Sanofi patrocina exposição interativa sobre dengue em SP

Em parceria com a farmacêutica Sanofi – empresa associada da Aberje, o Museu da Vida da Fiocruz e o Sesc São Paulo mantêm até 15 de dezembro de 2017 a exposição interativa gratuita Aedes: que mosquito é esse?, sobre o mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. A atração tem concepção, organização e montagem do Museu da Vida, e classificação livre.

A exposição passeia pelo complexo universo do inseto, usando tecnologia avançada e material multimídia. A iniciativa é apoiada pela Rede Dengue, Zika e Chikungunya da Fiocruz – que coordena diversas ações integradas para o controle do Aedes na instituição. Para o diretor da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, Paulo Elian, “a exposição apresenta a complexidade científica e social dos problemas sanitários de maneira clara e em linguagem direta. É o conhecimento a serviço da vida e da saúde da população”.

De maneira clara e consistente, a exposição representa o compromisso da Sanofi com a Educação para a Saúde.  “Acreditamos na educação como elemento chave para que a população tome consciência e cuide de sua saúde e de todos no seu entorno. Juntos, podemos mudar o cenário das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Brasil”, comenta Hubert Guarino, diretor geral da Sanofi Pasteur no Brasil.

Com o intuito de sensibilizar o público para a importância de seu papel como protagonista na promoção de práticas saudáveis, e alinhado ao conceito de Promoção de Saúde, o Sesc traz esta exposição com o propósito de provocar reflexões acerca dos fatores de risco para doenças, para além da visão biológica, entendendo os sujeitos em sua integralidade, e respeitando o contexto social onde estão inseridos.  A Instituição trabalha com o objetivo de endossar valores que permitam desencadear processos de diálogo, crítica e possível transformação social, por meio da educação, premissa presente em todos os Programas.

Diversas atividades interativas estão à disposição do público, entre elas o “Quintal Interativo”, em que é possível observar, com lupas, o ciclo de vida do Aedes aegypti e as fases ovo, larva, pupa e alada (adulto). A ideia é convidar o visitante a encontrar potenciais criadouros do vetor, como pneus, caixas d’água destampadas e garrafas armazenadas de maneira incorreta.  O jogo no estilo point-and-click promete mexer com o público e se tornar uma das grandes sensações.

O jogo “Detetive da Dengue” apresenta cenários com possíveis criadouros – o participante deve identificá-los e tocá-los para eliminar a ameaça. Quem encontrar e bloquear mais focos, ganha a partida e acumula pontos na passagem à próxima fase, com nova missão. Brincando, o visitante pode usar um aplicativo no celular para achar criadouros do inseto em locais distribuídos ao longo da exposição.

Nesta quarta (18), Anvisa aborda inspeções de BPF no Sindusfarma

Na próxima quarta-feira (18), das 14h às 17h, a coordenadora da Anvisa Andrea Renata Cornelio Geyer, da Gerência-Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED), da Diretoria de Autorização e Registro Sanitários (Diare), estará no Sindusfarma para fazer uma apresentação sobre o tema “Inspeções de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos, Resultados e Não conformidades encontradas”.

Credenciamento e welcome coffee começam às 13h30.

Comissão aprova alteração de norma do Sistema de Controle de Medicamentos

Proposta exclui o controle da prescrição de medicamentos – atribuída a médicos, dentistas e veterinários – das atribuições do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos

Billy Boss/Câmara dos Deputados

Rodrigo Martins: não há justificativa para que a Anvisa exerça controle sobre os profissionais habilitados a prescrever medicamentos

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados aprovou proposta que deixa de submeter a atividade de prescrição de medicamentos – atribuída a médicos, dentistas e veterinários – às regras do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos. A medida está prevista no Projeto de Lei 6511/16, do deputado Dr. Sinval Malheiros (Pode-SP), que é médico.

Segundo o autor, a prescrição só pode ser feita por profissional legalmente habilitado, que deve ter sua autonomia respeitada. Ele argumenta que a prescrição de medicamentos não tem relação com a circulação dos medicamentos na cadeia farmacêutica.

O relator na comissão, deputado Rodrigo Martins (PSB-PI), defendeu a proposta. Ele afirmou que não há justificativa para que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exerça controle sobre os profissionais habilitados a prescrever medicamentos, “o que, de fato, deve ser de competência dos conselhos profissionais respectivos”.

Rodrigo Martins optou, no entanto, por um novo texto para adequar os termos do projeto à nova lei de controle de medicamentos (Lei 13.410/16).

A nova lei, sancionada no fim de 2016, permite o rastreamento dos medicamentos durante toda a cadeia produtiva, desde a indústria farmacêutica até o consumidor final. O objetivo é combater falsificações e adulterações desses produtos.

Tramitação
O projeto ainda será analisado conclusivamente pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
PL-6511/2016
Reportagem – Murilo Souza
Edição – Pierre Triboli

Diretor da INTERFARMA fala sobre a morosidade para registro de medicamentos no País

Título: Remédios demoram quatro anos para chegar ao Brasil

Portal TV Bambuí

Os brasileiros chegam a esperar mais de quatro anos para ter acesso a medicamentos já disponíveis em outros países, conforme pesquisa da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). A análise dos remédios demora, e nem sempre os produtos aprovados são incorporados ao Sistema Único de Saúde (SUS) devido ao preço alto. Segundo especialistas, drogas mais inovadoras, que podem oferecer mais tempo de vida a pacientes com doenças como câncer, não costumam ser disponibilizadas.

A pesquisa aponta que os medicamentos similares são os que mais demoram a ser analisados, com média de 1.548 dias – mais de quatro anos de espera. Para medicamentos sintéticos, o tempo médio de espera é de 597 dias. Para agilizar o processo, em dezembro passado foi sancionada uma lei que determina que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emita parecer sobre os medicamentos em, no máximo, 365 dias e, em caso de remédios prioritários, em 120 dias. Drogas urgentes têm 90 dias para ser analisadas.

“Para um medicamento chegar ao paciente, há um longo caminho. Começa no desenvolvimento do produto, quando é feito o pedido de patente. As empresas fazem um dossiê com todas as informações sobre o medicamento, protocolam na agência do país de origem, que emite um parecer, aprovando ou não”, explicou o diretor de Acesso da Interfarma, Pedro Bernardo.

Em caso de aprovação, o registro do remédio pode ser solicitado no Brasil. Antes de ser comercializado, o remédio precisa, ainda, passar pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Vencidas essas etapas, uma nova análise é feita antes da incorporação da droga ao SUS.

De 2007 até o dia 9 deste mês, a Anvisa recebeu 24 solicitações de registros de medicamentos biológicos oncológicos, sendo que 15 foram aprovados, e nove não tiveram análise concluída. Quanto aos medicamentos sintéticos, foram 66 pedidos de registro desde 2010, tendo sido 32 deferidos.

Na rede suplementar, também há dificuldades no acesso aos remédios, e muitos não são fornecidos pelos convênios. O rol de medicamentos orais é atualizado a cada dois anos. “Tem muita droga nova que sai nesse intervalo e precisa esperar a próxima atualização”, disse a presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz.

Rol. A revisão do rol de procedimentos da saúde suplementar é feita por de órgãos de defesa do consumidor, planos de saúde, conselhos e associações profissionais, entre outros.

Judicialização

A morosidade no processo de registro de medicamentos e incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) obriga muitos pacientes com câncer a recorrer à Justiça para conseguir remédios. Somente em 2016, o Ministério da Saúde gastou cerca de R$ 10,2 milhões para atender demandas judiciais que determinaram a compra de 44 tipos de medicamentos para tratamento oncológico. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em maio, a suspensão de todos os processos judiciais em tramitação no país que pedem o fornecimento de remédios que não estão na lista oficial do SUS. A decisão não impede que os juízes concedam liminares em demandas urgentes.

Para a integrante da comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Minas), a advogada Kátia Rocha, a judicialização é “sinal de que a gente não tem a política pública construída de maneira adequada, profissionais de saúde engajados da maneira adequada”, afirmou. “Não é pelo valor que a gente tem que categorizar a o que o cidadão tem direito ou não”.

A servente escolar Lucineia Aparecida Santos, 34, que O TEMPO mostrou ontem, buscou auxílio na Defensoria Pública para tentar conseguir judicialmente o medicamento que o filho Iago, 14, precisa para o tratamento de leucemia, que não está disponível no SUS. Ela ainda aguarda o resultado da ação.

DADOS DA DOENÇA

Ocorrências. O Brasil deve ter cerca de 586 mil novos casos de câncer neste ano, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Mortes. Cerca de 8,2 milhões de pessoas morrem de câncer por ano no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, são cerca de 190 mil mortes causadas pela doença anualmente.

Imunoterapia é alternativa

Realizada por meio de medicamentos, a imunoterapia é uma das formas de tratamento de câncer mais inovadoras e tem tido bons resultados, segundo o oncologista Amândio Soares Fernandes, da Oncomed. “A medicação estimula o próprio organismo a lutar contra o câncer e é usada, principalmente, para tratamento de câncer de pulmão, melanoma e rins”, explicou.

Supermercados começam a vender produtos para o Natal com preços acessíveis

Para especialistas, vale a pena estocar não perecíveis para economizar. Já mercadorias da cesta básica estão mais baratos em relação à semana passada

postado em 14/10/2017 08:00 / atualizado em 14/10/2017 00:14

Andressa Paulino* /* , Adriana Botelho*

Faltando pouco mais de dois meses para as festas de fim de ano, os mercados começam a vender alimentos e artigos natalinos. Produtos como panetone, peru e chester já podem ser encontrados em vários estabelecimentos. Como os preços ainda estão acessíveis, alguns consumidores apostam na compra antecipada para economizar.

A funcionária pública Helena Rodrigues, de 53 anos, diz que está bastante desanimada com os preços dos produtos este ano, porém, não deixa de fazer planos quando o assunto é Natal. “Vou economizar o que eu puder”, conta. Para ela, é preciso estar atenta às práticas dos supermercados para gastar menos. “Os preços ficam mais acessíveis só enquanto a data está distante. Como eles começam a aumentar em dezembro, o consumidor tem que ser esperto e comprar logo”, ensina.

Especialistas confirmam que a compra antecipada pode trazer benefícios para o cliente. “Se a dona de casa vir que alguns produtos estão com preços mais baratos, vale a pena comprar e deixar estocado até as festas”, aconselha o educador financeiro Ricardo Rocha. Mas ele alerta que a regra só é válida para itens não perecíveis. “Com relação a frutas natalinas não vale a pena, até porque elas vão estragar e o consumidor vai perder dinheiro com o desperdício”, acrescenta.

Ricardo também destaca outro benefício, além da economia, que é a comodidade de ir aos estabelecimentos mais vazios e não precisar enfrentar as grandes filas que se formam às vésperas das datas comemorativas. “A maioria das pessoas deixa para fazer suas compras de última hora. Então, estocar pode ser uma saída para evitar tumulto”, completa.

Descontos

Esta semana, os produtos mais consumidos da cesta básica brasileira estão mais baratos. Para alívio do bolso do consumidor, itens como arroz, feijão, açúcar e óleo estão com descontos. Enquanto o arroz chega e estar 14% mais barato, o feijão pode ser encontrado com preços de até R$ 2,99 em alguns mercados pesquisados. O valor do açúcar chega a estar 15% mais em conta. E os preços do óleo de girassol variam entre R$ 5,69 e R$ 10,25.

Já os hortifrutigranjeiros estão mais caros. Produtos como o tomate, a banana, a laranja e o melão tiveram alta. O tomate, por exemplo, está com valores até 34% mais altos do que na semana passada, enquanto o preço do quilo de banana varia entre R$ 1,75 e R$ 8,69. Em relação à última pesquisa do Correio, a laranja subiu 50% e o melão, 30%.

Para a servidora Helena, ter um tempo livre para ir ao supermercado ajuda a economizar, não só em épocas festivas, como no dia a dia. Segundo ela, é importante estar sempre à procura de bons preços. “Pesquiso sempre para que o gasto com supermercado caiba no meu orçamento”, orienta”. Os alimentos representam 40% do gasto das compras de Helena. “Faço o possível para meu salário dar conta das despesas. Por isso, acompanho os preços de todos os itens e vou onde há promoção”, revela.

*Estagiárias sob supervisão de Simone Kafruni

Sites de compras evitam ida ao mercado com entrega em casa

As plataformas costumam ainda oferecer produtos mais em conta

Por Mariana Gonzalez

13 out 2017, 11h59 – Publicado em 13 out 2017, 06h00

Abastecer a despensa pela internet facilita a vida de quem vive correndo. Há pelo menos vinte anos cadeias de supermercados investem no sistema que permite escolher os produtos no site da loja e recebê-los em casa. O Pão de Açúcar, por exemplo, atua na área desde 1995. Nos últimos tempos, no entanto, surgiram sites independentes que seguem o esquema de compra programada.

Funciona assim: as plataformas se baseiam nas recorrentes listas do mês dos clientes para monitorar preços e negociar a mercadoria direto com os fornecedores. Dessa forma, conseguem oferecer valores atrativos, cerca de 25% mais baixos em relação aos de alguns endereços eletrônicos do varejo.

Há três companhias principais que oferecem o serviço na capital: Home Refill, Shop per e Superlist. Para se ter uma ideia da economia, VEJA SÃO PAULO comparou no último dia 10 alguns preços nessas plataformas e nos sites dos mercados. No Shopper, o cappuccino 3 Corações (400 gramas) saía por 10,99 reais. O mesmo produto no Pão de Açúcar custava 19,35 reais. O feijão- branco enlatado Bonduelle valia 12,85 e 9,38 reais no Mambo e na Home Refill, respectivamente. Na Superlist, o creme dental Colgate Sensitive Pro-Alívio custava 13,21 reais, enquanto o Sonda cobrava por ele 18,49 reais.

Embora pese menos no bolso, o sistema virtual peca ao não trazer opções de frutas, verduras e congelados. Também difere dos supermercados por contar com prazos normalmente mais longos — no Home Refill, por exemplo, o delivery do primeiro pedido se dá a partir de oito dias. As taxas de despacho, porém, costumam ser menores. O frete do Mambo varia de 12 a 20 reais para a entrega em 24 horas, enquanto o da Superlist custa 4,99 reais (e sai de graça para pacotes a partir de 100 reais).

Bruna Vaz e Fabio Blanco, da Shopper: inspiração no Vale do Silício (Leo Martins/Veja SP)

Em 2015, aos 22 anos, o economista Fabio Blanco se uniu à colega de faculdade Bruna Vaz para montar a Shopper, primeira iniciativa do tipo por aqui. A dupla se inspirou no processo “subscribe and save” (“inscreva-se e economize”, em português), criado no Vale do Silício, na Califórnia. O e-commerce conta com 15 000 paulistanos inscritos.

Em média, o número de usuários e o faturamento dobram a cada trimestre. Por enquanto, a empresa não atende a cidade toda. São 270 bairros, principalmente no centro, Zona Sul e Zona Oeste. “Temos foco nos itens de abastecimento, ou seja, artigos de limpeza, higiene e mantimentos”, afirma Blanco.

O sucesso do modelo fez surgir outras duas empresas semelhantes. Nascida em julho do ano passado, a Home Refill acumula 14 000 seguidores na capital. A Superlist foi criada em janeiro e reúne 4 700 cadastros na Grande São Paulo. Nas três plataformas, o usuário escolhe entre mais de 3 000 produtos e tira proveito de sugestões em categorias como “solteiro” e “crianças”.

Não é preciso ficar preso sempre à mesma relação de artigos. O freguês consegue alterar quantidades e marcas de quatro a sete dias antes da entrega, além de adiar a chegada dos itens. Criador da Home Refill, Guilherme dos Santos acredita que o modelo de recorrência ajude a evitar impulsos. “Os clientes entendem melhor o que consomem e repensam a lista, prevenindo o desperdício”, diz.

A advogada Anna Maia gasta cerca de 3 000 reais mensais para abastecer o apartamento dos Jardins onde mora com o marido e o filho, além da casa de praia e do sítio da família. “Calculo exatamente o que vai para cada lugar e, no fim do mês, dá certinho”, conta. Por recomendação médica, ela foi proibida de fazer esforços físicos e começou a usar a plataforma em janeiro, para evitar o peso das sacolas.

Há três meses, a aposentada Rosa Maria Minoso, moradora de Moema, se inscreveu na Superlist. Desde então, o valor gasto para encher a despensa caiu de 500 para 300 reais por mês. No negócio, quase 20% dos inscritos são idosos. A maioria nunca havia feito compras de mercado pela web antes. “Ficava com medo e não sabia mexer, mas minha filha me ajudou”, conta Rosa. “Hoje, faço tudo sozinha.”

Carrinho cheio

As três principais plataformas do serviço na cidade

Home Refill
Criada em julho de 2016, atende todo o estado. Na capital, leva a partir de oito dias para a primeira entrega. O frete é grátis. Tem app para Android e iOS. www.homerefill.com.br.

Shopper
Desde fevereiro de 2015, atende 270 bairros. Leva, no mínimo, sete dias para a entrega. O frete custa 9,90 reais, mas é grátis nas compras acima de 250 reais. www.shopper.com.br.

Superlist
Nasceu em janeiro de 2017 e entrega em toda a cidade. Leva de dois a quatro dias úteis. O frete custa 4,99 reais, mas é grátis nas compras a partir de 100 reais. www.superlist.com.

Crise econômica deu fôlego ao avanço dos atacarejos

O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas

Por Fabiana Futema

15 out 2017, 11h23

A expansão dos atacarejos – formato de supermercado que vende tanto no atacado quando no varejo – acompanhou o agravamento da crise econômica nos últimos anos, que afetou a renda e emprego dos consumidores. O número de atacarejos saltou 16,92% de 2015 para 2016, saindo de 266 para 311 lojas, segundo o ranking das 500 maiores empresas do setor da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

“Esse formato começou a ganhar destaque em 2012 e atingiu seu ápice, como opção atraente para quem procura preço, entre 2014 e 2105, quando a crise começou a impactar as pessoas”, diz Rodrigo Mariano, gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Mas os sinais de recuperação econômica podem reduzir a preocupação dos consumidores com economia. “Pode ser que o público fique menos atento ao preço e passe a valorizar mais a comodidade, afirma Antonio Carlos Ascar, especialista no setor varejista.

Por enquanto, as grandes redes mantêm planos de ampliação das lojas atacarejistas. O Carrefour possui 164 unidades da bandeira Atacadão. Desse total, sete foram abertas em 2017.

O Grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – conta com seis atacarejos e pretende inaugurar mais um neste ano. O plano é chegar a 2021 com mais de 20 lojas.

Esse investimento parece se traduzir em receita. O Assaí, pertencente ao Grupo Pão de Açúcar (GPA), por exemplo, já ultrapassou as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, também do mesmo grupo.

A maior fonte de receita do grupo MGB – dono das bandeiras Mambo e Giga – também vem do atacarejo. Segundo André Nassar, CEO do grupo MGB, André Nassar, 70% do faturamento vem das lojas de atacarejo do Giga.

“Se pensarmos em volume, a participação é ainda maior, chega a 90%. Existe a facilidade de não precisar de cadastro nem de um valor mínimo para poder comprar nos atacarejos. Se quiser comprar uma caixa, pode. Se quiser levar uma lata, também pode”, diz Nassar.

Segundo Rodrigo Mariano, muitas redes transformaram seus hipermercados em atacarejos. “Nem todo atacarejo é uma loja nova, recém-construída. Muitas eram hipermercados.”

Ele diz que a expectativa do setor é fechar o ano com um crescimento na receita de 1% a 1,5%. Nos segmentos vizinhança e atacarejo, o avanço será maior. “Muito do aumento desses formatos está atrelado à abertura de novas lojas. Não é um crescimento nas mesmas lojas, mas em todas elas.”

Futuro on-line

Para Nassar, do MGB, o futuro do varejo passa pela combinação de vários formatos de loja com o e-commerce. Por isso, ele planeja abrir um canal de vendas on-line para o Giga.

“No futuro, o consumidor vai fazer a compra de última hora perto de casa. As compras recorrentes, que ele sabe que vai fazer todo mês, deixará para fazer pela internet”, aposta Nassar.

Claudio Felisoni, coordenador-geral do Programa de Administração de Varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), diz que existem compras que não dependem dos sentidos do consumidor. “Ele não precisa estar perto, sentir, cheirar. São compras que podem ser feitas pela internet.”

Mas ele não acredita no fim dos supermercados tradicionais. “Deve haver um processo gradativo de redução de tamanho. Não tem sentido manter grandes estoques, ainda mais com a valorização do metro quadrado.”

Em agosto, varejo baiano cresce 1,0%

Conjuntura / 13 Outubro 2017

O comércio varejista baiano cresceu 1,0% no mês de agosto, referente à igual mês do ano passado. No varejo nacional as vendas cresceram em 3,6%, em relação à mesma base de comparação. Na análise sazonal, a taxa do comércio varejista no estado baiano registrou variação negativa de 0,6%. Esses dados foram apurados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) e analisados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).

Apesar da conjuntura adversa da atividade econômica ainda continuar influenciando o comportamento do setor, haja vista o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getulio Vargas registrar queda de 1,1 ponto percentual em agosto, considerando os dados dessazonalizados, o comércio varejista continua registrando, na Bahia, crescimento nas vendas. O segmento de Móveis e eletrodomésticos ditou fortemente o ritmo de crescimento. Esse comportamento se deve a uma combinação de fatores como base de comparação baixa, melhora na massa salarial, controle da inflação e redução da taxa de juros.

Outro aspecto a ser ressaltado é a liberação no mês de agosto do terceiro lote da restituição do Imposto de Renda, que na Bahia foi expressiva, associado à lei que permitiu o saque dos recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a comemoração do Dia dos Pais, data em que os consumidores são influenciados pelos apelos dos lojistas.

Análise de desempenho do varejo por ramo de atividade – Por atividade, os dados do comércio varejista do Estado da Bahia, quando comparados a agosto de 2016, revelam que seis dos oito segmentos que compõem o Indicador do Volume de Vendas registraram comportamento positivo. Listados pelo grau de magnitude das taxas em ordem decrescente, têm-se: móveis e eletrodomésticos (40,8%); livros, jornais, revistas e papelaria (20,1%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (14,5%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (10,4%); tecidos, vestuário e calçados (4,8%); e combustíveis e lubrificantes (2,4%). Os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos registraram, novamente, variações negativas de 13,3% e 10,0%, respectivamente.

No que diz respeito aos subgrupos, verifica-se que registraram variação positiva o subgrupo de móveis e eletrodomésticos com taxas de 28,7% e 45,3%, respectivamente, enquanto hipermercados e supermercados apresentou queda de 14,3%. Quanto aos segmentos que mais influenciaram o comportamento positivo das vendas na Bahia têm-se móveis e eletrodomésticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico; e combustíveis e lubrificantes.

Em agosto, o comportamento de móveis e eletrodomésticos foi determinante para o crescimento nas vendas do setor decorrentes da redução no custo de financiamento, dada a redução da taxa média de juros no crédito às pessoas físicas, crescimento da massa de rendimento real, além da influência de uma base baixa de comparação e a corrida dos consumidores para adquirirem novos aparelhos de TVs, devido ao desligamento do sinal analógico no mês de setembro. Já o segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico, segundo a exercer maior influência para o setor, em razão de o grupo comercializar diversidades de artigos de menor valor agregado foi favorecido pela comemoração do Dia dos Pais, onde as pessoas optaram a adquirir produtos de menor valor agregado.

O segmento de combustíveis e lubrificantes exerceu, na Bahia, o terceiro maior peso para o crescimento verificado nas vendas. Esse comportamento é atribuído à baixa base de comparação, além da influência da queda de uma oscilação no preço dos combustíveis. Após o anúncio de aumento da tributação do governo federal sobre os combustíveis, o consumidor ficou mais atento na busca pelo posto de combustível que estivesse praticando os menores preços, aproveitando para encher o tanque do carro.

Contrapondo o comportamento registrado por esses segmentos, tem-se o segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo que pelo terceiro mês consecutivo exerceu a maior contribuição negativa. Segmento de maior peso para o Indicador de Volume de Vendas, essa atividade vem registrando quedas consecutivas nas vendas desde maio de 2015. Muito provavelmente, essa queda se deve a mudança do comportamento do consumidor que está preferindo comprar em estabelecimentos de atacados, cujos estabelecimentos não são pesquisados, além de uma mudança de perfil dos consumidores ao optarem em realizar suas compras nos mercadinhos de bairro.

Comportamento do comércio varejista ampliado – O comércio varejista ampliado, que inclui o varejo e mais as atividades de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, registrou, em agosto, crescimento nas vendas de 4,4%, em relação a igual mês do ano anterior. Nos últimos 12 meses, a retração no volume de negócios foi de 3,8%. O segmento de Veículos, motos, partes e peças registrou acréscimo nas vendas de 11,3% em relação a igual mês do ano anterior. Apresentando um recuo de 1,5% nas vendas do segmento nos últimos 12 meses. Em relação ao segmento material de construção, as vendas no mês de agosto foram positivas em 11,0%, comparado ao mesmo mês do ano de 2016. O resultado desse mês para ambos segmentos é reflexo da inflação mais baixa e juros em queda.

Redes de varejo e indústria ampliam suas áreas de atuação

Estratégia multinegócio é ferramenta na busca de novos clientes

por João Sorima Neto
14/10/2017 4:30

SÃO PAULO – Com a recuperação gradual da economia brasileira, o varejo também começa a retomar projetos engavetados e a entrar na era dos “multinegócios”. Numa espécie de vale-tudo pelo cliente, grandes redes começam a desbravar áreas em que não atuavam. A Magazine Luiza começou a vender, este mês, produtos de supermercado. O Habib’s, rede de fast-food árabe, abriu há duas semanas seu primeiro posto de combustível em São Paulo.

Mesmo quem não atua diretamente com o consumidor está diversificando para ter o melhor portfólio de produtos nas prateleiras do comércio: a Unilever, dona das marcas Omo, Knorr e Helmann’s, entrou no mercado brasileiro de alimentos naturais e orgânicos com a compra de 100% do capital da Mãe Terra.

— Essa é uma tendência do varejo global. Grandes redes que já têm muito conhecimento em distribuição de produtos, oferta de crédito e e-commerce começam a entrar em novos setores. Como já conversam com muitos consumidores, ampliam esse relacionamento para outros segmentos — explica Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral do Grupo GS& Gouvêa de Souza, especializado em varejo.

No exterior, a busca pelo cliente começou há mais tempo. Em Portugal, a rede de supermercados Sonae também tem petshops, restaurantes, lojas de eletrodomésticos, celulares, farmácias e até clínicas médicas. Na Inglaterra, a rede varejista Tesco possui de agência de viagem a loja de conveniência e postos de combustível. A americana Amazon, que começou como livraria, hoje vende de roupas a alimentos.

No começo deste mês, a Magazine Luiza passou oferecer, pelos seus canais de e-commerce, produtos como fraldas, leite, shampoos, lenços umedecidos, cervejas, produtos de limpeza, cápsulas de café, entre outros. Hoje, são 3 mil itens, que devem dobrar para 6 mil em seis meses. O projeto tem como alvo o grande número de visitantes que acessa os canais digitais. O e-commerce da rede já responde por cerca de 30% do faturamento.

— Somos varejistas tradicionais dos segmentos de móveis, utilidades domésticas, eletreletrônicos. Mas esses são itens que não trazem recorrência. Uma pessoa troca de televisor a cada dez anos. Na categoria supermercado, buscamos a recorrência. Queremos ter nossos clientes todo dia, levando o Magazine Luiza no bolso e comprando pelo aplicativo — diz Julio Trajano, diretor comercial de e-commerce da rede.

Os produtos de supermercado ficam em estoque e são entregues entre três e cinco dias, em grandes centros como São Paulo. Mas o cliente pode fazer a compra nas lojas físicas. Ele escolhe os produtos também por um aplicativo e pode retirá-los no próprio estabelecimento ou receber em casa. Em algumas lojas de São Paulo, a entrega já está sendo feita em 24 horas.

Para o consumidor, a vantagem é ter um leque maior de produtos em canais em que ele já costuma comprar, inclusive com acesso facilitado ao crédito, dizem os especialistas. Além disso, aumentam as promoções, os programas de fidelidade que dão descontos e vantagens.

— O Magazine Luiza fez uma promoção com uma marca importada de shampoo, condicionador e máscara de hidratação baixando o preço do conjunto para R$ 33. Vendeu 20 mil kits em apenas um dia pelos canais digitais — diz Trajano.

MANTER QUALIDADE É UM DESAFIO

As varejistas também tentam associar características próprias, já conhecidas do consumidor, a esses novos negócios.

— O Habib’s tem como marca o preço baixo de suas esfihas. A tendência é que o consumidor associe essa característica também ao preço do combustível — diz o coordenador executivo de Marketing do Insper, Silvio Laban.

O empresário Alberto Saraiva, fundador do Habib’s, diz que a estratégia de preços baixos também já está sendo usada no primeiro posto da rede. A gasolina comum sai por R$ 3,39 o litro, enquanto o álcool custa R$ 2,29, preços abaixo da média do mercado. Além disso, em determinado horário do dia, há uma promoção em que o cliente ganha descontos entre R$ 0,10 e R$ 0,20.

— O objetivo é atrair o consumidor que já conhece nossa marca. Pelas mais de 540 unidades do Habib’s e Ragazzo que existem no país, passam por ano 200 milhões de consumidores e 19 milhões de carros. É essa base que queremos aproveitar — afirma Saraiva.

Ele lembra que o combustível do posto será fornecido pela BR Distribuidora para garantir a qualidade do produto. Mais quatro postos serão abertos nos próximos seis meses, e, até 2020, serão 30 unidades, alguns como franquia.

A onda multinegócios também vem impulsionando fusões e aquisições. Além de adquirir no Brasil a Mãe Terra, a Unilever comprou, em setembro, a empresa de chás Pukka Herbs, na Inglaterra. Os valores das duas transações não foram revelados, mas o objetivo é o mesmo: ampliar a oferta de produtos e alcançar novos públicos. Dados da Euromonitor mostram que, no Brasil, o mercado de orgânicos já movimenta cerca de € 8 bilhões ao ano (mais de R$ 30 bilhões).

O risco dessa expansão para setores tão diversos, afirma a consultora especializada em varejo Ana Paula Tozzi, presidente da AGR Consultores, é não conseguir se tornar um jogador relevante nesse universo dos multinegócios:

— Como passam a lidar com mais fornecedores, existe o risco de não conseguirem manter o padrão de qualidade construído por essas marcas.

Supermercado online ganha opções e busca adeptos

Estadão Conteúdo
14.10.17 – 10h10

A venda de alimentos online, que durante muito tempo foi dominada pelo Grupo Pão de Açúcar, ganhou novos concorrentes. Embora o setor represente apenas 2,4% do faturamento do comércio eletrônico no Brasil e, segundo especialistas, exista uma resistência à compra de alimentos pela internet, redes como Carrefour e startups como Home Refill acreditam que é possível virar a tendência nos próximos anos, com o comportamento do brasileiro se aproximando do de mercados como Japão e Reino Unido, onde encher a dispensa usando a web já é comum.

O novato nessa categoria é o Carrefour, que estreou no e-commerce alimentar nesta semana, atuando, por enquanto, em alguns bairros de São Paulo. No exterior, varejistas como Target e Wal-Mart usam as lojas físicas como pontos de coleta para as compras feitas pela internet.

Apesar de considerar esse modelo para o futuro, a varejista francesa optou por um outro caminho: criou um centro de distribuição para o e-commerce, na zona sul de São Paulo. Segundo Luiz Escobar, diretor do Carrefour.com, a estratégia visa a reduzir “quebras” nos pedidos online. “Se o e-commerce depende do estoque da loja, o produto pode ter sido vendido para um outro consumidor na hora em que a equipe fizer a coleta”, explica.

A exemplo do que faz o Grupo Pão de Açúcar, seu principal concorrente no País, o Carrefour aproveitou para criar um programa de fidelidade que também pode ser administrado por um aplicativo.

Startup

Criada em 2016, a startup Home Refill tem o objetivo de servir como um “regulador de estoque” dos armários dos habitantes das metrópoles brasileiras. Ao contrário das grandes varejistas, a empresa não vende produtos perecíveis. “Nosso foco são os produtos de uso contínuo, como leite longa vida, fraldas, detergentes”, explica o gerente de gestão e finanças da empresa, Vinício César. “Queremos evitar que as pessoas ocupem espaço com algo que não precisam.”

Como entrega produtos não perecíveis, a Home Refill só faz os pedidos às indústrias após o consumidor fazer a compra. “Entre o pedido ao fornecedor e a entrega na casa do cliente, o prazo é de 5 a 6 dias úteis”, conta César. A partir da segunda compra, diz, a tendência é que o prazo diminua, pois o Home Refill quer entregar aos clientes sempre a mesma lista de produtos, com pequenas variações. “Nosso objetivo é fazer o consumidor economizar, pois ele vai gerir melhor o estoque e comprar só o que realmente usa.”

A Home Refill tem 100 mil cadastrados – parte deles em áreas onde o serviço ainda não está disponível. A empresa já atende a Grande São Paulo e, até o fim do ano, pretende expandir para o litoral e para o interior, em cidades como Sorocaba e Campinas. A startup também está testando seu modelo de negócios internacionalmente – já tem uma operação-piloto na Arábia Saudita e tem planos de chegar a África do Sul e Índia.

Expansão

Existem indícios de que há oportunidades para os supermercados online. O Pão de Açúcar, que atua no segmento desde 1995, teve uma alta de 18% nas suas vendas de e-commerce em 2016 e tem conseguido atrelar outros produtos às suas vendas online – um exemplo é o clube de assinatura de vinhos.

Apesar da expansão do GPA no segmento, o setor de alimentos e bebidas não tem, hoje, uma presença importante no comércio online. “Os consumidores ainda não associaram a venda de alimentos ao e-commerce. É um segmento difícil, que lida com produtos perecíveis e tem logística complicada”, diz Pedro Guasti, presidente da Ebit, consultoria especializada no comércio eletrônico.

Em comparação com 2016, no entanto, mais brasileiros estão escolhendo trocar o carrinho de compras pelo aplicativo do celular. Em um relatório da consultoria feito no passado, o setor nem aparecia no top 10. Agora, está na nona colocação.

O setor também apresentou aumentos significativos ao redor do mundo, segundo a Kantar Worldpanel. Em 2016, China e Coreia do Sul foram os países que mais passaram a comprar alimentos pela web, com altas de 50% e 40%, respectivamente. Na Europa, França e Grã-Bretanha cresceram 8%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.