Droga para malária protege fetos da zika

Cientistas americanos usou medicamento em camundongos gestantes e conseguiu impedir que vírus cruzasse placenta para realizar a infecção

Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

10 Julho 2017 | 09h00

Em estudos realizados com camundongos gestantes, cientistas da Universidade Washington, em St. Louis (Estados Unidos) mostraram que uma droga utilizada contra a malária é capaz de proteger os fetos da infecção pelo vírus da zika. Os pesquisadores verificaram que a droga interfere no processo pelo qual o vírus manipula uma barreira natural do organismo e consegue infectar o bebê.

De acordo com a autora principal do estudo, Indira Mysorekar, a droga já tem uso aprovado em mulheres grávidas, o que poderá acelerar o processo de testes clínicos para uso em humanos. O estudo foi publicado hoje na revista científica The Journal of Experimental Medicine.

"Descobrimos que hidroxicloroquina, uma droga para a malária, bloqueia com eficiência a transmissão viral para o feto. Essa droga já é utilizada em mulheres grávidas para tratar a malária. Nós sugerimos que seja feita uma avaliação em primatas e em mulheres para reduzir o risco de infecção por zika nos fetos em desenvolvimento", disse Indira.

Estudos anteriores já haviam mostrado que o feto em desenvolvimento é especialmente vulnerável aos danos causados pela infecção por zika e que o organismo humano mobiliza robustas defesas para impedir que o vírus chegue a ele. No processo de infecção, a placenta é a última linha de defesa do feto.

Diversos grupos de cientistas já mostraram que o processo conhecido como autofagia – a rota de 'reciclagem' das células, usada para eliminar organelas indesejadas e micróbios invasores – é uma parte importante da barreira placentária contra a infecção. No entanto, as pesquisas também mostraram que o vírus da zika não apenas consegue invadir a placenta, como consegue se multiplicar em seu interior.

Para realizar o novo estudo, os cientistas infectaram células de placentas humanas com o zika e constataram que a exposição ao vírus ativa genes ligados ao processo de autofagia. Entretanto, ao tratar as células com drogas que estimulam o processo de autofagia, o número de células infectadas como o zika aumentou.

As drogas que suprimem a autofagia, por outro lado, promoveram uma redução das células da placenta infectadas como vírus. Assim, os cientistas concluíram que o vírus se multiplica e se espalha com mais eficiência quando a barreira placentária é fortalecida.

"Aparentemente, o vírus da zika tira vantagem do processo de autofagia na placenta para manter sua sobrevivência e para infectar mais céulas placentárias", explicou Bin Cao, pós-doutorando do grupo de Indira que também participou do estudo.

No experimento, os cientistas utilizaram um grupo de camundongos normais e outro grupo cuja autofagia havia sido interrompida por baixos níveis de uma proteína essencial para o processo.

Cinco dias após a infecção, as mães com pouca resposta autofágica tinham a mesma quantidade de vírus na corrente sanguínea que os camundongos com resposta normal. No entanto, entre os animais com autofagia fraca, os cientistas encontraram 10 vezes menos vírus na placenta – que havia sofrido menos danos – e no cérebro dos fetos.

Como se sabia que a hidroxicloroquina suprime a resposta autofágica, os cientistas imaginaram que a droga poderia também proteger os fetos da zika. Para testar a hipótese, eles repetiram o experimento utilizando apenas camundongos com resposta autofágica normal. No nono dia da gravidez, as mães foram infectadas como vírus da zika e então receberam uma dose de hidroxicloroquina ou de placebo pelos cinco dias subsequentes.

Seguindo o tratamento, os cientistas descobriram uma quantidade consideravelmente menor de vírus nas placentas dos fetos cujas mães haviam recebido hidroxicloroquina. Além disso, essas placentas apresentaram menos danos e os fetos tinham peso normal.

Tanto as mães tratadas como as não tratadas tinham a mesma quantidade de vírus na corrente sanguínea, indicando que a hidroxicloroquina foi capaz de proteger os fetos mesmo quando o vírus estava circulando pelo organismo da mãe.

Embora a hidroxicloroquina venha sendo utilizada com segurança em mulheres grávidas por curtos períodos, os cientistas alertam que será preciso realizar novos estudos antes que a droga possa ser aplicada em mulheres para a prevenção dos efeitos da infecção por zika. Para ser eficaz, é possível que a droga precise ser utilizada por toda o período de gestação e a segurança da hidroxicloroquina a longo prazo é desconhecida.

"Nós recomendamos cautela, mas apesar disso sentimos que nosso estudo fornece novos caminhos para intervenções terapêuticas factíveis. Nosso estudo sugere que uma intervenção terapêutica contra o zika com base na autofagia pode ser útil para mulheres grávidas infectadas pelo vírus", disse Indira.

Pela primeira vez, vacina protege contra gonorreia, diz estudo

Vacina é utilizada contra bactéria que causa meningite tipo B e reduziu em mais de 30% a incidência da doença sexual entre pessoas imunizadas na Nova Zelândia; estudo foi publicado hoje na revista The Lancet

Fábio de Castro, O Estado de S.Paulo

10 Julho 2017 | 18h30

A aplicação em massa de uma vacina contra meningite B na Nova Zelândia reduziu em mais de 30% o risco de contrair gonorreia entre as pessoas que foram imunizadas, de acordo com um novo estudo publicado hoje na revista científica The Lancet.

De acordo com os autores da pesquisa, é a primeira vez que uma vacina apresenta alguma proteção contra a gonorreia e os resultados fornecem um novo caminho para o desenvolvimento de uma vacina específica contra a doença.

Algumas linhagens da bactéria da gonorreia estão cada vez mais resistentes aos antibióticos disponíveis, tornando o desenvolvimento de uma vacina contra a doença uma prioridade global de saúde, segundo os autores do artigo. Até agora, depois de mais de 100 anos de pesquisas, todos os esforços para desenvolver uma vacina contra a gonorreia fracassaram.

No estudo, os cientistas anlisaram os dados de uma campanha realizada entre 2004 e 2006, naqual cerca de um milhão de pessoas – o equivalente a 81% da população neozelandesa com menos de 20 anos – foram imunizadas com MeNZB, uma vacina de vesícula da membrana externa (OMV, na sigla em inglês) contra a meningite B.

De acordo com a autora principal do estudo, Helen Petousis-Harris, da Universidade de Auckland (Nova Zelândia), embora as duas doenças sejam muito diferentes em termos de sintomas e modo de transmissão, há uma coincidência genética de 80% a 90% entre as bactérias Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis, o que resulta em um mecanismo de proteção cruzada.

"Nossa descoberta fornece evidências experimentais e uma prova de princípio de que a vacina OMV para meningococos do grupo B pode oferecer uma proteção cruzada moderada contra a gonorreia. Essa é a primeira vez que uma vacina mostra qualquer tipo de proteção contra essa doença", disse Helen.

"Até agora, ainda permanece desconhecido o mecanismo por trás dessa resposta imune que verificamos, mas nossa descoberta poderá ajudar a desenvolver futuras vacinas que possam proteger tanto contra meningite como contra gonorreia", afirmou a cientista.

No novo estudo, os cientistas analisaram os dados 14.730 casos indivíduos de 15 a 30 anos de idade, vacinados ou não, sendo que 1.241 haviam sido diagnosticados com gonorreia, 12.487 com clamídia e 1.002 com ambas as doenças.

Entre os que haviam sido vacinados, a probabilidade de contrair gonorreia foi de 41%, enquanto entre os não vacinados foi de 51%. Levando em conta fatores como etnia, condição social, área geográfica e gênero, os cientistas concluíram que ter recebido previamente a vacina MeNZB reduziu a incidência de gonorreia em aproximadamente 31%.

Saúde pública. Segundo os autores do novo estudo, se o efeito for confirmado com outras vacinas semelhantes atualmente disponíveis contra a meningite, administrá-la em adolescentes poderia resultar em um declínio considerável da gonorreia, cuja bactéria está cada vez mais resistente.

Estudos anteriores apontam que uma vacina com 30% de eficácia poderia reduzir a prevalência da gonorreia em mais de 30% dentro de 15 anos, de acordo com outro dos autores do novo estudo, Steven Black, do Hospital Infantil de Cincinnati (Estados Unidos).

"A potencial capacidade de uma vacina OMV contra meningococos do grupo B para fornecer uma proteção contra a gonorreia, mesmo moderada, poderia trazer um benefício de saúde pública substancial, levando em conta a prevalência da gonorrea e a crescente resistência a antibióticos", disse Black.

Segundo Black, a vacina MeNZB, desenvolvida para controlar uma epidemia de meningite, não está mais disponível, mas os antígenos OMV utilizados em sua fórmula – e que os cientistas acreditam ter provocado uma resposta imunológica contra a gonorrea – foram incluídos em outras vacinas desenvolvidas mais recentemente, como a 4CMenB, que está disponível em diversos países como Brasil, Estados Unidos, Canadá, Asutrália e Reino Unido, com o nome comercial Bexsero.

"Se a vacina 4CMenB, atualmente disponível em vários países, mostrar efeito semelhante aos da vacina MeNZB, administrá-la em programas de imunização de adolescentes poderia resultar no declínio da gonorreia", afirmou Black.

Os autores alertam que, por causa da variabilidade das diferentes linhagens das bactérias da gonorreia e da meningite, o efeito da vacina pode variar e que a coinfecção de gonorreia e clamídia pode reduzir ligeiramente a eficácia da vacina.

Negligência. Segundo os autores do estudo, há aproximadamente 78 milhões de casos anuais de gonorreia no mundo. Um número cada vez maior de linhagens da bactéria da gonorreia está desenvolvendo resistência a todas as drogas recomendadas para o tratamento. Sem tratamento, a gonorreia pode levar a complicações como doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica (fora do útero) e infertilidade, além de facilitar a transmissão do vírus HIV.

O novo estudo foi publicado em conjunto com uma recomendação da The Lancet Infectious Diseases, lançada ontem no Congresso Mundial de DST e HIV, no Rio de Janeiro. O autor principal do relatório, Christopher Fairley, do Centro de Saúde Sexual de Melbourne (Austrália), afirma que as DSTs estão sendo negligenciadas globalmente.

"Os tomadores de decisão precisqam ser convencidos de que o investimento em estratégias clínicas e de saúde pública podem melhorar o controle das DSTs, mas basear-se apenas na redução das práticas sexuais arriscadas de uma população não será suficiente e é preciso mais pesquisa em tratamentos biomédicos. O desenvolvimento de vacinas contra a gonorreia, cada vez mais resistente às drogas, é provavelmente a única solução sustentável para controlar essas infecções", disse Fairley.

AstraZeneca Brasil estreia novo site com navegabilidade para dispositivos móveis

Alinhada às tendências e necessidades da era digital, a AstraZeneca Brasil reformulou seu website institucional para que clientes, médicos e consumidores possam ter acesso ao seu portfólio completo de produtos, além de acesso a bulas e demais informações institucionais sobre a companhia.

A plataforma traz um novo projeto gráfico e estreia um novo modelo de design responsivo, que permite acesso e melhora a navegabilidade em dispositivos móveis como tablets e smartphones.

Segundo o Diretor de Relações Governamentais e Desenvolvimento de Negócios da AstraZeneca, Jorge Mazzei, o novo site complementa uma série de inovações que vêm sendo implementadas pela companhia nos últimos anos. “Prezamos pela funcionalidade nesse projeto, onde todos os nossos públicos terão a oportunidade de interagir de forma mais ágil e intuitiva em nossa plataforma digital” explica o executivo. “Um dos principais objetivos do projeto é a padronização global dos sites institucionais para os mercados onde a AstraZeneca atua” complementa.

As diversas áreas da empresa que tinha conteúdo no site antigo foram envolvidas no projeto, contribuindo para a geração do novo site. Durante a navegação, é possível encontrar informações sobre institucionais sobre a atuação da AstraZeneca no Brasil e no mundo, além da área de responsabilidade social, onde é possível saber mais sobre iniciativas como o Viva a Cultura!, Culinarte, Pomarium e Programa Adolescente Saudável.

Também há uma área dedicada aos pacientes, onde é possível encontrar informações sobre as principais linhas terapêuticas da companhia e sobre o programa FazBem, focado em adesão ao tratamento e relacionamento com pacientes. O portal também conta com uma área exclusiva para relato de eventos adversos em farmacovigilância, e uma área dedicada à recursos humanos e oportunidades de trabalho na companhia.

Para conferir todas as novidades do novo da AstraZeneca Brasil, acesse: https://www.astrazeneca.com.br/

Sobre a AstraZeneca
AstraZeneca é uma empresa biofarmacêutica global, voltada para inovação, com foco principal na descoberta, desenvolvimento e na comercialização de medicamentos de prescrição, principalmente para o tratamento de doenças em três principais linhas terapêuticas – Oncologia, Doenças Cardiovasculares & Metabólicas e Respiratório. A companhia também atua nas áreas autoimunidade, neurociência e infecção. A AstraZeneca opera em mais de 100 países e seus medicamentos inovadores são usados por milhões de pacientes em todo o mundo. Para mais informações acesse: www.astrazeneca.com

INPI deve concluir exame de patente de medicamento feito pela Merck

O juiz Federal Marcelo Leonardo Tavares, da 31ª vara do RJ, concedeu mandando de segurança para determinar que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) conclua o exame, no âmbito administrativo, de requerimento relativo à concessão de patente de medicamento feito pela Merck.

A decisão, do último dia 26, deu prazo de 60 para que o instituo publique o primeiro parecer de mérito sobre o pedido de patente e, caso formulada alguma exigência, seja concluído o exame e proferida decisão no prazo de sessenta dias após a resposta da empresa, com a posterior publicação na RPI.

O MS foi impetrado pela farmacêutica Merck sob a alegação de injustificada demora na análise do pedido, que já perdurava mais de 12 anos. De acordo com a farmacêutica, em 20/2/03, o pedido internacional de patente foi depositado, tendo sido dada entrada na fase nacional brasileira, junto ao INPI, em 19/8/04, contudo o instituto ainda não havia concluído a análise do pedido.

Em sua decisão, o magistrado pontuou que a duração razoável dos processos foi erigida como direito fundamental pela EC 45/04. Segundo ele, o parâmetro legal a ser utilizado, neste caso, é o dado pelo art. 48, da lei 9.784/99 e pelo art. 224, da lei 9.279/96.

“Certo é que empresas que almejam a concessão de um pedido de patente não podem ficar aguardando indefinidamente por um pronunciamento da autoridade administrativa, especialmente quando decorrido o prazo previsto em lei para obtenção de uma resposta da Administração.”

De acordo com o juiz, ainda que se leve em consideração a limitação de recursos humanos e materiais à disposição do INPI, “não é razoável que o administrado nutra expectativa pelo exame definitivo de seu pedido por período por prazo tão dilatado e distante da previsão normativa do art. 224, da LPI.”

“No caso, o pedido de patente da impetrante foi depositado em 2004, tendo sido apresentado o respectivo requerimento de exame em 2006. Todavia, não houve qualquer parecer técnico substancial sobre o mérito do pedido pela autarquia-ré até o presente momento. Além disso, observa-se que o próprio INPI deferiu o requerimento da impetrante de exame prioritário de seu pedido em 01/09/2015. Tendo a ANVISA concedido a anuência prévia ao pedido e devolvido os autos ao INPI, em 17/04/2016, não foi emitido ainda qualquer exame de mérito sobre este pela autarquia."

O instituto alegou se pautar pelo princípio da impessoalidade, analisando os processos administrativos em obediência à ordem cronológica dos pedidos. Contudo, para o magistrado, mesmo acolhendo o argumento de que o exame dos pedidos de patentes exige maior grau de conhecimento técnico e, consequentemente, demanda mais tempo, e mesmo considerando a carência de pessoal especializado à disposição da autarquia para tal finalidade, o lapso temporal no presente caso é considerável e extrapola o razoável.

“O intervalo de 10 anos para a mera remessa do processo à Anvisa, sem que tenha sido proferido qualquer parecer técnico de mérito pelo INPI por todo esse tempo, somado à manutenção da inércia da autarquia após o retorno dos autos, não se justifica.”

O juiz também pontuou que não estava apreciando no mandado de segurança o mérito do requerimento administrativo, cabendo ao INPI, no exercício regular de sua atribuição, conhecê-lo, a fim de deferir ou indeferir o requerido administrativamente. “Portanto, não há qualquer determinação judicial no sentido de que a autarquia decida de uma ou outra forma.”

O escritório Licks Advogados representa a Merck no caso.
Processo: 0097520-92.2017.4.02.5101

Veja a íntegra da decisão.

Guia para registro de heparinas é retirado do Portal

Manual para realização de estudos não clínicos e clínicos para registro de heparinas como produto biológico estava desatualizado, por isso, foi retirado do Portal.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 10/07/2017 16:16
Última Modificação: 10/07/2017 16:38

A Anvisa retirou do portal o “Guia para Realização de Estudos não Clínicos e Clínicos para Registro de Heparinas como Produto Biológico pela Via de Desenvolvimento por Comparabilidade”. A Agência tomou a decisão por entender que o conhecimento atual torna o guia tecnicamente inadequado.

A área técnica da Anvisa irá orientar, caso a caso, os interessados no desenvolvimento e registro de heparinas sódicas, conforme demanda. Além disso, a Gerência de Avaliação de Produtos Biológicos (GPBIO) está à disposição para esclarecimento de dúvidas relacionadas à retirada do Guia, por meio dos canais de comunicação disponibilizados pela Agência.

Reunião Pública discute regras para medicamentos

Regras para medicamentos dinamizados, métodos analíticos e Farmacopeia estão na pauta da reunião pública da Anvisa desta terça-feira (11/7).

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 10/07/2017 00:27
Última Modificação: 10/07/2017 00:41

A reunião pública da diretoria colegiada da Anvisa traz na pauta três temas relacionados com a área de medicamentos, sendo uma consulta pública e duas resoluções RDC.

Uma das propostas trata da validação de métodos analíticos na área de medicamentos, que de forma geral são utilizados para verificar padrões de qualidade e funcionamento dos medicamentos.

Também está na pauta a proposta de aprovação do 2º Suplemento da 5ª edição da Farmacopeia Brasileira. A Farmacopeia é o documento que reúne centenas de monografias de medicamentos, indicando sua forma de preparo, uso e padrões de qualidade. É um documento de referência, por exemplo, para o teste de medicamento.

A consulta pública da pauta é uma revisão e republicação de normas que tratam do registro e do pós registro de medicamentos dinamizados. Medicamentos dinamizados são aqueles preparados a partir de substâncias que são submetidas a triturações sucessivas ou diluições seguidas de sucussão, ou outra forma de agitação ritmada. Estes produtos são utilizados na terapia homeopática, homotoxicológica ou antroposófica.
Acompanhe ao vivo

Assista a 18ª Reunião Pública, ao vivo, por um dos links abaixo.

Via Skype – https://join-noam.broadcast.skype.com/anvisa.gov.br/e2b2b8c935ef454ea97e99cb23761bc7 (você também pode rever o vídeo após a reunião).

Via DataSUS – http://datasus.saude.gov.br/emtemporeal (somente pelo Internet Explorer).

A ilegalidade escondida nas portarias encomendadas

julho 10 18:23 2017

A ilegalidade escondida nas portarias encomendadas

Por Silvia Brandalise*

Atenção, cenas fortes. A ação retratada a seguir é digna de filmes de terror. Pena que não é. Imagine só: um país todo destinado a receber medicamentos duvidosos, para serem usados em crianças com doenças potencialmente fatais. O tempo urge contra as vítimas. Pode não haver tempo para salvá-las.

O caso, entretanto, é real. E acontece aqui. Nosso Ministério da Saúde importou recentemente um medicamento chamado Leuginase para tratamento das crianças com leucemia linfoide aguda, produzido na China e cujo registro é baseado somente em estudo pré-clínicos realizados em animais de laboratórios, com fins de experimentação.

Sobre a ação em humanos, “o Brasil verificaria conforme fosse ministrando o produto”.

Ora, se o medicamento destrói mesmo as células leucêmicas das criaturas humanas, não se sabe. Nenhum especialista ouviu falar do produto, em todo o nosso planeta. Jamais foi publicado qualquer estudo com esta medicação em pessoas do gênero Homo Sapiens. Nem na própria China!

Agora, o que causa espanto à classe médica, mais uma vez, é a iniciativa tomada pelo Ministério da Saúde para driblar médicos, crianças leucêmicas e pais: mudar a legislação existente.

Atualmente, a RDC 8 de 2014 exige a comprovação da eficácia e segurança de medicamentos devidamente publicada em revistas técnico-científicas indexadas. Eis que surge, então, uma Proposta para Consulta Pública (n. 327 de 7 de Abril de 2017), publicada no Diário Oficial da União no dia 10/04/2017, com encerramento previsto para o dia 16/6/2017, intencionalmente omitindo a necessidade da comprovação da eficácia e segurança do medicamento.

Será que, nesta turbulência que vivemos no país, alguém se lembrará de buscar novas Propostas da Anvisa? Decorridos mais de um mês da publicação, somente oito pessoas deram seu parecer. Eu fui a nona.

O material publicado no site da Anvisa simplesmente elimina a necessidade da comprovação da eficácia e segurança dos medicamentos e insumos biológicos, importados em regime de “excepcionalidade”.  Pergunto: como o medicamento contra a leucemia é “excepcional” se este é o câncer mais comum da criança e dos jovens?

A questão principal perdura: qual é a eficácia do medicamento em destruir as células leucêmicas do jovem paciente? A enganosa  resposta está contida nesta proposta atual: a Notivisa monitorará os efeitos secundários relatados pelos pacientes ou seus responsáveis, ou pelos médicos.

É oportuno lembrar que os médicos estão sempre muito ocupados, sobrando muito pouco tempo para lembrar de notificar à Anvisa eventuais efeitos colaterais observados em seus pacientes. Ademais, poucos pacientes do SUS conhecem a Notivisa para informar sobre os seus sintomas.

Desta forma, entendemos a razão porque o Ministério da Saúde se orgulha de proclamar que distribuiu a Leuginase em vários estados do Brasil, e que não teve informações de efeitos indesejáveis.

Em nome da saúde de nossas crianças, convido a todos entrarem naquele site da Anvisa e se posicionarem frente à Proposta Atual, que se aprovada, deverá ser publicada em 180 dias, como uma nova Portaria.

Silvia Brandalise

CREMESP 13064

Presidente do Centro Infantil Boldrini

Coordenadora do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia Aguda na Infância

Setores farmoquímico e farmacêutico apresentam demandas para Anvisa

10/07/2017

A ABIFINA participou no dia 26 de junho de workshop com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o setor regulado sobre Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs). O objetivo foi debater as principais dificuldades no que se refere às normas da Anvisa e guias do ICH, grupo internacional que define aspectos técnicos e científicos para o registro de medicamentos, do qual a agência faz parte. A ABIFINA apresentou as dificuldades de seus associados nos segmentos farmoquímico e farmacêutico.

A entidade levantou pontos como a definição do material de partida e o controle de solventes e impurezas feito anteriormente à última etapa de produção. Para a associação, é preciso harmonizar o entendimento no Brasil com o que já é preconizado no ICH e nas principais agências sanitárias do mundo e a Farmacopeia Europeia.

Na abertura do evento, Meiruze Freitas, diretora adjunta de Autorização e Registro Sanitários (Diare) da Anvisa, ressaltou a necessidade de haver previsibilidade para as normas em transição e disse que a Anvisa está empenhada para que as futuras normas sejam publicadas respeitando as particularidades do Brasil.

Setor farmacêutico

Além da ABIFINA, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) apresentou as contribuições das entidades representativas do setor. Um dos pontos mais debatidos foi a questão do retrabalho por conta da duplicidade de informações que circulam sobre insumos em diferentes momentos e processos dentro da Anvisa; a necessidade de padronização do formato e conteúdo dos DMFs – Drug Master Files (parte aberta e fechada) e dos estudos de estabilidade na zona IVb, além do conceito de material de partida. A qualificação de fornecedores foi outro ponto indicado como importante de ser revisado.

Setor farmoquímico

Outras entidades do setor farmoquímico também se posicionaram na reunião. A Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica (Abiquifi) defendeu a necessidade de se ampliar a lista de insumos registrados. Já questões como produtos de degradação e conceito de material de partida, na visão da entidade, teriam sido superadas pelas indústrias farmoquímicas, não necessitando de debates mais aprofundados.

Para a Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Insumos Farmacêuticos, Cosméticos, Veterinários, Alimentícios e Aditivos (Abrifar), alguns dos maiores problemas são a necessidade de registro de um mesmo IFA ou fabricante por diversas empresas e a falta de uniformização dos dados que devem ser enviados nesses processos, como apontado pelo Sindusfarma.

(Fonte: Abifina – 07/07/2017)

Novalgina lança segunda campanha publicitária

julho 10, 2017

Novalgina lança sua segunda campanha publicitária em quase 100 anos de existência. Com linguagem bem-humorada, o filme reforça o conceito “É mais do que você imagina. Novalgina”.

Criado pela Publicis, o filme traz um diálogo entre um casal que conversa sobre os benefícios do medicamento, como, ser 2x mais analgésico*. O homem se surpreende em saber que o medicamento também é indicado para enxaqueca e dores intensas e a mulher comenta: “Pra você ver… às vezes a gente tem uma coisa em casa e nem percebe tudo que ela pode fazer”. Na cena seguinte, é possível ver um lindo gato tocando piano, o que faz uma alusão de que é possível descobrir novos usos, especialmente, quando falamos do medicamento.

Serão dois filmes, um de 15” e outro de 30”, que estreiam em 02 de julho nos canais SBT e Record. A partir de 05 de julho o filme também será veiculado pela Rede Globo. A campanha será transmitida para a Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e interior paulista.

Ficha Técnica
Cliente: Sanofi
Produto: Novalgina®
Agência: Publicis Brasil
Título: Mais do que você imagina
Criação: Equipe Publicis
Atendimento: Gabriela Borges, Adriana Bertoni, Flávia Afonso
Planejamento: Diana Santos, Brenno Nocite, Vittório Laginestra
Mídia: Valéria Brasil, Marcela Isa, Mariana Moreira, Pedro Tognini
Tráfego: Rose Ramalho
RTVC: Tato Bono, Cayan Lobo, Camila Ximenes
Art Buyer: Selma Momosse, Raphael Macedo
Produtora: Vetor
Atendimento: Isabela Gava, Vandreia Ribeiro, Giovana Grigolin
Produtor executivo: Alberto Lopes, Paula Moraes, Francisco Puech
Direção do filme: Fabio Hacker
Direção de fotografia: Beto Hacker
Montador: Poliana Marting
Pós-Produção: Equipe Vetor Zero
Finalização: Equipe Vetor Zero
Produtora de som:  Jamute
Atendimento: Sabrina Geraissate
Produtor Musical: James Pinto, Thiago Laster, Eliezer Borges
Locutora: Caro Carvalho
Aprovação do cliente: Vinicius Santos, Raphael Nascimento, Edgar Policelli, Julia Nascimento

Conheça a história e os planos de expansão da rede Hirota

“No Hirota, é olho no olhooo, trazendo qualidade a vocêêê!”, cantarola Francisco Hirota, presidente da rede de supermercados que leva seu sobrenome. “Hirota! Uma família a serviço das famíliaaas!”. Entoar todas as manhãs esse hino, ou “grito de guerra”, faz parte da rotina dos 1.600 funcionários da cadeia fundada no Ipiranga em 1972, hoje, com quinze unidades na Grande São Paulo — conhecidas por ter como “plus” uma caprichada seleção de produtos orientais, além da cesta básica.

No ano passado, a empresa criou uma extensão de negócios, Hirota Express, inspirada nas redes de conveniência do Japão. Desde então, surgiram seis estabelecimentos desse tipo. Até o fim de julho, a quantidade deve chegar a doze, ou seja, dobrará. “Vamos alcançar a marca de oitenta casas em quatro anos”, anuncia Hélio Freddi Filho, gerente- geral do novo segmento.

Sempre em pontos com grande circulação de pessoas, a Hirota Express ganhou a primeira unidade na Avenida Paulista em março de 2016, no endereço onde funcionava uma videolocadora, a 2001. Nas gôndolas, encontra-se um pouco de tudo: chocolates, biscoitos, pó de café, iogurte…

Entre os diferenciais está a profusão de guloseimas e pratos prontos orientais, muitos deles de fabricação própria, com direito a micro-ondas para quem quiser aquecê-los, e de quinquilharias da japonesa Daiso, parceira do grupo. “A ideia é ajudar o cliente a fazer uma refeição rápida e saudável”, explica Francisco Hirota.

O negócio é concebido de forma a não engordar os custos de operação. Não mais que quinze funcionários trabalham na loja, e cada ponto demanda um investimento entre 800 000 e 1 milhão de reais. As próximas filiais estão prometidas para a Praça do Patriarca, a Vila Mariana e o Shopping Plaza Sul.

A aposta nesse formato é uma maneira de a rede se reinventar em um momento de mudanças no setor. “Com a crise, teve início um movimento de diminuição do número de hipermercados e houve crescimento da procura por lojas menores e de vizinhança”, diz Álvaro Furtado, do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga).

Por enquanto, a receita do Hirota está dando certo. Somando os dois braços de negócios, a projeção da companhia é que o faturamento chegue a 400 milhões de reais em 2017, ou 11% a mais que em 2016. A empresa começou mirrada, como uma mercearia de 150 metros quadrados na Rua Labatut.

O casal de japoneses Katsumi Hirota e Dália Shumiko deixou a vida apertada na roça no interior do Paraná e arrastou os seis filhos, nos anos 70, até o Ipiranga para tocar uma venda modesta. Pouco a pouco, o negócio foi vingando — e cresceu. De olho no sucesso do clã, o dono do imóvel locado pela família chegou a aumentar o valor do aluguel “em mais de cinco vezes”, lembra Francisco.

Fonte: http://vejasp.abril.com.br/cidades/supermercado-hirota-expansao-sucesso/