400 kg de remédios vencidos serão incinerados em Itu

25/10/17 | Equipe Online – online@jcruzeiro.com.br

O vereador Reginaldo Carlota (PTB), da cidade de Itu, informou ontem que na segunda-feira flagrou funcionários da Prefeitura embalando aproximadamente 400 quilos de medicamentos para serem destinados à incineração. Segundo ele, o "flagrante" aconteceu numa "batida surpresa" que fez ao almoxarifado municipal. Nos seus cálculos, havia mais de 10 caixas de remédios "paracetamol" e "dipirona", que somavam mais de três mil frasquinhos. A unidade pode ser encontrada a R$ 5,00 cada na farmácia. Em nota, a Prefeitura negou eventual prejuízo aos moradores nem aos cofres públicos.

Reginaldo distribuiu a informação à imprensa por e-mail, com fotos dos medicamentos. Ele escreveu que os remédios tinham validade até setembro de 2017. E lamentou: "Mais de 400 quilos de medicamentos, numa cidade que está vivendo um colapso na saúde pública, indo pra incineração. Por que não foram distribuídos para a população?"

Também acrescentou que vai protocolar pedido de investigação ao Ministério Público. Disse que não vai pedir explicações à Prefeitura com requerimento via Câmara porque, como vereador de oposição, acredita que o pedido seria rejeitado.

Ele escreveu que suas perguntas incluem quem é o fornecedor dos medicamentos, por que não foram distribuídos à população, quanto custou todo o material, desde quando esse tipo de situação acontece em Itu e por que a população continua a reclamar de falta de remédios em postos de saúde se a Prefeitura joga fora "centenas de quilos de remédios". E quer saber qual é a autoridade municipal responsável pelo descarte dos remédios nessa situação.

O paracetamol é usado no tratamento de dores diversas (cabeça, dente, muscular, costas, cólicas etc.) e dipirona é para o combate a dores e febre normalmente provocadas por gripes e resfriados.

Prefeitura nega prejuízo

Em nota, por meio de sua assessoria de imprensa, a Prefeitura informou que "os medicamentos apontados pelo vereador de oposição são recebidos pelo município de maneira espontânea e gratuita pela Furp – Fundação do Remédio Popular, laboratório farmacêutico oficial do Estado de São Paulo responsável pelo Programa Dose Certa".

A nota continua: "Ambos os medicamentos apontados (dipirona e paracetamol) não possuem custo para o município que, muitas vezes, já os recebe próximo da data de validade. Inexiste, portanto, prejuízo ao munícipe e tampouco aos cofres do município."

Segundo a Prefeitura de Itu, "para evitar o descarte há troca de medicamentos entre municípios, porém, dipirona e paracetamol, encontram-se com estoque alto em todas as cidades da região por não serem essenciais e de baixo custo." A nota concluiu: "Não há falta de nenhum tipo de medicamentos na rede municipal."

Folha Top of Mind valoriza setores farmacêutico e de hpc

On 25 outubro, 2017

Os setores de varejo farmacêutico e HPC estão em alta no Prêmio Folha Top of Mind 2017, evento da Folha de S.Paulo e do Datafolha que valoriza as marcas mais lembradas do país desde 1991. Quatro das 12 novas categorias deste ano estão relacionadas aos segmentos – antigripal, medicamento genérico, pomada para assadura e protetor solar.

A pesquisa de marca é a única com abrangência 100% nacional, incluindo 63 categorias – de 50 variados segmentos, sendo dez ligados ao canal farma e a produtos de HPC, e outras 13 premiações especiais. Os vencedores foram definidos em uma pesquisa do Datafolha com 7.344 consumidores a partir de 16 anos, em 220 municípios. O anúncio dos ganhadores acontecerá na próxima segunda-feira, dia 30 de outubro, no Tom Brasil (SP).

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Deputados se mobilizam contra falta de remédios

Os deputados do Alto Tietê mobilizarão esforços para solucionar a falta de alguns medicamentos na Farmácia de Medicamentos Excepcionais de Mogi das Cruzes, especialmente os utilizados por pessoas transplantadas. A Secretaria de Estado da Saúde afirma que a escassez do medicamento na farmácia, que atende a região, é ocasionada pela deficiência de repasse dos remédios pelo Ministério da Saúde.

Nos últimos dias, o Grupo Mogi News mostrou o caso da vendedora Aline Simonic, que recebeu um novo rim há 10 anos e tem dificuldade para receber dois medicamentos, o tracolimo e micofenolato de sódio. Os medicamentos custam até R$ 2,5 mil e são essenciais para a manutenção da saúde da paciente. A farmácia é mantida pelo governo estadual, mas a pasta afirmou que a compra e distribuição dos remédios é de responsabilidade do Ministério da Saúde.

O deputado Roberto de Lucena (PV) solicitou uma audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para discutir saídas para o problema. "Vamos utilizar todos os recursos possíveis para que os cidadãos, que já sofrem com suas doenças, possam ter em mãos, os medicamentos necessários para os cuidados de sua saúde. É um gesto desumano abandonar um paciente à própria sorte", destacou.

O deputado estadual Luiz Carlos Gondim (SD) encaminhou um requerimento à Secretaria de Estado da Saúde, pedindo informações sobre a falta de alguns medicamentos. Ele adiantou que "pretende cobrar explicações do Ministério da Saúde para que a situação seja regularizada o mais rápido possível, a fim de evitar problemas no tratamento dos pacientes que precisam dos medicamentos, para dar continuidade aos tratamentos de saúde". 

De acordo com o deputado estadual André do Prado (PR), ele pedirá ações, tanto para o governo estadual, quanto federal. "Vou levantar de forma oficial o que acontece junto à Secretaria de Estado da Saúde, para verificar a razão do desabastecimento destes medicamentos. É preocupante a ausência de remédios importantes, essenciais para diversos tratamentos, nas farmácias populares. Além disso, apresentarei uma moção, na Comissão de Saúde, destinada ao governo federal para tratar desta questão", destacou.

O deputado estadual Estevam Galvão (DEM) informou que entrará "em contato com a Diretoria Regional de Saúde do Estado, para verificar o motivo do atraso na entrega dos medicamentos e buscar soluções para o problema". 

O deputado estadual Marcos Damasio (PR) afirmou que pedirá um aporte emergencial. "Ele vai solicitar ao deputado federal Miguel Lombardi (PR-SP), que verifique os repasses ao Estado de São Paulo e cobre a regularização, para que as farmácias não fiquem desabastecidas, e vai conversar com o secretário de Estado da Saúde, David Uip", disse sua assessoria.

Damasio pedirá "aporte emergencial"
Gondim questiona ambos os governos

Prefeitura anuncia novas regras para fornecimento de medicamentos

25 de outubro de 2017

Levando em consideração o que estabelece o Decreto 7.508, que regulamenta a lei federal 8080, a partir do dia 1º de janeiro de 2018, a Farmácia Municipal e as unidades que funcionam nos PSFs, Caps, pronto-socorro e Hospital Municipal Carlos Chagas somente aviarão medicamentos mediante apresentação de receituário proveniente de atendimentos feitos na rede pública.

Conforme explica Raquel Alves Guimarães, superintendente de Assistência Farmacêutica, Insumos e Nutrição, a decisão é amparada – e determinada – nos incisos I e II do artigo 28 do decreto 7.508, que diz: “o acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica pressupõe, cumulativamente: estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do SUS e ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde, no exercício regular de suas funções no SUS”. “A medida foi necessária para que possamos atender aos usuários do SUS, que são as pessoas que mais precisam do medicamento gratuito, de forma mais eficaz”, justifica.

Ainda de acordo com Raquel Guimarães, as unidades de saúde orientarão as pessoas que possuem receituário proveniente da rede privada a procurarem as farmácias comerciais que trabalham com o programa “Aqui tem Farmácia Popular”. “Nestes estabelecimentos são oferecidos medicamentos com preços muito mais acessíveis e, dependendo do item, ele é distribuído gratuitamente”, explica.

Além de atender a uma determinação legal, Raquel Guimarães explica que a decisão é uma das várias medidas que o Município tem adotado para redução de despesas. “Apesar dos vários ajustes que foram feitos, a Prefeitura ainda não alcançou o equilíbrio orçamentário necessário, por isso, algumas medidas de contenção têm que ser feitas para que o serviço não fique totalmente prejudicado. Com essa adequação, pretendemos conseguir melhor atender o usuário do SUS, aquele que não tem condições de pagar por uma consulta e nem pelo medicamento”, argumenta.

A decisão foi comunicada ao Conselho Municipal de Saúde, durante a reunião ordinária dos conselheiros do último dia 4. Todas as unidades começarão a orientar os usuários a partir da semana que vem.

Falta de medicamento contra leucemia prejudica tratamento de pacientes no AP

On 25 outubro, 2017

Pacientes com leucemia que estão em tratamento no Amapá reclamam da falta de uma medicação específica na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital de Clínicas Alberto Lima (HCAL), em Macapá. O remédio denominado Glivec, ou mesilato de imatinibe, é usado para substituir as sessões de quimioterapia e segundo eles, está em falta desde setembro.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que a medicação é fornecida pelo Ministério da Saúde e houve atraso no envio para o estado. A previsão é que em novembro o produto chegue ao Amapá e seja distribuído para os pacientes.

O professor Ubiratan Fonseca, de 51 anos, foi diagnosticado com leucemia há cerca de um ano e desde então faz o uso do medicamento. Ele completa que outros 14 pacientes, que também dependem da medicação, precisam buscar outras alternativas para conseguir o remédio.

“Esse medicamento nos livra da quimioterapia e precisamos fazer o uso mensal dele, mas infelizmente ele está em falta na rede pública. Consegui buscar esses remédios na cidade de Belém, no Pará. Mas muitos outros pacientes precisam se desdobrar ou gastar mais de R$ 5 mil para ter o produto, mas nem todos tem condições”, destacou.

A vendedora Betânia Ribeiro, de 42 anos, reclama que o sogro dela, Raimundo Pantoja, de 63 anos, está sem tomar o remédio há cerca de quatro meses, devido ao não fornecimento da medicação pela Unacon. Com isso, ele começou a sentir dores.

“Ele tomava o remédio todos os meses, mas como está atrasado o fornecimento, ele não conseguiu mais. Agora meu sogro sente dores por causa da doença. E é muito caro para nós comprarmos, pois só consegue encontrar fora do estado”, reclamou.

Fonte: G1

Pesquisa investiga como nanopartículas podem eliminar bactérias com mais eficiência

26 de outubro de 2017

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – Há mais de duas décadas, fármacos baseados em nanopartículas são considerados importantes alvos da medicina personalizada. Potencialmente capazes de atingir diretamente tumores, infecções e inflamações no organismo do paciente, os nanofármacos permitem a combinação perfeita de doses ideais com o direcionamento ao local exato de atuação.

Tornar viável esse tipo de tratamento específico para cada indivíduo implica superar dois problemas interligados que podem alterar a eficiência dos nanofármacos. O primeiro está na manutenção das nanopartículas e envolve a estabilidade coloidal. Assim que entram em contato com um fluido biológico – sangue, por exemplo –, elas tendem a alterar o potencial de superfície. O segundo é a formação de um recobrimento inespecífico (chamado de coroa) nas nanopartículas com o acumulo de moléculas menores como peptídeos, açúcares e proteínas.

Pesquisadores brasileiros conseguiram, pela primeira vez, demonstrar o impacto de componentes biológicos além das proteínas, geralmente desprezados na formação dessa coroa. No artigo de capa do Journal of Materials Chemistry B, Maiara Emer e Mateus Borba Cardoso, pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), mostram que, além das proteínas, componentes relevantes como peptídeos, açúcares e outros tipos de moléculas – que formam a coroa biomolecular – impactam na eficiência das nanopartículas.

Existe uma ampla literatura que descreveu a coroa formada por proteínas. Fora isso, a formação de coroa por outros componentes já havia sido descrita em estudos prévios. Porém, nunca havia sido verificado que a quantidade de coroa formada por outros componentes impactaria diretamente na resposta biológica da nanopartícula.

“Há muitos estudos sobre a coroa proteica [formada apenas por proteínas], mas, em relação à coroa biomolecular, só se sabia que ela existia e que possivelmente não interferiria em nenhum aspecto das nanopartículas. Demonstramos, no entanto, que não é bem assim. Existe impacto e ele não deve ser negligenciado”, disse Cardoso à Agência FAPESP.

No estudo, nanopartículas de sílica com diferentes superfícies foram incubadas em culturas de bactérias Escherichia coli e Staphylococcus aureus, em um ensaio com ausência de proteína. Os meios utilizados para o crescimento das bactérias são ricos em vários desses componentes biológicos que formam a coroa biomolecular.

Os pesquisadores testaram então o crescimento e morte das bactérias e a eficiência das nanopartículas contra as bactérias. Os resultados mostraram que existe uma forte correlação entre a formação da coroa biomolecular nas nanopartículas e sua capacidade bactericida.

“Observamos que nanopartículas com superfícies distintas diferem ao adsorver em maior ou menor quantidade esses componentes. E é essa maior ou menor capacidade que está relacionada à eficiência do nanomedicamento de matar a bactéria”, disse Cardoso.

Foi demonstrado também que a ligação da nanopartícula com os componentes do fluido biomolecular pode influenciar a estabilidade coloidal dependendo da superfície das nanopartículas. “Dependendo da superfície ocorre maior ou menor ligação entre as moléculas. Isso reflete na capacidade da nanopartícula de matar bactérias”, disse.

Os pesquisadores agora estão trabalhando uma nova estratégia para evitar a formação das coroas proteica e biomolecular em nanopartículas.

O artigo Biomolecular corona formation: nature and bactericidal impact on surface-modified silica nanoparticles (doi: http://dx.doi.org/10.1039/c7tb01744h), de Maiara Emer e Mateus Borba Cardoso, pode ser lido no Journal of Materials Chemistry B em http://pubs.rsc.org/en/content/articlelanding/2017/tb/c7tb01744h#!divAbstract.

Importação de padrões analíticos ganha regra mais ágil

Nova regra dispensa autorizações de importação e exportação de padrões analíticos.

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 25/10/2017 16:09
Última Modificação: 25/10/2017 16:15

Já estão publicadas as novas regras para importação e exportação de padrões analíticos à base de substâncias controladas. A nova resolução estabelece que a importação e a exportação de padrões analíticos de algumas substâncias sujeitas a controle somente nacional não precisar da Autorização de Importação (AI) e Autorização de Exportação (AEX).

A regulamentação está na RDC 186/2017.

Nos casos de dispensa de autorização de importação ou de exportação, a quantidade do ativo sujeito a controle especial não pode passar de 500mg por unidade, à base das substâncias sujeitas a controle somente nacional. Isso inclui aquelas que são controladas no Brasil, mas que não são objeto de controle internacional por não constarem nas listas de controle da ONU, que inclui os textos das Convenções de 1961, 1971 e 1988.

A importação continua sujeita aos Procedimentos 1 e 1A descritos na RDC n° 81/2008, inclusive no que diz respeito aos pontos de entrada no Brasil. Porém, com a nova regra, não será mais necessário apresentar a Autorização de Importação (AI) para conclusão do processo de importação e nem realizar peticionamento no sistema de Autorização de Importação para os padrões analíticos isentos.

Caso o país exportador exija a apresentação de documento, deve-se solicitar à Anvisa uma declaração informando sobre a isenção.

Amostras de qualquer natureza, bem como padrões analíticos à base das demais substâncias não estão cobertas pela isenção e devem continuar seguindo os ritos já estabelecidos para os procedimentos de importação e exportação.

A decisão simplifica os processos de exportação e importação de padrões analíticos, permitindo acesso mais fácil a produtos necessários para as análises em pesquisas, identificação de drogas, controle de dopagem, dentre outras atividades.

Consulta pública para importação excepcional para SUS

Texto da CP 414 trata de importação excepcional de produtos sujeitos à Vigilância Sanitária e sem registro na Anvisa para atender a programas de Saúde Pública

Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 25/10/2017 00:02
Última Modificação: 25/10/2017 00:07

A partir do dia 26/10, estará aberto prazo de 30 dias para contribuir com a consulta pública sobre norma para importação de produtos sem registro na Anvisa para atender a programas de saúde pública do Ministério da Saúde e entidades vinculadas ou adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais

O texto da proposta de Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que está na Consulta Pública de número 414, no portal da Anvisa, dispõe sobre os critérios e os procedimentos para importação, em caráter de excepcionalidade, de produtos sujeitos à vigilância sanitária sem registro.

O texto da CP 414 já foi publicado na edição desta sexta-feira (20/10) no Diário Oficial da União (DOU).

Juiz mantém Barros no cargo, mas manda Saúde comprar remédios via Hemobrás

O despacho, assinado na terça-feira (24), é uma resposta a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco

Brasília Catarina Scortecci, correspondente [25/10/2017]

O juiz federal Frederico José Pinto de Azevedo, da 3ª Vara de Pernambuco, mandou o Ministério da Saúde comprar medicamentos utilizados pelos pacientes com hemofilia A (chamado “fator VIII”) através da Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) da Hemobrás com a Shire Farmacêutica Brasil. O despacho, assinado na terça-feira (24), é uma resposta a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco, autor da ação civil pública que busca garantir a vigência da PDP. Na mesma peça, o MPF também pedia, de forma cautelar, o afastamento do ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), o que foi negado pelo magistrado, “já que em um Estado Democrático de Direito os agentes públicos seguem os ditames da lei, e esta determina que uma decisão judicial deve ser cumprida”.

Em outubro de 2012, a Hemobrás, com sede em Pernambuco, firmou uma PDP com um grupo empresarial depois sucedido pela Shire Farmacêutica Brasil. O objeto da PDP é a transferência de tecnologia de produção do “fator VIII recombinante”, um medicamento específico para pacientes com hemofilia A. Ao longo do processo de transferência de tecnologia de produção, prevê ainda a PDP, a Shire Farmacêutica Brasil fica responsável pelo fornecimento do medicamento. Ou seja, até a Hemobrás dominar a produção, o medicamento é, de todo modo, fornecido ao Ministério da Saúde.

Inicialmente, a PDP deveria durar por dez anos, ou seja, até outubro de 2022. Mas, em meados deste ano, o Ministério da Saúde determinou a suspensão da PDP, gerando um imbróglio até agora sem desfecho.

Ao suspender a PDP, o Ministério da Saúde alegou que, ao longo de cinco anos, não houve a transferência de tecnologia de produção de forma satisfatória. Das quatro fases previstas na PDP em dez anos, apenas uma foi cumprida até agora. Paralelamente à suspensão, a pasta da Saúde tem estudado uma proposta semelhante de produção do “fator VIII” feita pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a empresa Octapharma Brasil, que, junto com a Hemobrás, passariam a fornecer o medicamento ao SUS.

Mas, a proposta tem gerado polêmica. Entre outros motivos porque o ministro da Saúde estaria atuando de forma pessoal a favor da proposta do Tecpar, empresa pública com sede em seu reduto eleitoral, em detrimento de uma oferta da Shire Farmacêutica Brasil de readequação da PDP de Pernambuco, e que já foi considerada mais vantajosa pela própria Hemobrás.

Ricardo Barros nega. “É um equívoco dizer que o Ministério da Saúde atuou para esvaziar a Hemobrás. Pelo contrário, a pasta tem buscado soluções para a política de sangue do país, que atende o interesse público em vez do privado. Oito parcerias foram suspensas para adequações de acordo com a legislação, entre elas da Hemobrás/Shire Farmacêutica Brasil, e à medida que as respostas são apresentadas as suspensões são revogadas”, escreveu a pasta da Saúde, em nota encaminhada à Gazeta do Povo.

A atuação do ministro da Saúde no caso foi contestada não só pelo MPF de Pernambuco, daí o pedido de afastamento do cargo, como também pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Em agosto, os ministros do TCU já determinaram a Ricardo Barros que a PDP seja por enquanto mantida, apontando, entre outras coisas, a questão da economicidade.

A Hemobrás já possui uma dívida de US$ 174 milhões com a Shire Farmacêutica Brasil. O passivo, na visão da empresa pública pernambucana, só seria sanado através da readequação da PDP já proposta pela Shire Farmacêutica Brasil.

Pedido de compra

O último contrato estabelecido entre o Ministério da Saúde e a Hemobrás no âmbito da PDP com a Shire Farmacêutica Brasil foi assinado em julho deste ano e assegura lotes de medicamentos até fevereiro de 2018. O contrato envolve R$ 296,7 milhões e a produção de 258 mil unidades do “fator VIII recombinante”. Aproximadamente 10 mil pessoas no Brasil tem hemofilia A. E a quantidade de medicamento para cada paciente segue critérios que vão desde peso corporal até reação ao produto.

De acordo com a Shire Farmacêutica Brasil, por causa do imbróglio gerado a partir da suspensão da PDP, há risco de desabastecimento a partir de fevereiro de 2018. De acordo com a empresa privada, o Ministério da Saúde já deveria ter feito um novo pedido de compra do medicamento ainda no mês de agosto. A antecedência é necessária em função do tempo natural de produção do “fator VIII recombinante”.

Mas, ao invés disso, alegando que a PDP estava sendo reexaminada, o Ministério da Saúde resolveu abrir um processo licitatório para a compra do “fator VIII” por um período de seis meses. A licitação ainda não foi concluída e tem sido tratada pela pasta da Saúde como uma espécie de “compra de segurança”, e que pode ser cancelada, se eventualmente a PDP for renovada.

Para o MPF de Pernambuco, a abertura da licitação, em setembro, é prova de que o Ministério da Saúde não está cumprindo com a decisão do TCU, que determinou a manutenção da PDP e, portanto, da continuidade das compras de medicamento no âmbito da PDP.

“Ressalto inclusive que o TCU, no acordão 2207/2017, determinou que o Ministério da Saúde explicasse a razão pela qual faria a opção pela compra de medicamentos fora da atual PDP, considerando eventuais vantagens existentes no termo de fabricação e fornecimento assinado entre a Hemobrás e a Shire Farmacêutica Brasil”, relatou o juiz federal Frederico José Pinto de Azevedo, da 3ª Vara de Pernambuco.

Em outro trecho do seu despacho, o magistrado ainda faz uma espécie de desabafo. “Uma empresa pública [Hemobrás] que nascia [em 2004] para solucionar o problema da terceira maior população de hemofílicos do mundo, ainda encontra-se em obras e, agora, após milhões de reais investidos, pode se tornar uma elefante branco, com o seu possível esvaziamento de atividades”, escreveu ele.

Workshop aborda tecnologias em produtos farmacêuticos de origem vegetal

Segundo a professora Raquel Araújo, uma das organizadoras do evento, o objetivo do workshop é promover a discussão científica sobre a nanotecnologia fitofarmacêutica.

25/10/2017 | 16:52

A nanotecnologia, que é a manipulação da matéria em uma escala molecular, aplicada à fabricação de produtos farmacêuticos de origem natural é o tema do II Workshop de Tecnologia de Fitoprodutos, que ocorrerá nos dias 26 e 27 de outubro de 2017 no auditório do Departamento Acadêmico de Ciências Exatas e Tecnológicas (Dcet), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), localizado no campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP). O workshop integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2017), evento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) que tem como objetivo mobilizar a população, em especial crianças e jovens, em torno de temas e atividades de ciência e tecnologia.

Segundo a professora Raquel Araújo, uma das organizadoras do evento, o objetivo do workshop é promover a discussão científica sobre a nanotecnologia fitofarmacêutica.

“A intenção é mostrar o que está sendo feito aqui na Unifap em termos de pesquisa de produtos fitofarmacêuticos utilizando a nanotecnologia. Virão palestrantes de outras instituições que abordarão assuntos relacionados à nanotecnologia e/ou fitoprodutos e o workshop também objetiva que estudantes adquiram esse conhecimento, profissionais sejam capacitados e investidores tenham conhecimento da pesquisa no estado, e quem sabe se interessem pelas patentes que pesquisadores da Unifap já depositaram. A programação abrange estudos realizados na Unifap e em outros estados e procura debater também o que não está sendo feito, trazendo novos olhares e experiências”, explica Raquel Araújo.

A programação do workshop inicia no dia 26 com a palestra “Sistemas nanoestruturados: Uma realidade distante?”, que será proferida pelos pesquisadores da Unifap, Anna Eliza Oliveira e Raquel Araújo, e pelo professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edemilson Conceição. Produtos naturais para a área de nanotecnologia e usos de sistemas nanoestruturados na indústria nacional são outros assuntos que serão abordados ao longo do evento. A programação completa pode ser conferida no site oficial do workshop e no site local da SNCT 2017.

O II Workshop de Tecnologia de Fitoprodutos é uma realização do Laboratório de NanoBiotecnologia Fitofarmacêutica da Unifap, com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Confira todas as informações do workshop no site oficial do evento.

SNCT 2017
A “Semana Nacional de Ciência e Tecnologia: A Matemática está em tudo” ocorrerá no estado entre os dias 23 a 27 de outubro de 2017, na Universidade Federal do Amapá (Unifap), Universidade do Estado do Amapá (Ueap), Embrapa Amapá, Instituto Federal do Amapá (Ifap), Iepa e auditório do Conselho Federal de Medicina.

A Matemática foi escolhida como tema da SNCT 2017. A escolha baseia-se no fato de que dois dos maiores eventos com este tema ocorrerão no Brasil nos próximos anos: a Olimpíada Internacional de Matemática (2017) e o Congresso Internacional de Matemáticos (2008), ambos pela primeira vez no país.

II Workshop de Tecnologia de Fitoprodutos
Dias 26 e 27 de outubro de 2017, no auditório do Departamento Acadêmico de Ciências Exatas e Tecnológicas (Dcet), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), campus Marco Zero do Equador (Rod. Juscelino Kubitschek, Km 2, bairro Jardim Marco Zero, Macapá-AP). Gratuito. A programação completa do Workshop está disponível aqui. Informações: 4009-2927 / labnanofito@gmail.com.
Cleber Barbosa (cleberbarbosa.net)