Supermercados apostam em comida pronta

ANDRESSA PAULINO*

Publicação: 30/09/2017 04:00

Algumas redes de supermercado estão investindo em um novo filão: comida pronta. Com preços menores por porção, a refeição acaba sendo a opção para quem mora ou trabalha perto desses estabelecimentos e quer economizar. O ganho, segundo alguns consumidores, pode chegar a 50%.

Maria Rosângela da Silva, 43 anos, trabalha próximo a um mercado e abandonou os restaurantes das redondezas. “Agora, pago cerca de R$ 8 por uma refeição, que sairia por R$ 12 em qualquer outro lugar”, disse. Como vantagem para esse tipo de compra, a supervisora de um laboratório de análises clínicas enumera: “o tíquete-refeição, que não durava o mês todo, agora dura”, “a definição do tamanho da porção, conforme a fome, a um preço mais em conta”.

Para o educador financeiro Jonatas Bueno, a economia é certa. “Para quem mora com outra pessoa, ou até mesmo sozinho, pode ser uma boa forma de poupar dinheiro, já que evita desperdícios de cozinhar em casa e é mais barato que o prato de um restaurante”, afirmou. Ele alerta, no entanto, para a necessidade de avaliar o que se está comendo e a variedade oferecida. “Provavelmente uma pessoa que está de dieta não vai achar a mesma variedade que ele encontraria em um restaurante, ou preparando em casa.”

Para quem ainda prefere preparar as refeições em casa e ir ao mercado durante a semana, alguns produtos estão mais caros. De acordo com pesquisa realizada pelo Correio, o arroz, o contrafilé e a coxa e sobrecoxa estão mais caros. Já os ovos estão mais baratos em três mercados pesquisados.

* Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira

FISPAL 2014 – Novidade no segmento de refrigeração

Equipamentos

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Amazon pode estar interessada em comprar a rede Carrefour

Redação
Postado em 29 de setembro de 2017

O valor de € 13 bilhões do negócio não parece ser problema para Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, que acabou de pagar mais pela Whole Foods. (GettyImages)

A ideia de que a Amazon poderia estar interessada em comprar a rede de supermercados Carrefour foi lançada por uma revista de negócios europeia na última quarta-feira (27). A companhia francesa, criada na comuna de Annecy, em 1960, tem atualmente 12 mil supermercados em 30 países, além de quase 40 mil pessoas na folha de pagamento.

O valor de € 13 bilhões do negócio não parece ser problema para Jeff Bezos, fundador e CEO da Amazon, que acabou de pagar mais pela Whole Foods (US$ 13,7 bilhões), que tem apenas 440 lojas.

É difícil dizer, porém, se a rede está, realmente, à venda. A posse da empresa pode ser interessante para a Amazon caso ela esteja determinada a entrar no mercado alimentício europeu, onde mais de 95% das compras de comida são feitas em lojas físicas.

“Vamos recuperar o tempo perdido e botar o Carrefour em outra posição”, afirma Abilio Diniz

Em entrevista ao Valor, o executivo comenta sobre a saída de Charles Desmartis, a chegada de Noël Prioux, a gestão de Plassat e de Bompard

O grupo francês Carrefour está no centro de um processo de mudança e para o seu terceiro maior acionista, o empresário brasileiro Abilio Diniz, esse movimento deve colocar a varejista num novo rumo, e fazê-la dar um salto no negócio digital. "O Carrefour sempre teve pessoas decididas a permanecer na zona de conforto. Hoje, a determinação do Bompard [Alexandre Bompard, CEO mundial desde julho] é que não se vive na zona de conforto. Nós vamos recuperar o tempo perdido e botar o Carrefour em outra posição", afirmou o empresário em entrevista ao Valor.

"Eu disse no conselho [de administração] que nós temos que saber o tamanho da nossa ambição. Se nossa ambição é um pouco mais do mesmo ou melhor", diz Abilio, que completa 81 anos em dezembro. A Península Participações, empresa da família Diniz, tem 12% das ações do grupo Carrefour no país e 8% no mundo.
Os planos passam por recuperar o ritmo de vendas, especialmente na França, e acelerar a transformação no braço on-line para que a varejista se torne realmente uma operação multicanal.

Essa busca por mudanças exigiu a troca de comando mundial, com a saída, em julho, de Georges Plassat, e a entrada de Alexandre Bompard. Abilio diz que as dificuldades que a empresa passa têm relação direta com o ex-CEO, que resistia a certas transformações. "Para mudar a pessoa precisa querer e Plassat não queria", diz. "Ele virou quase um mito no Carrefour. Ele pegou a empresa com a ação a €13 e levou a €26 e agora voltou a €17. Esse grande salto fez dele uma estrela, precisava ter cuidado para mexer".

Procurado ontem pelo Valor, Georges Plassat, que comandou o Carrefour por cinco anos, não quis comentar as críticas à sua gestão. "Não tenho nada a dizer", afirmou, em tom irritado, quando informado do teor da entrevista. Seu mandato só terminaria em maio de 2018. Sua saída foi decidida em meio a fortes tensões no conselho. A principal razão era a desvalorização das ações desde 2015. Quando ele deixou o grupo, elas estavam cotadas a quase € 22, após terem atingido € 33 há dois anos.

No Brasil, os ajustes que começam a ser implementados pelo CEO mundial – a reorganização de cargos de diretoria – levou à troca do presidente da operação local. Em outubro, sai Charles Desmartis e entra Noël Prioux, ambos franceses. Abilio defende Prioux de críticas do mercado – desde o anúncio da troca, a ação no país caiu 7%. A seguir, trechos da entrevista:

Como o sr vê as mudanças no comando do Carrefour no Brasil e no mundo?
Abilio Diniz: Primeiramente, vou colocar um contexto geral. O que acontece no Brasil não é um fato isolado daquilo que acontece no Carrefour global. O Carrefour está passando por uma transformação, vinha num período ruim, difícil, em que fazia bobagens, até chegar o Plassat em 2012. Até o Lars [Olofsson, CEO de 2009 a 2012] era descendo a ladeira com velocidade. Então, em 2012, entrou Georges e num primeiro momento, recuperou um pouco da empresa, da satisfação e do orgulho de ser Carrefour. Isso foi no começo. Na minha visão, ele usou uma forma errada de buscar a recuperação. Vendeu ativos para investir em preço. Não adianta só investir em preço. Tem que ter muito mais solidez em outras coisas. Na França, fez pouco e enfiou dinheiro no ralo.

O problema de saúde de Plassat [afastado por dois meses em 2015 após uma cirurgia] acelerou a sua saída?
Diniz: Vendo que nada dava certo, em seus últimos anos e, principalmente, depois do problema de saúde dele em 2015, começou a ser preparada a sua saída e a empresa ficou abandonada, sem ordem. Então fomos buscar uma pessoa que realmente pudesse fazer uma transformação. O que a gente acredita agora é que Bompard esteja iniciando uma transformação que a empresa precisa.

Como tem sido esse início de mudança?
Diniz – A primeira coisa que Bompard fez foi montar o time. Ele acredita em algo que eu acredito, gente certa no lugar certo faz as coisas acontecerem. Na França, reestruturou a equipe e aqui no Brasil ele sabia que o Charles Desmartis não é uma pessoa do ramo, é um financeiro.

Por que o Charles Desmartis saiu da empresa?
Diniz – O Charles foi colocado no Brasil porque o Carrefour teve um período de descontrole nas contas, com perda de R$ 1 bilhão, [por fraude contábil nos balanços, descoberta em 2010]. Ele veio consolidar as contas e para dar segurança para a França. Isso ele fez bem feito. E a operação foi sendo tocada pelas pessoas do time. Quando nós, da Península, entramos entre 2014 e 2015, junto com a [consultoria] McKinsey, com uma reestruturação planejada, Charles fez metade do plano, e teve um avanço.

Mas o mercado recebeu mal, na semana passada, a notícia de mudança no comando no Brasil. Por que trocar de maneira tão rápida?
Diniz – Porque esse é o Bompard e é isso que nós esperamos dele. Na nossa visão e do conselho de administração, o que me interessa é o global. Porque aqui é um reflexo do global. Esse não é um movimento isolado, é da França e a transformação está a caminho. Sempre defendi que estejamos alinhados com o global.

Isso não está acontecendo? Não há alinhamento?
Diniz: Estava [alinhado], mas com uma matriz que soltava demais as regiões. A coisa mais importante, é que na primeira reunião que tive no conselho, em 2016, eu olhei aquele orçamento dos próximos três anos e não me agradou. Eu disse: temos que saber o tamanho da nossa ambição. Se nossa ambição é um pouco mais do mesmo ou melhor.

Mas investidores ficaram surpresos com a troca no Brasil.
Diniz: O que quero dizer é que não tem nada de inesperado, porque esse é o Bompard que esperamos. O que temos agora é que organizar o time. O Brasil é o grande mercado hoje da companhia, a expectativa que o conselho de acionistas coloca no Brasil é enorme, o Brasil pode ser o centro. A França é a casa mãe, mas o grande desenvolvimento pode se dar no Brasil.

Como foi o trabalho de ajustes no país, com o apoio da consultoria McKinsey, após 2015?
Diniz – Um dos motivos de a Península ter entrado no Carrefour é porque sabiam que a parte do varejo da empresa estava operando pior que o que sabíamos ser possível. Especialmente com relação ao peso do 'overhead' [despesas gerais]. Por isso, provocamos a contratação da McKinsey junto com o Carrefour. Outro ponto foi o 'approach' diferente com os fornecedores, de parceria, que é muito o nosso DNA, que era diferente de como o braço de varejo operava. No Carrefour Brasil, ainda tem muito ajuste para fazer, na estrutura mesmo. São ajustes para diminuição de níveis, para deixar a empresa mais leve.

O mercado tem questionado se foi boa solução a vinda de Noël Prioux para presidência no Brasil, por ele não conhecer o varejo aqui. Como vê essa questão?
Diniz: Eu acho que foi uma solução excelente, e nós, os sócios, avaliamos juntos os nomes. O Bompard não fez isso isoladamente. Se não der certo a Península é responsável também. Prioux tem abertura para aprender, é ágil e tem vontade. Quando eu busco alguém, eu não quero um técnico, eu quero um gestor, no caso do Noël, não quero um especialista em Brasil, isso a gente tem aqui. Eu quero um cara que entende de distribuição, que seja capaz de implementar o varejo online. Na França, o Carrefour está muito atrasado no online, mas nós vamos dar um salto. Não falo só que vamos recuperar aos poucos terreno. Vamos fazer algo transformador no online.

Isso, sem precisar de uma fusão ou aquisição? Há informações no mercado de busca de um parceiro digital, numa fusão global.
Diniz: Não precisa de nada disso, nós temos condições de fazer. E eu não jogo para o mercado. Uma coisa é você estar atrasado e vir correndo atrás dos outros. Outra coisa é buscar o que há de mais novo no mundo e saltar lá na frente.

Por meio desse chamado plano transformador global?
Diniz: Não sei, isso é o que Bompard está discutindo. Como ele veio da Fnac-Darty, aí falam: "Ah vai ter uma fusão". Isso não tem nada a ver. Esse plano tem que transformar também a cultura. O Carrefour global sempre teve, desde que conheço nos últimos anos, pessoas decididas a permanecer na zona de conforto. Hoje, a determinação do Bompard é que não se vive na zona de conforto, nós vamos fazer o que precisa ser feito. De concreto tem a determinação do Bompard de que nós vamos recuperar o tempo perdido. Vamos botar Carrefour em outra posição.

O 'timing' não foi errado? Mudar o comando logo após o IPO [oferta pública de ações] no país?
Diniz: Para que perder tempo? Esse [timing errado] é uma ideia sua. Para mim, faz todo o sentido o nome do Prioux, uma escolha que eu apoiei. Quando foi anunciada mudança no país, na sexta-feira, o mercado não entendeu nada e gente nossa [da Península] entrou [fez contatos com investidores] e a ação passou a cair menos. Acho que o mercado tem uma grande confiança em nós porque ele sente que, na fase com Bompard, a Península vai estar muito mais perto.

Outra crítica feita é de que Prioux vem para o Brasil após deixar a operação francesa em situação difícil.
Diniz: Vou deixar uma coisa clara aqui, eu conheço Prioux há muito tempo, e negociei todo esse tempo com Georges Plassat. Não se faz nada que Plassat não queira. Eu já vinha percebendo que o Plassat bloqueava o Prioux. Não tinha espaço para fazer as coisas que precisava. Não é justo atribuir a ele [Prioux] as dificuldades da França. Isso tem que ser atribuído a Plassat. As dificuldades da empresa têm que ser atribuídas a ele. As pessoas se esquecem que quem fez a base para o crescimento recente na Espanha foi o Prioux [ele foi diretor no mercado espanhol].

Com as questões de saúde de Plassat, a saída dele foi acelerada?
Diniz: Eu diria até que a clareza veio depois do problema de saúde. O Plassat virou quase um mito dentro do Carrefour. Ele pegou a empresa com a ação a €13 e levou a €26. Chegou a bater pico de €32, mas voltou pra € 16 agora, mas esse grande salto de €13 para €26 fez do Plassat uma estrela, precisava ter cuidado pra mexer. E ele era uma pessoa conhecida e bem relacionada. Desde que converso com eles [sócios], eles sabiam que precisávamos de uma transformação, havia uma ideia inicial de que Plassat poderia liderar essa transformação. Mas num certo momento, se viu que isso era impossível.

Por que impossível?
Diniz: Porque para mudar a pessoa precisa querer e Plassat não queria.

Houve um anúncio, pelo diretor financeiro global semanas atrás, de que a queda na inflação no Brasil ajudou a reduzir previsões de vendas no mundo. O mercado reagiu, as ações caíram aqui e lá fora. A deflação está atrapalhando o grupo?
Diniz: Lançamos a ação no Brasil a R$ 15, em algum momento bateu em R$ 17. É natural uma oscilação após IPO e não seria à toa até mesmo que caísse um pouquinho. Agora está estável. Mas ligar isso com inflação não faz sentido.

Mas o CFO do grupo, Pierre-Jean Sivignon, falou em revisão da meta das vendas globais, afetadas pela queda da inflação no Brasil, principalmente.
Diniz: Coitada da inflação deixa ela quieta lá, porque ela não tem nada com isso. Os resultados foram um desastre, foi tudo ruim, menos que as piores expectativas do mercado e a fala dele [Pierre-Jean Sivignon] ainda foi uma fala complicada. É evidente que o papel tem que cair, não tem nada a ver com inflação, se mencionou é bobagem.

E o efeito da queda da inflação nos números do grupo e no Atacadão?
Diniz: Inflação é zero de problema e o Atacadão está absolutamente redondo. O mercado não sabe o que está falando, porque se não cresce no nominal [queda da inflação cai receita nominal], por outro lado tem no aumento de consumo e as pessoas passam a gastar mais.

O ambiente no Carrefour global então melhorou?
Diniz: É outra empresa. Aqui existia um time mais acomodado, na zona do conforto. Na França era pior, a empresa vivia para seus funcionários, para felicidade e bem-estar deles. Quando você tem uma mudança você tem uma turma que quer continuar na zona de conforto, com as comodidades. Alguns dizem que essa mudança é um horror, cria um clima de insegurança e intranquilidade. Por enquanto, vamos mostrar números [globais] bons, mas nada excepcional. Os grandes números virão em 2018, e aí o mercado vai entender o que está sendo feito.

A operação aqui reflete muito o que ela é na matriz?
Diniz: Exatamente, ela reflete o que é lá e o Bompard vai diminuir níveis e encurtar o caminho entre o topo e a base. Tudo isso deve se refletir no Brasil. O Noël vai seguir as diretrizes da França da mesma forma que Charles seguia tudo que era delineado lá. "

O sr. ganhou espaço no grupo com a saída do Plassat?
Diniz: A Península vem avançando desde o fim de 2015, quando fui indicado pra observador [do conselho de administração] e viemos ganhando [espaço] com conselho, se nós não ganhávamos espaço antes é porque o Plassat não dava espaço, mas nós fomos ganhando mais espaço com o conselho, a ponto de que, com a saída do Colony [sócio que vendeu sua posição neste ano] conseguimos mais uma cadeira no conselho.

Há dois movimentos de mudança de CEOs, na BRF e no Carrefour, e são mudanças importantes, cada uma dentro de um contexto…
Diniz: Esse é o Abilio, as coisas comigo acontecem assim. Na realidade, não fui eu que fiz, mas em torno de mim foram três CEOs, Charles Desmartis, Alexandre Bompard e Pedro Faria [presidente da BRF, na qual Abilio é sócio]. Não fui eu que troquei eles.

Mas o mercado tem penalizado e há uma pressão maior por resultados nas empresas.
Diniz: Já disse que não jogo para a plateia, nunca joguei, nunca vou aceitar pressão do mercado, de jeito nenhum. Isso não quer dizer que não respeito o mercado e não o ouça, quando chega perto da divulgação, vejo nosso resultado e o consenso, respeito e ouço, mas ajo de acordo com minha cabeça com o que considero melhor para a empresa.

O Carrefour pensou em colocar José Roberto Müssnich [presidente do Atacadão] no comando da operação brasileira? Ele acenou com a hipótese de deixar a empresa se não fosse promovido?
Diniz: Eu nem sei se ele gostaria [de ter o cargo]. Müssnich é um cara de Atacadão, é um gênio, foi ele que criou isso, nem sei se gostaria disso [ser CEO]. Ele quer ajudar a França a fazer experiências e levar o modelo para fora.

Ele cogitou sair da operação?
Diniz: Não existe nenhuma possibilidade, ele está fechado conosco.

Podem ocorrer mudanças na equipe com a entrada do novo presidente e após a saída do vice-presidente comercial Antonio Ramatis, que era um nome indicado pelo sr.? Houve uma queda de braço interna e Ramatis saiu?
Diniz: Ramatis saiu e não volta e ele nem quer voltar. O Gutierrez [o espanhol José Luis Gutierrez, diretor de formatos de varejo do Carrefour Brasil] é um grande operador, e deve ficar mais um ano, um ano e meio. Isso já estava acertado com o Charles.

Houve uma disputa por espaço entre Gutierrez e Ramatis?
Diniz: Um conflito numa empresa como essa sempre existe, isso é natural, entre comercial e operações. No Grupo Pão de Açúcar eu convivia com isso e tomava medidas para que trabalhassem juntos. No Carrefour Brasil, ainda tem muito ajuste para fazer, na estrutura mesmo, e com o plano da McKinsey, que ainda tem de ser completado. São ajustes para diminuição de níveis, para deixar a empresa mais leve.

Fonte: Valor Econômico

Vendas no varejo ainda estão abaixo do pico histórico do setor

Conjuntura / 29 Setembro 2017

Depois de uma fase de três meses em crescimento, o comércio varejista não sofreu variação no mês de julho de 2017, apenas manteve o volume de vendas igual a junho, cujo acumulado de ganho girou em torno de 2% no país. Segundo o IBGE, em três atividades pesquisadas houve crescimento, destacando-se os hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Esses setores apresentaram variação de 0,7% nas vendas.

Outro crescimento de desempenho importante ocorreu nas atividades de tecidos, vestuário e calçados, em que a variação foi de 0,3%, além de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação que chegaram a 4,4%.

O comércio de combustíveis e lubrificantes, com variação de -0,9% no volume de vendas foi o único setor que pressionou negativamente o resultado na base de comparação.

A razão para o crescimento é que hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo têm peso importante no consumo das famílias e, com a liberação das contas inativas do FGTS e o maior controle da inflação houve estímulo no comércio alimentar.

Embora seja um resultado importante, na comparação com julho de 2016, houve predomínio de taxas positivas entre as atividades pesquisadas pelo IBGE, com destaque para as vendas de tecidos, vestuário e calçados em 15,5%, mas não chega a eliminar sua retração devida a um recuo de 0,3% de junho 2017. “As vendas do comércio ainda encontram-se em um patamar muito abaixo do pico histórico do setor, ou seja, os 8,7% acumulados nos últimos três meses não reflete o melhor da história do comércio global”, afirma Renata Nieto, professora do Labfin-Provar FIA.(centro de pesquisa, consultoria e educação executiva da Fundação Instituto de Administração -FIA).

Supermercado não pode apropriar crédito de PIS e COFINS sobre as geladeiras que estocam alimentos

Publicado por Márcio Balduchi

NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. COMERCIANTE ATACADISTA. BENS DO ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. IMPOSSIBILIDADE.

No caso de comerciante atacadista, quanto aos créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep:

a) é vedada a apuração de créditos na modalidade aquisição de insumos (inciso II do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002) em relação a peças de reposição, combustíveis e manutenção utilizados nos bens de seu ativo imobilizado, pois não se tratam de máquinas ou equipamentos utilizados diretamente na produção dos bens destinados à venda nem à prestação de serviços;

b) é vedada a apuração do crédito de que trata o inciso VI do caput do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, sobre os encargos de depreciação das máquinas e equipamentos, uma vez que estes não produzem bens destinados à venda nem à prestação de serviços.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º, II, VI, IX e § 3º, I; Instrução Normativa SRF nº 247, de 2002, art. 66.

Campanha estimula supermercados a priorizar idosos em todos os caixas

Para conscientizar a população sobre a prioridade, o Ministério Público vai lançar nesta segunda-feira (2) a campanha "Ceda a vez para a Gentileza"

postado em 01/10/2017 16:29

Marília Padovan – Especial para o Correio

O Estatuto do Idoso prevê o atendimento preferencial imediato em todos os estabelecimentos comerciais. Para conscientizar a população sobre a prioridade, o Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT), em parceria com o Sindicato dos Supermercados do DF (Sindsuper) e Associação de Supermercados de Brasília (Asbra) vai lançar nesta segunda-feira (2) a campanha “Ceda a vez para a Gentileza”. O intuito é aumentar a colaboração da sociedade e a conscientização sobre os direitos dos idosos.

Cerca de 80 supermercados do Distrito Federal participarão da iniciativa que estende o direito de atendimento prioritário para qualquer caixa, e não somente para o preferencial. A ação ocorre após a Promotoria de Justiça da Pessoa Idosa (Projid) verificar que a assistência preferencial não estava sendo respeitado nos estabelecimentos.

A ideia é conscientizar a população de que respeitar os direitos da pessoa idosa não é um favor, mas sim um dever de todo cidadão. E a data não é por acaso — em outubro se comemora o Dia Internacional do Idoso.
No transporte coletivo

No início de setembro, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) sancionou a Lei nº 5.984, de 2017, que torna todos os assentos dos veículos do transporte coletivo e metroviário preferenciais para pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e mulheres grávidas ou com crianças de colo. A lei já havia sido aprovada pela Câmara Legislativa (CLDF) no fim do mês de junho e entrará em vigor em 30 dias.

De acordo com o projeto, a configuração visual dos assentos dos coletivos será mantida. As empresas de transporte público terão apenas que fixar avisos ao longo dos veículos com a informação de que todos os lugares são preferências. Já a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) deverá divulgar a medida em suas estações.
Serviço

Lançamento da campanha "Ceda a vez Para a Gentileza"
Data: 2 de outubro de 2017
Horário: às 10h
Local: Big Box do Lago Norte (ao lado do Deck Norte)

Vendas em supermercados crescem 0,25% em agosto, diz Abras

Estadão Conteúdo
29.09.17 – 11h13

Os supermercados brasileiros registraram crescimento real de 0,25% nas vendas em agosto na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O indicador, que desconta a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula alta de 0,67% nos primeiros oito meses do ano ante igual período de 2016.

Em termos nominais, sem descontar a inflação, as vendas dos supermercados apresentaram alta de 2,74% em agosto na comparação anual. Em oito meses, o crescimento nominal é de 4,54%, também na comparação com os mesmos meses de 2016.

Em nota, o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, considerou que há uma expectativa de retomada gradual no consumo das famílias. “Acreditamos que a aproximação do final do ano, com importantes datas para o setor como Black Friday, Natal e Réveillon, poderá impulsionar as vendas”, afirmou.

A Abras têm uma projeção de crescimento de 1,5% nas vendas reais para este ano ante 2016.

Preços

Os preços dos produtos mais consumidos nos supermercados caíram 1,84% em agosto na comparação com julho deste ano, segundo a Abrasmercado, cesta de 358 produtos pesquisada pela GfK e analisada pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Abras.

Na comparação com agosto de 2016, a cesta de produtos – que inclui cerveja e refrigerante, além de itens de higiene, beleza e limpeza doméstica – estão 7,73% mais baixos este ano.

As maiores quedas de preço no mês de agosto foram registradas em produtos como tomate, o qual recuou 19,69%; feijão, com queda de 11,28% e cebola, que caiu 5,03%. Entre as altas estão a farinha de mandioca, com aumento de 5,14%, o papel higiênico com 2,35% de crescimento, e a batata, alta de 2%.

Com superprodução de 42 toneladas de cacau por ano, comunidade do AP aposta em licor

Fruto nativo produzido às margens do rio Cassiporé foi aproveitado por cooperativa de assentados da Vila Velha, que produzem bebida e barras com 100% cacau.

Por Fabiana Figueiredo, G1 AP, Macapá

02/10/2017 07h49

Uma comunidade do Amapá aposta na produção de derivados do cacau que é produzido naturalmente às margens do rio Cassiporé para exportação. Com uma superprodução de 42 toneladas por safra, os assentados da Vila Velha, distrito de Oiapoque, no norte do estado, criaram uma cooperativa para conseguir usar o fruto comercialmente.

Criada há dois anos, a Cooperativa Agroextrativista Cassiporé só conseguia aproveitar 1 tonelada da safra que acontece de maio a junho. Com consultoria do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a comunidade profissionalizou a atividade e passou a produz licor de cacau e barras 100% do fruto.

“O licor veio como uma complementação para não perder o que a natureza produz. A gente tinha uma ideia do potencial da região há muitos anos, mas faltava a documentação disso. Essa produção do cacau existe no assentamento há 20 anos, mas é em escala pequena. Esse cacau é especial porque nasceu lá, numa área de várzea, num trecho de 36 quilômetros margeando o rio”, explicou o diretor executivo da cooperativa, Dorismar Paixão.

Além de usar o cacau na alimentação das escolas do município, são 24 cooperados interessados em tornar o negócio internacionalmente conhecido, seja em uma fábrica de chocolate ou de licor. A expectativa era alavancar a ideia na safra de 2017, mas um fenômeno climático impossibilitou a comunidade de explorar o fruto.

Agora a aposta é aproveitar duas toneladas na entressafra que terá em novembro e 15 toneladas na safra de 2018, entre maio e junho. Também há a intenção de certificar o cacau e levar desenvolvimento para a região.

“Nós acreditamos que ele é um cacau único, porque é produzido na floresta de várzea. A natureza nos deu isso de presente. Por isso a qualidade é superior, a textura é diferente. Estamos trabalhando para gerar emprego, renda e fazer trabalho de conscientização agroecológica. Nossa intenção é chegar no mercado internacional com um cacau gourmet”, finalizou Paixão.

Estrela investe em pães congelados

Guilherme Daroit

Entre os principais fabricantes de farinha do Brasil, o Grupo Estrela vem apostando fortemente, também, no segmento de pães congelados. Dos R$ 55 milhões investidos pela empresa cinquentenária nos últimos anos, cerca de R$ 30 milhões foram destinados a uma nova fábrica da Panfácil, braço do conglomerado voltado ao segmento. Inaugurada em julho de 2016, a planta, localizada ao lado da principal unidade do Moinho Estrela, é seis vezes maior do que a anterior, e já está preparada para uma futura duplicação.

Fundado em Estrela, cidade que lhe empresta o nome, o Grupo Estrela logo migrou para a Capital e, na década passada, para Canoas. A empresa familiar controla, além do Moinho Estrela e da Panfácil, também a Mesasul, que monta cestas básicas, e uma subsidiária de participações imobiliárias, conglomerado de 650 funcionários e que chegou aos R$ 300 milhões em faturamento no ano passado.

Membro da terceira geração, o diretor comercial de pães congelados do grupo, Bernardo Pretto, conta que o principal faturamento ainda é o do Moinho Estrela, mas que o novo segmento é o de maior potencial. "A capacidade de crescimento da Panfácil é a maior de todas, investimos entendendo que é onde temos mais espaço para crescer", argumenta.

Empresas & Negócios – Por que a aposta no congelado?

Bernardo Pretto – Começamos o projeto para a fábrica nova há quatro anos. Ou seguíamos com o processo semi-industrial, ou íamos para algo inédito no País, que era a linha completamente automatizada. Foi o que a gente fez, em parceria com indústrias francesas que desenvolveram máquinas com as características do pão brasileiro, o que envolveu bastante tempo de planejamento. E trouxemos à matriz, pela capacidade de receber farinha diretamente do moinho. Embora seis vezes maior do que a anterior, ela já foi toda construída para ser duplicada conforme a demanda nos próximos anos, pois confiamos no crescimento desse mercado.

Empresas & Negócios – O pão congelado é um mercado em expansão?

Pretto – É um mercado muito novo, de 19 anos no Brasil. Diferentemente do mercado de farinhas, já consolidado, o mercado de pão congelado cresce muito, dois dígitos anuais. E agora os grandes vendedores de pães, as redes de supermercados nacionais, estão começando a migrar por alguns motivos. O principal é a dificuldade de mão de obra qualificada para a demanda que eles têm. Além disso, o que você produz em 100m² de padaria tradicional, produz com menos de 50m² com o congelado. É uma área valiosa para o supermercado. Outra questão é o padrão, para as redes é interessante ter um produto sempre igual. Para o consumidor final, não vai fazer diferença, muitas vezes até ganha em qualidade, com uma máquina que faz 45 mil pães iguais por hora, como a nossa.

Empresas & Negócios – Sempre se falava dos pequenos estabelecimentos para esse segmento…

Pretto – Quando começamos a fábrica, o Grupo Estrela entendia que iria vender pão para as padarias, mas elas não compraram a ideia, com receio da mudança. Quem abriu as portas foram os minimercados, que não tinham estrutura para ter uma padaria e viram a oportunidade de vender pão quentinho com qualidade, e foi aí que começou de fato o mercado de pão congelado. Com o tempo, foi crescendo em escala. Passaram a ser mercados de médio porte, e agora está chegando a vez dos grandes. É um caminho sem volta. Na Europa, na Ásia, estão 15 anos na nossa frente. E não é porque não tenhamos a tecnologia, mas pelo custo do transporte. Se transportar ele cru, chega com um preço ainda viável; mas, se for o pré-assado, que seria a próxima geração, não, pois o pré-assado é seis vezes maior do que o cru, e com isso o frete fica muito caro. Mas é um caminho natural. Nossa ampliação futura prevê a possibilidade de trabalhar com esse tipo de produto quando o mercado pedir.

Empresas & Negócios – Esse investimento dá resultado?

Pretto – Na Panfácil, comparando o primeiro semestre de 2017 com o primeiro de 2016, tivemos um crescimento de cerca de 60% com a nova fábrica. Bem expressivo, mas dentro do planejado, porque a fábrica antiga estava esgotada, então já havia demanda. Desde o início do ano, passamos a atuar no Sudeste. Mesmo aqui no Estado, havia regiões importantíssimas às quais não conseguíamos atender, como Caxias do Sul, Bagé, Pelotas e Rio Grande, onde agora estamos entrando. Esse mercado é relativamente conservador, porque pão é um produto estratégico para as lojas, não podem ficar mudando toda semana só por preço, então as movimentações são mais lentas.

Empresas & Negócios – Ao comprar o congelado, deixam de comprar farinha. Como isso afeta o moinho?

Pretto – Para o moinho, com o volume de pães congelados aumentando, acaba aumentando o volume de farinha. Como fornecemos para a Panfácil, o moinho se referenciou como fornecedor para outros fabricantes de pão congelado também. Já quando o cliente migra para a Panfácil, podemos perder venda direta, mas a quantidade de farinha consumida no fim é a mesma. E, com isso, agregamos valor na cadeia e fidelizamos mais o cliente, porque o mercado da farinha é diferente dos congelados, é negociado conforme o preço, não é conservador.

Empresas & Negócios – O moinho é o principal braço do grupo ainda?

Pretto – Sem dúvidas. No primeiro semestre, por exemplo, cerca de 60% do faturamento do grupo veio do moinho, a Panfácil representou em torno de 10%; e a Mesasul, em torno de 30%. Mas a Mesasul produz muitas cestas no Natal, então tem uma sazonalidade, 11 meses do ano é de um jeito, e dezembro é bem diferente. As empresas não estão saturadas, têm capacidade de produção, e investimos nelas também. A Mesasul vem crescendo bem nos últimos anos. Mas a capacidade de crescimento da Panfácil é a maior de todas, investimos entendendo que é onde temos mais espaço para crescer. Hoje, ela está atuando com 40% da capacidade, suponho que, em mais uns dois anos, a gente comece a pensar no projeto de duplicação se continuar nesse crescimento.

Empresas & Negócios – A instabilidade da produção do trigo nacional preocupa?

Pretto – O trigo nacional, via de regra, não é muito bom para fazer pão. Por característica de terroir, não por falta de tecnologia. Por isso, mesmo que dê safra boa no Brasil, é importante ter um percentual de trigo importado. Farinha de trigo é um blend, pega dois, três tipos diferentes, mói e faz o produto final. Se a safra brasileira é boa, a tendência é diminuir a quantidade do importado, mas isso faz parte do negócio de farinha. Um dos investimentos no moinho foi justamente para ampliar a capacidade de armazenagem, o que nos dá condição de ter mais quantidade de trigo em épocas em que isso é um diferencial, além de armazenar tipos diferentes. Por isso que o Moinho Estrela tem condições de atender à indústria, que chega pedindo farinha com tal característica, e nós temos laboratórios que avaliam qual o blend nós temos de fazer para produzir essa farinha. Embora pareça simples, envolve muito conhecimento técnico. O moinho também trabalha fortemente com farinhas específicas de panificação. Há muitos anos, é referência nisso e, com a fábrica de pães congelados, acabou que essa fama aumentou. E temos a linha de farinhas para o consumidor final, que é a menor, mas que, a partir deste ano, começamos a investir em propaganda, porque entendemos que tínhamos essa carência no varejo.