Aplicativo que compara preços de medicamentos chega a Brasília

Valores dos remédios chegam a 300% de diferença entre os estabelecimentos listados pelo app, que já está disponível para Android e IOS

Rebeca Garcia

28/08/2017 15:52, atualizado em 28/08/2017 16:26

O Ipharma, aplicativo de delivery de medicamentos, chega ao Distrito Federal nesta segunda-feira (28/8). A plataforma exibe, baseada na geolocalização do usuário, os diferentes preços para o mesmo produto em diversas drogarias e farmácias. O objetivo é auxiliar o consumidor a comparar preços entre estabelecimentos de forma rápida e conseguir o melhor custo-benefício.

Podem ser adquiridos pelo Ipharma remédios sem retenção de receita, itens para bebês, produtos de higiene e beleza. O pagamento é feito em dinheiro, cartão de débito ou crédito e a entrega é de responsabilidade da loja escolhida no fechamento do pedido. A ideia do aplicativo é funcionar como uma ponte entre comércio e consumidores. A plataforma já está disponível gratuitamente para Android, IOS e pelo site.

Para o idealizador do aplicativo, Maycon Ferreira, a pesquisa de preço pode fazer a diferença no orçamento do mês. “Já encontramos medicamentos com diferença de até 300% no valor entre estabelecimentos e laboratórios. Principalmente se for um medicamento recorrente, pesquisar faz muita diferença”, enfatiza.

Ele conta que o Ipharma foi lançado em 2016 em Goiânia e surgiu a partir de uma necessidade pessoal. “Com duas crianças pequenas em casa, eu e minha mulher estávamos sempre tendo que lidar com questões de logística e tempo quando precisávamos de algo na farmácia. Percebi ali, então, um nicho que poderia facilitar a vida de um público muito expressivo”, afirma Maycon.

A fase agora é de expansão. No Distrito Federal, 25 lojas estão cadastradas e a previsão é chegar a 100 estabelecimentos até o fim de 2017. As operações no Rio de Janeiro devem começar ainda este ano e, em São Paulo, até março de 2018. Em Goiânia, são 10 mil downloads até o momento e a expectativa é de chegar, com o aumento da praça e investimento em marketing, a 50 mil downloads neste semestre.

O primeiro capital aplicado no negócio saiu do próprio bolso do criador da plataforma. “Foram R$ 50 mil para testar e desenvolver. Depois, recebemos um investimento anjo [ feito por pessoas físicas em empresas com alto potencial de crescimento] para começar a expandir”, completa Maycon. O aplicativo consegue monetizar ao cobrar uma taxa a cada transação efetivada dentro da plataforma e, agora, busca atrair novos usuários para o serviço.

No entanto, ele não é o primeiro app de delivery do setor. O Farmácia APP e o Multifarmas são exemplos de plataformas com propostas similares, mas que, de acordo com Maycon, ainda deixavam a desejar na capital goiana. “Não tinha nenhum concorrente nesse segmento e tudo que é novo gera a desconfiança se vai dar certo. Mas nós fomos escalando com resultados, e resultado é venda. Então, mais empresas quiseram estar no aplicativo”, lembra Maycon.

Farmácias App vai agregar novos serviços para aumentar recorrência de uso e expandir sua base

Fernando Paiva

O Farmácias App (Android, iOS), aplicativo que funciona como um marketplace de farmácias, tem em seu roadmap para os próximos meses a adição de uma série de ferramentas que pretendem aumentar a sua recorrência de uso e expandir a sua base de usuários.

Entre as novidades, o aplicativo vai estimular a indicação de amigos pelos usuários. 5% do valor da primeira compra de cada pessoa indicada se converterá em créditos para quem indicou. Esses créditos poderão ser utilizados em compras dentro do aplicativo. Será criado também um sistema de gameficação para incentivar o compartilhamento de ofertas, em troca de pontos que poderão ser usados para abater o custo do frete. “Muitas vezes o valor do frete é um fator decisivo para a conclusão da compra”, comenta Robson Michel Parzianello, cofundador e CTO do Farmácias App.

Está nos planos da start-up incluir em atualizações futuras alguns serviços de monitoramento de saúde, como lembrete de remédios e controle de ciclo menstrual. A ideia é fazer com que as pessoas abram o aplicativo com mais frequência, tornando-o parte da sua rotina diária. “Queremos incluir serviços relacionados a saúde e cuidados pessoais para que que o Farmácias App se torne um aplicativo essencial para seus usuários”, explica o executivo.

Também será incluída uma ferramenta de compra programada, para atender à demanda de produtos de uso contínuo, como fraldas ou pílula anticoncepcional.

Fórum Mobile+

Parzianello participará como palestrante do painel “Os novos marketplaces móveis” no Fórum Mobile+, seminário que acontecerá nos dias 4 e 5 de setembro, no hotel Pullman, em São Paulo. Ele terá a companhia de Gabriel Porto, vice-presidente de marketing da VivaReal; Mauro Piazza, diretor do Rapiddo; e Tamy Lin, fundadora e CEO do Moobie.

O seminário é organizado por Mobile Time e TI Inside. Para conhecer a programação completa, acesse o site www.forummobile.com.br. Para comprar ingressos, ligue para 11-3138-4619, ou escreva para eventos@mobiletime.com.br, ou acesse a plataforma de vendas on-line Sympla.

Audiência conjunta debate descarte de remédios vencidos

Em 29/08/2017 – 17:08

Remédios com prazo de validade vencido que ficam nas mãos da população apresentam diversos riscos – não só pela possibilidade de consumo inapropriado, mas também porque o descarte em vasos sanitários ou pias pode poluir os rios. Para debater a falta de locais de recolhimento desses medicamentos, as comissões de Justiça, de Saúde e de Meio Ambiente da Alepe promoveram, nesta terça (29), uma audiência pública conjunta.

A base da discussão foi o Projeto de Lei nº 596/2015, de autoria do deputado Zé Maurício (PP), que propõe a criação do Programa Estadual de Descarte de Medicamentos. Atualmente, a única instituição pública que realiza o procedimento de forma correta é a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), segundo o Manual para Destinação de Resíduos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. O recolhimento também é feito por algumas poucas farmácias particulares do Recife.

“Precisamos definir uma logística para o descarte de remédios que esteja o mais próximo possível da realidade social e econômica da população”, salientou Zé Maurício. O projeto de lei recebeu o apoio do diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, e da presidente do Conselho Regional de Farmácia de Pernambuco (CRF-PE), Giselda Freitas. “Temos boas normas para o destino final de medicamentos, mas apenas no âmbito de empresas, e não para a população, que precisa ser orientada para isso”, considerou Brito.

Para os empresários que trabalham no setor, a definição de responsabilidades entre o varejo e a indústria é o grande desafio para construir o programa, já que é necessário decidir quem vai custear a logística do recolhimento. “Acredito que seria preciso integrar distribuidores, fabricantes e farmácias nesse sistema”, avaliou o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Pernambuco, Oséas Gomes da Silva.

“Diferentes empresas até já se ofereceram para recolher os resíduos de remédios, desde que ficassem responsáveis apenas por seus próprios produtos, o que inviabiliza o processo”, relatou Silva. Outra questão abordada por ele é que dois terços das farmácias do Estado estão no Interior, que tem uma realidade diferente da Região Metropolitana do Recife.

O deputado Antônio Moraes (PSDB) chamou atenção para o fato de existirem apenas duas empresas incineradoras no Estado. “Há um monopólio no transporte de resíduos, o que pode gerar grandes custos para levar os produtos para as incineradoras. Precisamos ter cuidado em criar ainda mais encargos para os empresários”, argumentou.

Representante do Sindicato da Indústria Farmacêutica de Pernambuco, Francisco Brito ressaltou que apenas 10% dos medicamentos consumidos no Estado são produzidos em Pernambuco.  “No passado, tínhamos mais de cem indústrias, mas, por conta de uma legislação muito dura para o setor, hoje temos apenas seis. Não temos como recolher produtos fabricados, em sua maior parte, fora do Estado”, avaliou.

Para Brito, o Governo deveria promover uma campanha de esclarecimento da população sobre o tema. “Não adianta fazer postos de coleta se as pessoas não levarem os remédios vencidos até lá”, afirmou. Outra sugestão do industrial é no sentido de que Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e postos de saúde também participem do recolhimento desses produtos.

Representante da Secretaria de Meio Ambiente, a analista ambiental Adriana Dornelas lembrou que um acordo setorial em nível nacional para a logística reversa da indústria farmacêutica já está em discussão no Ministério do Meio Ambiente. “Em outros setores, como os de pilhas e de eletroeletrônicos, o modelo já foi definido, com a criação de uma empresa específica para cuidar da gestão de resíduos”, explicou.

O deputado Zé Maurício, que preside a Comissão de Meio Ambiente, comprometeu-se, ao final da reunião, a realizar mais uma audiência pública sobre o tema. “Precisamos aprofundar a questão para dividir as responsabilidades proporcionalmente para cada setor”, opinou. “Mas não precisamos esperar uma definição de Brasília para atuar aqui em Pernambuco. Outros Estados, como Mato Grosso e Rio Grande do Norte, já estabeleceram leis nesse sentido”, pontuou.

Com percentual acima do dobro da inflação, farmacêuticos conquistam 7% de reajuste e mantêm jornada de trabalho em hospitais

Com a mediação do Ministério do Trabalho, o Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do Tocantins (Sindfato) e o Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde Privados do Tocantins (Sindessto) fecharam, na manhã desta última segunda-feira, 28 de agosto, um acordo sobre a data-base para os cerca de 180 farmacêuticos que trabalham nos 180 hospitais e estabelecimentos de saúde. Pelo acordo, o reajuste salarial será de 7%, mais do que o dobro da inflação registrada nos últimos 12 meses, e jornada de trabalho segue de 13 plantões de 12 horas ou 6 horas diárias.

Além disso, como percentual de reajuste deveria ter sido dado em novembro, os hospitais vão pagar, em quatro parcelas, o retroativo desta data-base. “O acordo acabou sendo muito positivo, pois mantivemos a nossa jornada de trabalho, temos percentual bem acima da inflação de reajuste e receberemos os retroativos”, destacou o presidente do sindicato, Pedro Henrique Goulart Machado Rocha.

A primeira parcela do retroativo será paga já em setembro deste ano e, a última, em dezembro.

Inicialmente, os hospitais queriam ampliar a jornada de trabalho para 15 plantões por mês, o que elevaria a carga horária de 156 horas mensais para 180 horas. “Isso nós não tínhamos como aceitar”, destacou o secretário-geral do Sindifato, Renato Soares Pires Melo. Outra proposta dos representantes patronais era um reajuste salarial menor, de 6%.

A reunião desta segunda-feira foi a segunda tentativa de acordo entre os farmacêuticos e os hospitais e laboratórios. Isso porque na reunião marcada no último dia 18 o Sindicato dos Hospitais não compareceu.

A audiência só foi possível graças a solicitação do Sindifato, que contou com a participação dos farmacêuticos Tássio Fontes Moreira Câmara, Isabella Afonso Gomes de Araújo e do advogado Denis Rodrigo Ghisleni. “É importante ressaltar a colaboração da classe farmacêutica nessa luta, participação nas assembleias de negociação como fizeram os colegas neste dia. Só assim, com a união e colaboração de todos, iremos obter mais conquistas”, disse o presidente.

Benefícios

Com a reposição de 7%, o piso dos farmacêuticos que trabalham em hospitais, laboratórios e clínicas de saúde sobe para R$ 3.488,51. Além disso, sé mantido o adicional de responsabilidade de 10% do salário para os profissionais chefes de farmácias nos estabelecimentos hospitalares, o acréscimo de 3% com incorporação salarial para cada três anos trabalhados e a hora-extra em 75%.

Depois da Big Ben ir embora, Drogasil é a nova rede de farmácia que chega em Teresina

Você já ouviu falar da Drogasil? Esse é o nome da nova rede de farmácias que vai se instalar na capital a partir de outubro

Você conhece a Drogasil? Esse é o nome da nova rede de farmácias que vai se instalar em Teresina a partir de outubro, segundo apurou o OitoMeia. Nesta segunda-feira (28/08) a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Semdec) anunciou que uma nova rede de farmácia está chegando em Teresina e que estariam recebendo currículos para contratações. Eles não informaram o nome da empresa.

Segundo apuração da reportagem, a rede é de São Paulo. Eles tem previsão de que até o final de outubro quatro farmácias estejam operando na capital com 150 funcionários ao todo.

Em visita técnica à Semdec, representantes da rede farmacêutica paulista apresentaram o plano de trabalho da empresa e orientaram os colaboradores sobre o recebimento dos currículos, que devem ser entregues até sexta-feira, 1º de setembro, de 8h às 13h, na sede da Semdec localizada na avenida Campos Sáles, 1292 – 1º andar – Centro  Norte.

SOBRE A EMPRESA 

Nascida no coração de São Paulo, na Rua José Bonifácio, Em 28 de março de 1935,  com a fusão de dois pequenos grupos de farmácias familiares do Estado.  Atualmente, a Drogasil tem mais de 600 lojas espalhadas pelo país e faz parte de um grupo com mais de 1.400 lojas.

Hoje a marca está presente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

BIG BEM DEIXOU TERESINA

Desde maio deste ano todas as 14 farmácias das Drogarias Big Bem em Teresina fecharam suas portas. Quem ainda procura pelos serviços das farmácias encontra cadeado, trancas e talvez um aviso de “Big Bem encerrou suas atividades”.

O fechamento ocorre simultaneamente em todas as lojas do Piauí e do Maranhão. O OitoMeia buscou contato com algumas das gerências em Teresina, mas nenhum dos funcionários disse estar autorizado a se manifestar. Por telefone o presidente do Sindicato dos Farmacêuticos do Piauí (Sinfarpi), José Vilmory, informou que a Big Ben possuía pelo menos 14 lojas em Teresina, em todas as regiões da cidade. “Fora o que tinha no interior do estado. Destas, temos conhecimento de 67 farmacêuticos. Assim que formos notificados, iremos dar todo o atendimento necessário para que não se sintam desamparados”, disse Vilmory, na época.

CGU avalia política de aquisição e distribuição de medicamentos no Sistema Único de Saúde

Saúde
Falta de controle eficaz dos estoques contribui para desabastecimento, pode levar à descontinuidade no tratamento dos beneficiários e cria ambiente propício a desvios

Há divergências no quantitativo de medicamentos encaminhados pelo MS e os recebidos nos estados

O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) divulga o resultado da avaliação das etapas do fluxo de operacionalização do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), política do Ministério da Saúde (MS) de apoio financeiro para aquisição e distribuição de medicamentos no SUS. O objetivo foi analisar a confiabilidade dos sistemas de informação utilizados; conformidade na programação e entrega de remédios; monitoramento de controles de armazenamento, validade e distribuição dos insumos; entre outras questões. 

Acesse o relatório na íntegra 

O tema foi selecionado em razão de os medicamentos contemplados pelo CEAF serem de maior impacto financeiro, indicados para doenças mais complexas, para os casos de refratariedade ou intolerância à primeira e/ou à segunda linha de tratamento e por aqueles que se incluem em ações de desenvolvimento produtivo no complexo industrial da saúde. Outro fator de escolha foi a materialidade do programa – em 2016, o volume de recursos federais disponibilizados para o CEAF foi da ordem de R$ 6,4 bilhões. 

O relatório consolida dados obtidos em nível federal, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE), e em 25 Secretarias Estaduais de Saúde (SES). 

Conclusões 

A CGU constatou que o monitoramento e o controle realizados pelo Ministério da Saúde junto às Secretarias Estaduais eram incipientes ou ausentes. Apesar de existirem sistemas para o acompanhamento da execução dessa política pública, as ferramentas não são utilizadas pela maioria das unidades. Como consequência, há divergências no quantitativo de medicamentos encaminhados pelo MS e os recebidos nos estados; perda de remédios; falhas na dispensação de medicamentos; e aquisições mal dimensionadas ou por valores acima do preço máximo de venda do governo. 

Tais situações contribuem para que ocorra o desabastecimento de medicamentos e podem levar à descontinuidade no tratamento do beneficiário. Além disso, a falta de um controle eficaz dos estoques cria um ambiente propício à ocorrência de desvios. 

Quanto às etapas de responsabilidade dos Estados, foram encontradas inconsistências para todos os quesitos analisados, entre os quais: entrega de remédios com quantidades (8%), cronograma (28%) e prazo de validade (28%) diferentes do especificado nos editais ou nos instrumentos contra­tuais com fornecedores; inadequações nas condições de armazenagem (36%); divergências entre estoque físico e os controles de estoques apresentados (56%); e descarte de medicamentos devido à expiração do prazo de validade ou das más condições de armazenagem (44%).

Recomendações e providências 

A CGU efetuou recomendações ao gestor federal para correção das falhas verificadas: 
Criação de uma equipe para monitorar e avaliar a política (vale destacar que a SCTIE já criou uma coordenação-geral responsável por essa atividade); Redução do prazo de início da integração entre os sistemas das SES e o MS; Conclusão da integração das informações das SES para a formação da Base Nacional de Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no âmbito do SUS; Desenvolvimento de método automatizado de cálculo para programação das compras centralizadas de medicamentos pelo MS; e Desenvolvimento de painel que analise dados dos medicamentos estocados nos estabelecimentos de saúde estaduais, possibilitando remanejamentos, quando couber, a outros estados da federação. 
O monitoramento da implementação das recomendações pelo Ministério da Saúde está sob o acompanhamento permanente da CGU.

Exigida a normalização dos medicamentos de quimioterapia no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Da assessoria do deputado Raul Marcelo

Preocupado com a falta de medicamentos para o tratamento de quimioterapia no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) protocolou, nesta segunda-feira (28/08), requerimento exigindo do governo estadual a normalização dos remédios, que são necessários para a quimioterapia de pacientes com câncer.

"Trata-se, evidentemente, de uma situação gravíssima do ponto de vista da garantia do direito à saúde, uma vez que esses pacientes podem sofrer danos irreparáveis em função dos atrasos constantes nas sessões de quimioterapia", afirma Raul Marcelo.

No requerimento, o mandato faz os seguintes questionamentos: por que há falta de medicamentos relacionados às sessões de quimioterapia no CHS; nos últimos três anos, em relação às compras do medicamento denominado Paclitaxel, quantos pregões foram realizados; haverá a abertura de um novo processo de concorrência pública com o fim de se efetuar um pregão para a compra do remédio Paclitaxel; e quais são as medidas concretas que estão sendo tomadas, a fim de impedir eventuais danos à saúde de pacientes prejudicados.

Secretaria diz que retoma amanhã fornecimento de medicamento para transplantados

Suzy Scarton

A falta de planejamento na distribuição de remédios é uma recorrente reclamação dos usuários que, ao procurar às farmácias estaduais, saem de mãos abanando. Desta vez, a medicação que falta na Farmácia de Medicamentos Especiais do Estado, localizada na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre, é a ciclosporina (25 miligramas e 50 miligramas), droga que suprime as reações imunológicas que causam rejeição a órgãos transplantados.

Em agosto, houve problemas nos prazos de distribuição, e o remédio ficou indisponível em farmácias de todas as regiões do Rio Grande do Sul, inclusive a da Capital. A Secretaria Estadual de Saúde (SES), no entanto, afirma que a ciclosporina deve voltar aos estoques nesta quinta-feira.

De acordo com a pasta, não há uma lista pública na qual conste o nome dos medicamentos que estão em falta nas farmácias. A única alternativa para o usuário é verificar em que ponto se encontra o processo administrativo que permitirá a liberação do medicamento solicitado.

O remédio é distribuído gratuitamente, mas também pode ser adquirido em farmácias comuns. O preço varia entre R$ 127,00 e R$ 155,00.

Congresso mantém veto a projeto sobre interdição de laboratório que falsificar remédio

Assista ao vivo

O Senado Federal manteve, por 12 votos contra e 35 votos a favor, o veto total ao Projeto de Lei 3673/12, do Senado, que permite a suspensão de atividades laboratoriais por mais de 90 dias de estabelecimentos que falsificarem ou adulterarem medicamentos e cosméticos. Como a matéria começou a tramitar naquela Casa, os senadores foram os primeiros a votar. Assim, a matéria não será votada pela Câmara dos Deputados.

O veto total foi justificado pelo governo em razão de as mudanças violarem os princípios do devido processo legal e da razoável duração do processo, além de prejuízo econômico à empresa que poderá vir a ser inocentada.

A proposta determinava ainda que, enquanto durasse a interdição do estabelecimento punido, seria proibido o uso das instalações em que ele funcionava por outro estabelecimento que desenvolvesse atividade similar, ainda que apenas parcialmente.

Cartão Reforma
Está em debate, no momento, o veto parcial ao texto da Medida Provisória 751/16, transformado na Lei 13.439/17, que cria o programa Cartão Reforma para subsidiar, a fundo perdido, a reforma de residências de pessoas de baixa renda.

Um dos dispositivos vetados previa o direcionamento de um mínimo de 20% de seus recursos para atender às famílias que residem em zona rural.

Segundo o governo, o veto foi necessário porque isso reduziria a eficiência do programa. Para o Executivo, a distribuição espacial dos recursos deve se basear em estudos técnicos sobre o deficit habitacional qualitativo e na demanda efetiva dos recursos.

Encontro divulga Congresso Brasileiro Todos Juntos Contra o Câncer

Os organizadores do 4º Congresso Brasileiro Todos Juntos Contra o Câncer, que vai se realizar nos dias 26 e 27 de setembro, com apoio do Sindusfarma, participaram de encontro na entidade, nesta terça-feira (29), para apresentar o movimento e divulgar o evento.
Santini: aumento nas mortes em decorrência do câncer trouxe um imenso desafio para a sociedade
O Congresso vai reunir 130 palestrantes e um público estimado em 3.500 pessoas, entre elas líderes e gestores de todo o país que se dedicam a iniciativas para a melhoria da prevenção, cuidado e acesso a tratamentos contra o câncer.

O encontro no Sindusfarma foi aberto com a palestra do Dr. Luiz Santini, ex-diretor geral do Inca e membro do conselho diretor da União Internacional de Combate ao Câncer, que falou sobre a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, instituída em 2005, e sobre a evolução da doença no mundo.

“A preocupação com o câncer como problema de saúde pública é bastante antiga no Brasil e talvez, de todos os temas da saúde pública, o câncer tenha sido tratado de maneira mais organizada, à exceção das campanhas do Ministério da Saúde de combate à malária e febre amarela”, relatou.

Prevenção

“A partir do final do século XX e início do século XXI, o mundo se deu conta da importância epidemiológica, social e econômica do câncer, da devastação que representava essa doença; e passou-se a entender a prevenção como um aspecto fundamental”, disse o médico. “Nos últimos 20 anos, o câncer se tornou uma das maiores causas de morte, ao lado das doenças cardiovasculares, e foi a que mais cresceu; este quadro trouxe um imenso desafio para a sociedade”.

O Dr. Santini destacou como avanços importantes no país as campanhas de prevenção ao câncer de colo de útero e de mama e as medidas contra o tabagismo e de incentivo à alimentação saudável e à atividade física, entre outras, consolidadas na Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer.

Se não surgir nenhum tratamento revolucionário, a Organização Mundial de Saúde prevê que, em 2030, o mundo poderá registrar 22 milhões de novos casos de câncer e 13 milhões de mortes provocadas pela doença. No Brasil, seriam 600 mil novos casos e 200 mil mortes.
Merula Steagall durante encontro no Sindusfarma

Mudança sistêmica

A presidente da Associação Brasileira de Linforma e Leucemia (Abrale), Merula Steagall, falou de associação e deu detalhes sobre o Congresso TJCC. Estruturado em 30 painéis, o encontro vai discutir, entre outros temas, financiamento, políticas públicas, acesso e judicialização, com o objetivo de buscar sugestões de como ampliar o engajamento para diminuir a desigualdade existente nos tratamentos no país.

“Quero agradecer a oportunidade da conversa com os membros do Sindusfarma, mostrando o que nós, como pacientes e membros da sociedade civil, estamos fazendo para mobilizar esforços, construir pontes e ampliar o acesso dos pacientes aos tratamentos adequados”, disse Merula.

O movimento Todos Juntos Contra o Câncer mantém 18 Grupos de Trabalho com a participação de representantes de 80 instituições “que aceitaram o desafio de somar esforços em prol do aprimoramento da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer”.

Entre os convidados do Congresso TJCC estão representantes do Ministério da Saúde, Anvisa, Inca, ANS, TCU, das principais sociedades, federações e instituições de câncer do país e executivos do setor privado. Vários laboratórios farmacêuticos apoiam a iniciativa.

Difusor

“Este encontro é o início de uma parceria muito produtiva entre Sindusfarma e Abrale”, disse Bruno Abreu, diretor de Mercado e Assuntos Jurídicos do Sindusfarma. “O Sindusfarma tem esse papel de ser catalisador, interlocutor e difusor das ideias e propostas do movimento Todos Juntos Contra o Câncer junto à indústria farmacêutica”.