Saúde reestrutura assistência farmacêutica e abre primeira Farmácia Municipal da cidade

13 de julho de 2017 Notícias , Saúde

Unidade da Zona Norte será inaugurada dia 21 de julho; população contará com atendimento de profissional especializado

A região norte da cidade passa a contar, a partir do dia 24 de julho (segunda-feira), com a primeira Farmácia Municipal de Marília, uma unidade especializada da Secretaria Municipal de Saúde, onde será oferecida assistência farmacêutica qualificada à população.

A farmacêutica Rosângela Campanha da Silva, supervisora na Secretaria Municipal de Saúde, explica que a medida tem como objetivo a melhoria e modernização do atendimento. Os moradores terão mais conforto e segurança na retirada de medicamentos. Ela esclarece que diferentemente da dispensação de medicamentos em um balcão, a assistência farmacêutica consiste em oferecer orientações sobre o uso adequado dos remédios prescritos.

“Nesse novo ambiente, o farmacêutico poderá atender o usuário de forma individual. Teremos duas salas privativas. Esse diálogo e acolhimento são fundamentais e nem sempre temos condições de fazer com o modelo atual da rede”, disse Rosângela.

Na Farmácia Municipal da Zona Norte, o atendimento será das 07h às 18h. O prédio é próprio e acaba de ser revitalizado. A localização é estratégica, à rua Berta Camargo Vieira, esquina com a Guiomar Novaes, no bairro Santa Antonieta (antigo PA Norte).

ABRANGÊNCIA

Rosângela conta que a Farmácia Municipal da Zona Norte será referência para a população atendida na UBS (Unidade Básica de Saúde) Santa Antonieta e USFs (Unidade Saúde da Família) Santa Antonieta II, Julieta, Santa Antonieta III, Parque das Nações, Figueirinha, Primeiro de Maio, Aniz Badra, JK, Jânio Quadros e Jardim Renata.

A farmacêutica lembra que a reestruturação prevê ainda a instalação da unidade central e unidade zona sul, porém, no momento o atendimento prossegue sem mudanças para os moradores atendidos nas demais unidades de saúde.

Sob orientação da secretária municipal de Saúde, Kátia Ferraz Santana, a implantação das farmácias municipais em Marília é realizada de forma gradativa e com planejamento.

No centro da cidade, o serviço será implantado na avenida Brasil, próximo ao Terminal Urbano, onde passam diariamente cerca de 40 mil pessoas. Já na zona sul, o novo endereço ainda será definido, porém o objetivo é estabelecer o serviço em um corredor comercial, como a avenida João Ramalho.

“A segurança da população é a nossa prioridade, por isso a implantação das Farmácias Municipais envolve servidores e colaboradores altamente qualificados, em diversas áreas da atenção à saúde. Não temos pressa. O que temos é o desejo e a necessidade urgente de iniciar políticas alinhadas com a humanização e a qualidade, valorizando as pessoas”, disse Kátia.

ACESSO

Mesmo quem mora em outras regiões da cidade, já será beneficiado. “Um trabalhador, por exemplo, que mora na zona sul e trabalha perto da Farmácia Municipal da Zona Norte, terá nova opção de atendimento. As unidades funcionarão como uma rede, garantindo o acesso”, explica Rosângela.

Em relação aos pacientes acamados e com mobilidade reduzida, será realizado o atendimento em domicílio, mediante a avaliação de cada caso, pelas equipes de saúde.

Os moradores do distrito de Padre Nóbrega e bairros próximos passam a contar com a Farmácia Distrital, com assistência farmacêutica das 07h às 17h. A unidade já está instalada na USF Padre Nóbrega e será ativada com o mesmo perfil de atendimento da nova rede.

Para quem mora nos demais distritos, será implantada a assistência farmacêutica por equipes volantes, que estarão nas unidades de saúde de forma programada. As USFs dos distritos continuam sendo o local de referência para dispensação de medicamentos.

O modelo segue as diretrizes e observa regulamentos do Ministério da Saúde, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde), do CRF-SP (Conselho Regional de Farmácia) e de outras entidades relevantes para os serviços públicos de saúde.

CONFIRA AS UNIDADES ATENDIDAS:
FARMÁCIA MUNICIPAL ZONA NORTE

(Rua Berta Camargo Vieira, 595 – Atendimento das 07h às 18h)

UBS Santa Antonieta

USF Santa Antonieta II

USF Julieta / Santa Antonieta III

USF Parque das Nações

USF Figueirinha / Primeiro de Maio

USF Aniz Badra

USF JK

USF Jânio Quadros

USF Jardim Renata

FARMÁCIA DISTRITAL Pe. NÓBREGA

USF PADRE NÓBREGA

(Moradores dos bairros próximos ao Distrito)

De 22 medicamentos do SUS para soropositivos, oito estão em falta no Estado

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br

14/07/2017 – 06h00

Realidade que coloca a saúde de milhares de mineiros soropositivos em risco, os estoques de medicamentos utilizados no tratamento de HIV positivos estão em baixa em Minas. Pelo menos oito dos 22 remédios oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) estão com a entrega irregular nas chamadas Unidades Dispensadoras de Medicamentos Antirretrovirais (UDMs), espaços responsáveis por distribuir os fármacos enviados pelo Ministério da Saúde.

Atualmente, 57.031 pessoas estão em tratamento no Estado. Os soropositivos recebem o coquetel de medicamentos antirretrovirais nas 71 UDMs distribuídas em 27 municípios mineiros. A cada 25 dias, os pacientes podem buscar os remédios, bastando ser cadastrados e possuir receita médica.

Os fármacos são adquiridos pelo Ministério da Saúde e entregues à Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG), que repassa para as UDMs. O recebimento de medicamentos gratuitos é previsto em lei e garante o bem-estar para os HIV positivos.

Problema

Desde 2016, começaram a faltar remédios nas UDMs de Minas. “As entregas têm ocorrido em atraso, parceladas e com quantitativo muito inferior ao planejado pela SES-MG, ocasionando desabastecimentos”, confirma, em nota, a pasta. O motivo, conforme a Secretaria de Saúde, seria a não entrega por parte do governo federal.

A pasta não informou quais os medicamentos estão em falta, mas a reportagem teve acesso a um documento enviado pelo próprio governo do Estado para as UDMs informando a entrega irregular. Por meio dele, foi possível confirmar a falta de pelo menos oito medicamentos. Alguns não têm nem previsão de entrega. E um não está sequer sendo produzido por falta de matéria-prima.

Capital

Em Belo Horizonte, onde 11 mil pessoas buscam remédios nessas unidades, sendo 30% delas provenientes de outras cidades, a falta de quatro compostos foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde, que é quem gerencia o estoque das UDMs.

Em uma das cinco unidades da capital, onde a reportagem esteve na manhã de ontem, foi possível constatar a ausência dos medicamentos. A funcionária de outra UDM, que não quis se identificar, contou por telefone que o local vive o momento mais crítico de estoques.

Em função do repasse de fármacos para moradores de outros municípios, as UDMs de BH precisam de quantitativo reserva para evitar desabastecimento. Mas esse estoque de segurança deixou de existir na medida em que as entregas ficaram irregulares.

Experiência

Mesmo diante de todas as evidências, em nota, o Ministério da Saúde negou a falta de medicamentos não só em Minas, como em qualquer estado do país.

Situação diferente da relatada por um morador de Bom Despacho, na região Central de Minas, diagnosticado com HIV há seis meses. Nesse intervalo, ele já ficou sem medicamento até por duas semanas.

“Fico com tonteira, dificuldade de levantar da cama, diarreia, vômito. É muito difícil”, conta. Mesmo com o relato do jovem, a Prefeitura de Divinópolis, onde ele busca o coquetel, nega a falta de medicamentos.

O infectologista Estevão Urbano explica que, além dos incômodos físicos, um HIV positivo sem medicamento pode enfrentar um aumento do vírus no organismo e ter uma baixa de imunidade que pode levar à morte.

Ministério informa que entrega de 5 medicamentos está em ‘situação de alerta’

Carlos Martins, repórter SES/MT

Em nota enviada aos estados, o Ministério da Saúde alertou que dos 37 medicamentos utilizados para o tratamento de pacientes com HIV/Aids, cinco deles não estão sendo distribuídos de acordo com os pedidos feitos e estão em “situação de alerta/crítica”. Em 21 de junho, a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), já havia alertado para o risco de desabastecimento dos remédios, já que o ministério não vem enviando a quantidade solicitada.

A nota foi enviada pelo Departamento Vigilância, Prevenção e Controle IST/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde a todos os coordenadores e responsáveis nos estados pela logística dos medicamentos antirretrovirais. Um dos cinco remédios listados é o Zidovudina Solução Oral que, segundo o ministério, foi enviado a todos os estados em quantidade suficiente para um mês de consumo (última entrega no dia 5 de julho) e a expectativa é que até o dia 24 deste mês será entregue uma quantidade suficiente para um mês e meio de consumo. A partir de agosto, o ministério garante que entregará a programação ascendente de forma integral.

Sobre o Zidovudina 300mg + Lamivudina150mg, o ministério afirma que todos os estados possuem em média um mês e meio de cobertura. “Novas entregues serão realizadas neste mês pela FURP, LAFEPE e FIOCRUZ. Com essas entregas a cobertura será ampliada em mais um mês. A partir de agosto ocorrerão envios regulares para manter o abastecimento”, diz trecho da nota.

Quanto ao Ritonavir Solução Oral, o Ministério da Saúde informou que nota técnica enviada na última sexta-feira, dia 7, garante a ampliação da validade por mais 30 dias. Uma nova remessa está em andamento com previsão de entrega nos estados a partir do dia 17 de julho.

Sobre o quarto medicamento da lista, Tenofovir300mg+Lamivudina300mg+Efavirenz600mg (3 em 1), o ministério informou que foi enviado para os estados entre os dias 19 e 20 de junho em quantidade suficiente para um mês de consumo. Em Mato Grosso, esse medicamento chegou ao Estado no dia 19 de junho, mas, conforme a Vigilância Epidemiológica, a quantidade enviada foi inferior à solicitada, e, em geral, é suficiente apenas para um mês.

Sobre este medicamento, o ministério assegurou que “até o início da próximo semana – previsão para o dia 17 – será entregue uma quantidade para mais dez dias e até o dia 24 de julho quantidade para mais dois meses de consumo. A previsão é que a partir de agosto a programação ascendente seja atendida integralmente. As parcelas foram muito fragmentadas pelo fornecedor e por este motivo as entregas não têm ocorrido em quantidade para até 4 meses de consumo”, diz trecho da nota, encaminhada à coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Alessandra Moraes.

Por fim, a respeito do remédio Abacavir Solução Oral, o ministério informou que a expectativa é fazer a entrega de nova remessa até o final de julho. “Já providenciamos remanejamento para atender o município do Rio de Janeiro, Ceará, Alagoas, com previsão de entrega para o final desta semana”, diz a nota. O Abacavir, segundo a coordenadora Alessandra Moraes, é um dos medicamentos que está com o estoque baixo no Estado.

O Departamento de Vigilância do Ministério da Saúde informou também que o Ritonavir 100mg encontra-se em desembaraço alfandegário quantitativo para dois meses de consumo. “A expectativa é distribuir todo o quantitativo até o final desta semana para que todos os estados recebam a partir do dia 17 de julho. Novas remessas ocorrerão em agosto de forma a suportar a migração dos pacientes que utilizavam o Lopinavir + Ritonavir”, explicou o departamento.

O ministério informou também que está em andamento a entrega do Lamivudina 150mg na quantidade suficiente para atender dois meses e meio de cobertura em todos os estados.

Pacientes sofrem com a falta de remédios na farmácia municipal de Taubaté

Prefeitura interrompeu a distribuição de alguns remédios de alto custo há mais de dois meses.

Por G1 Vale do Paraíba e Região

13/07/2017 15h30

Moradores reclamam da falta de medicamentos na rede municipal de saúde em Taubaté

Pacientes estão sofrendo com a falta de remédios na farmácia municipal de Taubaté. Há mais de dois meses a prefeitura interrompeu a distribuição de alguns medicamentos de alto custo para a população.

De acordo com o aposentado Paulo Cesar, que sofre de pressão alta e recebe os medicamentos pela prefeitura, a situação é crítica.

"Não posso ficar sem o remédio, porque na ausência dele a minha pessão sobe e eu posso passar mal a qualquer momento, até na rua mesmo. Enquanto isso estou comprando com meu próprio dinheiro, mas é complicado, é bem caro", disse o aposentado.

Já a dona de casa Inês Lopes, que toma medicamentos para o coração, foi obrigada a interromper o tratamento. "O remédio é muito caro, então tive que parar o tratamento. Infelizmente não há o que fazer", disse.

A prefeitura informou, por meio de nota, que a falta de remédios é pontual e que está acontecendo porque parte dos fornecedores atrasou a entrega. Os estoques estão sendo reabastecidos, mas não há prazo para que a situação volte ao normal.

TJ garante fornecimento de remédio a paciente com doença rara em MT

Da Redação

O Defensor Público Marcelo Rodrigues Leirião, que atua na comarca de Várzea Grande, obteve uma decisão no Tribunal de Justiça que pode salvar a vida de um assistido da cidade.

Beneficiário do INSS, o assistido é portador de fibrose pulmonar idiopática, uma doença rara e de prognóstico ruim, com sobrevida média de apenas três anos e para qual é indicado o medicamento Nintedanibe 150mg.

Ocorre que o fornecimento do remédio foi indeferido por não constar no protocolo do Sistema único de Saúde (SUS), vez que não existe tratamento específico para a doença, levando a propositura da ação.

Em seu agravo de instrumento o Defensor relata que após o deferimento da tutela de urgência, o Estado de Mato Grosso requereu a suspensão do processo com base no Resp 1.657.156 – RJ, que determinou a suspensão de todos os processos pendentes que versem sobre a obrigatoriedade de fornecimento de medicamentos não contemplados pela Portaria 2.982/2009 do Ministério da Saúde.

Argumentando que o remédio pleiteado constava em laudo médico como indicado para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática, bem como ser autorizado seu uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o quadro clínico do assistido piorar a cada dia, tendo como consequência o risco de morte evidente, Leirião questionou a decisão do juízo a quo destacando que a própria decisão do Tribunal Superior de Justiça determina a apreciação dos pedidos de tutela de urgência mesmo em recursos repetitivos.

A acórdão da Primeira Câmara do TJMT acatou os pedidos apresentados pelo Defensor, determinando ao Estado de Mato Grosso o fornecimento do medicamento.

“Sobrepõe-se o direito à vida, incluso no conceito de mínimo existencial e não há óbice para que o Judiciário estabeleça a inclusão de determinada política pública nos planos orçamentários, mormente quando em jogo o direito fundamental à saúde”, diz trecho da decisão.

Audiência aponta baixo retorno econômico como causa da escassez de penicilina

Da Redação | 13/07/2017, 15h57 – ATUALIZADO EM 13/07/2017, 18h32

Apenas quatro empresas no mundo produzem insumos para remédios que tem como princípio ativo a penicilina, antibiótico não mais protegido por patente e com baixo retorno econômico, inclusive para os laboratórios nacionais que fabricam medicamentos a partir dessa matéria-prima. Esse contexto explica o quadro de desestímulo à produção e a atual crise de abastecimento, segundo convidados de audiência pública nesta quinta-feira (13) na Comissão de Direitos Humanos (CDH).

A escassez do medicamento, tanto na rede pública quanto em farmácias, tem sido apontada como causa importante do crescimento de casos de sífilis e outras infecções facilmente tratadas com penicilina. O problema, que está ocorrendo também em diversos países, motivou o senador José Medeiros (PSD-MT) a convidar autoridades da área de saúde e representantes do mercado para analisar seus reflexos e alternativas de soluções.

– Temos nesses últimos tempos dificuldades imensas para as pessoas terem acesso a esses medicamentos. Como não é prioridade internacional, não tem se tornado pauta muito importante na mídia nem para ninguém. O objetivo dessa audiência é trazer o problema à luz, ouvir os especialistas e buscar, com o governo, soluções para que o medicamento não falte para as pessoas que necessitam – justificou.
Garantia até 2018

Apesar da crise, a representante do Ministério da Saúde, Lorena Brito Evangelista, afirmou que o abastecimento do sistema público de saúde em todo o país está garantido até 2018. Nesse momento, informou Lorena, a pasta está providenciando a aquisição de 2,4 milhões de frascos de penicilina, com investimento estimado em R$ 12 milhões.

– A meta é ofertar o medicamento de forma centralizada para atender todos os casos de sífilis detectados no Brasil – garantiu.

Na exposição, ela relatou as medidas adotadas a partir de 2015 pela pasta, onde ela responde pela Coordenação Geral de Assistência Farmacêutica e Medicamentos Estratégicos, para enfrentamento a crise surgida naquele ano. O ministério passou então a fazer compras centralizadas para atender estados e municípios.

A estabilidade da política foi reforçada com a inclusão desse medicamento no “componente estratégico” de assistência farmacêutica do Sistema Único de Saúde (SUS). Com isso, a União assumiu a responsabilidade formal pelo abastecimento, já que os municípios vinham encontrando dificuldades de adquirir o medicamento com repasse direto de recursos.
Compra internacional

Uma das aquisições emergência em 2015 foi feita no exterior, via Organização Panamericana de Saúde (Opas), envolvendo a compra de 2 milhões de frascos de Benzilpenicilina Benzatina, apontada como a formulação mais difícil de ser encontrada. Outra foi com o laboratório Teuto, aqui mesmo no Brasil, que ainda tinha uma partida residual. Nas duas operações, o governo gastou mais de R$ 3 milhões.

Em 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou resolução que dispensou laboratórios nacionais do exigido registro de insumo farmacêutico ativo (IFA) para Benzilpenicilina. Com essa medida, segundo Lorena, os laboratórios tiveram mais facilidade para importar insumos e aumentar a produção, o que possibilitou a nova aquisição emergencial de mais 230 mil frascos do antibiótico, dessa vez na forma de Benzilpenicilina Potássica, usada no tratamento da sífilis congênita em bebês.
Saúde pública

Pela Anvisa, participou da audiência Patrícia Fernandes Nantes de Castilho, que comanda a Coordenação de Registro de Insumo Farmacêutico Ativo. Ela explicou que o registro IFA serve para assegurar as boas práticas de fabricação e a qualidade final dos remédios. Explicou que a dispensa concedida para o insumo Benzilpenicilina, de caráter temporário, foi feita diante da crise de abastecimento e do problema de saúde pública que é a sífilis.

Hoje existe 238 registros de insumos farmacêuticos ativos válidos na Anvisa, informou Patrícia. Ela mencionou ainda a entrada de 17 pedidos de dispensa de registros, 11 dos quais relacionados à Benzilpenicilinas, o que demonstra que essa é uma matéria-prima sensível. Depois, alertou que as dificuldades que determinaram a dispensa da certificação estão cessando, e que os fabricantes terão de se adequar.
Situação de mercado

Aspectos de mercado relacionados à produção de penicilinas foram abordados por outros dois convidados, um deles Arthur Covacevick, da empresa Nord Regulatorial, que presta consultoria em processos de registro de produtos em órgãos públicos. Segundo ele, das quatro empresas que hoje produzem insumos, uma é da Áustria e três são chinesas. Como a droga ficou muito barata, mesmos essas empresas limitaram sua produção a 20% da capacidade.

– Isso faz com que o mundo sofra com o desabastecimento, especialmente os países mais pobres. Essa crise tem causado o aumento da sífilis, inclusive no Brasil, onde a gente nem mais ouvia falar da doença – disse.

Covacevick observou que um dos registros de comercialização de insumo negados pela Anvisa foi de uma das empresas da China. Nesse caso, foi constado que a fábrica não operava de acordo com as normas sanitárias brasileiras. A seu ver, é pouco provável que uma empresa decida produzir no país, devido ao alto valor do  investimento inicial e dos custos na fase de produção, em comparação com os baixos preços do remédio, submetidos a controles no Brasil.

– O maior problema é mesmo a concorrência chinesa. Todos sabemos que a mão de obra lá é extremente barata, e assim eles conseguem produzir por valor muito inferior. Aqui o lucro é baixíssimo. É praticamente impossível concorrer com os chineses – afirmou.

Para Pedro Bernardo, da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), as condições de concorrência são difíceis, seja pelo alto custo dos investimentos e impostos. Destacou ainda a insegurança jurídica decorrente da mudança inesperada das regras regulatórias e o controle de preços.

No caso das penicilinas, disse que a entidade vinha defendendo a liberação dos preços ao mercado como forma de estimular a ampliação da oferta dos medicamentos. Finalmente foi aprovado um aumento em 2015, mas insuficiente para corrigir a defasagem. Segundo ele, o reajuste foi de 70%, enquanto a inflação acumulada chegava quase a 120%.

Agência Senado

Justiça pede recolhimento de remédio oferecido pelo SUS sem eficácia comprovada

O Ministério da Saúde disse que "está à disposição das autoridades para informar sobre o processo de compra, realizado em conformidade com a legislação"
Por Weruska Goeking 13 jul, 2017 11h03

SÃO PAULO – O MPF/SP (Ministério Público Federal de São Paulo) entrou com ação para que a União recolha imediatamente o medicamento LeugiNase, distribuído a hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde) para o tratamento de leucemia linfoide aguda.

Segundo o MPF, a medicação, de origem chinesa, foi adquirida sem licitação embora não haja nenhuma comprovação sobre sua eficácia científica e segurança sanitária. “O LeugiNase foi comprado pelo Ministério da Saúde em substituição ao medicamento japonês/alemão Aginasa, que já era utilizado pelo SUS desde 2013, com resultados positivos de até 90% de cura”, conta o MPF.

Tanto o LeugiNase quanto o Aginasa são nomes comerciais de uma medicação essencial no tratamento da leucemia linfoide aguda – um dos tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes, com cerca de 4 mil novos casos por ano no Brasil.

O medicamento correto, junto com outras quatro drogas, tem taxas de cura entre 70% e 90%. No entanto, quando um dos componentes da quimioterapia é falho, esse índice cai para menos de 50%, conta o MPF, destacando que a falta de eficácia do LeugiNase ameaça a vida de milhares de crianças.

Segundo testes realizados pelo LNBio (Laboratório Nacional de Biociências) e pelo laboratório norte-americano MSBioworks, o remédio chinês contém grau elevado de impurezas, apresentando 41 proteínas contaminantes contra seis de seu concorrente japonês/alemão.

Também foram identificadas irregularidades na bula do LeugiNase e ausência de literatura técnico-científica sobre ele. Além disso, o medicamento não possui registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O órgão regulador, apesar de ter autorizado a importação excepcional, afirmou que não dispõe das informações técnicas necessárias para emitir parecer conclusivo sobre o produto. De acordo com o Ministério da Saúde, o remédio chinês possui registro sanitário em Honduras, Peru, Índia, Uruguai e na própria China.

Problemas na licitação
O MPF também afirma que o processo de aquisição dos medicamentos, realizado em 2016, foi marcado por “inúmeras irregularidades”. Na ocasião, o Ministério da Saúde dispensou a licitação, argumentando se tratar de uma compra emergencial.

No entanto, o MPF alega que a pasta tivera 17 meses para normalizar o abastecimento da medicação e foi “negligente ao não realizar procedimento licitatório regular”.

As irregularidades envolvidas na compra do remédio chinês são objeto de inquérito da Polícia Federal, envolvendo a empresa uruguaia Xetley, responsável pela distribuição do produto no Brasil.

Segundo as investigações, a fornecedora não possui estrutura física em Montevidéu e, no Brasil, seu representante está instalado num pequeno e precário escritório de contabilidade em Barueri (SP). Além disso, a empresa não possui funcionários cadastrados. 

Para a procuradora da República Daniela Gozzo de Oliveira, autora da ação, tais constatações reforçam a insegurança relacionada ao medicamento. “Caso ocorram problemas ou danos, como reações adversas e até a morte de pacientes, o consumidor brasileiro não terá a quem recorrer”.

Outro lado
O Ministério da Saúde informou que a orientação para a compra da medicação continua a mesma. “Entre produtos com as mesmas qualificações será adquirido o de menor preço, exatamente como foi feito na oferta da Leuginase”, afirma. 

O Ministério disse ainda que já respondeu ao MPF e “está à disposição das autoridades para informar sobre o processo de compra, realizado em conformidade com a legislação”. 

A pasta afirma ainda que a medicação tem atividade enzimática comprovada por seis diferentes laboratórios, entre eles o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). “A análise ainda mostrou que não foram encontrados contaminantes bacterianos que podem causar danos ao usuário”, explica.

Pesquisas comprovam ‘afinação do dueto’ biodiversidade-biotecnologia

Programação da 69ª Reunião Anual da SBPC, em Belo Horizonte, terá mesa redonda que apresentará exemplos de utilização da biodiversidade como fonte para desenvolvimento de novos fármacos e de novas tecnologias em saúde. O debate será no dia 18 de julho

Três exemplos de utilização da biodiversidade como fonte para desenvolvimento de novos fármacos e de novas tecnologias em saúde serão apresentados em mesa-redonda que integra a programação da SBPC Inovação. “A natureza é um imenso repositório de centenas de milhões de moléculas e, dentre essas, diversas moléculas ativas extraídas de plantas e de venenos animais têm sido estudadas para aplicação em modelos de medicamentos e de vacinas”, comenta a professora Maria Elena de Lima, da UFMG, que vai coordenar a mesa Biodiversidade e biotecnologia: um dueto afinado.

A professora da UFMG apresentará trabalhos de seu grupo de pesquisa relacionados a aplicações terapêuticas de moléculas sintéticas, derivadas do veneno da aranha armadeira, como o peptídeo PnPP-19, que potencializa a ereção sem provocar efeitos tóxicos.

Também participam da mesa, na terça-feira, 18, às 15h30 (sala C 307 do Centro de Atividades Didáticas de Ciência Humanas – CAD 2), os professores Laila Salmen Espindola, da Universidade de Brasília (UnB), e Mario Palma, da Universidade Estadual Paulista (Unesp-Rio Claro).

Laila Salmen Espindola vai discorrer sobre o projeto ArboControl Brasil, que busca protótipos de produtos com atividade em formas imaturas (ovos, larvas e pupas) e adultas de Aedes aegypti. O professor Mário Palma discutirá o uso de toxinas de venenos animais como fonte de inspiração para o desenvolvimento de novos fármacos.

Riquezas

Ao fazer referência à colonização e às riquezas da biodiversidade que foram levadas do Brasil, Mário Palma vai citar exemplos de substâncias das quais se isolaram princípios ativos usados como modelos para o desenvolvimento de importantes medicamentos, “sem qualquer participação de brasileiros e sem qualquer retorno para o País”. Segundo ele, poderosas corporações multinacionais têm desenvolvido novos fármacos a partir da biodiversidade dos países em desenvolvimento.

O pesquisador da Unesp vai apresentar o trabalho que realiza em laboratório junto ao Centro de Estudos de Insetos Sociais e no Departamento de Biologia do Instituto de Biociências de Rio Claro. “Temos trabalhado no desenvolvimento de uma grande biblioteca de toxinas de insetos, aranhas e escorpiões, que tem servido de fonte de descoberta do novos compostos anticâncer, com abordagens na relação entre as estruturas químicas e as ações biológicas dessas toxinas”, informa.

Esse tipo de trabalho, explica o professor, tem sido objeto de iniciativas do programa Bioprospecta, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que visa apoiar pesquisas voltadas para estudos de produtos naturais, como fonte de inspiração para descoberta e desenvolvimento racional de princípios ativos de interesse para a produção de novos fármacos e/ou inseticidas seletivos, e com baixo impacto ambiental.

“Com grande força na engenharia das novas moléculas, temos criado muitas variáveis sintéticas, usando simulações computacionais para chegar a novas estruturas químicas das toxinas naturais (de maneira virtual)”, comenta Mário Palma. A etapa seguinte é o desenvolvimento de processos de síntese química em laboratório.

Essas estruturas químicas sintéticas são testadas em modelos biológicos de laboratório (in vitro). As mais ativas e promissoras são submetidas a ensaios em modelos in vivo e, posteriormente, em humanos. “Algumas já estão patenteadas e poderão se tornar princípios ativos de novos fármacos dentro de alguns anos”, projeta Palma.

Arboviroses

Mais de 2,5 bilhões de pessoas estão atualmente sob risco de infecção por arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, alerta a conselheira da SBPC, professora Laila Salmen Espindola. A grande infestação por esses vetores, segundo ela, é responsável por manter surtos regulares de dengue e, mais recentemente, epidemias pelos vírus chikungunya e zika.

Na mesa Biodiversidade e biotecnologia: um dueto afinado, a professora vai apresentar convênio firmado entre o Ministério da Saúde e a UnB, no Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, para a execução do projeto ArboControl Brasil, que tem forte componente de pesquisa de protótipos de produtos para o controle do vetor.

O convênio prevê ainda pesquisas em novas tecnologias em saúde, ações de educação, informação e comunicação para o controle do vetor e formação e capacitação profissional.

A professora comenta que a Organização Mundial de Saúde define o controle vetorial integrado, com foco nas formas imaturas (ovo, larva e pupa) e adulta do mosquito, por meios biológicos, ambientais e químicos. “Iniciamos o projeto pela análise da atividade de extratos e substâncias depositadas no Banco de Extratos de Plantas do Bioma Cerrado” do Laboratório de Farmacognosia da UnB, conta Laila Espindola.

As substâncias ativas, quando necessário, estão sendo nanoestruturadas a fim de atender a organização operacional dos agentes de vigilância, que retornam a um local infestado a cada dois meses, para nova aplicação do inseticida. “Amostras provenientes de plantas, microrganismos endofíticos, animais e microrganismos marinhos estão sendo recebidas das instituições parceiras, integrantes da rede ArboControl, composta por 27 instituições nacionais e 20 internacionais, co-responsáveis por assegurar a execução e transferência do modelo ArboControl Brasil para o controle do vetor e das arboviroses”, informa a pesquisadora da UnB.

Toxinas

Com base em toxinas isoladas por pesquisadores da Fundação Ezequiel Dias (Funed), a partir do coquetel de substâncias presentes no veneno da aranha armadeira (Phoneutria nigriventer), pesquisadores da UFMG desenvolveram, com o uso de ferramentas de bioinformática, substância sintética capaz de potencializar ereção sem acarretar efeitos tóxicos.

Objeto de depósito de patente, o peptídeo PnPP-19, sintetizado pela equipe da professora Maria Elena de Lima, surge como modelo eficaz de fármaco que atua em mecanismos diferentes dos utilizados pelos medicamentos já comercializados para o tratamento da disfunção erétil. “Outro diferencial é o fato de o produto ser ativo por aplicação tópica”, destaca a pesquisadora.

A patente referente a essa tecnologia, parceria entre UFMG, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Funed, foi recentemente transferida para a empresa Biozeus (Rio de Janeiro, Brasil), que investe na finalização dos testes pré-clínicos, inclusive com a participação do laboratório coordenado pela professora Maria Elena. A previsão é de que os testes em seres humanos sejam iniciados no próximo ano.

O novo peptídeo não é o único trabalho do Laboratório de Venenos e Toxinas Animais (LVTA) que vem chamando a atenção de empresas de biotecnologia. A professora Maria Elena de Lima e sua equipe, em colaboração com pesquisadores de diversos departamentos da UFMG e de outras instituições brasileiras e com as universidades Católica de Leuven (Bélgica) e Aix Marseille University (França), têm-se debruçado sobre venenos e toxinas também para o desenvolvimento de analgésicos, antimicrobianos e inseticidas. Na mesma linha de investigação de drogas com atuação na disfunção erétil, estão em andamento estudos com outro peptídeo, obtido de uma espécie de taturana, em parceria com o Instituto Butantã.

“Começamos estudando apenas toxinas com neurotoxicidade, como aquelas que agem nos canais iônicos, mas os venenos são ricos coquetéis de substâncias. Para aproveitar todo esse potencial, ampliamos nossas linhas de atuação, buscando estudar novas atividades e substâncias com aplicações em biotecnologia e terapêutica”, explica a professora.

Segundo ela, uma das abordagens inovadoras dos trabalhos realizados por sua equipe inclui a síntese das moléculas de interesse, baseando-se também em estudos de bioinformática, como os citados pelo professor Palma, reduzindo seus tamanhos e, em muitos casos, modificando suas sequências de aminoácidos, com remoções, substituições ou inserções de outros tipos. “Isso torna essas moléculas muitas vezes mais simples de ser estudadas, diminui custos na síntese em escala, pode levar ao aumento de absorção pelo organismo e até de suas atividades biológicas, características positivas na obtenção de possíveis fármacos”, enumera.

Para Maria Elena Lima, “cabe aos cientistas estudar a biodiversidade com critério, evidenciando suas potencialidades para o bem do homem, dos animais e do meio ambiente, concorrendo, ainda, para a maior valorização e preservação da natureza”.

SBPC na UFMG

Estudo mostra que vacina do Evandro Chagas protege contra zika

Resultado em camundongos abre caminho para testes em humanos; imunizante é desenvolvido a partir do vírus atenuado

Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo

13 Julho 2017 | 13h04

BRASÍLIA – A vacina contra zika desenvolvida no Instituto Evandro Chagas no Pará demonstrou ser eficaz em testes de camundongos. Estudo conduzido pelo centro em parceria com a Universidade do Texas e com o Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos mostra que a vacina desenvolvida pela instituição impede a infecção pelo vírus em fêmeas e em seus embriões. Publicado na revista científica Cell, o resultado abre caminho para os testes do imunizante em humanos.

"A expectativa é de que iniciemos os estudos clínicos em voluntários a partir de janeiro", afirmou o diretor do Instituto Evandro Chagas, Pedro Vasconcelos.

A confiança se dá não apenas pelos resultados agora publicados na revista americana. A equipe chefiada por Vasconcelos já concluiu um estudo para avaliar a eficácia da vacina em primatas, com resultados igualmente promissores. Os detalhes desse outro trabalho, no entanto, somente deverão ser anunciados depois da publicação em revista especializada.
Experimento

O estudo divulgado nesta quinta-feira, 13, foi feito a partir da observação de 46 fêmeas de camundongo. Metade do grupo recebeu a vacina desenvolvida pelo instituto e metade recebeu placebo. Passados 28 dias, animais foram testados. O grupo vacinado apresentou altos índices de anticorpos contra zika.

Em uma outra etapa, todas as fêmeas acasalaram. Dias depois, foram expostas ao vírus. Nos camundongos vacinados, foram encontrados apenas traços genéticos de zika, mas em uma quantidade considerada pouco significativa. Além disso, não foram encontrados traços de vírus na placenta ou em tecidos cerebrais dos fetos de camundongos que haviam sido imunizados.

Os resultados foram obtidos com a aplicação de uma dose do imunizante. Pesquisadores repetiram o estudo com outra vacina, desenvolvida pelo grupo Valera. Para esse braço do trabalho, 19 fêmeas de camundongos receberam duas doses da vacina. Um grupo controle, com 19 fêmeas, recebeu placebo. As fêmeas também acasalaram e, já prenhas, foram expostas ao vírus zika. Os traços de vírus encontrados nas mães, nas placentas e nos fetos foram baixos no grupo imunizado.

"Os trabalhos indicam que as duas vacinas exercem um papel protetor. A diferença é a de que do instituto é preciso apenas uma dose", avalia Vasconcelos.

Vírus atenuado

O imunizante desenvolvido pelo Instituto Evandro Chagas é feito a partir do vírus zika atenuado. Por se tratar de organismo geneticamente modificado, o imunizante precisa passar pelo crivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTBio). Além disso, é necessária a aprovação da Comitê de Ética de da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Somente depois de concluída estas etapas é que testes clínicos poderão ser realizados.

Vasconcelos disse não ter dúvida de que uma nova onda de epidemia de zika poderá se instalar no País. "Não sabemos quantos anos isso deverá levar. Mas não há dúvidas de que ela virá", avaliou.

A intenção, disse, é concluir os testes do imunizante antes de que uma nova epidemia provocada pelo vírus ocorra no País.

O projeto prevê inicialmente que a vacina seja indicada para mulheres em idade fértil e seus parceiros. Como o imunizante não é indicado para gestantes e para evitar o risco de que mulheres neste estado tomem a vacina inadvertidamente, o protocolo poderá ser mudado numa outra etapa. Seriam incluídas crianças de até 10 anos, de ambos os sexos.

Com 15 empresas, Rede Giroforte está aberta a mais associados e planeja ampliar CD

– 12/07/2017

Fundada em janeiro de 2003, em Varginha, a rede de Supermercados Independentes Giroforte no final de outubro do ano seguinte foi transferida para a vizinha Três Pontas. A mudança deu certo e na nova cidade a rede fincou suas raízes e crescimento, construiu sede própria e aumentou a base de associados.

Hoje são, 15 empresas que detém 20 lojas atendendo a 13 cidades do Sul de Minas e no Centro-Oeste mineiro. Em 2016, a rede fechou com faturamento de R$ 132 milhões. No total, emprega cerca de 500 colaboradores diretamente.

Segundo o presidente, Bruno Dixini de Carvalho, o que motivou a criação da Giroforte foi a necessidade de unir os supermercadistas da região que tinham muitos objetivos em comum, como aumentar poder de compra, melhorar a relação com fornecedores, confeccionar jornais de oferta, realizar cursos, campanhas de marketing em conjunto e trocar de informações.

A chegada da bandeira Giroforte, informa o presidente, trouxe mais força para as lojas. “Temos alguns casos que a rede propiciou uma grande melhoria de faturamento quando a loja foi reinaugurada com a nossa marca”, cita Carvalho. “Temos casos também de empresários que através da troca de informações melhoraram muito a performance operacional, gerencial, contábil, fiscal, etc..”

A rede foi fundada como Associação, operando no formato central de compras de supermercados independentes. Em 2014, porém, com a intenção de fazer negócios ainda mais atrativos, fundou um atacado como sociedade anônima (S.A)

Em imóvel próprio, tanto a associação quanto a S/A estão sediadas em Três Pontas, na rodovia MG 167 que liga esta cidade a Santana da Vargem. O centro de distribuição (CD) fica a 60 km da rodovia BR381, a Fernão Dias, o que favorece o abastecimento da rede.

O CD passará por ampliação num futuro próximo, mas ainda sem data definida. Para o modelo de logística da rede, no entanto, a atual estrutura atende bem. “Contamos com 500 metros quadrados apenas, pois nosso foco não é estocar nesse primeiro momento e, sim, distribuir com rapidez” explica o presidente.

“Temos planos para expansão na própria sede, que tem área disponível de 3 mil metros quadrados”. Além de centro de distribuição, o imóvel conta também com sala de reunião, sala para treinamentos, escritórios, cozinha e estacionamento, onde trabalham sete pessoas diretamente na operação da Central.

(A matéria completa sobre a rede está na edição deste mês da revista Gôndola)