Anvisa suspende dez lotes de Captopril 25mg

Meidcamento fabricado pelo laboratório Lafepe tem problemas com princípio ativo

por O Globo
04/07/2017 12:52 / Atualizado 04/07/2017 13:03

RIO – Problema no teor do princípio ativo do Captopril, de de 25mg, do laboratório Lafepe, levou a suspensão de dez lotes do medicamento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O problema no remédio, indicado para tratamento de pressão alta, foi identificado durante testes de controle de qualidade feito agência reguladora.

Segundo a Anvisa, o resultado do teste de estabilidade, que avalia a qualidade do medicamento, mostrou que a quantidade do princípio ativo, o dissulfeto de captopril, nos compridos estava diferente do padrão. O princípio ativo, ressalta a agência, é a substância que dá a identidade do medicamento e faz ele agir no corpo do paciente.

Vacina que reduz colesterol é testada em humanos

Pesquisa é importante e traz avanços no controle do colesterol ruim, o LDL, analisa professor da FMRP

Por Redação – Editorias: Atualidades, Rádio USP

Cientistas da Universidade Médica de Viena, na Áustria, começam a testar em humanos a vacina conhecida como AT04A que leva o corpo a produzir anticorpos contra a enzima PCSK9, que permite que o chamado mau colesterol, o LDL, se acumule no sangue, o que aumenta o risco de aparecimento de doenças cardiovasculares.

Testada em ratos alimentados com uma dieta rica em gordura e nada saudável, a vacina permitiu uma redução de 53% do colesterol. Por outro lado, a redução de danos nos vasos sanguíneos foi de 64% e da inflamação, 28%, na comparação com os ratos submetidos à mesma dieta, mas sem receber a vacina.

“Trata-se de um importante estudo que pode trazer alívio para milhões de pessoas que precisam controlar o colesterol. Mas isso só deve ocorrer dentro de alguns anos, quando os testes em humanos ficarem prontos e confirmarem a eficácia da vacina”, explica o professor José Ernesto dos Santos, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

AstraZeneca Brasil estreia novo site

Fonte: AstraZeneca

Alinhada às tendências e necessidades da era digital, a AstraZeneca Brasil reformulou seu website institucional para que clientes, médicos e consumidores possam ter acesso ao seu portfólio completo de produtos, além de acesso a bulas e demais informações institucionais sobre a companhia.

A plataforma traz um novo projeto gráfico e estreia um novo modelo de design responsivo, que permite acesso e melhora a navegabilidade em dispositivos móveis como tablets e smartphones.

Segundo o Diretor de Relações Governamentais e Desenvolvimento de Negócios da AstraZeneca, Jorge Mazzei, o novo site complementa uma série de inovações que vêm sendo implementadas pela companhia nos últimos anos. “Prezamos pela funcionalidade nesse projeto, onde todos os nossos públicos terão a oportunidade de interagir de forma mais ágil e intuitiva em nossa plataforma digital” explica o executivo. “Um dos principais objetivos do projeto é a padronização global dos sites institucionais para os mercados onde a AstraZeneca atua” complementa.

As diversas áreas da empresa que tinha conteúdo no site antigo foram envolvidas no projeto, contribuindo para a geração do novo site. Durante a navegação, é possível encontrar informações sobre institucionais sobre a atuação da AstraZeneca no Brasil e no mundo, além da área de responsabilidade social, onde é possível saber mais sobre iniciativas como o Viva a Cultura!, Culinarte, Pomarium e Programa Adolescente Saudável.

Também há uma área dedicada aos pacientes, onde é possível encontrar informações sobre as principais linhas terapêuticas da companhia e sobre o programa FazBem, focado em adesão ao tratamento e relacionamento com pacientes. O portal também conta com uma área exclusiva para relato de eventos adversos em farmacovigilância, e uma área dedicada à recursos humanos e oportunidades de trabalho na companhia.

Para conferir todas as novidades do novo da AstraZeneca Brasil, acesse: https://www.astrazeneca.com.br/

Esclarecimento

A área Empresas em Foco publica notícias elaboradas e enviadas pelas empresas filiadas ao Sindusfarma; seu conteúdo é de exclusiva responsabilidade das empresas e não reflete anuência nem posições ou opiniões da entidade.

2 remédios muito utilizados para dor podem estar aumentando chance de infarto em 51%

Escrito por Guilherme Athaide

Um recente estudo realizado pelo Jornal de Medicina Britânica alerta que o uso de determinados medicamentos pode aumentar muito as chances de um infarto. Segundo a equipe responsável, o ibuprofeno eleva esse risco a 31%. Já o diclofenaco chega a ser mais grave: 51%.

A preocupação da comunidade médica é que esses medicamentos podem ser adquiridos sem a prescrição profissional. Ambos são usados principalmente como anti-inflamatórios e entram na categoria dos comprimidos não-esteroides – Aines, na sigla conhecida.

Anti-inflamatórios elevam problemas cardíacos

Pelas conclusões da pesquisa, não existe no mercado nenhum Anti-Inflamatório Não-Esteroide (Aine) que não represente riscos de elevar problemas cardíacos. "As descobertas são um lembrete de que os Aines não são inofensivos e só devem ser usados â€<â€<depois de consultar um profissional de saúde", concluiu o estudo.

Para chegar a esses resultados, pesquisadores da Dinamarca estudaram informações de dinamarqueses que haviam sofrido infarto entre 2001 e 2010. Dos 29 mil casos que aconteceram fora do ambiente hospitalar, 12% tinha ingerido algum medicamento desse tipo em menos de 30 dias.

Situação no Brasil

As bulas do ibuprofeno e do diclofenaco, no Brasil, advertem que os medicamentos devem ser utilizados com cuidado por pacientes com histórico de problemas cardíacos. Em nosso país, o ibuprofeno é a base do medicamento Advil. Já o diclofenaco é usado no Cataflam.

As farmacêuticas responsáveis pelas duas marcas foram procuradas. Em comunicado oficial, a Pfizer diz que o ibuprofeno 400g (Advil) possui um longo histórico de segurança e eficácia e que quando usado de acordo com suas indicações é um analgésico seguro e eficaz, fazendo parte, inclusive, da categoria de medicamento isento de prescrição (MIP).

Ainda, a farmacêutica diz que o estudo não associou o uso de ibuprofeno em baixa dosagem e por um curto período a um risco aumentado de evento cardiovascular.

A GSK, através de seu diretor de comunicações para América Latina e Caribe, João Domenech Oneto, respondeu que a empresa preferiu não emitir qualquer posicionamento, mas reforça a declaração da indústria de medicamentos isentos de prescrição da Grã Bretanha (a GSK é uma empresa britânica) que diz que o estudo analisou medicamentos usados a longo prazo por pessoas de idade média de 77 anos para tratar de artrite e esse tipo de droga teria doses mais altas do que os medicamentos disponíveis sem prescrição (caso de Cataflam).

A declaração citada ressalva ainda que, no estudo, a probabilidade destas pessoas jovens desenvolverem problemas de coração sem o uso da droga é desconhecido.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) solicitou tempo para analisar os dados divulgados pelos britânicos.

Eurofarma avalia compra de ativos na África e na Ásia

Laboratório começou a analisar investimentos nesses dois continentes; grupo também quer crescer no setor pet

Mônica Scaramuzzo, O Estado de S.Paulo

05 Julho 2017 | 05h00

A Eurofarma, uma das maiores farmacêuticas de capital nacional, deverá definir até o fim deste ano aquisições fora do continente latino-americano, onde já tem presença consolidada. A empresa, que começou seu plano de internacionalização em 2009, está avaliando ativos em países da África e da Ásia.

Com presença em 20 países e unidades produtoras no Uruguai, Argentina, Peru, Chile, Colômbia e Guatemala, a companhia, que registrou faturamento bruto de R$ 2,7 bilhões no ano passado, foi uma das pioneiras do setor a fazer aquisições fora do território nacional.

Em 2015, a Eurofarma deu um passo ao adquirir uma participação minoritária – de 3% – na farmacêutica americana Melinta, produtora de antibióticos. Embora seja uma fatia pequena, o grupo nacional participa do conselho da companhia americana e discute ativamente de decisões sobre inovação.

Em entrevista ao Estado, a executiva Maria Del Pilar Muñoz, conhecida no mercado como Pilly, diretora de novos negócios do grupo, afirmou que os acionistas da companhia começaram a traçar seus planos de internacionalização para a próxima década.

Forte em vendas de produtos com prescrição médica, a companhia começou a avaliar o mercado asiático e africano nos últimos meses. “Estamos mapeando a fundo esses dois continentes para entender como funcionam esses mercados”, disse.

Apesar de buscar oportunidades na Ásia e na África, o grupo ainda não desistiu de entrar no mercado mexicano – país que sempre foi alvo da Eurofarma. Pilly disse que a presença nesse mercado poderá ser por meio de licenciamentos.

Longo prazo. Além de buscar novos mercados, a companhia também está de olho em expansão em segmentos em que ainda tem uma atuação reduzida, caso dos medicamentos para o segmento veterinário.

A executiva da Eurofarma não deu dá detalhes sobre o plano de expansão da companhia para esse negócio, mas afirmou que é um mercado que tem crescido e é atrativo para as empresas farmacêuticos, sobretudo segmento pet (animais de pequeno porte, como gatos e cachorros).

Fontes do setor afirmam que o mercado veterinário de pequeno porte no País tem sido cobiçado tanto por empresas nacionais quanto por estrangeiras. Com a desaceleração do crescimento do setor farmacêutico – um dos poucos que ainda se mostravam resistentes à recessão –, as indústrias do setor passaram a procurar outras alternativas de receita.

Karina Fontão assume diretoria Médica da AbbVie no Brasil

São Paulo – A AbbVie, companhia biofarmacêutica global, anuncia o nome da médica Karina Fontão, como a nova diretora Médica no Brasil. Fontão, em sua nova posição, será responsável por liderar as equipes das áreas médicas da afiliada brasileira – Imunologia, Oncologia e Neonatologia; Pesquisa Clínica e Farmacovigilância.

Karina Fontão assume a posição até então ocupada pelo médico colombiano Manuel Uribe, que passa a responder pela diretoria Médica – Região Norte ficando sediado em Bogotá, Colômbia.

Ao entrar para a AbbVie, a médica Karina Fontão traz cerca de 18 anos de experiência na indústria, tendo ocupado cargos nas áreas de imunologia, nefrologia e oncologia e, mais recentemente, de nutrição.

Paulista, Karina tem MBA executivo pela Fundação do Instituto de Administração (FIA), da Universidade de São Paulo, e cursos de liderança pela Columbia University e Harvard Business School e de Gestão para o Terceiro Setor, da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo.

Funed quer parceiros privados para gerir fábricas paradas

Remédios antes produzidos a baixo custo para o SUS poderão ser fornecidos por farmacêuticas

Litza Mattos

Até o início dos anos 2000, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) era referência nacional em saúde pública e na produção de medicamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS). A fundação, que chegou a ter cinco fábricas em funcionamento, hoje não produz praticamente nada, e publicou edital no qual prevê parceria com laboratórios particulares para os serviços de gestão, operação e manutenção de três das suas unidades fabris (I, II e III).

Procurada, a Funed divulgou nota na qual afirma que “o edital prevê apenas um estudo de possibilidades, sem nenhum compromisso”, e que “não existe decisão de entregar para a iniciativa privada”, tampouco “discussão sobre terceirização”. Também informou que a fundação está iniciando os estudos e, portanto, não há definições quanto ao período de parceria ou valores estimados para a participação das empresas.

O diretor executivo do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde-MG), Érico Colen, afirma que os servidores alertam para essa possibilidade há dez anos, e que sempre foram contrários ao que chamam de “privatização”.

Em abril deste ano, os funcionários chegaram a paralisar as atividades por dois dias exigindo diálogo com o governo. Segundo Colen, um assessor do Estado chegou a admitir que há planos de Parceria Público-Privada (PPP) e reconheceu que o Estado, após mais de dois anos, ainda não discutiu um projeto para a fundação.

O edital prevê, por dez anos, a “concessão administrativa para prestação de serviços de gestão, operação e manutenção das unidades fabris I, II e III, incluindo a realização de investimentos, a aquisição de bens de consumo e a assessoria para a obtenção de registros dos medicamentos”.

Érico Colen prevê novos protestos. Para o diretor do Sind-Saúde-MG, o sucateamento da Funed, que teve suas unidades desmontadas sem perspectiva de reconstrução, fortaleceu a proposta. “Antigamente produzíamos quase 2 bilhões de medicamentos por ano. Na gestão passada levamos a reclamação para a Assembleia Legislativa e conseguimos barrar esse projeto. Depois foram colocando as unidades para reforma, sem conclusão. E não discutiram isso com os trabalhadores”, critica.

Negociação. A ata da primeira reunião de apresentação do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), realizada dia 12 de maio, revela que o modelo de PPP deve casar o interesse do laboratório com o que a estrutura fabril da Funed tem condição de subsidiar.

Além de representantes da Funed, da Secretaria de Estado de Planejamento, do BDMG e do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), quatro laboratórios interessados participaram: Aspen, Libbs Farmacêutica, Nicofarma do Brasil e EMS.

Preço. Na ata, a então vice-presidente da Funed, Carmen Lúcia Soares – que não está mais na fundação –, afirma que o objetivo da parceria é a produção de medicamentos rentáveis para o parceiro privado com preços praticados no mercado. “O preço que a Funed poderá pagar é o preço praticado nos pregões do Estado”, disse ela aos laboratórios.

Para Colen, no entanto, corre-se o risco de que os medicamentos saiam bem mais caros. “Os laboratórios deixaram bem claro que têm interesse em garantir o lucro. Na verdade, eles querem continuar produzindo na unidade fabril que já têm e repassar ao Estado de forma privilegiada. É até ingênuo o Estado achar que vai operar nessa lógica de os laboratórios investirem em outras fábricas”, disse o sindicalista.

Prazos

Edital. O prazo para entrega das propostas dos laboratórios privados é 3 de agosto. Até 12 de setembro, a Funed se manifestará sobre essas propostas. A posição final sai até 5 de janeiro de 2018.

Retrocesso
Unidades não produzem nem soro mais

Atualmente a Funed está basicamente voltada apenas para embalagem e rotulagem de vacina contra meningite e para diagnósticos da febre amarela. A unidade I teve sua reforma abandonada pelo Conselho Curador e R$ 23 mi devolvidos ao Ministério da Saúde. Outras duas unidades paralisaram a produção por ausência do certificado de boas práticas.

A unidade V de biofármacos consumiu pelo menos R$ 80 milhões em investimentos e nunca chegou a operar – atualmente apenas embala e rotula vacina contra meningite C, que deveria estar produzindo desde 2014.

Até janeiro, somente a fabricação de soros antiveneno estava em operação, mas a produção foi interrompida para uma reforma, pois a unidade também não tem certificado de boas práticas. O contrato de produção de talidomida, único medicamento que estava sendo fabricado, foi encerrado em maio. (LM)

Eurofarma está entre as 5 farmacêuticas mais inovadoras do país

Companhia conquistou a quarta colocação no ranking do setor.

São Paulo — A Eurofarma conquistou a quarta posição entre as farmacêuticas mais inovadoras do Brasil, de acordo com o ranking Valor Inovação Brasil 2017, realizado pelo jornal Valor Econômico em parceria com a consultoria Strategy&PWC. O evento foi realizado na noite desta segunda, 3, na cidade de São Paulo, e homenageou as cinco empresas mais inovadoras de 18 setores diferentes da economia.

Nos últimos anos, a Eurofarma vem investindo consistentemente no uso de metodologias científicas dentro da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), incluindo técnicas de planejamento de experimentos (DoE) e análises estatísticas para caracterização de formulações e processo. Com investimento de 6% das vendas líquidas aplicadas na área, a companhia possui 176 projetos no pipeline e um número expressivo de acordos de licença e deferimentos, com expectativa de lançar mais de 20 produtos em 2017. “A expertise e agilidade em P&D tornou a Eurofarma, entre as grandes farmacêuticas, a empresa com melhor desempenho em renovação de portfólio. Além disso, estamos investindo R$ 60 milhões na construção do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Eurofarma, que abrigará vários projetos relacionados à inovação radical, discovery, biotecnologia, biossimilares e novas plataformas tecnológicas”, afirma Martha Penna, vice-presidente de Inovação da Eurofarma.

Com um número maior de empresas participantes nesta edição, o Valor Inovação Brasil trouxe as 150 empresas mais inovadoras do Brasil. O ranking avaliou grupos de empresas de diferentes setores de acordo com seus investimentos em inovação, melhores práticas, novos produtos, soluções, estratégias, ente outros indicadores.

O Grupo Eurofarma é a primeira multinacional farmacêutica brasileira com capital 100% nacional. Reconhecido pela comunidade médica e sociedade por promover o acesso à saúde e à qualidade de vida com tratamentos a preço justo, qualidade e inovação, está presente em 20 países.

Com 45 anos de existência e 6.500 colaboradores, se posiciona com destaque nos segmentos em que atua: Prescrição Médica e Isentos de Prescrição, Genéricos, Hospitalar, Licitações, Oncologia, Veterinária e Serviços a Terceiros. Em seu portfólio constam mais de 280 produtos e, em 2016, foram mais de 290 milhões de unidades de medicamento produzidas. No ano passado, o Grupo atingiu receita de R$ 3,3 bilhões, 15,7% superior ao ano anterior.

Em 2016, com investimentos na ordem de R$ 141 milhões e com sua expertise e agilidade em Pesquisa e Desenvolvimento, tornou-se a farmacêutica com melhor desempenho em renovação de portfólio, tendo hoje 176 projetos no pipeline. | www.eurofarma.com.br

Escritórios de PI discutem melhores práticas de exame de patentes biofarmacêuticas

por última modificação: 04/07/2017 16h25

Representantes dos escritórios de PI

Na abertura do Fórum de Intercâmbio de Melhores Práticas em Gestão e Exame de Escritórios de Patentes na Área Biofarmacêutica, realizado no dia 4 de julho, no Rio de Janeiro, o presidente do INPI, Luiz Otávio Pimentel, destacou a importância do acordo assinado com a Anvisa em abril, que resolveu o impasse sobre a anuência prévia da Agência nos pedidos de patentes de produtos e processos farmacêuticos.

Segundo Pimentel, haverá mais rapidez para a decisão de pedidos desta matéria, mas ainda há outras dificuldades que o INPI está enfrentando, como a questão da redução do estoque de patentes pendentes de decisão (backlog) e a necessidade de aumentar o número de examinadores de patentes.

Organizado pela Interpat – uma associação internacional de empresas farmacêuticas baseadas em pesquisa –, o evento contou com representantes dos escritórios de propriedade industrial do Brasil, Argentina, México, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos da América, além de especialistas dos laboratórios Sanofi, Bionovis, Eli Lilly e Astellas. 

Desafios da pesquisa e da propriedade industrial

Os representantes da Interpat abordaram a importância crítica da proteção de patentes para o investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento e os desafios que a indústria enfrenta na elaboração de descrições de patentes e reivindicações direcionadas à inovação biofarmacêutica, como nos casos de novos usos médicos, formas alternativas de compostos conhecidos, terapia gênica, medicamentos personalizados, entre outros.

Em seguida, os representantes dos escritórios de patentes falaram de suas políticas e práticas de exame atuais, pontuando a questão da aplicação das leis e diretrizes de exames às novas tecnologias. Também foram debatidas questões ligadas à gestão dos escritórios, como quantitativo e treinamento de examinadores, projetos de cooperação de exame do tipo PPH.

Os representantes dos escritórios de PI no evento foram: Júlio César Moreira, diretor de Patentes, e Cláudia Magioli, coordenadora-geral de Patentes do INPI Brasil; Eduardo Sanchirico, da Argentina; Silvia Livera, do México; Nuria Urquia, da Espanha; Lawrence Cullen, do Reino Unido; e Maria Beatriz Dellore, dos Estados Unidos. Pela Interpat, Roberto Ribeiro, da Sanofi; Thiago Mares Guia, da Bionovis; James Kellerman, da Astellas; Manisha Desai e David Calligaro, da Eli Lilly, além de Tatiana Garcia Schofield, da Interfarma.

Após perder vice-liderança, farmacêutica Sanofi tenta recuperar terreno

Grupo francês perdeu posição de mercado para a brasileira Hypermarcas depois de ficar, por cerca de um ano, sem nenhum remédio protegido por patente no mercado brasileiro; empresa pretende lançar sete produtos em 18 meses

Luciana Dyniewicz, O Estado de S.Paulo

05 Julho 2017 | 05h00

Após perder para a Hypermarcas a segunda posição no ranking das maiores empresas da indústria farmacêutica no País e chegar a ficar sem medicamentos protegidos por patentes, a francesa Sanofi, dona da Medley, aposta em inovação para tentar recuperar terreno no Brasil, onde faturou € 983 milhões em 2016. Desde o ano passado, o laboratório lançou quatro produtos de inovação (três medicamentos e uma vacina) e, agora, pretende colocar mais sete no mercado em 18 meses.

O início do período sem patentes da Sanofi no País coincidiu com a chegada do suíço Pius Hornstein à direção-geral do grupo no Brasil, em 2015. O executivo precisou, assim, não só lidar com a falta de inovação, mas também com a crise na qual o País mergulhava. Sob sua gestão, a ordem foi cortar gastos, unificar a operação das cinco companhias do grupo – incluindo a gigante de genéricos Medley – e investir em pesquisa. “Uma empresa farmacêutica não sobrevive sem inovação. Se não inovamos, não temos razão para continuar”, disse Hornstein ao Estado.

Segundo o executivo, a ausência de produtos de inovação nos últimos anos não decorreu de uma redução de aportes em pesquisa, mas de estudos que não resultaram em medicamentos eficientes. “Pesquisa tem risco. Tínhamos produtos promissores, mas que não mostraram eficácia para serem laçados.”

Hornstein não revela se os investimentos em pesquisas de estudos clínicos no País estão em expansão, mas afirma que, globalmente, a Sanofi pretende atingir a cifra de € 6 bilhões por ano até 2020 – hoje, são € 5 bilhões. Por aqui, a empresa tem procurado incluir mais pacientes brasileiros em pesquisas desenvolvidas internacionalmente. Em estudos recentes de uma vacina contra a dengue, por exemplo, participaram 1,4 mil brasileiros.

De acordo com Hornstein, o foco em inovação não significa deixar em segundo plano a Medley, de genéricos (cópias de medicamentos cuja patente já expirou). “O segmento de genéricos é o que mais cresce no Brasil, principalmente na crise. Não são medicamentos de preço alto, pelo contrário, mas o mercado vai continuar crescendo. E é melhor para uma empresa atuar em diferentes áreas.”

No último ano, com a notícia de que a Sanofi venderia globalmente de seu negócio de genéricos, especulou-se que a Medley seria colocada no mercado – em um movimento parecido com o da Pfizer, que acabou de se desfazer de 40% da Teuto.

Hornstein, entretanto, afirma que a marca ainda faz parte da estratégia da Sanofi no Brasil. “Não temos planos de venda.” Fontes dizem que a Medley também poderá ancorar a venda de medicamentos similares.

Disputa acirrada. Um dos principais entraves da operação da Medley – e de outras empresas de genéricos – é a baixa rentabilidade. O presidente executivo Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos do Estado de São Paulo (Sindusfarma), Nelson Mussolini, destaca que, com o grande número de fabricantes no País, a competição se acirrou e levou empresas a oferecerem descontos de 90%. “É um mercado competitivo, mas com espaço para crescer.”

Nessa briga por espaço, tanto a Sanofi quanto a Medley acabaram sofrendo. Em maio deste ano, por exemplo, a fabricante de genéricos ficou em sétimo lugar entre os laboratórios que comercializaram o maior número de medicamentos. A empresa já chegou a ocupar, em 2013, o terceiro lugar no ranking.

Para Hornstein, a posição inferior no ranking é momentânea. “Existem ciclos de um País e de uma empresa. Mas, agora, estamos em um bom período. Temos mais produtos globais e uma estrutura organizacional mais simples. Estamos em um ciclo que, agora, vai andar mais acelerado.”

O executivo, porém, admite que a crise brasileira impedirá um salto relevante nos próximos anos. “O crescimento de anos atrás não existe mais. Estamos focados para sermos mais humildes. Não podemos agir do mesmo jeito que em uma economia que cresce dois dígitos.”