Moradores reclamam de prejuízos com fechamento de farmácias populares

Governo federal fechou unidades das farmácias em todo o país para contenção de gastos. Mais de 30 medicamentos que eram gratuitos vão deixar de ser oferecidos.

Por TV Anhanguera

10/07/2017 16h59

Fechamento de farmácias populares surpreende moradores de Palmas

Os moradores de Palmas que procuram a Farmácia Popular que funcionava no centro da cidade se surpreendem com um aviso escrito a mão de que a unidade foi fechada por tempo indeterminado. A cena se repete em todo o país, já que o governo federal suspendeu o funcionamento da rede para contenção de gastos. Quem pegava medicamentos gratuitos ou com desconto no local reclamou do prejuízo.

"Agora é replanejar a vida né? Replanejar o orçamento doméstico para poder caber no orçamento e pagar. São medicamentos que eu não posso ficar sem", disso o aposentado Carlos Alberto Jardim. Ele sofre de diabetes e hipertensão e além dos medicamentos precisa comprar as seringas e a insulina. Ao todo, o prejuízo é de R$ 250 por mês.

Nas ruas, a notícia repercutiu bastante. "A Farmácia Popular tem ajudado muito às pessoas carentes. É sabido que remédio não é barato e muita gente precisa", diz a administradora Ednalva Fideles. 'A maioria das pessoas da população brasileira é carente, ganha mal e precisa pelo menos que a farmácia popular funcione como estava funcionando", concorda a contadora Glória Mesquita.

Dos 11 medicamentos que eram disponibilizados na Farmácia Popular, 79 continuam tendo algum tipo de desconto nas farmácias conveniadas. Os outros 32 medicamentos deixaram de ter qualquer facilidade na hora da compra.

Farmacêuticos do Estado reivindicam reajuste salarial e discordam de alegação dos empresários

Exigência da categoria é de piso salarial em R$ 3.748,00

Flavia Andrade

Apesar da crise, o setor de farmácia foi um dos poucos que cresceu durante o ano de 2016, uma grande rede que possui inúmeras unidade em Mato Grosso do Sul, cresceu 40% em seu faturamento, chegando a um lucro líquido de R$ 167,7 milhões, no segundo trimestre do ano passado.

O aumento das vendas fez com que batesse a marca dos 14,5% e no ano passado, a rede conseguiu crescer chegando a 1.330 lojas em todo país. Em 2017, a previsão era de abrir 195 novas lojas, porém com o mercado aquecido, serão abertas 200 lojas, demonstrando que existe mercado para o setor.

Por outro lado, os farmacêuticos reagiram à postura do sindicato que defende os interesses dos empresários, alegando que se for aprovado o projeto sobre o piso salarial da categoria, haverá demissões e fechamentos de postos de trabalhos.

O projeto que prevê o piso salarial de R$ 3.748,00 aos farmacêuticos de Mato Grosso do Sul é de autoria do deputado estadual Paulo Siufi, com apoio incondicional dos deputados Professor Rinaldo, Mara Caseiro e Jorge Takimoto. O projeto para ser votado na Assembleia Legislativa, precisa ser enviada à Casa de Leis pelo governador Reinaldo Azambuja

O deputado Rinaldo, líder do governador Reinaldo Azambuja na Assembleia assina o projeto, e ao mesmo tempo o governador demonstra “engavetar” o mesmo. Até o momento, o governador não se posicionou sobre o projeto e o seu líder no legislativo estadual, deputado Rinaldo, disse que uma reunião será agendada, porém essa reunião não pode demorar, dizem os farmacêuticos de MS.

Orientação para compra de L-Asparaginase continua a mesma

Diferente do informado na matéria do Fantástico deste domingo (9/7), o Ministério da Saúde esclarece que a orientação para a compra da L-Asparaginase continua a mesma. Entre produtos com as mesmas qualificações será adquirido o de menor preço, exatamente como foi feito na oferta da Leuginase.

O Ministério da Saúde respondeu ao Ministério Público e está à disposição das autoridades para informar sobre o processo de compra, realizado em conformidade com a legislação.

Cabe reforçar que o medicamento Leuginase contém o princípio ativo L -asparaginase com atividade enzimática comprovada por seis diferentes laboratórios, entre eles o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) – ou seja, atividade que confere a L-asparaginase o seu efeito terapêutico. A análise ainda mostrou que não foram encontrados contaminantes bacterianos que podem causar danos ao usuário.

O abastecimento da rede pública de saúde está regular. Vinte e um estados (AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, RJ, RN, RO, RS, SC e SP) além do Distrito Federal, já estão utilizando o medicamento. Na farmacovigilância (acompanhamento junto a essas unidades), até o momento, não se observou efeito além do esperado pela literatura disponível.

A compra de medicamentos oncológicos é obrigatoriedade dos hospitais que atendem na rede pública. O valor já é contemplado pelos repasses de acordo com os procedimentos realizados. Mesmo assim, desde 2013, a pasta vem importando o medicamento para auxiliar instituições que tem dificuldade na aquisição do produto essencial no combate a este tipo de câncer infantil.

Assessoria de Imprensa

61 33153580

Boldrini revela preocupação com nova licitação para compra de remédio para leucemia: “Saúde não é balcão de negócio”

Governo federal informou que vai abrir nova concorrência, mas será considerado o menor preço. União trocou a importação do remédio no início do ano; especialistas criticam falta de eficácia.

Por G1 Campinas e região

10/07/2017 19h26

O Centro Boldrini, referência na América Latina para o tratamento da Leucemia Linfóide Aguda (LLA), revelou preocupação após o anúncio do Ministério da Saúde, de que será feita uma nova concorrência para compra do medicamento usado no combate à doença, utilizando o critério do “menor preço”.

No domingo (9), o Fantástico, da TV Globo, informou que a União deixaria de comprar a Leuginase, remédio chinês criticado por especialistas por não ter comprovação de eficácia. No entanto, o governo federal apenas confirmou uma nova compra, mas não disse qual produto será importado.

A nota publicada pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (9) esclarece que vai seguir a orientação do Ministério Público Federal (MPF) de abrir uma nova concorrência, mas afirma que, entre os produtos com as mesmas qualificações, será considerado o menor preço, “assim como foi feito na oferta da Leuginase”. A oncologista e presidente do Boldrini, Sílvia Brandalise, afirmou que existe o risco de ser adquirido outro medicamento sem comprovação de eficácia.

“Medicina não é balcão de negócio. Utilizar o critério do menor preço é muito delicado porque é a criança brasileira que será prejudicada. Eles [o governo federal] falarem em mesmas qualificações já é um avanço, mas se eles usarem o mesmo processo da Leuginase, o medicamento comprado também pode não ter comprovação de eficácia. Nós no Boldrini só vamos usar se for a asparaginase alemã que conhecemos”, disse.

Importações

Em junho, o hospital de Campinas recebeu os 500 frascos da asparaginase alemã, que era usada anteriormente antes do Ministério da Saúde trocar a importação. O Boldrini decidiu importar os frascos por conta para garantir o tratamento das crianças. Os lotes devem durar até setembro. Depois disso, a presidente vai importar outras amostras do produto para garantir a manutenção do estoque.

“Daqui um mês e meio, eu já pretendo iniciar outro processo de importação. Porque esse processo para nós é muito burocrático, então, até os remédios chegarem, demora muito, e eu não posso esperar o Ministério da Saúde resolver qual remédio eles vão comprar. Eu lido com a vida da criança”, explicou Sílvia.

De acordo com especialistas, cerca de quatro mil crianças precisam de um componente chamado asparagina, que tira o alimento das células malignas da LLA. Até o início deste ano, o Ministério da Saúde importava a Asparaginase de laboratórios alemães e americanos, cuja eficiência é de 90% e possui apenas três impurezas, segundo testes. No entanto, o impasse começou quando, no início deste ano, a pasta decidiu comprar o remédio do fabricante chinês.

Novo teste

A presidente do Boldrini ainda afirmou que encomendou um novo teste no medicamento chinês, feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O exame apontou que a ação da asparaginase alemã é três vezes maior que a da Leuginase. Antes, outros dois testes já haviam apresentado impurezas no produto.

Disputa judicial

A importação do Leuginase foi questionada na Justiça pelo Centro Boldrini. No pedido, o hospital solicitava que a União fosse obrigada a comprar 150 frascos do medicamento usado anteriormente.

No dia 12 de maio, a Justiça Federal determinou que o Ministério da Saúde fizesse a importação da asparaginase alemã para qualquer hospital do Brasil que realize o tratamento da doença pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pedisse o produto por via judicial. A decisão foi em primeira instância e a União recorreu, alegando que o Boldrini já recebe recursos do "governo federal para quisição da asparaginase de sua conveniência".

O G1 consultou um especialista para entender as principais diferenças entre os dois medicamentos. Entenda os problemas apontados.

O que diz o governo federal

O Ministério da Saúde disse, na nota publicada nesta segunda, que respondeu ao Ministério Público e está à disposição das autoridades para informar sobre o processo de compra, realizado em conformidade com a legislação. Confira o restante da nota:

O abastecimento da rede pública de saúde está regular. Vinte e um estados (AC, AL, AM, BA, CE, ES, GO, MA, MG, MS, MT, PA, PB, PE, PI, RJ, RN, RO, RS, SC e SP) além do Distrito Federal, já estão utilizando o medicamento. Na farmacovigilância (acompanhamento junto a essas unidades), até o momento, não se observou efeito além do esperado pela literatura disponível.

A compra de medicamentos oncológicos é obrigatoriedade dos hospitais que atendem na rede pública. O valor já é contemplado pelos repasses de acordo com os procedimentos realizados. Mesmo assim, desde 2013, a pasta vem importando o medicamento para auxiliar instituições que tem dificuldade na aquisição do produto essencial no combate a este tipo de câncer infantil.

Seguridade Social debate a política nacional de fornecimento de medicamentos

A Comissão de Seguridade Social e Família discute em seminário, na quinta-feira (13), a política nacional de dispensação de fármacos (fornecimento de medicamentos). Um dos objetivos é debater as perspectivas para o Programa Farmácia Popular do Brasil.

O evento foi proposto pelos deputados Adail Carneiro (PP-CE), Jorge Solla (PT-BA) e Sérgio Vidigal (PDT-ES).

Foram convidados representantes da indústria farmacêutica, dos municípios, de aposentados e pensionistas, do governo e da Fundação Oswaldo Cruz. Confira a lista completa dos convidados e dos temas das palestras.

A reunião está prevista para começar às 9h30, no plenário 7.

Da Redação – NA

Suspenso lote de Omeprazol da Eurofarma

Comunicado de empresa mencionava falhas quanto à rotulagem de unidades de um determinado lote.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 10/07/2017 10:25
Última Modificação: 10/07/2017 11:10

O lote 486773A do medicamento genérico Omeprazol 40 mg, pó liofilizado para solução injetável, foi suspenso pela Anvisa nesta segunda-feira (10/7). O lote do medicamento genérico usado para o tratamento de úlceras gástricas foi fabricado pela Eurofarma Laboratórios S.A e era válido até 12/2017.

De acordo com o comunicado de recolhimento voluntário apresentado pela empresa, o lote do Omeprazol apresentou desvios de qualidade relacionados à rotulagem. Ou seja, o lote apresentou falhas técnicas nos rótulos, especificamente.

A resolução RE 1.847/17 que suspende a distribuição, comercialização e uso do lote 486773A do Omeprazol, determina, também, que a empresa faça o recolhimento do produto descrito acima.

O que fazer?

Se você for utilizar este medicamento, confira na embalagem se o seu produtos está no lote suspenso pela Agência. Caso seja, entre em contato com o SAC do fabricante para ser orientado sobre a troca.

Os outros lotes do produto, que não estão na lista, podem ser comercializados e utilizados normalmente

Justiça obriga que SUS forneça medicamento derivado da maconha para criança catarinense 

Decisão liminar do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) foi favorável a uma blumenauense portadora da Síndrome de Aicardi

Uma criança de Blumenau terá direito ao tratamento gratuito com canabidiol, medicamento derivado da maconha. A menina é portadora da Síndrome de Aicardi, uma doença genética rara que consiste na ausência parcial ou total do corpo caloso, que faz a ligação entre os dois hemisférios cerebrais. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) confirmou liminar que determina à União, ao estado de Santa Catarina e ao município de Blumenau, o fornecimento, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), do medicamento.

A decisão foi julgada na semana passada pela 4ª Turma. A Síndrome de Aicardi provoca epilepsias constantes e de difícil controle e a mãe relata que a menina de apenas quatro anos, na época, tinha de seis a 10 convulsões por dia. Como os tratamentos fornecidos pelo SUS não surtiram efeito no controle da doença, a família da menina soube do canabidiol. O ofício que garante o direito da criança de adquirir legalmente o medicamento já foi expedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No entanto, o custo do remédio é muito alto para a renda da família.

Assim, a menina, representada pela mãe, ajuizou ação solicitando antecipação de tutela para o fornecimento do remédio, uma ampola a cada 15 dias, por prazo indeterminado. O pedido na 1ª Vara Federal de Blumenau foi julgado procedente. A União, o Estado e o município de Blumenau recorreram ao tribunal. A União e o estado alegam a impossibilidade da determinação de concessão do medicamento sem registro na Anvisa. O município alega a existência de alternativas no SUS para a doença da autora.

O relator do caso, desembargador federal Luis Alberto d'Azevedo Aurvalle, reformou a sentença para assegurar a possibilidade de ressarcimento administrativo entre os réus. "O documento médico também esclareceu que a autora já se havia submetido a tratamentos com medicamentos fornecidos pelo SUS, reforçando a necessidade de utilização do canabidiol no caso concreto", afirmou o desembargador. Segundo o magistrado, ainda que o medicamento, não possua registro na Anvisa, foi concedida autorização excepcional de importação pelo órgão.

Esse não é o primeiro caso desse tipo no Estado. Em fevereiro de 2015, a jovem catarinense Amanda Dalagnol, de Dionísio Cerqueira, no Oeste de SC, e diagnosticada com epilepsia grave, conseguiu na Justiça o custeio do tratamento com canabidiol.

Sobre o canabidiol

O canabidiol (CBD) é um dos 80 canabinóides presentes na planta cannabis sativa e não produz os efeitos psicoativos típicos da planta. Ou seja, não se pode confundir o uso medicinal de 'canabinoides' com o uso do produto in natura.

Extratos da Cannabis

Em janeiro de 2015 a Anvisa retirou o canabidiol da lista de substâncias proibidas e autorizou a importação excepcional de uma lista restrita de medicamentos feitos com o CBD. Em março de 2016, foi a vez do tetrahidrocanabinol (THC) ser autorizado. Em novembro do mesmo ano, a agência reguladora ampliou de quatro para 11 os produtos derivados de canabinóides com importação excepcional por pessoa física.

Importação

Para a compra de outros medicamentos à base de maconha, a Anvisa tem o seguinte procedimento: primeiramente, o paciente preenche um formulário contendo os dados do paciente, o sintoma a ser tratado e o nome do produto. O documento passará por avaliação, e se o pedido for aprovado, a importação pode ser feita por bagagem acompanhada, por remessa expressa ou por registro do licenciamento de importação.

MP-AC investiga falta de medicamentos na rede pública de Xapuri

Portaria foi publicada na edição desta segunda (10), no Diário Oficial do Estado. Secretário de Saúde negou acusação e disse que ainda não foi notificado.

Por Aline Nascimento, G1 AC, Rio Branco

10/07/2017 22h20

O Ministério Público do Estado abriu um procedimento preparatório para investigar denúncia de falta de medicamentos na rede pública de Xapuri, a 188 km de Rio Branco, além da suposta ausência de profissionais farmacêuticos nas farmácias da rede pública de saúde do município. A portaria, assinada pelo promotor de Justiça Fernando H. S. Terra, foi publicada na edição desta segunda-feira (10) do Diário Oficial do Estado (DOE).

Ao G1, o secretário de Saúde da cidade, André Miranda, negou as acusações. Segundo ele, a secretaria fez, há dois meses, um processo licitatório e comprou mais de R$ 300 mil em medicamentos. Ele falou ainda que a cidade dispõe de profissional farmacêutico, e que não foi notificado da decisão.

"Quando assumimos a secretaria há seis meses não tinha mesmo medicamento. Demorou muito por causa da licitação, pois queremos fazer as coisas organizadas e direitas e precisamos esperar o processo licitatório. Foi feito, compramos bastante medicamentos. Não procede, estamos de portas abertas para recebê-los", explicou.

Além de medicamentos, a publicação ressalta que o MP-AC vai investigar ainda a falta de outros elementos de assistência farmacêutica da rede pública. O órgão quer que a Saúde passe informações, em até 10 dias, referentes ao estoque dos medicamentos e se o município tem a quantidade de medicamentos determinada pela Relação Municipal de Medicamentos.

ADI que pede descriminalização da Cannabis para fins medicinais será julgada no mérito

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 5708), ajuizada pelo Partido Popular Socialista (PPS) para que seja afastado entendimento que criminaliza plantar, cultivar, colher, guardar, transportar, prescrever, ministrar e adquirir Cannabis para fins medicinais e de bem-estar terapêutico, deverá ser analisada diretamente no mérito pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi da ministra Rosa Weber, que dispensou a análise do pedido de liminar e aplicou ao caso o rito abreviado previsto no artigo 12 da Lei 9.868/1999.

Com base, entre outros, em resultados de investigações científicas sobre o potencial terapêutico de substâncias presentes na referida planta, em particular nos campos da neurologia, da psiquiatria, da imunologia e da oncologia, a legenda pede que se declare a inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006) e se dê interpretação conforme a Constituição aos artigos 2º (caput), 33 (parágrafo 1º, incisos I, II e III), 34, 35 e 36 da Lei 11.343/2006 e ao artigo 334-A do Código Penal, para afastar entendimento que criminaliza o plantio e o cultivo da planta fins medicinais e de bem-estar terapêutico. Por fim, pede que seja dado prazo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que regulamente o uso da planta em tais hipóteses.

Para o PPS, a ausência de regulamentação específica da matéria tem voltado à ilegalidade as pessoas que buscam na Cannabis tratamento para condições de saúde e, mais recentemente, tem resultado na multiplicação de ações judiciais em que se pede o acesso a medicamentos dela derivados. Não obstante algumas pessoas tenham obtido autorização judicial para importar medicamentos elaborados a partir de extratos da planta, diz a legenda, ainda assim são proibidas, porque a Portaria 344/1998, do Ministério da Saúde, veda o uso do princípio ativo tetra-hidrocanabinol (THC), o que impede os médicos de fornecerem laudo ou receita, documento necessário para viabilizar a importação.

Em sua decisão, a ministra pede que sejam requisitadas informações à Presidência da República, ao Senado Federal, à Câmara dos Deputados e à Anvisa, no prazo comum de dez dias. Após esse prazo, os autos devem seguir para a Advocacia-Geral da União e para a Procuradoria Geral da República, para emissão de pareceres, em prazo sucessivo de cinco dias.

MB/AD

Processos relacionados
ADI 5708

Antibióticos causam muitos efeitos colaterais – mesmo com receita

Redação do Diário da Saúde

Efeito colateral ou desnecessário

Há uma crença generalizada nas comunidades médica e científica – e, por decorrência, entre a população – de que antibióticos são medicamentos benignos e que só podem fazer bem.

Não foi o que se verificou em um levantamento realizado entre 1.500 pacientes adultos admitidos no Hospital Johns Hopkins, um dos mais renomados dos EUA. Entre esses pacientes ambulatoriais, escolhidos ao acaso, cerca de um quinto apresentou efeitos colaterais adversos decorrentes do uso dos antibióticos receitados pelos médicos que os atenderam.

E, coincidentemente, quase um quinto desses efeitos colaterais ocorreram em pacientes que não precisariam sequer ter tomado antibióticos.

O relatório, publicado pela revista médica JAMA Internal Medicine, vem-se somar a um crescente corpo de evidências de que esses medicamentos não são benignos e que os médicos muitas vezes não conseguem pesar os riscos e os benefícios dos antibióticos antes de prescrevê-los.

"Muito frequentemente, os clínicos prescrevem antibióticos mesmo que tenham uma baixa suspeita de uma infecção bacteriana, pensando que, mesmo que os antibióticos não sejam necessários, provavelmente não serão prejudiciais," comentou a Dra. Pranita Tamma, uma das responsáveis pelo relatório. "Mas nem sempre é assim. Os antibióticos têm o potencial de causar danos reais aos pacientes. Cada vez que pensamos em prescrever um antibiótico, precisamos parar e nos perguntar, 'Esse paciente realmente precisa de um antibiótico?'"

8 dicas para evitar antibióticos para seus filhos

Efeitos colaterais dos antibióticos

Tamma e seus colegas avaliaram os registros médicos eletrônicos de 1.488 adultos admitidos por razões que variavam de traumatismo a doenças crônicas, mas todos tendo recebido pelo menos 24 horas de tratamento antibiótico.

Os pacientes foram acompanhados durante 30 dias após a alta hospitalar para determinar a probabilidade de uma reação adversa aos antibióticos e para identificar quantas reações adversas poderiam ser evitadas eliminando o uso desnecessário de antibióticos.

A conclusão é que 20% dos pacientes que receberam antibióticos tiveram um ou mais efeitos adversos, destacando que, para cada 10 dias adicionais de antibióticos, o risco de efeitos colaterais aumentava 3%.

Os efeitos colaterais mais comuns experimentados pelos pacientes foram anormalidades gastrointestinais (42%), renais (24%) e circulatórias (15%).

"Se o paciente desenvolve uma reação adversa associada aos antibióticos, embora seja, é claro, infeliz, temos que nos assegurar de ter algum conforto em saber que pelo menos o antibiótico era verdadeiramente necessário," finalizou Tamma.