Lote de nimesulida da Brainfarma é interditado

Interdição do lote B16k 1609 da nimesulida da Brainfarma foi motivada por reprovação em teste do Instituo Adolfo Lutz.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 14/08/2017 14:32
Última Modificação: 14/08/2017 14:38

A Anvisa interditou um lote do medicamento nimesulida da empresa Brainfarma Indústria Química e Farmacêutica. A interdição atinge o lote B16k 1609 da Nimesulida (nimsesulida), suspensão oral, 50mg/ml.

O medicamento foi interditado após ser reprovado em dois testes: teor de princípio ativo e teste de gotejamento, na avaliação do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo.

O teor de princípio ativo avalia se a quantidade de medicamento, sua concentração, está correta. Se o teor for maior ou menor que o indicado na embalagem, o tratamento do paciente pode acabar sendo afetado.

Já o teste de gotejamento mede a quantidade de gotas que devem ser utilizadas para atingir a dose que o médico recomentou. Quando isto não está correto o paciente pode acabar tomando um pouco mais ou um pouco menos que a quantidade recomendada, o que também pode afetar a qualidade do tratamento.
O que devo fazer se precisar deste medicamento?

A interdição cautelar, determinada pela Resolução – RE n° 2.165, de 11 de agosto de 2017, é preventiva e tem validade de 90 dias para que seja feita uma contraprova para confirmar ou descartar o resultado.

Durante o período da interdição, o lote em questão não deve ser comercializado ou utilizado. Outros lotes da nimesulida deste laboratório ou de outros fabricantes estão liberados.

Hospitais públicos de SC estão com 10 antibióticos em falta

14/08/2017- 20h35min  –  Atualizada em 14/08/2017- 20h40min

Por
Karine Wenzel

Pelo menos 10 antibióticos estão em falta em hospitais públicos de SC de gestão estadual, como o Hospital Regional de São José e o Celso Ramos. Os medicamentos são essenciais para o tratamento de infecções e ainda não há previsão para normalização dos estoques.

Em nota, a Secretaria de Saúde de SC informa que, destes 10 antibióticos em falta, seis aguarda-se a entrega pelo fornecedor, três o fornecedor alega falta na indústria farmacêutica e um está em falta em todo o país. "A SES está a par da falta de antibióticos nos hospitais públicos da pasta e está fazendo o possível para que o fornecimento desses medicamentos seja restabelecido o quanto antes", diz.

Faltam antibióticos nos hospitais da rede pública em SC

O médico infectologista Pablo Sebastian Velho explica que nenhum antibiótico é exclusivo para uma situação, mas ter opções é importante para o tratamento:

— O médico acaba achando alternativa, mas o ideal é ter o leque de antibióticos para fazer a melhor escolha. É importante ter opções terapêuticas para permitir o escalonamento do tratamento.

O médico explica que entre os medicamentos em falta há alguns mais básicos, como o sulfametoxazol com trimetoprima, que são para germes sensíveis e sem muita dificuldade de tratamento. São os chamados antibióticos de primeira linha. Para os casos mais difíceis, ou bactérias resistentes a outros tratamentos, a solução pode ser a piperacilina com tazobactan.

— No caso da tigeciclina, ela é um antibiótico para última linha, é para uma infecção hospitalar e que já é favorável à resistência e a gente precisa um antibiótico desse tipo. O substituto pode ser a polimixina, mas ela tem problema com o uso, podendo levar à insuficiência renal.

A médica infectologista Regina Valim reforça que a a falta impacta no trabalho dos médicos:

— Atrapalha ou porque tem que prescrever uma opção que vai encarecer o tratamento ou como na falta de apresentação de comprimido teria que substituir por uma apresentação parenteral e com isso aumento de custos e risco para o paciente, pois vai ter que ter acesso venoso.

Ela destaca que a falta de piperacilina com tazobactan, por exemplo, preocupa porque são antimicrobianos que frequentemente fazem parte do arsenal terapêutico em pacientes graves com infecções por bactérias resistentes. Só desse medicamento são 5,6 mil unidades utilizadas mensalmente em SC.

Medicamentos em falta

Benzilpenicilina Potassica 5 milhões UI, pó liófilo inj. frasco
Uso: tratamento de sífilis congênita, neurossífilis e meningites
Consumo Mensal: 229
Situação: Matéria prima em falta no mercado farmacêutico (está em falta em todo o Brasil)

Cefepima 1G IV, pó liófilo injetável, frasco ampola
Uso infecções respiratórias, sanguíneas e do sistema nervoso central
Consumo Mensal: 463
Substitutos: Cefepime 2G
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Claritromicina, 500mg pó liof.p/sol. inj. frasco/ampola
Uso: infecções respiratórias e de pele. Importante no tratamento das microbacterioses não tuberculosas.
Consumo mensal: 769
Situação: fornecedor solicitou cancelamento da ata devido falta do medicamento na indústria farmacêutica. A SES está realizando compra direta do medicamento.

Sulfadiazina de prata micronizada creme 1% (pote 400 a 500g)
Uso: infecções de pele associadas a queimaduras
Consumo Mensal: 60
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Piperacilina + Tazobactan 2,25g,pó liófilo inj.,fras.amp.
Uso: infecções causadas por germes resistentes aos antibióticos de primeira linha, podendo ser respiratória, urinária ou intra-abdominal
Consumo Mensal: 870
Situação: fornecedor solicitou cancelamento do aditivo da ata, alegando falta do medicamento.

Piperacilina + Tazobactan 4,5g, pó liófilo inj.frasco-amp
Uso: infecções causadas por germes resistentes aos antibióticos de primeira linha, podendo ser respiratória, urinária ou intra-abdominal
Consumo Mensal: 4.798
Substituto: ampicilina+sulbactam e piperacilina+tazobactan 2,25g
Situação: fornecedor alega falta no laboratório fabricante Eurofarma, previsão de regularização do fornecimento na segunda quinzena de agosto.

Ceftazidima 1G, pó liófilo inj., frasco-ampola
Uso: germes com algum grau de resistência, infecções respiratórias, de sistema nervoso central e de corrente sanguínea
Consumo Mensal: 522
Substitutos: outras cefalosporinas padronizadas (ceftriaxona, cefepime)
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Sulfametoxazol 400mg + Trimetoprima 80mg
Uso: infecções de pele, urinária e intestinal. Importante como profilaxia em pacientes com HIV
Consumo Mensal: 2.691
Substituto: sulfa+trim ampola
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Tigeciclina,50mg. pó liófilo inj., frasco-ampola
Uso: infecções abdominais causadas por germes multirresistentes
Consumo Mensal: 139
Substituto: polimixina B
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Ertapenen Sódico 1G, pó liofilizado, solução injetável fr-am
Uso: infecções respiratórias e abdominais causadas por germes resistentes
Consumo Mensal: 48
Substituto: outros carbapenemicos (meropenem e imipenem)
Situação: aguardando entrega do fornecedor

Summit Saúde Brasil: Acesso à medicina de precisão é desafio no Brasil

Especialistas debateram em evento promovido pelo 'Estado' como garantir acesso a terapias individualizadas

Fabiana Cambricoli, O Estado de S. Paulo

14 Agosto 2017 | 19h41

Que a medicina personalizada é o futuro do cuidado em saúde, ninguém duvida, mas quantos brasileiros terão acesso às terapias individualizadas? O desafio foi apontado por especialistas que participaram de painel do Summit Saúde Brasil, evento promovido pelo Estado nesta segunda-feira, 14.

Diretor geral do centro de oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Riad Younes, destacou o surgimento, nos últimos anos, de testes laboratoriais que identificam detalhes dos tumores e sinalizam os tratamentos mais eficazes, mas lembrou que os medicamentos indicados para cada subtipo da doença estão cada vez mais caros.

"Até a década de 80, nenhum medicamento contra o câncer lançado nos Estados Unidos custava mais de 200 dólares. Desde 2008, nenhum remédio do tipo é lançado por menos de 10 mil dólares", disse.

Diretora executiva médica do laboratório Fleury, Jeane Tsutsui destacou, no entanto, que o próprio investimento em técnicas de medicina personalizada podem trazer economia em outras áreas. "Quando você olha o todo, economiza. Adiciona o custo de um teste, mas extrai o gasto com uma quimioterapia desnecessária, por exemplo", afirmou.

Trabalhar de forma colaborativa com outros centros no mundo é o caminho para descobrir avanços médicos de forma mais barata e rápida, na opinião de Iscia Lopes Cendes, porta-voz da BIPMed. "Não temos que começar do zero ou tentar reinventar a roda. Temos de nos associar a organismos internacionais para avançar juntos."

Diretor do laboratório de genética e cardiologia molecular do Instituto do Coração (InCor), José Eduardo Krieger destacou outro dilema da medicina personalizada além do alto custo. "Com esses testes genéticos, será que eu quero saber antecipadamente se tenho suscetibilidade a uma determinada doença, principalmente se eu não tiver muito o que fazer quanto a isso, como no caso do Alzheimer?"

Suspensão de parceria com Ministério da Saúde foi arbitrária, diz empresa irlandesa

Possível transferência da produção de um hemoderivado para Maringá, reduto eleitoral do ministro Ricardo Barros, motivou um pedido de explicações à pasta por parte do TCU

Brasília Catarina Scortecci, correspondente [14/08/2017]

A empresa irlandesa Shire Farmacêutica Brasil afirmou que a suspensão da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), determinada no mês passado pelo Ministério da Saúde, comandando pelo paranaense Ricardo Barros (PP), “pareceu particularmente desnecessária e arbitrária”. A posição da empresa consta em nota enviada à Gazeta do Povo na sexta-feira (11).

Pela PDP assinada em 2012, a Shire Farmacêutica Brasil transferiria à Hemobrás, cuja sede fica em Pernambuco, toda a tecnologia de fabricação do produto “Fator VIII Recombinante”, que é um medicamento utilizado no tratamento de pessoas portadoras de hemofilia do tipo A. Com o domínio da tecnologia, a Hemobrás, que é uma estatal, iniciaria a produção do medicamento em uma fábrica em construção na cidade de Goiana, a 63 quilômetros de Recife. Em troca, a pasta da Saúde, durante os anos de vigência da PDP, compraria exclusivamente os medicamentos do laboratório da irlandesa.

O Ministério da Saúde, contudo, alega que “não houve evolução da transferência prevista em contrato”, daí a suspensão da PDP. Já a Shire Farmacêutica Brasil, embora também confirme problemas no processo, sustenta que “honrou com todas as suas obrigações contratuais, apesar dos consideráveis débitos em aberto por parte da Hemobrás”, e que o Ministério da Saúde ignorou as tratativas para uma revisão da PDP.

“Nós e a Hemobrás tentamos, em quatro momentos distintos, desde outubro de 2016, dar início a tratativas com o Ministério da Saúde para apresentar uma proposta de reestruturação da PDP, não recebendo qualquer resposta”, apontou a empresa irlandesa.

Ainda segundo a nota da Shire Farmacêutica Brasil, no aviso de suspensão da PDP, recebido em 14 de julho último, não havia “nenhuma explicação” do Ministério da Saúde sobre os motivos para tomar tal decisão.

Liminar barra a suspensão

Pouco mais de uma semana após a Shire Farmacêutica Brasil receber o aviso de suspensão da PDP pelo Ministério da Saúde, a empresa obteve uma liminar, assinada pelo juiz federal Frederico Botelho de Barros Viana, da 4ª Vara Cível do Distrito Federal, para suspender a decisão da pasta comandada por Ricardo Barros.

“Um medicamento que combate a hemofilia não pode ter paralisado sua fabricação sem a administração demonstrar, ainda que perfunctoriamente, que a população que necessita do medicamento não será desabastecida”, escreveu o juiz federal. O Ministério da Saúde está recorrendo contra o despacho.

Pernambuco ou Paraná?

Não é apenas a empresa irlandesa que tem contestado a suspensão da parceria. O Ministério Público que atua junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) apresentou uma representação contra a suspensão da PDP. O ministro Vital do Rêgo, do TCU, já pediu explicações às partes envolvidas no caso.

Na representação, além de apontar prejuízos financeiros a partir da suspensão da PDP, o Ministério Público ainda destaca os planos do ministro da Saúde, Ricardo Barros, de transferir parte da produção do “Fator VIII Recombinante” para a cidade paranaense de Maringá, que é reduto eleitoral do parlamentar licenciado.

De acordo com Barros, a alternativa diante dos problemas ocorridos em Pernambuco envolveria especialmente o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), uma empresa pública ligada ao governo do Paraná, e a empresa suíça Octapharma, que estabeleceriam uma parceria semelhante para a produção do medicamento.

A nova fábrica seria instalada em uma área de Maringá doada pela administração local ao Tecpar no ano de 2013, segundo Barros. Uma eventual nova parceria para a fabricação do produto, contudo, ainda está sendo analisada pelo Ministério da Saúde.

Na peça enviada ao TCU, o MP menciona “um conjunto de atos e omissões praticados pelos diversos órgãos do Ministério da Saúde com atuação relacionada à Hemobrás, caracterizando interferência na parceria de desenvolvimento produtivo vigente, com graves consequências contratuais e ao processo de transferência de tecnologia, culminando nas recentes tratativas, com vistas a incluir parceiros públicos e substituir o parceiro tecnológico”.

Barros nega que esteja tomando decisões para privilegiar seu reduto eleitoral, em uma tentativa de levar parte do “mercado do sangue” para lá, e que qualquer outra proposta que chegar ao Ministério da Saúde será igualmente estudada pela pasta.

O ministro do TCU Vital do Rêgo deve tomar uma decisão sobre o tema ainda neste mês de agosto.

Gastos com publicidade no Brasil crescem 2% no 1º semestre

Setores farmacêutico e de administração pública e social foram os que mais aumentaram os gastos com propaganda, segundo Kantar Ibope.

Por G1

14/08/2017 15h08

Os investimentos em publicidade no Brasil somaram R$ 61,9 bilhões no 1° semestre, o que representa uma alta de 2% na comparação com o mesmo intervalo de 2016 (R$ 60,7 bilhões), de acordo com balanço divulgado nesta segunda-feira (14) pela Kantar Ibope Media, que acompanha e monitora os principais meios de comunicação do país.

O resultado, segundo o Ibope, aponta para um indicativo de retomada, após os gastos dos anunciantes com propaganda ter recuado 1,6% em 2016.

“Nos últimos cinco anos, em torno de 47% do total de compra de mídia foi realizada na primeira metade do ano. Portanto, se essa tendência se repetir, o resultado que estamos projetando para o restante do ano irá superar os números de 2016”, afirma Dora Câmara, diretora executiva comercial da Kantar Ibope.

Setor farmacêutico e governos puxam alta

Segundo o relatório, o resultado do 1º emestre foi impulsionado pelo aumento dos investimentos em publicidade feito pelos setores farmacêutico e administração pública e social, cujos gastos aumentaram 28% e 35%, respectivamente, na comparação com o 1º semestre do ano passado.

"Este resultado foi alcançado pela presença mais intensa de campanhas da indústria farmacêutica voltadas para o aparelho digestivo, gripes e resfriados, tônicos, fortificantes e vitaminas; e pelas campanhas públicas, que já ocupam os espaços publicitários, motivadas pela proximidade com as eleições de 2018", destacou o Ibope.

O setor de comércio, entretanto, continua liderando os gastos com publicidade no país, apesar da redução de 4% na compra de espaço publicitário no 1º semestre, totalizando R$ 10,7 bilhões. Na sequência, estão os setores de serviços ao Consumidor, higiene pessoal e beleza, financeiro e securitário, e farmacêutico. Veja tabela abaixo:

Hypermarcas é o maior anunciante no ano

A Hypermarcas desbancou o laboratório mexicano Genomma no semestre, segundo o Ibope, assumindo pela primeira vez a liderança no ranking de anunciantes, com investimentos da ordem de R$ 1,59 bilhão, valor 102% superior ao registrado na primeira metade do ano em 2016, quando ocupava a 6ª posição no ranking.

A Unilever Brasil aparece em terceiro, seguida por Ambev e P&G, que apresentaram 37% e 4% de crescimento, respectivamente. A Trivago (7ª), a Caixa (9ª) e a Claro (10ª) completam o top 10.

Entre os 10 maiores anunciantes no período, quatro são do segmento farmacêutico: além da Hypermarcas, a Genomma está na vice-liderança, a Ultrafarma vem em 6º lugar e a Divcom Pharma Nordeste ocupa a 8ª posição.

Distribuição por meios

Entre os meios, a TV aberta e TV por assinatura seguem como principal destino das verbas de mídia, atraindo, respectivamente, 55,5% e 12,1% do total aplicado em compra de espaço publicitário. Veja tabela mais abaixo.

Entre os meios monitorados, Out of Home (OOH), que inclui mídia exterior como mobiliários urbanos, e rádio apresentaram os maiores crescimentos no período: 26% e 21%, respectivamente.

O levantamento é resultado do monitoramento do espaço ocupado em mais de 600 veículos, com base nas tabelas de preço e sem considerar eventuais descontos negociados.

A Kantar informou que implantará no Brasil, a partir de 2018, uma tecnologia que permitirá aumentar substancialmente a cobertura de veículos online, de forma a aperfeiçoar o monitoramento do mercado digital. A metodologia atual não inclui, por exemplo, os anúncios pagos no Facebook e no YouTube.

Farmacoeconomia atrai 60 profissionais do setor no DEC Sindusfarma

O DEC Sindusfarma reuniu 60 profissionais de empresas do setor farmacêutico no módulo sobre o tema Farmacoeconomia e Acesso na Indústria Farmacêutica, realizado na quinta-feira (10), no auditório da entidade.
Claudio Tafla e Fabio Zanini fizeram palestra no período da tarde
O workshop deu orientações sobre como montar modelos de avaliação econômica e estudos de caso, diante da necessidade crescente da indústria farmacêutica de, além comprovar a eficácia, segurança e qualidade de seus produtos, demonstrar a viabilidade econômica de utilização dos medicamentos que produz para as diversas instâncias do Poder Público e demais compradores institucionais.

O módulo foi ministrado pelos especialistas Claudio Tafla, diretor médico da Mapfre; Fabio Zanini, diretor de Acesso do Grupo Merck; e Gabriela Tannus, sócia sênior da Axia.Bio Life Sciences.

Trump critica diretor de farmacêutica após renúncia

01:30 | 15/08/2017

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou ontem a renúncia do diretor-executivo da farmacêutica Merck, Kenneth Frazier, ao Conselho Nacional da Indústria. Frazier deixou o conselho dois dias após a marcha de supremacistas brancos em Charlottesville, sobre a qual Trump emitiu um posicionamento pouco enérgico, na opinião de parte dos americanos.

"Agora que Ken Frazier da Merck Pharma deixou o Conselho da Indústria, ele terá mais tempo para reduzir os preços dos remédios!", exclamou Trump por meio de sua conta no Twitter.

Por meio de nota, Frazier disse que os "líderes americanos devem honrar nossos valores fundamentais ao rejeitar de forma clara quaisquer expressões de ódio, bigotria e supremacia, que contradizem o ideal americano de que todas as pessoas são criadas iguais".

No sábado, um grupo de defensores da supremacia branca que se manifestava em Charlottesville, no Estado de Virgínia, entrou em confronto com pessoas que se opunham ao protesto. Um carro atropelou um grupo de opositores, deixando uma pessoa morta e dezenas de feridos.

Trump convocou uma coletiva de imprensa mais tarde naquele dia e culpou "muitos lados" pela violência ocorrida em Charlottesville, o que gerou críticas dentro do próprio Partido Republicano, já que o presidente não denominou os grupos de extrema direita. O senador republicano Marco Rubio disse no Twitter que era importante para o país ouvir o presidente descrever os eventos pelo que eles são, "um ataque terrorista de #supremacistasbrancos".

Também republicana, a deputada Ileana Ros-Lehtinen criticou de maneira indireta o pronunciamento do presidente. "Supremacistas brancos, neonazistas e antissemitas são a antítese de nossos valores americanos.”

CEO da Merck, que é negro, deixa conselho de Trump em protesto à reação sobre violência em Charlottesville

Em reação, o presidente criticou preços da farmacêutica no Twitter.

Por G1

14/08/2017 13h44

O presidente-executivo da Merck & Co., Kenneth Frazier, decidiu sair do Conselho Americano de Manufatura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira (14), dizendo estar assumindo uma posição contra a intolerância e o extremismo, informa a agência Reuters.

Frazier, que é afro-americano, é o único CEO até agora a deixar um dos conselhos consultivos de Trump devido à reação do presidente em relação à violência no estado da Virgínia, onde houve uma marcha da extrema-direita, que é contra negros, imigrantes, gays e judeus.

A manifestação de centenas de nacionalistas brancos em Charlottesville tomou um rumo violento, quando um homem lançou seu carro sobre um grupo de manifestantes contrários aos supremacistas e matou ao menos uma pessoa. O atropelador, de 20 anos, teve a liberdade por pagamento de fiança negada nesta segunda em uma audiência na qual participou por videoconferência.

Moradores tentam entender violência em Charlottesville, nos EUA

Trump se manifestou no sábado pelo Twitter, dizendo: "Todos devemos estar unidos e condenar tudo o que representa o ódio. Não há lugar para esse tipo de violência na América. Vamos continuar unidos". O presidente foi muito criticado por sua resposta tanto por democratas como republicanos.

Na avaliação dos críticos, a mensagem divulgada no sábado deixou implícita uma condenação tanto dos manifestantes de extrema direita quanto dos anti-extremistas, já que não nomeou os grupos extremistas explicitamente em sua declaração. O episódio em Charlottesville é a primeira grande crise interna de Trump como líder do país.

"Os líderes da América devem honrar nossas visões fundamentais rejeitando claramente expressões de ódio, intolerância e supremacia grupal, que vão de encontro ao ideal americano de que todas as pessoas são criadas iguais", disse Frazier, em comunicado anunciando a renúncia.

"Como CEO da Merck e por uma questão de consciência pessoal, sinto a responsabilidade de assumir uma posição contra a intolerância e o extremismo", disse.

Horas após a renúncia de Frazier, Trump voltou a falar sobre a violência na Virgínia e chamou de "repugnantes" os grupos neonazistas e as entidades que pregam a supremacia branca, e disse que o racismo é "perverso". Trump disse que "muitos lados" se envolveram, atraindo críticas de todo o espectro político por não denunciar especificamente a extrema-direita.

No Twitter, Trump respondeu sobre a saída do CEO que, agora que "Ken Frazier, da Merck Pharma, renunciou ao Conselho de Manufatura do Presidente, ele terá mais tempo para ABAIXAR OS PREÇOS EXTORSIVOS DOS REMÉDIOS!".

Now that Ken Frazier of Merck Pharma has resigned from President's Manufacturing Council,he will have more time to LOWER RIPOFF DRUG PRICES!
— August 14, 2017

Protestos anteriores contra Trump

Vários executivos de grandes empresas dos EUA abandonaram conselhos presidenciais consultivos em protesto contra políticas de Trump.

Elon Musk, CEO da Tesla, e Robert Iger, CEO da Walt Disney, deixaram o Fórum de Estratégias e Políticas do presidente, um grupo empresarial de aconselhamento, em junho depois que Trump disse que iria retirar seu país do acordo climático de Paris. Musk também deixou o Conselho de Manufatura.

Travis Kalanick, ex-diretor-executivo do Uber, abandonou o conselho empresarial consultivo em fevereiro em meio à pressão de ativistas e empregados que se opunham às políticas imigratórias do governo.

Charlottesville e retirada de estátua

A cidade de Charlottesville, que tem pouco mais de 50 mil habitantes, foi escolhida como palco dos protestos da extrema-direita após anunciar que pretende retirar uma estátua do general confederado Robert E. Lee de um parque municipal.

O general Lee comandou as forças da Virgínia na Guerra Civil Americana (1861-1865), e chegou a general-em-chefe confederado. A Virgínia integrava os Estados Confederados — a união de seis estados separatistas do Sul dos Estados Unidos, durante esse conflito.

Esses estados buscaram a independência para impedir a abolição da escravidão. Mesmo após a derrota definitiva no conflito, Lee se tornou um símbolo dos movimentos de extrema-direita norte-americanos, que ainda hoje o lembram como um herói.

A remoção da estátua de Lee foi considerada como uma afronta pelos grupos de extrema-direita, que decidiram protestar. Atualmente, várias cidades americanas vêm retirando homenagens a militares confederados – o que tem gerado alívio, de um lado, e fúria, de outro.

Summit Saúde Brasil: Medicamentos do futuro devem ter foco no paciente

Especialistas que participaram do Summit Saúde Brasil 2017 destacaram, ainda, a necessidade de acesso aos remédios e tratamentos

Luiz Fernando Toledo, O Estado de S. Paulo

14 Agosto 2017 | 17h35

Os medicamentos do futuro deverão focar no paciente e ter mais disponibilidade de acesso. É o que defendeu o presidente da Roche Farma Brasil, Rolf Hoenger, no painel Medicamentos do Amanhã, realizado durante o Summit Saúde Brasil 2017, organizado pelo Estado.

"Lembro muito de um paciente que me falou: todos queremos não só viver, mas ter também as mesmas oportunidades de tratamento. Esse é um resumo do que a medicina deve ser no futuro", ressalta. "Quando se pensa no futuro, falamos de personalização. E isso já é realidade. Você faz um teste, detecta mutações e consegue individualizar um tratamento. Se o paciente não tem informação, provavelmente vai chegar muito tarde na cadeia dos medicamentos, e aí não é possível prolongar sua vida com boa qualidade."

Jorge Alves, da BMS, lembrou que a enorme quantidade de informações geradas hoje no setor da saúde poderá evitar desperdícios e fazer com que, cada vez mais, o paciente consiga usar exatamente a medicação que precisa. "A Big Data vai ajudar muito na definição do melhor tratamento, de forma a evitar desperdícios"

Já a diretora médica da Sanofi, Luciana Giangrande, destacou que há hoje 7 mil moléculas em desenvolvimento e cerca de metade delas trazem algum mecanismo de ação inovador. Ela destacou a atuação do grupo em que atua nas doenças raras. "Há hoje cerca de 7 mil doenças raras e só 5% têm tratamento disponível. A maioria têm cunho genético".

Uma dos cuidados que essas mudanças devem ter, segundo Luciana Holtz, do Oncoguia, é que novos remédios devem vir também com o maior acesso pela população. "A palavra-chave de tudo que estamos discutindo é o acesso. É preciso discutir o acesso ao exame, ao especialista, ao tratamento e à equipe multidisciplinar". Ela destacou que, mesmo com a existência de uma lei que garante o acesso ao tratamento pelo SUS ao paciente com câncer dentro e 60 dias, há ainda uma disparidade. "Há necessidade de um esforço muito grande para que isso vire uma prática".

Acordo viabiliza parque biotecnológico no Paraná

Seg, 14 de Agosto de 2017 13:41
Escrito por Agência Gestão CT&I

A escritura do terreno que abrigará o Parque Biotecnológico da Saúde do instituto de Maringá (PR) foi assinada na última quinta-feira (10) pelo diretor-presidente Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Júlio C. Felix,  e o prefeito do município paranaense, Ulisses Maia. Além da escritura, também foi firmado um  protocolo de intenções para que o processo licitatório da construção do empreendimento seja iniciado em breve.

O primeiro passo será realizado pelo Tecpar, a instituição vai construir uma fábrica de finalização de medicamentos e vacinas, que dará suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão produzidos.

A unidade de fill and finish tem como objetivo realizar a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local.

O Parque Biotecnológico do Tecpar vai ocupar dois terrenos cedidos pela Prefeitura, em substituição à área que já havia sido doada em 2013 pelo Poder Executivo municipal. A troca se deu para melhor se adequar aos novos projetos do instituto. O novo terreno é constituído pelas quadras 18 e 19, ambas localizadas na quarta parte da zona fiscal 61 do Parque Industrial Cidade de Maringá, com áreas respectivas de 51,3 mil metros quadrados e 44,1 mil m².

O diretor-presidente do Tecpar ressaltou que a assinatura da escritura vai descentralizar ainda mais a atuação do instituto e transformar Maringá em um polo farmacêutico biotecnológico. “Estamos na cidade há quase 30 anos e pretendemos reforçar ainda mais os laços com o município. O parque vai gerar empregos e absorver mão de obra qualificada na área da saúde”, ressalta.

O prefeito destacou que o momento representa a celebração de um processo de transformação que o município atravessa na área da inovação, da ciência e da tecnologia. “Esse esforço foi feito pelo Poder Executivo e pela Câmara Municipal para garantir que sejam gerados empregos qualificados em Maringá e que a cidade continue se desenvolvendo”, justifica Maia.

Produção de biológicos

O Tecpar se tornou responsável por fornecer novos medicamentos ao Ministério da Saúde após publicação do órgão no Diário Oficial da União, no dia 4 de agosto de 2017. Um dos produtos que serão fabricados em Maringá é o Trastuzumabe, medicamento usado para o tratamento do câncer e que hoje é importado pelo Brasil. O acordo para a transferência de tecnologia foi assinado no início de agosto pelo governador Beto Richa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, João Carlos Gomes, com o laboratório Roche e a empresa brasileira Axis Biotec.

O acordo de transferência de tecnologia é uma das etapas do programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), do Ministério da Saúde. O programa visa fortalecer a indústria farmoquímica nacional e estimular a produção no Brasil de medicamentos distribuídos no SUS.

A empresa detentora da patente do Trastuzumabe é a suíça Roche, maior companhia de medicamentos do mundo. No acordo assinado, o laboratório suíço transferiu a tecnologia para o Tecpar e para a Axis Biotec, empresa brasileira privada que possui a exclusividade para a transferência do medicamento em território nacional e é parceira do Tecpar.

(Agência ABIPTI com informações do Tecpar)