Amazon mira nova tecnologia alimentar para entregas em domicílio

Companhia busca novas alternativas para penetrar no mercado de supermercados nos EUA, avaliado em 700 bilhões de dólares
Por Jeffrey Dastin, da Reuters
11 ago 2017, 12h20

São Francisco – A Amazon.com está explorando uma tecnologia desenvolvida pela primeira vez para o Exército dos Estados Unidos para produzir refeições prontas que não precisam de refrigeração, em busca de novas alternativas para penetrar no mercado de supermercados nos EUA, avaliado em 700 bilhões de dólares.

A maior varejista online do mundo discutiu a venda de pratos prontos para comer, como o cozido de carne bovina e uma frittata de vegetais, já no próximo ano, disseram à Reuters funcionários da empresa que está vendendo a tecnologia.

Os pratos seriam fáceis de armazenar e enviar porque não requerem refrigeração e podem ser oferecidos de forma bastante barata em comparação com os pratos prontos para a viagem de um restaurante.

A técnica pioneira de preparação de alimentos, conhecida como esterilização térmica assistida por micro-ondas, ou Mats, na sigla em inglês, foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Estado de Washington e está sendo trazida ao mercado por uma startup chamada 915 Labs, sediada em Denver.

O método envolve colocar pacotes selados de alimentos em água pressurizada e aquecê-los com micro-ondas por vários minutos, de acordo com 915 Labs.

Ao contrário dos métodos de processamento tradicionais, em que os pacotes ficam em panelas de pressão por até uma hora até que as bactérias e os nutrientes desapareçam, os pratos mantêm seu sabor e textura naturais, disse a empresa. Também podem ficar em uma prateleira por um ano, o que os tornará adequados ao modelo de negócios de armazenamento e entrega da Amazon.

Se a tecnologia alimentar de ponta se concretizar, e a Amazon a implementá-la em larga escala, seria um grande passo em frente para a empresa, que procura aproveitar mais clientes de supermercados que optam por opções de refeições rápidas e fáceis em casa.

A entrega de refeições baseia-se no serviço AmazonFresh da empresa, que vem entregando mantimentos nas casas dos clientes por uma década.

Também poderia complementar a planejada comprada Whole Foods Market por 13,7 bilhões de dólares e a loja de conveniência sem parada para pagamento da Amazon, que está na fase de teste.

A Amazon não quis comentar.

Mau acondicionamento leva à perda de muita comida no Brasil

Agência Brasil
13.08.17 – 14h46

Em Palmas, capital do Tocantins, uma escola criou um projeto para diminuir o desperdício de comida nas refeições. Antes, as crianças jogavam em média 14 quilos de comida no lixo todos os dias.  Atualmente, a comida descartada está em torno de 1,5 por dia. É o projeto Desperdício Zero

Enquanto não é aprovada uma política nacional de combate ao desperdício de alimentos e de aproveitamento das sobras do processo de produção, alguns estados buscam regulamentar a questão. No Distrito Federal, por exemplo, foi sancionada no ano passado lei distrital que obriga os supermercados de Brasília a doar alimentos que estejam prestes a perder a validade. O descumprimento da medida pode resultar em multa de R$ 10 mil ao estabelecimento.

Alguns projetos do Congresso Nacional também previam a possibilidade de punição para o produtor ou distribuidor de alimentos que não adotasse medidas de combate ao desperdício. Tais propostas, no entanto, não avançaram ou foram modificadas sob pressão de parlamentares representantes do setor produtivo e agrícola.

Para os especialistas, o problema do desperdício não será resolvido com aumento da produção de alimentos, nem com políticas punitivas. Eles defendem mais campanhas educativas e debate sobre mudanças culturais e de comportamento.

“Hoje, o desafio maior do que aumentar produção de alimentos é criar mecanismos para evitar o desperdício, que é muito genérico, tem várias faces. Tem, por exemplo, comida em excesso. Outro ponto, muito comum no Brasil, é o desperdício de alimentos que estragam por estar mal-acondicionados, ou mal-armazenados, ou por se perder no transporte, ou na hora de serem processados. É o que eu chamo de cultura do desperdício, é um conjunto de situações em que se exigiriam até mudanças de hábitos alimentares”, afirma o professor Sérgio Sauer, da Universidade de Brasília (UnB).

Para o pesquisador da Embrapa Alimentos Murillo Freire, a punição não é a melhor forma de combater o problema. Freire diz também que as propostas em tramitação no Congresso precisam ser revistas em alguns pontos técnicos, como as que não inlcuem critérios para garantir a segurança química e biológica do produto doado. Ele questiona ainda as iniciativas que pretendem garantir benefícios fiscais para empresas que possam criar máquinas processadoras de alimentos, ou propostas que tratam da isenção de até 5% parte da alíquota do Imposto de Renda sobre o lucro das empresas como uma forma de incentivo à doação.

“Algumas empresas e supermercados posicionaram-se dizendo que isso não resolve. Se o supermercado doar o alimento, está tendo prejuízo, porque aquilo não entra no lucro líquido, não é descontado no imposto. Existem detalhes que os deputados não estão vendo. Os projetos de lei ainda são falhos e não abordam aspectos importantes. Com isso, a coisa não anda, vai e volta. Continuamos jogando comida fora. Hoje em dia já tem doação de alimentos e não tem lei, é tudo à margem da lei”, critica Freire.

De acordo com os pesquisadores, também faltam sugestões mais concretas para reaproveitamento de alimentos que não são comercializados por estarem fora dos padrões estéticos, como vegetais defeituosos, mas que ainda têm condições nutricionais seguras para consumo. A consultoria legislativa do Senado já elabora uma proposta específica para este ponto a pedido de um senador.

Todo esse conjunto de projetos legislativos está sendo analisado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), composta por representantes do governo federal e do Congresso e por especialistas da área de produção de alimentos. São atribuições da Caisan elaborar e indicar diretrizes para executar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que tem como uma de suas metas “estabelecer marco legal para a redução das perdas e desperdício de alimentos abrangendo os bancos de alimentos”.

Na próxima reunião da Caisan, marcada para o dia 24 deste mês, o levantamento das propostas legislativas deve ser consolidado em um relatório que apontará o papel de cada ator na construção da política nacional de combate ao desperdício.

“É um processo que tem de ser constante de educação, capacitação, conscientização das pessoas a respeito da importância do combate ao desperdício. Ainda assim, para evitar o desperdício em algumas situações, é preciso acionar os últimos elos do processo, que são aqueles que levam a doação de alimentos para populações mais carentes. Então, é um grande gargalo jurídico esse da doação de alimentos”, diz consultor legislativo do Senado Marcus Peixoto.

Bancos de Alimentos

Uma das principais estratégias é o fortalecimento da atuação dos bancos de alimentos como intermediadores entre os doadores e receptores dos produtos que sobram. Levantamento da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos mostra que o país tinha 218 bancos de alimentos em funcionamento até o ano passado. As unidades arrecadaram no último ano quase 60 mil toneladas de alimentos, das quais 59.610 foram distribuídas para mais de 17 mil entidades sociais. O processo beneficiou em torno de 6 milhões pessoas em situação de insegurança alimentar.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o governo disponibilizou R$ 5 milhões para apoiar os municípios que pretendem modernizar seus bancos de alimentos. A seleção das cidades aptas está sendo feita por edital público, do qual estão participando bancos em funcionamento há mais de dois anos, em municípios com mais de 150 mil habitantes.

Os recursos poderão ser usados para ampliação das unidades, compra de veículos de transporte dos alimentos, aquisição de geladeiras, computadores e material de escritório. O dinheiro, no entanto, não poderá ser destinado ao pagamento de funcionários e de contas de luz e aluguel.

A meta da rede é contar com a adesão dos 218 bancos em funcionamento para promover a qualificação da gestão dessas unidades. O Ministério do Desenvolvimento Social também deve começar ainda neste semestre a desenvolver manuais educativos para orientar as equipes técnicas.

Murillo Freire alerta, no entanto, que o incentivo ao aperfeiçoamento dos bancos de alimentos não deve ofuscar iniciativas que combatam o desperdício desde o início do processo. “Quando se fomenta banco de alimentos, que vive de doação, é porque a cadeia produtiva atrás não está bem. Algum problema tem. Então, não é também uma saída ficar incentivando o banco de alimentos. É melhor construir toda a infraestrutura da cadeia desde a época do plantio, conscientizar o consumidor na sua casa a planejar a compra para não jogar fora, arrumar a geladeira, além de campanhas de comunicação. É consertar a causa, e não a consequência, pondera Freire.

Direito à alimentação

Os especialistas ressaltam que o último marco na política de segurança alimentar foi a promulgação pelo Congresso Nacional da emenda à Constituição que introduziu a alimentação entre os direitos fundamentais, em 2010. O marco anterior, de 2006, foi a criação do Sistema Integrado de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que envolve ministérios da área social e programas do governo.

“Do ponto de vista formal, institucional, [a PEC e o Sisan] foram avanços importantes, pelo menos no sentido de reconhecer que, no Brasil, o direito à alimentação é um direito humano, antes não tinha nem isso”, destaca o professor Sauer, que foi relator do direito humano à terra e alimentação da DhESCA Brasil – Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais.

Depois da promulgação, o Brasil intensificou as políticas de combate à pobreza, o que resultou na saída do país do Mapa da Fome, em 2014. Ainda em 2002, o Brasil já tinha atingido a meta de reduzir a fome, conforme os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Para o país, o desafio agora é erradicar a fome até 2030, uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, também estabelecidos pela ONU.

No entanto, o direito à alimentação previsto na Constituição é mais amplo do que simplesmente comer. O direito só é efetivo se a pessoa estiver livre da fome e da desnutrição e tiver acesso a uma alimentação adequada e saudável. No Brasil, cerca de 8 milhões de pessoas ainda passam fome, diz a ONU. E, com a crise econômica atual, os especialistas temem que o problema se agrave e possa levar o país de volta ao Mapa da Fome.

“É importante aquele mapa, mas o fato de o Brasil ter saído dele significa que não temos mais problemas? Não, nós saímos do Mapa da Fome mas ainda tinha muito a ser feito. Por exemplo, o auxílio do Bolsa Família deu um alento, mas não solucionou o problema. Agora, com o limite para os gastos públicos e essa combinação entre recessão e desemprego, que gera pobreza e gera fome, infelizmente, há um risco bastante real de o Brasil, se não voltar para o Mapa da Fome, ter uma quantidade maior de famílias em vulnerabilidade social e alimentar”, afirma Sauer.

A redução pela metade do índice de desperdício de alimentos per capita mundial e as perdas ao longo do processo produtivo até a chegada do alimento ao consumidor também está entre as metas da ONU para 2030. Segundo a FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o mundo perde ou desperdiça entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente. O volume equivale a cerca de 1,3 bilhões toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40% e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.

A FAO estima que o total desperdiçado seria suficiente para alimentar 2 milhões de pessoas.

O Brasil não tem estimativa real sobre desperdício de alimentos, o que pode dificultar ainda o cumprimento da meta da ONU de redução das perdas ao longo do processo produtivo. Murillo Freire lembra que é preciso conhecer os  números de hoje para reduzir metade daqui a 10, 20 anos.

“Não existe uma meta quando não se tem os dados iniciais. Ainda não temos uma metodologia padrão para avaliar perdas e desperdícios. Qualquer perda e desperdício que se tenha, deve-se considerar várias coisas para incluir nesse resultado. Em que ano se fez essa pesquisa de produção? Que produto foi? É cultivado, melhorado? É resistência à praga e doença? Em qual ano se plantou? Foi na chuva ou na seca, no verão ou no inverno? Qual o nível tecnológico usado, adubação, fertilização? Tem treinamento de mão de obra? Não tem? Tudo isso ocasiona perdas adiante ou produto de má qualidade”, questiona o pesquisador.

Nestlé ingressa no mercado de torrado e moído com Nestlé® Professional®

O lançamento NESCAFÉ® Espresso chega para ser o café em grãos da maior empresa de alimentos e bebidas do mundo

Nestlé® Professional®, divisão de produtos para uso profissional da Nestlé, apresenta NESCAFÉ® Espresso, novo blend de torrado para ser moído no momento do preparo. Com isso, a empresa passa a atuar no segmento em grãos, reforçando ainda mais a sua expertise proveniente da sua significativa participação na cadeia cafeeira, sendo a Nestlé a maior compradora de café no Brasil.

O lançamento – firmado pela maior marca de café do mundo e mais valiosa da Nestlé, líder no mercado brasileiro de solúvel, NESCAFÉ® — é voltado ao mercado de estabelecimentos comerciais e apresenta uma solução para os negócios a partir da máquina multibebidas NESCAFÉ® Alegria capaz de preparar diferentes tipos de espressos, capuccinos e bebidas cremosas com a moagem instantânea do NESCAFÉ® Espresso, conferindo um aroma autêntico e marcante, além do paladar diferenciado.

Sua intensidade de torra média evidencia características como crema diferenciada e corpo equilibrado, reconhecidos e aprovados em testes de degustação como perfeitos para o gosto do brasileiro.

Os grãos de NESCAFÉ® Espresso, cultivados em premiada região nas serras do sul de Minas Gerais, são de blend 100% arábica, o mais apreciado do mundo. NESCAFÉ® Espresso será produzido na fábrica de Araras (SP), a primeira da Nestlé no Brasil. Com 96 anos, a unidade é considerada um centro de expertise em café e de lá NESCAFÉ® Solúvel é exportado para cerca de 40 países.

O lançamento NESCAFÉ® Espresso representa para a Nestlé a conquista de um segmento no qual a companhia não atuava no Brasil, de grãos torrados. Com fortes marcas e produtos presentes nas demais categorias de café solúvel e bebidas cremosas, além de cápsulas e máquinas, agora a Nestlé consolida-se na produção e comercialização do café em seus diversos formatos, fomentando ainda mais o desenvolvimento dos produtores, por meio de seu Programa NESCAFÉ® Plan.

Dona da Sadia e da Perdigão, BRF vai lançar nova marca

Fabricante de alimentos ainda não revelou nome de nova marca, mas afirmou que não haverá 'canibalização' entre elas

Camila Turtelli, O Estado de S.Paulo

11 Agosto 2017 | 10h51

Com o fim das restrições do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) às marcas da Perdigão, a BRF, que também é dona da Sadia, vai lançar uma terceira marca no mercado. A novidade foi divulgada hoje pelos executivos da empresa, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre. No período, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 167 milhões, principalmente devido ao efeito da Operação Carne Fraca.

"Com o fim das restrições do Cade, aprovamos no conselho uma nova marca que vai atuar no segmento de entrada com preços atrativos", afirmou o CEO da BRF, Pedro Faria.

O nome desta nova marca ainda não foi divulgado. No entanto, os executivos revelaram que ela deve atuar em um segmento em que a BRF não está presente atualmente e que compõe mais de 30% do mercado brasileiro de alimentos processados. A BRF espera iniciar a atuação no primeiro trimestre de 2018. "A nova linha vai ajudar a otimizar a cadeia, melhorando o uso das matérias-primas", disse Faria.

Os executivos negaram que vá haver canibalismo entre as marcas da empresa e que esta terceira contará com uma rede de distribuição independente, sem entrar no mesmo esquema dos atuais 176 mil pontos de venda de Perdigão e Sadia

"A introdução de uma terceira marca não tira nosso foco de Sadia e Perdigão nos pontos em que elas atuam hoje", afirmou o vice-presidente de negócios da companhia no Brasil, Alexandre de Almeida. "Na questão de distribuição, é importante não ter canibalização e, por isso, vamos apostar em uma distribuição independente", afirmou.

"A nova marca foi amplamente estudada, estou muito confiante que vamos acrescentar market share. Vamos ocupar espaços existentes onde não estávamos", disse o presidente do conselho da empresa, Abílio Diniz. "Além de ocupar matéria-prima que sobra, vai ocupar capacidade instalada que não estava sendo usada".

Liderança. Dona das marcas líderes de mercado no segmento de alimentos, a BRF já foi Perdigão. Em 2009, após perdas milionárias da Sadia com derivativos de câmbio, comprou a marca e mudou de nome para se tornar a quarta maior empresa de alimentos do mundo.

A compra foi aprovada pelo Cade em 2011, mas o uso das marcas Perdigão e Batavo foi proibido para alguns produtos que eram concorrentes diretos da Sadia, chamados de combate.

O fim da restrição veio em 2015, em um momento em que a JBS, já a maior concorrente da BRF, apostava forte na marca Seara, contratando até a apresentadora Fátima Bernardes como garota-propaganda.

Polo cervejeiro cria oportunidades de negócio em JF

Crescimento da produção de cerveja especial traz demanda por atividades e profissionais em toda a cadeia produtiva

Por Gracielle Nocelli

12/08/2017 às 06:00hs – Atualizada 11/08/2017 às 18:52hs

A produção de cerveja especial tem aumentado de forma exponencial em Juiz de Fora. Atualmente, são fabricados 350 mil litros por mês, a mesma quantidade que foi produzida ao longo de todo o ano de 2013, quando o setor começou a ganhar destaque. De lá para cá, além da profissionalização dos cervejeiros, que passaram da produção feita em casa à realizada em fábricas – o que trouxe a diferença entre as nomenclaturas “artesanal” e “especial”-, houve também o surgimento de demandas específicas para atender uma nova cadeia produtiva que vem se fortalecendo. As necessidades variam desde o trabalho gráfico para a impressão de rótulos e estamparia de copos até a presença de profissionais qualificados que atuem no controle de qualidade do produto. Com a vocação cervejeira reconhecida, já que o setor é o primeiro a constituir um Arranjo Produtivo Local (APL) em Minas Gerais, a expectativa é de continuidade de crescimento da produção e das vendas.

De acordo com o presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM) e sócio gestor do Bar São Bartolomeu, Alexandre Vicente Vaz, apenas parte das demandas é atendida na cidade. “Há oportunidades de negócio que ainda são inexistentes ou pouco exploradas, como é o caso da estamparia de copos de vidro que ninguém aqui faz, e nós precisamos buscar em outro estado. Seria interessante incentivar o mercado local atender o que for possível destas demandas.”

Além de produtos, há possibilidades para o segmento de serviços. “Precisamos de cursos de capacitação para sommelier, análise sensorial, treinamentos de garçom. Como polo cervejeiro, além de absorver os profissionais qualificados, podemos vender conhecimento.” Segundo ele, também seria importante o fomento à produção de eventos. “É outro segmento que está ligado ao nosso e podemos crescer juntos.”

Na avaliação do proprietário da Timboo, Mário Ângelo, o atendimento das demandas pelo mercado local pode contribuir para aumentar a produção das cervejas. “Compro garrafa e faço os rótulos em Belo Horizonte, estampo copos em São Paulo ou no Rio Grande do Sul, as caixas de papelão para embalagem de seis cervejas também são feitas fora. Tudo isso encarece o produto, e torna mais difícil expandir”, exemplifica. “Seria muito bom que as empresas da cidade se interessassem em atender o nosso setor, de forma a não só a suprir essas demandas já existentes, como também, oferecer inovações.” Ele também acredita que a área de conhecimento é promissora. “As faculdades poderiam inserir disciplinas relacionadas a cerveja para que os profissionais sejam capacitados nesta área”, opina. “As cervejarias precisam de pessoas que atuem no controle de processos e de qualidade do produto. A cidade carece de laboratórios de qualidade e profissionais que atuem nesta área.”

Cervejaria cria laboratório de qualidade

Aos 26 anos, Luana Gerhein pode se tornar precursora neste tipo de demanda verificada pelo setor. Estudante do décimo período da Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), ela faz estágio na cervejaria Antuérpia, onde tem ajudado na implantação de um laboratório de qualidade. “A graduação é direcionada para as áreas de medicamentos, análises clínicas e alimentos. Atuei com controle de qualidade dos alimentos e, posteriormente, como consumidora de cerveja especial, interessei em direcionar os meus estudos para este produto”, relata.

Luana explica que o objetivo do laboratório é garantir a padronização da bebida e a manutenção dos processos. “É um trabalho de qualidade que abrange matéria-prima, processos, embalagens até chegar na estabilidade do produto. Nem todas as cervejarias têm recursos para abrir um laboratório. É preciso uma estrutura e um porte específico, pois há a necessidade de produção de 15 mil barris por ano para justificar a análise de um controle básico de qualidade.”

Na avaliação de estudante, o setor cervejeiro pode oferecer oportunidades para profissionais que estudam áreas de biologia, microbiologia, físico-química, farmácia, bioquímica e afins. “Existe uma carência por profissionais especializados neste setor, que exige conhecimento técnico e científico. A cerveja especial requer qualidade e, para isso, é preciso manter um padrão.”
Primeira cervejaria escola abre as portas

Inaugurada no dia 15 de julho desse ano, a Cervejaria Escola Mirante é a primeira em Juiz de Fora a unir a comercialização de cerveja especial à capacitação de pessoas interessadas em ingressar ou se especializar no mercado. “Oferecemos cursos que atendem desde a pessoas leigas até quem já possui conhecimento e trabalha na produção artesanal”, conta o sócio-proprietário do local e presidente da Associação de Cervejeiros da Zona da Mata (ACZ), Fabrício Costa.

O espaço é dividido em diferentes ambientes que ilustram a cadeia produtiva da cerveja especial: área de produção, laboratório, bar e restaurante, salas de estudo para capacitação dos profissionais. “Nossa ideia é construir, ainda, uma área externa para vendermos insumos em pequena quantidade, destinada aos cervejeiros caseiros, e um outro espaço para vender brindes, como camisetas e chaveiros, para quem vem ao bar.”
Fabrício concorda que há muitas oportunidades de negócio que podem ser exploradas pela cidade. “Podemos fortalecer a parte gráfica e criar fornecedores de brindes, por exemplo. Parte da nossa demanda é atendida, mas com o mercado cervejeiro em ascensão sempre há mais espaço.” Ele também ressalta as chances no setor de serviços. “Delivery, beer truck, eventos e cursos para o setor são algumas possibilidades.”
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Capacitação

Segundo ele, a procura por capacitação tem sido grande. A primeira turma para qualificação de beer sommelier começou há um mês com 20 alunos. “Já temos outros 20 numa lista de espera para iniciar a segunda turma.” O curso tem duração de seis meses, é ministrado por professores de Belo Horizonte e tem chancela da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). “O aluno sai pronto para ingressar no mercado de trabalho.”

Outras qualificações também são oferecidas. “A nossa ideia é fazer uma espécie de incubadora. Levar conhecimento para quem quer ingressar no setor ou quem já atua como cervejeiro caseiro e direcioná-lo ao mercado. O suporte é em todos os aspectos, inclusive tributário e de gestão. Também queremos dar a oportunidade de comercialização, transformando o nosso bar em um ponto de vendas multimarcas.”

Além dos cursos, a Cervejaria Escola Mirante abre as portas para cervejeiros ciganos que queiram utilizar o maquinário para a fabricação da própria receita. “Temos oito ciganos com a gente. No mercado de cerveja especial não há concorrência, estamos todos crescendo juntos. Nós temos ganhado espaço na comparação com as cervejas mainstream, que também não se importam com nosso crescimento, pois detêm uma fatia muito grande do mercado.”

JF mira mercado internacional

A continuidade da expansão do setor cervejeiro é dada como certa. De acordo com a Associação de Cervejeiros da Zona da Mata (ACZ), três novas fábricas devem ser construídas ainda este ano na cidade, totalizando 14 cervejarias. “O consumidor está conhecendo e valorizando o produto, o que tem ampliado o nosso mercado”, relata o presidente da ACZ, Fabrício Costa. Até o momento, a bebida produzida em Juiz de Fora é comercializada na região da Zona da Mata, em Belo Horizonte e municípios dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. O próximo passo é ganhar o mercado internacional ainda em 2017.

Segundo o diretor comercial da Antuérpia, Saulo Oliveira, a marca tem estudado planos de exportação. “Estamos em negociação para exportar para Nova Jersey, nos Estados Unidos, até o final do ano”, adianta. “Também queremos entrar no mercado de São Paulo capital, já que, por enquanto, atendemos apenas algumas cidades do interior paulista.” Segundo ele, a evolução e a maturação da produção contribuíram para a expansão e o fortalecimento vividos até agora. “O setor está muito aquecido. A aceitação do público tem sido grande, o que contribuiu para o aumento das vendas e a busca por novos mercados.”

O presidente da União Cervejeira da Zona da Mata (UniCerva ZM), Alexandre Vicente Vaz, diz que a exportação é vista como uma possibilidade futura para as marcas juiz-foranas. “O produto brasileiro desperta a curiosidade no público estrangeiro, acredito que teremos abertura para esse mercado, mas é um processo longo, árduo e que exige muita preparação.”

Cervejeiros se reúnem na Ampe Tubarão para debater estratégias do setor

By Diagramação – Notisul on 12 de Agost de 2017

Publicado em 12 de Agost de 2017 às 7:38

O objetivo é desenvolver o segmento e construir uma rota turística cervejeira da região.

TUBARÃO

Em meio à crise econômica que prejudica o desenvolvimento do país, há um setor que não apenas está comemorando bons números como também projeta crescimento para os próximos anos. Perspectivas mais otimistas apontam que até 2025 o segmento das cervejas artesanais deva passar do atual 1% do mercado nacional e conquistar uma fatia de 5%. O Brasil é um dos maiores consumidores de cerveja do mundo e o terceiro maior produtor, atrás de Estados Unidos e China, e supera a Rússia e a Alemanha.

Na região, as marcas de cervejas artesanais têm se consolidado e na busca do desenvolvimento do segmento, foi criado em Tubarão, nesta quinta-feira, o Núcleo Cervejeiro. O evento de lançamento ocorreu na Associação dos Micro e Pequenos Empresários (Ampe) Tubarão e contou com a presença de empresários da Cidade Azul, Laguna, São Martinho, Braço do Norte, Imbituba, Garopaba e São Bonifácio.

A ideia, conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico, Alexandre Moraes, é desenvolver o segmento e construir uma rota turística cervejeira da região. “Fortalecer o associativismo é uma forma de desenvolver o potencial de Tubarão e de toda a região”, destaca o secretário.

As cervejas especiais representavam 8% do mercado nacional da bebida em 2012 e encerraram 2014 com uma participação de 11%, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja, que aponta a existência de 300 microcervejarias no país. A projeção é de que essa cota suba para 20% em 2020. O principal responsável pelo aumento do consumo é a difusão entre os consumidores.

Ambev cria cesta para transporte de cascos seguindo aumento de embalagens retornáveis

Jornal do Brasil

Mais da metade dos consumidores já conhecem as garrafas de vidro retornáveis e veem nessa opção o melhor custo benefício, por serem até 30% mais baratas. É o que mostra uma pesquisa exclusiva encomendada pela Ambev para entender a percepção em relação às embalagens retornáveis.

Além da economia, essas embalagens têm um ciclo de vida maior e são mais sustentáveis. E para 21% dos entrevistados essa pegada mais verde das garrafas também é decisiva na hora da compra. Por outro lado, 35% apontam o transporte das garrafas como problema para a compra.

Só em 2016, a cervejaria conseguiu aumentar em 64% o volume de vendas de retornáveis em supermercados. A Ambev desenvolveu uma cesta que ajuda o consumidor a reunir os seus cascos, trocar na máquina e levar novas cervejas para casa de um jeito ainda mais fácil. Os consumidores poderão adquirir suas cestinhas em grandes redes varejistas.

“Os resultados nos mostram que a ampliação da oferta de garrafas de vidro retornáveis é uma estratégia que tem dado certo. Por isso, vamos continuar investindo em soluções que facilitem a troca e engajem ainda mais os consumidores a optarem pelo retornável”, afirma Oscar Sala, diretor de trade marketing da Ambev.

Uberlândia Refrescos conclui 1ª fase de projeto

Serão entregues um centro de distribuição de 28 mil metros quadrados, prédio social e portaria

Thaíne Belissa

A primeira etapa das obras da nova fábrica da Uberlândia Refrescos, no Triângulo Mineiro, está prestes a ser entregue. De acordo com o superintendente da empresa, Sérgio Gallo, estão sendo finalizados nessa primeira fase a construção de um centro de distribuição (CD) de 28 mil metros quadrados com galpão de armazenamento, prédio social e portaria. A expectativa é de que a fábrica seja transferida para o local no início do ano que vem. O CD é apenas a primeira fase de um projeto que já vem sendo planejado há, pelo menos, dois anos, e que dará lugar à nova planta industrial da Uberlândia Refrescos. Em 2015, o projeto da fábrica tinha previsão de investimento de R$ 130 milhões mas, de lá para cá, esse orçamento mudou, e o novo aporte não foi revelado.

Com 41 anos de operação em Uberlândia, a fábrica de bebidas é franqueada da Coca-Cola. Ela produz e distribui refrigerantes da marca norte-americana, além da Heineken, contendo, ao todo, 250 itens em seu mix. A empresa atende 24 mil clientes no Triângulo Mineiro, no Alto Paranaíba e na região Noroeste de Minas Gerais.

O superintendente explica que a construção da nova fábrica é uma ação estratégica para garantir o crescimento do negócio, tendo em vista que a planta, hoje, opera no limite de sua capacidade de armazenamento. Atualmente, a unidade produz 35 milhões de caixas com 24 garrafas de 237 ml de Coca-Cola por ano.

“Com a crise econômica houve uma retração no consumo e o resultado da fábrica também recuou – sem revelar o montante. Mesmo assim, estamos mantendo o planejamento estratégico e investindo na expansão da fábrica a fim de continuar crescendo. Hoje, estamos com a capacidade de armazenagem esgotada, então temos que investir, senão quando houver uma retomada no crescimento, como vamos expandir?”, afirma.

Gallo explica que o projeto prevê a construção de uma fábrica completa na mesma cidade, a 9 Km da atual planta. Em 2015, o superintendente chegou a afirmar que o investimento seria de R$ 130 milhões e que a nova fábrica geraria 500 empregos. Mas, ele explica que o projeto foi todo revisto e ainda não é possível dizer o novo aporte e nem a estimativa de geração de empregos.

O superintendente explica que a primeira fase da construção inclui um CD de 28 mil metros quadrados, com galpão de armazenamento, prédio social e portaria. De acordo com ele, o CD tem capacidade para atender a demanda da Uberlândia Refrescos até 2030. Segundo o executivo, o espaço foi todo projetado para atender à certificação Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), que é entregue a construções sustentáveis e que cumprem critérios de racionalização de recursos.

“Só para se ter ideia, o CD terá dois tanques de 200 mil litros para reaproveitamento da água da chuva. Além disso, teremos uma usina de energia fotovoltaica com a instalação de 840 placas no teto do galpão”, afirma. De acordo com Gallo, a obra está em execução desde o ano passado e a expectativa é que ela seja entregue em dezembro deste ano. A mudança do armazenamento da fábrica para o novo espaço acontecerá até o início do ano que vem.

Reconhecimento – Além de comemorar o início de sua expansão física, a Uberlândia Refrescos também está celebrando uma recente conquista: o Prêmio Mineiro de Qualidade (PMQ), na categoria Rumo à Excelência, concedido pelo Instituto Qualidade Produtividade Minas (IQOM). O prêmio, entregue à empresa no início deste mês, avalia empresas que estão em busca de excelência em sua gestão e é concedido mediante uma análise baseada em um Modelo de Excelência de Gestão (MEG). “Receber esse prêmio foi muito gratificante porque comprova a maturidade da nossa gestão”, destaca Gallo.

O fim do programa farmácia popular

Editorial / 12/08/2017 – 06h00

A extinção do Farmácia Popular, criado em 2004 para oferecer uma série de remédios de graça ou com até 90% de desconto para a população, já faz vítimas no estado. Com o encerramento do programa pelo governo federal no mês passado, 39 unidades próprias foram fechadas somente em Minas, deixando na mão pacientes que dependem de medicação gratuita. Também estavam entre os produtos oferecidos fraldas geriátricas.

Nas unidades do Farmácia Popular, os cidadãos tinham acesso gratuito ou subsidiado a 112 medicamentos, entre eles remédios para pressão, coração, depressão, asma e diabetes. Já na rede conveniada, que permanece aberta, a lista é reduzida para 25 medicamentos. E a maioria são remédios mais baratos.

Segundo o Ministério da Saúde, a manutenção do programa em todo o país custava aos cofres públicos aproximadamente R$ 100 milhões ao ano. Valor que, segundo a pasta, será repassado aos municípios para a compra de medicamentos a partir deste mês. A afirmativa, porém, causa desconfiança nos prefeitos mineiros. Com a crise, a queda na arrecadação e a crescente dificuldade financeira, eles temem que o atendimento à população fique prejudicado.

De acordo com o presidente da Associação Mineira de Municípios e prefeito de Moema, Julvan Lacerda, os municípios já estão no vermelho. Os recursos esperados com a segunda fase da repatriação foram frustrantes e muitas cidades já estão impedidas de fechar convênios ou pedir empréstimos.

O corte na saúde é mais um problema, uma vez que trata-se de uma área já com déficit grande de investimentos. Com as prefeituras com a corda no pescoço, Julvan sentencia que vai faltar remédio.

Diante do cenário caótico, não há como andar com as próprias pernas. As cidades por si só não têm condições de manter o programa como ele existia. Um remédio amargo para os pacientes, que podem ter as doenças agravadas.
O corte do programa também é um “barato” que pode sair caro. Segundo médicos, problemas que poderiam ser resolvidos com remédios, sem a medicação adequada acabam se transformando em internações e doenças mais graves. Ou seja, o custo bate na porta do SUS.

Nova Farmácia Central de São José começa a funcionar a partir de segunda-feira

Local fica na região central de São José dos Campos.

Por G1 Vale do Paraíba e Região

13/08/2017 13h31

A partir desta segunda-feira (14), os pacientes do SUS que retiram medicamentos de alto custo serão atendidos pela nova Farmácia Central da Prefeitura de São José dos Campos. O local fica na na avenida São José, n°630, com atendimento das 7h30 às 17h30.

No local, onde funcionava o antigo laboratório central da Prefeitura, foi realizada uma reforma, como adequação da recepção, dos sanitários, salas e outras dependências. O novo espaço terá mais guichês de atendimento, sala de espera e também um melhor sistema de logística para recebimento e entrega dos medicamentos.

A nova Farmácia Central será responsável pela entrega de medicamentos fornecidos pelo Estado, governo federal e município. Também passarão a ser entregues no local os medicamentos do Fundo de Assistência Médico e Medicamentosa, dos servidores municipais, além dos remédios especiais dos pacientes atendidos pela rede de atenção psicossocial.

Os medicamentos básicos e de alto custo da demanda de rotina, fornecidos pela Prefeitura, continuarão a ser distribuídos nas unidades básicas de saúde , mantendo o fluxo já existente. Já os medicamentos básicos, sob responsabilidade do Famme, também passarão a ser distribuídos pelas UBSs.