de forma gradativa para que a frequência de pacientes seja reduzida e, consequentemente, haja maior celeridade no atendimento”, cita em nota.

A Secretaria de Saúde destaca ainda que, atualmente, 90% dos municípios do Estado têm parceria com a Pasta para redistribuição de medicamentos de alto custo e financiam integralmente suas farmácias próprias, uma vez que o Estado já fica responsável pela compra dos produtos.

Farmácias do RN podem deixar de vender pelo Programa Farmácia Popular

Ana Paula Cardoso 14 de julho de 2017 – 12:32

O paciente sai da consulta com o diagnóstico de que as taxas de hipertensão, diabetes e colesterol estão alteradas, recebe a receita para comprar os medicamentos e vai à farmácia. Lá, pelo programa Aqui Tem Farmácia Popular, recebe alguns medicamentos sem custo e adquire outros com desconto de até 90%. A cena, comum desde 2006, corre o risco de não mais acontecer em muitas farmácias do Rio Grande do Norte, se os empresários de farmácias não conseguirem receber o Alvará de Funcionamento para suas empresas antes de 31 de julho, prazo final estipulado pelo Ministério da Saúde para o recadastramento das farmácias.

O Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Rio Grande do Norte (Sincofarn), que representa as empresas entrou com um pedido de liminar na justiça comum para garantir que as farmácias recebam o documento, cuja expedição é competência da Secretaria Estadual de Saúde, através da Subcoordenadoria de Vigilância Sanitária ou das secretarias municipais de saúde, por meio de suas coordenadorias de vigilância sanitária.

Além do alvará de funcionamento, as 535 farmácias que fazem parte do Farmácia Popular no Rio Grande do Norte devem apresentar outros documentos, mas a maioria já conseguiu cumprir as exigências.

“Nossa preocupação é que as vendas da Farmácia Popular têm impacto significativo nas vendas das farmácias, principalmente as de pequeno porte”, ressaltou a presidente do Sincofarn, Luzia Diva Cunha Dutra, revelando que esse percentual varia de 40% a 80%. “Por outro lado, a população também será muito prejudicada”, continuou Luzia Dutra. O programa oferece medicamentos para vários tipos de doenças como asma, rinite alérgica, glaucoma, osteoporose, doença de Parkinson e fraldas geriátricas, entre outros.

Com informações da Fecomércio RN. 

RMC terá oito farmácias fechadas

Cidades

JOÃO CONRADO KNEIPP REGIÃO | 15/07/2017-20:10:10 Atualizado em 15/07/2017-20:10:07

Todas as oito unidades próprias do programa do governo federal Farmácia Popular serão fechadas na RMC (Região Metropolitana de Campinas). Campinas e Hortolândia, com duas unidade cada, além de Indaiatuba, Itatiba, Santa Bárbara d'Oeste e Sumaré, com uma em cada município, decidiram desativar as Farmácias Populares e redirecionarão as demandas para a rede municipal de saúde.

O motivo é o fim do repasse de verbas do Ministério da Saúde para manutenção e custeio das unidades, anunciado em março pelo governo Michel Temer (PMDB). O fechamento das unidades próprias do Farmácia Popular foi criticado por representantes da Fenafar (Federação Nacional dos Farmacêuticos), Sindicato dos Farmacêuticos do Estado de São Paulo e CNS (Conselho Nacional de Saúde) – leia texto na página 7.

O programa Farmácia Popular, criado em 2004 pelo governo de Luís Inácio Lula da Silva (PT), oferece medicamentos gratuitos à população ou com descontos de até 90%, custeado pela União. Em 2006, foi aberto o Aqui Tem Farmácia Popular, uma extensão do programa que prevê credenciamento de farmácias da rede privada. Ao todo, o Farmácia Popular conta com 367 unidades próprias no País, e a rede do Aqui Tem possui cerca de 34 mil pontos.

Na RMC, eram oito unidades próprias do programa, mas uma já foi fechada e as demais estão com os dias contados. A farmácia de Santa Bárbara d'Oeste fica aberta até o dia 21 de julho. Em Campinas, os dois pontos funcionam até o dia 28 de julho. As duas unidade de Hortolândia operam até dia 30 deste mês. Em Indaiatuba, a farmácia encerra as atividades no dia 31 de julho, enquanto o atendimento em Itatiba será mantido até o dia 1º de agosto. Já em Sumaré, a unidade deixou de funcionar anteontem.

A razão do encerramento é o corte nos repasses do Ministério da Saúde. Antes, a pasta direcionava R$ 100 milhões por ano para as 367 unidades próprias, sendo que R$ 80 milhões, segundo o ministério, eram para despesas com pessoal, água, luz e telefone das farmácias. O restante – R$ 20 milhões – era para a aquisição dos medicamentos.

Em março, a União anunciou que deixará de pagar os custos para manter as unidades e repassará esses R$ 80 milhões diretamente aos municípios para que comprem os remédios por conta própria. A previsão do governo é que todas as unidades deixem de operar até agosto. A decisão para manter as unidades operando mesmo sem os repasses caberia aos gestores municipais, e na RMC nenhum deles escolheu essa opção. Caso escolhessem, os custos seriam bancados pelos cofres municipais.

De acordo com o Ministério da Saúde, o fim dos custos operacionais vai aumentar o repasse per capita da União aos municípios de R$ 5,10 para R$ 5,58. Os valores por habitante custeados pelo município e pelo governo do Estado permanecem em R$ 2,36, cada. O programa Aqui Tem Farmácia Popular ainda permanecerá em atividade.

A reportagem do TODODIA perguntou para a Assessoria de Imprensa do Ministério da Saúde quantas e quais cidades no País optaram por manter ativas as unidades próprias do Farmácia Popular. Contudo, o setor informou que esse controle não existe, já que não há a obrigatoriedade da município comunicar que assumiu os custos do serviço.

Raia Drogasil vence o ‘Broadcast Empresas’

Premiação, realizada em parceria com a Economática, analisou as empresas de capital aberto com melhor desempenho em 2016

Luana Pavani, O Estado de S.Paulo

15 Julho 2017 | 05h00

Resistência à instabilidade econômica sem perda da capacidade de investimento. Esta foi a tônica das estratégias de negócio das vencedoras do ‘Prêmio Broadcast Empresas’, ranking de companhias de capital aberto da Agência Estado em parceria com a Economática, referente ao ano de 2016. A 17.ª edição do levantamento mostra que o investidor que procurou na Bolsa empresas de horizonte bem definido e foco no longo prazo teve um rendimento acima da média do mercado, apesar das adversidades do cenário.

A vencedora foi a RD, novo nome da Raia Drogasil, que atua em um segmento mais resistente à recessão, o varejo farmacêutico. A RD também levou o prêmio especial Novo Mercado, destacando-se entre as listadas no mais alto nível de governança corporativa da Bolsa.

Ainda que a crise tenha atingido a renda dos consumidores, a vencedora do ranking bateu seu recorde de abertura de lojas em 2016. Além da expansão, a companhia viu as vendas nas unidades antigas crescerem 14% e contou com alguns fatores favoráveis, como o reajuste de 12,5% nos preços dos medicamentos a partir de abril do ano passado.

Mas, para 2017, o reajuste foi menor, de 4,76%. “Acreditamos que 2017 é um ano bom, mas não de ganhos de margem como no ano passado”, diz o presidente da rede, Marcílio Pousada.

Também do setor de saúde, o Grupo Fleury segue com o plano de expansão tanto via abertura de unidades quanto em busca de aquisições. O espaço para crescer surgiu com a estratégia traçada no ano passado, de mirar o atendimento em clientes de maior renda. “Focamos no público premium e no intermediário, que buscam reestruturar suas finanças e preservar seus planos de saúde”, afirma o presidente do Grupo Fleury, Carlos Marinelli.

A companhia sagrou-se campeã ainda em mais dois prêmios, o de Small Cap, por ser a mais bem posicionada no ranking geral, que pertence à carteira da B3 de empresas de médio e pequeno porte, o índice SMLL; além do Sustentabilidade, seguindo o mesmo critério, para o índice ISE.

“Em um cenário no qual alcançar bons resultados é um dos maiores desafios de grandes empresas, o ranking confirma que por meio de competência e boa governança é possível estar entre os principais e melhores investimentos na Bolsa”, explica Daniel Parke, diretor geral da Agência Estado.

A terceira colocada, a Wiz Corretora, é do setor de seguros, também considerado uma opção de proteção em meio à turbulência por analistas do mercado financeiro. Por ser forte geradora de caixa, a empresa divide com acionistas 100% de seu resultado. O presidente da Wiz, João Francisco da Silveira Neto, lembra que a corretora tem reforçado sua relevância, buscando diversificação.

“O ranking mostra que a rentabilidade das vencedoras foi uma recompensa pela coragem de investir em meio às adversidades”, diz o presidente da Economática, Fernando Exel. Segundo ele, 2016 foi o quinto ano seguido de rentabilidade das empresas de capital aberto na casa de um dígito. As dez vencedoras obtiveram média de 22,1% no indicador, medido pela razão do lucro líquido sobre patrimônio líquido, em 2016.

Método. A presente edição do Prêmio Broadcast Empresas teve participação de 185 empresas com ações negociadas na B3, patrimônio líquido acima de R$ 10 milhões divulgado seus balanços e em dia com credores no período analisado.

A metodologia avalia sete indicadores. As menores pontuações representam as melhores posições. Dessa forma, a primeira colocada em liquidez, por exemplo, recebe a nota 1. Para chegar ao resultado final, é feita uma média simples de todos os pontos obtidos nos sete critérios: a variação da rentabilidade patrimonial; pagamento de dividendos em relação ao patrimônio; índice preço/lucro (PL); preço/valor patrimonial da ação (P/VPA); oscilação da ação; volatilidade da ação; e liquidez. Cada empresa é representada pela ação mais líquida (ON ou PN). / COLABORARAM DAYANNE SOUSA, ALINE BRONZATI e CYNTHIA DECLOEDT

Farmacêutica amazonense cria instablog para sanar dúvidas sobre medicamentos

16/07/2017 às 02:38

Alexandre Pequeno Manaus (AM)
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária),  a automedicação é “a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas"

Quando bate aquela dor de cabeça, dor de dente ou no estômago, por exemplo, procuramos logo um remédio para aliviar o mal-estar, não é mesmo? O gesto comum pode parecer simples, mas a automedicação pode acarretar sérios problemas e consequências graves à saúde. Pensando nisso, a farmacêutica Bianca Ladislau, 25, lançou o instablog @onlinefarmaceutica, para auxiliar a população sobre os riscos da automedicação, além de alertar e informar sobre o uso dos remédios.

De acordo Bianca, a ideia para o instablog surgiu a partir de dúvidas de seus amigos e familiares. "A ideia surgiu há dois meses. Meus familiares e amigos foram os principais mentores do projeto. Chegavam com dúvidas a respeito de qual medicamento adequado para tal situação, e a partir daí achei válido compartilhar essa ideia com os amigos virtuais", afirma. Bianca trabalha em um hospital de oncologia e cardiologia.

Mesmo com pouco tempo de lançamento, o instablog já acumula mais de mil seguidores. Segundo Bianca, pessoas de todas as faixas etárias têm entrado em contato com ela para relatar suas dúvidas. "O retorno está sendo gratificante, tanto pelo lado profissional, com diversas perguntas que achamos que são simples, mas que ainda surgem dúvidas, como pílula do dia seguinte, antibióticos, e tanto pelo lado pessoal, pelos amigos que já criei, alunos de farmácia em geral e pessoas de todas as faixas etárias", conta Bianca.

Principais dúvidas

Bianca afirma que as principais dúvidas dos internautas estão relacionadas ao uso de antibióticos. “Os usos dos remédios desse tipo vêm crescendo ao longo dos anos e nós sabemos que as bactérias estão ficando mais resistentes, quando um paciente inicia um tratamento e é interrompido por uma bebida alcoólica ou por vontade própria, sabemos que a pessoa está propícia a uma resistência bacteriana”, conta.

Bianca ressalta que o uso de medicamento de forma incorreta também pode acarretar o agravamento de uma doença. “O uso de antibiótico de forma incorreta, ao invés de você solucionar a doença você pode provocar ela muito mais. A atenção para os antibióticos tem sempre que ser redobrada”, afirma a farmacêutica.

Saiba mais

Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a automedicação é “a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas, para tratamento de doenças cujos sintomas são percebidos pelo usuário, sem a avaliação prévia de um profissional de saúde (médico ou odontólogo).” A automedicação diz respeito, portanto, ao uso de medicamentos sem prescrição de um profissional habilitado.

Farmácias Pague Menos atingem 1.000 lojas no país e rede prepara mais 600 até 2021

Terceira maior rede de varejo farmacêutico do País deve investir este ano R$120 mi na abertura de 188 lojas

SÃO PAULO – A rede Farmácias Pague Menos abriu nesta semana sua milésima loja no Brasil, mantendo plano de expansão que deve contar com mais de 600 lojas no país nos próximos quatro anos apesar da fraqueza da economia e em meio à ferrenha competição por espaço de vendas ante as rivais RD e DPSP.

A Pague Menos, que recebeu em 2015 aporte de 440 milhões de reais da norte-americana General Atlantic, é a terceira maior rede de varejo farmacêutico do país e deve investir este ano 120 milhões de reais na abertura de 188 lojas, dais quais 74 foram abertas até o final de junho. A milésima loja da rede foi aberta na terça-feira, na cidade de Paulo Afonso (BA), divisa com o Estado de Alagoas.

"O Brasil está saindo da crise. Estamos nos estruturando agora para nos beneficiarmos da retomada da economia", disse o presidente da Pague Menos, Mário Queirós.

Segundo ele, o investimento na abertura de cada loja gira em torno de 700 mil a 800 mil reais, o que deve implicar em dispêndios de cerca de mais 400 milhões de reais até 2021, quando a rede da companhia com presença em todos os Estados do país atingirá 1.600 lojas. Como comparação, a maior rede do setor no país, a RD, fechou março com 1.457 lojas.

A empresa teve alta de 21,2 por cento no faturamento do ano passado, para 5,8 bilhões de reais, "mas para este ano vai ser menos, embora acima da média do setor", disse Queirós, estimando que o setor cresceu 9 por cento no primeiro semestre deste ano.

Parte da expansão do ano passado foi motivada pelo reajuste autorizado pelo governo de cerca de 12 por cento nos preços praticados pelo setor sobre medicamentos, algo que ficou abaixo de 5 por cento neste ano.

Segundo ele, a Pague Menos manterá foco no crescimento orgânico apesar da crise econômica que pesa mais sobre redes menores e independentes. Parte da preferência da empresa por construir novas lojas em vez de comprá-las de rivais é o custo e o modelo de negócios da companhia.

"Comprar sai caro, é um múltiplo acima de 10 vezes Ebitda ante um múltiplo de construção de quatro vezes", disse Queirós, referindo-se à sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização.

O executivo comentou que o Brasil tem cerca de 70 mil farmácias e as maiores empresas do setor possuem pouco menos de 10 por cento desse total. "As grandes redes ainda têm muito o que consolidar… mas são poucas as redes no Brasil hoje que valeria a pena para a gente adquirir", disse Queirós.

Ele citou como uma das dificuldades em se encontrar alvos de aquisição o formato trabalhado pela Pague Menos, que utiliza lojas com média de 250 metros quadrados ante média do setor de 170.

Questionado sobre como a companhia está avaliando oportunidades para uma abertura de capital em bolsa de valores, Queirós afirmou que a Pague Menos tem "pretensões de realizar IPO, mas 2017 não é o melhor momento, 2018 também não e muito provavelmente 2019 também não".

A avaliação é diversa de uma série de companhias brasileiras que estão buscando o lançamento de ofertas de ações nos próximos meses como forma de reequilibrar suas estruturas de capital e prepararem ciclo futuro de expansão. Na indústria do varejo, por exemplo, na próxima semana o Carrefour Brasil deve precificar seu IPO, em uma operação que pode movimentar entre 4,5 bilhões a 5,6 bilhões de reais e ser a maior do tipo no país em mais de quatro anos.

A cautela sobre o momento adequado para o IPO da Pague Menos decorre do clima de instabilidade política deste ano, somado às incertezas geradas pelas eleições em 2018 e seus efeitos para 2019, avaliou o executivo.

Por Alberto Alerigi

Reuters