Teste de tapiocas mostra que ainda há marcas com sódio demais, diz PROTESTE

A tapioca ganhou as mesas de todo o país recentemente. Além de ser um alimento versátil, pode ajudar a manter a forma. Não é à toa que o consumo do produto industrializado (goma pronta) vem crescendo no mercado. Por conta disso, a PROTESTE, Associação de Consumidores, testou, pelo segundo ano consecutivo, 15 marcas para o consumidor saber o que anda colocando no seu prato.

Os resultados foram positivos e nenhum produto teve classificação tão baixa a ponto de ser eliminado do teste,porém, ainda é preciso que os consumidores fiquem de olho para não comprar uma tapioca com muito sódio e conservantes sem necessidade.

De acordo com o rótulo, a tapioca Dai Alimentos, por exemplo, traz 21 mg de sódio em 100 g, quase o dobro das marcas Sabor da Paraíba, Taeq e Delícia do Nordeste, com 12mg em 100g. Entretanto, quando comparamos a real quantidade de sódio no alimento com a informação que vem no rótulo, vimos que as marcas Dai Alimentos e Delícia do Nordeste trazem um valor bem superior ao descrito na embalagem.

A Delícia do Nordeste tem 85 mg de sódio em 100g do produto, ou seja, uma diferença de 608%. Já a Dai Alimentos apresenta, na verdade, 47mg em 100g, um total de 124% a mais do informado no pacote. Em função disso, se você tem tendência à hipertensão arterial – uma das principais doenças relacionadas ao consumo excessivo de sódio e sal –, é bom evitar esses produtos.

Apenas quatro tapiocas não continham sal nem conservantes: Da Terrinha, Beijubom, Pantanal e Gourmet Brasil. Embora a legislação não proíba a adição, a PROTESTE acredita que não há necessidade de acrescentá-los nesse tipo de produto, vendido com apelo saudável.

O acréscimo poderia ampliar a validade dessas marcas nas prateleiras, mas, segundo os resultados obtidos pelo teste, não há uma grande diferença entre o vencimento dos produtos com e sem conservantes. Mesmo em relação ao aparecimento de micro-organismos, a associação constatou que as substâncias não impedem a presença deles.

Na análise de higiene, apenas a marca Duduxo se destacou. Por outro lado, a Wrapioca obteve o pior resultado, principalmente pela alta quantidade de bolores e leveduras. Apesar de não oferecerem um risco direto à saúde, eles são fungos que podem denunciar condições higiênicas deficientes de equipamentos, matéria-prima com contaminação excessiva, falhas no processamento ou na estocagem do produto.

Já na avaliação de dados da rotulagem, foram identificados problemas em parte das embalagens. Algumas não informam, por exemplo, de forma clara e de fácil compreensão, que o alimento está pronto para consumo ou semipronto.

Na maioria dos casos, só é possível entender isso ao se ler o modo de preparo, como acontece com as marcas Taeq, Yoki, Bela Chef, Wrapioca e Gourmet Brasil. Quanto à porção descrita no rótulo, só Beijubom, Chinezinho, Dai Alimentos e Duduxo seguem o padrão de medida caseira (30g).

No que se refere à data de fabricação, ainda que não seja obrigatório mencioná-la, a PROTESTE acredita que seja importante para que o consumidor possa escolher os produtos mais frescos na compra. No entanto, as gomas Beijubom e Yoki não citam essa informação.

Em nossa avaliação final do teste, Dai Alimentos e Delícia do Nordeste se saíram pior por conta da falta de veracidade no rótulo em relação ao sódio no produto.

Diante desses resultados a PROTESTE denunciou as empresas que apresentaram problemas com a veracidade do rótulo ao PROCON-SP. Confira o teste completo no site: http://www.proteste.org.br

Segmento de orgânicos cresce, mas ainda enfrenta desafios

expansão nos negócios. Expectativa é que o setor movimente R$ 3,7 bilhões em 2017, alta de 25% sobre 2016, com a demanda dos consumidores pelos produtos cultivados sem agroquímicos

São Paulo – O mercado de produtos orgânicos tem um forte potencial de crescimento no Brasil e vem chamando a atenção de grandes players da indústria. No entanto, a expansão ainda esbarra em desafios para uma produção em larga escala.

No ano passado, esse segmento movimentou R$ 3 bilhões – considerando a produção agrícola e varejo. Para 2017 a previsão é de chegar a R$ 3,7 bilhões, alta de até 25%, segundo o diretor do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis Brasil), Ming Liu.

A estimativa se deve a uma série de fatores, a começar pelas fusões e aquisições que estão agitando esse mercado, como a compra da empresa de produtos orgânicos e naturais Mãe Terra pela gigante Unilever, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) no último dia 11. "Quando grandes empresas começam a entrar no mercado, aumenta a oferta de produtos e o acesso do público, o que promove o crescimento de toda a cadeia", avalia o diretor.

Além desse impulso, Liu destaca o crescente número de feiras que vendem alimentos orgânicos. De acordo com o Mapa de Feiras Livres do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), atualizado em setembro deste ano, são quase 650 pontos de venda no País. "O consumidor busca rastreabilidade – quer saber a origem de seu alimento – e quer ter a garantia de que o produto é saudável", diz Liu.

Ao mesmo tempo, o consumidor tem buscado nas feiras e nos serviços de entrega de cestas a domicílio opções mais baratas, comenta a coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos), da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Sylvia Wachsner.

Uma pesquisa recente encomendada pela Organis mostra que para 41% dos consumidores, o preço é um limitador para finalizar a compra de algum tipo de produto orgânico.

"O varejo trabalha com margens muito elevadas, o que prejudica a venda", salienta. "Também é preciso que as redes façam parcerias com os produtores para fomentar o cultivo de orgânicos", avalia ela.

Potencial

O proprietário da Fazenda da Toca, Pedro Paulo Diniz, que desde 2009 se dedica à produção de orgânicos em Itirapina, SP, defende um esforço coletivo para tornar os produtos mais acessíveis. "Com certeza o preço é uma barreira ao consumidor, mas acredito que dá para produzir de forma competitiva e com preço acessível" se houver uma parceria entre produtores e varejistas.

Diniz também estima um crescimento de mais de 20% neste ano. "A produção de alimentos orgânicos no Brasil tem um potencial enorme, uma vez que ocupa menos de 1% da área de agricultura do País, e tem uma grande possibilidade de melhorar sua estruturar."

Embora a perspectiva seja positiva, o setor ainda encontra uma série de dificuldades para consolidar sua expansão. "Este ainda é um mercado em construção", observa Wachsner. Na pecuária, por exemplo, a produção de grãos orgânicos é um entrave para a criação de animais, sejam bovinos, aves ou suínos. Essa oferta escassa pesa especialmente para aves, que dependem muito dos grãos para a alimentação. "Temos frango caipira e sustentável, mas orgânico mesmo são poucas as opções e o valor para o consumidor é alto", ressalta a coordenadora. O mesmo vale, na opinião dela, para a produção de leite orgânico.

Na produção de frutas, Wachsner também alerta para a falta de escala na produção. "No Sul do País, algumas cooperativas já têm produção suficiente e, inclusive, fabricam sucos orgânicos, mas essa ainda não é a maioria do mercado", opina.

Wachsner ainda critica o cadastro de produtores do Ministério da Agricultura (Mapa). "Temos a estimativa de que a área cultivada seja de 1 milhão de hectares e 15 mil unidades de produção no País, mas não temos certeza, já que o cadastro não exige esse tipo de informação do produtor que é fundamental para definirmos estratégias", argumenta.

Marcela Caetano

Vendas da Danone crescem 4,7% no terceiro trimestre

Na comparação com o mesmo período do ano passado, valor das vendas atingiu US$ 7,61 bilhões

Nayara Figueiredo com Dow Jones Newswires, O Estado de S.Paulo

17 Outubro 2017 | 16h21

PARIS – A fabricante francesa de laticínios Danone registrou alta de 4,7% nas vendas do terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2016, para 6,45 bilhões de euros (US$ 7,61 bilhões), informou a empresa nesta terça-feira, 17.

O desempenho foi sustentado por uma nova base da companhia, denominada "like-for-like New Danone", que considera a aquisição da WhiteWave, norte-americana de alimentos embalados e bebidas, concluída em abril. No resultado consolidado de vendas, o avanço foi de 16,6%. A Danone reafirmou a expectativa de encerrar 2017 com crescimento acima de 12% no lucro por ação.

O resultado trimestral foi influenciado pela categoria de nutrição especializada, cuja comercialização cresceu 17,8% na New Danone, na região geográfica composta por China e Brasil. Mas o saldo positivo foi completamente puxado pela demanda chinesa por alimentação infantil e bebidas, visto que, segundo a empresa, o mercado brasileiro registra alto nível de desemprego e deterioração do segmento de laticínios.

Além do crescimento sólido na China, na média de 50%, a nutrição especializada teve avanço de dois dígitos na América do Norte e América Latina. Especificamente nos Estados Unidos, houve progresso superior a 20% em alimentos orgânicos.

O CEO da companhia, Emmanuel Faber, destacou que a integração com a WhiteWave está em progresso e começa a produzir resultados. Para ele, o aumento nas vendas do terceiro trimestre "reflete a força" do portfólio da Danone com marcas focadas na saúde do consumidor.

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, as vendas totalizaram 18,58 bilhões de euros (US$ 21,85 bilhões), incremento de 2,1% na New Danone e elevação de 12% no consolidado da companhia, quando comparado ao igual intervalo de 2016.

Ateliê do Sabor lança linha de sanduíches em embalagem com duas unidades

17 de outubro de 2017

O Ateliê do Sabor, marca do grupo francês NORAC focada na fabricação e comercialização de alimentos práticos e frescos, lança este mês uma nova linha de sanduíches para qualquer momento do dia e para toda a família: os Minis. Os lanchinhos são feitos com pão de leite supermacio, nutritivo e de fabricação própria, com ovo e leite na formulação. Já os três diferentes recheios – Presunto Gourmet, Peito de Peru e Salame – dispostos em finas fatias, acompanham queijo.

Saborosos e práticos, os Minis são apresentados em embalagens coloridas de 130g, com duas unidades de 65g embaladas individualmente e separáveis, um diferencial que permite compartilhar o produto ou guardar uma metade para o consumo futuro. “Esse é um produto de grande sucesso de vendas na França, que atende crianças e adultos pela mobilidade, praticidade, conveniência e sabor”, conta Bertrand Chambert-Loir, presidente da Norac do Brasil.

A identidade visual promete chamar a atenção dos consumidores na gôndola. Ela conta com uma janela transparente em forma de sorriso que possibilita um primeiro contato com a qualidade dos sanduiches e, ao mesmo tempo, sugere um momento feliz de consumo.

Assim como os demais produtos da marca, a nova linha de mini sanduíches é acondicionada sob tecnologia de atmosfera modificada, que retira o oxigênio da embalagem, garantindo muito mais frescor e durabilidade ao alimento, sem inclusão de aditivos químicos.

“Os Minis, distribuídos em São Paulo e no Rio de Janeiro, são encontrados em supermercados, cafeterias, lojas de conveniência, lanchonetes e aeroportos, e chegam para somar ao portfólio do Ateliê de Sabor, que hoje conta com mais de 40 produtos divididos entre as categorias de Sanduíches Naturais (Integrais, Cremosos e Trio), Sanduíches Especiais (Ciabattas e Wraps), Saladas (Saladas e Saladinhas), Suco e Sobremesa”, afirma Bertrand.

Fonte: Denibloch Comunicação

Sobra na produção e queda nas vendas faz preço do arroz despenca nos mercados

O preço do arroz continua caindo nas prateleiras das principais redes de supermercados do Rio, e os consumidores já encontram um pacote de 5kg por R$ 10,99. Somente este ano, o custo caiu 8,93%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, o produto chegou a custar quase o dobro do que hoje é cobrado no varejo (até R$ 20).

O preço do grão, destacou André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), sofreu uma grande pressão entre 2015 e o fim de 2016, mas o clima mais estável ao longo deste ano favoreceu a oferta maior.

— Houve uma seca prolongada até o ano passado nas regiões produtoras, o que fez com que o preço do arroz se mantivesse alto, pelo menos, até o fim de 2016. Mas, desde o início do ano, começou a se normalizar, e já é possível encontrar o produto bem mais barato.

Desequilíbrio

O desequilíbrio entre a oferta e a procura de arroz no mercado é responsável pela queda:

— Existe uma sobra de arroz no mercado, pois muitos fornecedores importaram o produto de países como Uruguai. Além disso, o arroz compete com massas e outros alimentos. E o consumidor migrou, quando o arroz encareceu. Agora, há uma oferta maior, e a procura diminuiu — destacou o especialista em varejo, Marco Quintarelli.

Para André Braz, no entanto, o preço abaixo da média está com os dias contados.

— Chuvas fortes têm atingido o Sul do país, que abastece nosso mercado. Se continuarem, os preços começaram a subir já no início do próximo mês.

Somado ao feijão, o arroz é responsável por derrubar a inflação dos alimentos. O preço do quilo do feijão-carioca, por exemplo, caiu 34,71% desde janeiro. Para Seigner Afonso, gerente da Divisão Técnica da Ceasa, o ideal é observar a flutuação da oferta e da demanda para aproveitar os produtos de cada temporada, substituindo o consumo dos mais pressionados.

Ribeirão Preto produzirá cerveja de ex-goleiro do Palmeiras e da Seleção

A bebida será produzida pela Walfanger e lançada oficialmente na próxima semana

Leonardo Santos 17 Out 2017 16h45

O ex-goleiro do Palmeiras e da Seleção Brasileira, Marcos, lança, no próximo dia 24 de outubro, um clube de assinatura de cervejas, que serão produzidas em Ribeirão Preto. O evento será no Allianz Parque, estádio do clube da Capital. O ex-jogador promete visitar Ribeirão, em breve, para anunciar o produto.

“É uma cerveja para todos os torcedores fazerem a resenha. É uma coisa de brasileiro conversar sobre o futebol bebendo cerveja. Não quis vincular ao Palmeiras, até por isso o rótulo é azul. É um projeto pessoal. E claro que quero que o palmeirense tome muito, e vai ser melhor se vencer, mas se perder pode beber também”, explicou o ex-jogador, que falou que o nome e a cor do rótulo são referências à cor do uniforme que jogava, o azul, e o número mais marcante da camisa, o 12.

A cerveja será produzida pela cervejaria Walfanger, de Ribeirão Preto, que já recebeu visitas de Marcos durante o processo de produção da bebida. Em um vídeo ao vivo no Facebook, o ex-goleiro afirmou que estará em Ribeirão Preto para fazer o lançamento do produto.

“Vou fazer um monte de visitas na terra da cervejaria. Porque eu sei que vai ser um negócio legal e o produto é bom”, disse Marcos, que ainda não confirmou a data em que virá ao município. As cervejas serão comercializadas por meio de um clube de assinaturas. Serão 12 mil kits, que estarão disponíveis a partir da próxima semana.

Ceará exporta mais de US$ 58,4 milhões em bebidas neste ano

Estado é o terceiro maior do País no setor

13:33 · 17.10.2017 / atualizado às 14:12

O Estado do Ceará registrou neste ano crescimento de 13,1% no volume de exportações de bebidas, em comparação com o ano passado. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado (Fiec), o volume já soma mais de US$ 58,4 milhões.

Já as importações somaram US$ 8,1 milhões, 2,5% a mais ante igual período do ano passado. O resultado foi um saldo positivo da balança comercial de US$ 50,2 milhões – um incremento de 15% se comparado a 2016.

Os dados fazem parte do Miniestudo Setorial de Bebidas realizado mensalmente pelo Centro Internacional de Negócios da Fiec. O estudo revela também que, embora os números mostrem aumento das exportações, a participação do setor de bebidas no acumulado do ano na balança comercial do Ceará caiu de 6,24% para 3,98%. A representatividade das importações, por sua vez, subiu de 0,25% para 0,47%.

Os principais produtos exportados foram sucos (sumo), não fermentados, sem adição de açúcar; suco de acerola, com adição de açúcar; bebidas alcoólicas; água de coco; e suco de qualquer outro fruto cítrico.

Os principais produtos importados são sucos (sumo) de frutas, não fermentado, sem adição de açúcar; uísques; soro de leite; e vinhos.

Estados Unidos, Canadá, França, Holanda e Argentina são os países que mais compram produtos cearenses. O Ceará importa bebidas principalmente das Filipinas, Reino Unido e Argentina.

Rotulagem nutricional: objetivo é informar ou amedrontar o consumidor?

Publicado em 17/10/2017 por Folha de S. Paulo Online

A revisão do modelo de rotulagem nutricional, que está sendo conduzida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), começa a despertar o interesse da mídia e da opinião pública. Os rótulos são importantes ferramentas de comunicação com o consumidor e compreendem toda e qualquer informação referente a um produto.

Informação, aliás, é tudo o que se espera do novo modelo de rotulagem nutricional que deverá ser regulamentado em breve.

As regras atuais vigoram há mais de dez anos e precisam ser aprimoradas. A indústria de alimentos e bebidas apoia a mudança, pois entende que isso pode trazer mais esclarecimentos ao consumidor, facilitando a compreensão dos nutrientes presentes no produto.

É preciso considerar os avanços tecnológicos relacionados aos alimentos, bem como as novas e legítimas demandas dos consumidores por informações mais claras nas embalagens.

E, exatamente para manter essa comunicação clara e o respeito aos direitos do consumidor nas suas decisões de compra, apresentamos uma proposta de modelo de rotulagem que utiliza cores de entendimento universal (verde, amarelo e vermelho), associadas à presença de determinados nutrientes como sódio, açúcar e gorduras.

Esse modelo traz ainda a análise nutricional por porção do alimento que está sendo consumido, uma forma que se aproxima mais da realidade do consumo. Não adianta muito informar a quantidade de sódio por 100 gramas se o máximo que vai ser consumido será 10 gramas, por exemplo.

Facilita que o consumidor faça a composição nutricional mais apropriada para ele, comparando as características dos alimentos, o teor de cada nutriente, podendo escolher, dessa forma, sua melhor opção na busca por uma dieta equilibrada, diversificada e inclusiva.

O que nos assusta, neste momento do debate, é a defesa de um modelo que pouco acrescenta de informação para o consumidor. Traz triângulos pretos para indicar excesso de determinados nutrientes nos alimentos.

Em vez de esclarecer, de ajudar o consumidor a selecionar o alimento mais adequado para sua dieta, a proposta, que tem recebido manifestações favoráveis de alguns setores, simplesmente assusta o consumidor. Trabalha a mensagem do medo, do alerta, do perigo.

Não estamos falando de produtos irregulares. Estamos falando de alimentos, que, marcados com triângulos pretos, são considerados "impróprios" por um grupo da sociedade que propõe restrição de consumo a toda a população. Chegou-se a dizer, inclusive, que o melhor seria não consumi-los, avançando, assim, sobre os limites da liberdade de escolha.

Entendemos que a proposta de rotulagem com as cores, que qualquer pessoa possa identificar e avaliar com facilidade, representa um salto na oferta de informação ao principal interessado nesta mudança.

Confiamos na capacidade do consumidor em fazer suas próprias escolhas alimentares a partir de informações claras e completas. Inclusive por alimentos e bebidas com diferentes teores de açúcar, sódio e gordura.

Alimentos não causam danos à saúde. Uma alimentação desequilibrada, sim. Informados, teremos consumidores mais preocupados com sua saúde.

A indústria apoia e incentiva soluções que promovam hábitos de vida saudáveis. E defenderá sempre a informação e a educação como os instrumentos mais adequados para isso. Juntos, governo, indústria e sociedade podem e devem caminhar para um estilo de vida cada vez mais equilibrado.

ALEXANDRE JOBIM é presidente da Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas Não Alcoólicas)
EDMUNDO KLOTZ é presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação)

PARTICIPAÇÃO

Para colaborar, basta enviar e-mail para debates@grupofolha.com.br

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Nova rede de supermercados chegará à cidade em 2018

Rede Confiança investirá R$ 30 milhões e gerará 500 empregos diretos

Publicada em 16/10/2017 às 18:34

COMÉRCIO VAREJISTA

Os secretários municipais de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Robson Coivo, e de Planejamento e Projetos, Luiz Alberto Fioravante, se reuniram no Paço com proprietários e representantes da rede de supermercados Confiança, para discutir a implantação de uma primeira unidade do grupo em Sorocaba, na Zona Oeste, na avenida Dr. Armando Pannunzio, na antiga área da CPFL (defronte à Universidade Anhanguera).

A Prefeitura, via Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, está empenhada em garantir o fornecimento de mão de obra qualificada para o empreendimento, através da Uniten (Universidade do Trabalhador, Empreendedor e Negócios), e estudo para concessão de benefícios fiscais. Já a Secretaria de Planejamento e Projetos está com a responsabilidade de aprovar o projeto urbanístico, de uso do solo e da área viária, dentre outras exigências estruturais legais.

Segundo apurado durante a reunião, a rede de supermercados investirá cerca de R$ 30 milhões na implantação da loja que, após entrar em funcionamento, deverá gerar mais de 500 empregos diretos. O Município avalia que se trata de um grande empreendimento na cidade, cujo investimento causará impacto positivo para a economia de Sorocaba, com geração de empregos e impostos, dentre outros benefícios que serão revertidos à sociedade local.

A comitiva do Confiança informou ainda aos secretários municipais que a rede pretende investir na construção de mais dois empreendimentos na cidade, com o mesmo porte e geração de cerca de mil vagas postos de trabalho. As plantas ocuparão cada uma área de 12 mil metros quadrados, com vários pisos cuja soma é de cerca de 23 mil metros quadrados de construção. Durante a reunião, os empresários também informaram que devem adquirir os produtos hortifrutigranjeiros dos produtores da Região Metropolitana de Sorocaba, aquecendo a economia das cidades vizinhas e da própria área agrícola do Município. Estima-se que só de compras diretas dos produtores a rede movimentará R$ 3 milhões mensais.

A REDE CONFIANÇA – A rede de supermercados Confiança é originária de Bauru e conta com estrutura totalmente diferenciada. Cada uma de suas lojas oferece uma experiência de compra de altíssimo nível, com produtos de qualidade indiscutível, sendo centros completos de compra.

Supermercados querem seus dados em troca de promoções sob medida

Pelo menos três redes de varejo lançaram recentemente programas que segmentam promoções com base no comportamento dos clientes

Juliana Cunha, especial para a Gazeta do Povo [16/10/2017]

Antes limitado à publicidade e às compras online, o varejo presencial começa a se utilizar de dados de clientes para personalizar experiências de compra e até mesmo preços. No Brasil, a primeira iniciativa de grande porte nesse sentido são os aplicativos de desconto lançados há cerca de dois meses pelo Grupo Pão de Açúcar, mas especialistas afirmam que a estratégia deve se popularizar em breve.

No caso do Pão de Açúcar, o grupo resolveu utilizar a base de dados de clientes dos programas de fidelidade para desenvolver promoções segmentadas. Na loja, com o aplicativo aberto, um cliente recebe desconto de 15% na fralda, outro no macarrão. Na superfície, é isso que está acontecendo. Na verdade, trata-se de uma nova forma de gerir estoque, organizar corredores e gerar renda para o supermercado. Na esteira do GPA, o grupo Condor, um dos maiores da Região Sul, e o Hortifruti, do Rio de Janeiro, lançaram programas semelhantes.

O primeiro passo é construir uma base de dados consistente, rastrear quando o cliente compra, o que compra, com qual frequência. Depois disso, usa-se inteligência artificial para estabelecer a curva de comportamento de cada um e prever o que cada pessoa deve comprar, quais suas prioridades, o que é desvio e o que é repetição.

"Se eu sei que a pessoa compra vinho e macarrão toda sexta, posso rentabilizar isso melhor oferecendo descontos ou sugerindo produtos de maior valor agregado ou complementares a essa compra. Uma sobremesa, um queijo, um serviço de entrega", explica Ana Paula Tozzi, presidente da agência de consultoria de negócios AGR Consultores.

O objetivo é baratear o custo das promoções ao segmentar os descontos por público-alvo. Para o mercado, o desconto sai de graça uma vez que quem banca são os fornecedores. Se as redes já vendiam espaço nas prateleiras e anúncio nos panfletos, agora ganham um novo produto. Para os clientes, há algumas comodidades: sabendo que você compra ração de cachorro toda semana, o aplicativo pode te lembrar que nessa compra ela ficou faltando, por exemplo.
O lado negativo

Em contrapartida, o acesso aos dados ajuda os pontos de venda a manipularem melhor o cliente e a saberem qual, afinal, é o maior preço que você está disposto a pagar por determinado item, quais seus dias e horários mais vulneráveis a comprar mais e como rentabilizar sua preguiça e falta de tempo.

Ao usar o aplicativo, o supermercado tem ainda acesso à sua localização dentro da loja. O sistema funciona através de sensores posicionados nos corredores que indicam quanto tempo o cliente passa em cada prateleira. Assim, é possível saber quais produtos geram mais desejo, quais compras são feitas com mais critério e quais são automáticas.

Essa parte é feita por sensores dentro da loja e independe do cliente ter autorizado o uso de sua geolocalização. Caso ele tenha autorizado esse uso, o supermercado fica sabendo quando o cliente preferiu ir ao concorrente, quem costuma fazer compras em mais de um supermercado para pesquisar os preços e pode até usar seu tempo de deslocamento até a loja para decidir onde abrir novas filiais.

Para isso, no entanto, é preciso convencer os clientes não só a aderirem aos planos de fidelização e darem acesso a seus dados como a perambularem pela loja com o aplicativo aberto, estabelecendo um tipo de compra que é ao mesmo tempo presencial e virtual.

Uma das consequências desse novo uso da tecnologia pode ser o aumento da dificuldade de inserção de novas marcas, que precisarão vencer uma nova barreira de comportamento automatizado. “Como o uso de dados ajuda a fidelizar o cliente, é provável que as marcas novas tenham mais uma barreira para quebrar e que tenham que investir em promoções para chamar a atenção”, afirma Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo Bittencourt, que fornece consultoria de inteligência para empresas do varejo.
Potencial no Brasil

A tecnologia para viabilizar esse tipo de operação já está disponível há alguns anos, mas sofreu um barateamento nos últimos dois anos. Especialistas preveem que ela se difunda no Brasil nos próximos cinco anos, acompanhando uma possível recuperação do varejo.

“As possibilidades são potencialmente infinitas. O segmento pet pode usar para avisar quando a vacina está para vencer, quando o cachorro chegou a uma idade em que precisaria de uma ração especial, quando deve estar faltando xampu ou comida, por exemplo. Já um laboratório de exames pode avisar a data do próximo check-up ou sugerir uma ida ao nutricionista, uma seguradora”, diz Tozzi.

Para Patrícia Cotti, diretora de conteúdo da Academia do Varejo, o uso de megadados (ou "big data", no jargão do meio) reforça a necessidade de se manter uma política clara a respeito do uso que se fará das informações do consumidor. “O Brasil não tem legislação específica que regule a venda de dados. Isso é uma questão desde a época da venda de mailings, mas deve se acirrar agora”, prevê.

Já em relação à personalização dos preços que, na prática, pode instituir valores diversos para cada cliente, nenhum dos entrevistados vê problemas. “É opção do consumidor aderir ou não a esse tipo de programa, que na essência não difere tanto dos programas de fidelidade anteriores”, afirma o consultor de varejo Marco Quintarelli.