Após compra da Brasil Kirin, Heineken briga com distribuidores da Coca-Cola

Empresa holandesa quer rescindir contrato firmado com fabricantes da Coca-Cola previsto para acabar em 2022

Fernando Scheller, O Estado de S.Paulo

16 Novembro 2017 | 05h00

A cervejaria holandesa Heineken deu um salto ao comprar, por R$ 2,2 bilhões, a Brasil Kirin. Pareceu um bom negócio: a empresa japonesa havia pago o triplo do preço, cinco anos antes, pelas 12 fábricas da antiga Schincariol e por marcas como Schin, Eisenbahn e Baden Baden. No entanto, a aquisição, que fez a Heineken chegar a quase 20% de mercado, trouxe também dores de cabeça relacionadas à distribuição. Ao herdar a rede da Kirin, a companhia decidiu pôr ao fim seu relacionamento de longo prazo com os distribuidores da Coca-Cola. O resultado é uma briga que se arrasta nos tribunais e que, em 2018, será alvo de um processo de arbitragem.

O contrato entre Heineken e o Sistema Coca-Cola – representado legalmente pela Associação Brasileira dos Fabricantes da Coca-Cola (ABFCC), que reúne 13 empresas – vai até 2022, mas o entendimento da cervejaria é de que é possível antecipar a rescisão. Amparado pelo que está no papel, o Sistema Coca-Cola entrou na Justiça e conseguiu, em agosto, uma liminar que mantém em suas mãos a distribuição das marcas da Heineken – o portfólio inclui ainda Kaiser, Amstel, Bavaria, Xingu e Sol. A decisão garantiu o cumprimento do contrato até que as duas partes resolvam a questão em arbitragem.

Sem consenso. Chegar a um consenso está difícil. Primeiro porque os distribuidores da Coca-Cola não estão dispostos a ceder. O Estado apurou que a holandesa propôs ao Sistema Coca-Cola manter a distribuição de duas cervejas – Bavaria e Kaiser – até 2022. A proposta não andou e, pelo menos até a formação do tribunal arbitral, a Heineken permanecerá com duas estruturas de distribuição: a herdada da Kirin, para as marcas que comprou recentemente, e a da Coca-Cola, para as que já detinha.

Segundo fontes de mercado, trata-se de uma estrutura inviável – e é por isso que a Heineken está empenhada em resolver a questão. O Estado apurou que a primeira reunião de arbitragem ocorrerá no início de 2018.

Uma fonte ressalva, no entanto, que a definição dos nomes do tribunal não é garantia de resolução do problema. Por isso, fontes de mercado dizem que a Heineken já começa a aventar, de forma informal, outras alternativas. Em vez de apenas oferecer a extensão de parte do contrato de distribuição, poderia repassar marcas e fábricas para os distribuidores da Coca-Cola.

A solução do problema é premente para a cervejaria. Isso porque a rede de distribuição da Kirin também é uma potencial fonte de dores de cabeça. Tanto os ex-Kirin quando o sistema Coca-Cola querem distribuir o portfólio completo. O Estado apurou que, inicialmente, a cervejaria havia garantido aos parceiros do Sistema Coca-Cola que eles passariam a distribuir também as marcas da Kirin – a informação foi um dos argumentos do processo aberto pelas dos fabricantes da Coca.

Cerveja. No Brasil, é comum que os fabricantes de refrigerante ofereçam portfólio de cervejas. Foi por isso que um distribuidor da Coca-Cola em Minas Gerais, Luiz Octávio Possas Gonçalves, criou a Kaiser, em 1982. A Heineken é sócia da cervejaria desde os anos 1990, mas comprou o controle em 2007. Foi com o trabalho de base feito pela Kaiser que a marca Heineken começou a ganhar relevância no País.

Mesmo com a proibição da “venda casada” de bebidas, a noção dos distribuidores é de que as vendas da Coca-Cola possam ser prejudicadas caso os distribuidores não tenham marcas de cerveja para oferecer para os bares e restaurantes. Por isso, a posição do Sistema Coca-Cola é usar os cinco anos que ainda restam no contrato para ter tempo de pensar em um investimento no segmento. Fontes dizem que não está descartada a hipótese de os engarrafadores voltarem a ser cervejeiros.

Procuradas, a Heineken e a AFBCC não se pronunciaram.

Água natural e água adicionada de sais serão diferenciadas pela embalagem

Rio de Janeiro / 14 Novembro 2017

A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta terça-feira, em redação final, o projeto de lei 2.791/17, da deputada Lucinha (PSDB), que estabelece parâmetros para as embalagens de água potável. A ideia é que o consumidor possa diferenciar a água mineral natural da água adicionada de sais. O texto seguirá para o governador Luiz Fernando Pezão, que terá 15 dias úteis para decidir pela sanção ou veto.

De acordo com a proposta, os galões retornáveis de água adicionada de sais deverão ter cores diferentes das embalagens de água mineral. Os rótulos de galões deverão conter a designação "água adicionada de sais" com pelo menos metade do tamanho da grafia da marca, além de informações como a procedência da água, a forma de tratamento utilizada e a lista das substâncias químicas adicionadas e naturalmente presentes, com as respectivas concentrações. As embalagens retornáveis de até dois litros ficarão de fora das regras.

A proposta ainda proíbe as empresas de usarem embalagens diferentes do estabelecido pela norma. Elas terão o prazo de até 180 dias para se adaptarem à lei. Em caso de descumprimento, o infrator estará sujeito às penalidades do Código de Defesa do Consumidor (CDC).

Segundo Lucinha, a população está à mercê de produtos que não são devidamente identificados e fiscalizados, provocando, assim, riscos à saúde. "Essa norma será um grande ganho para o consumidor, que geralmente não conhece essas diferenças. A questão sanitária é um ponto importante na saúde e as pessoas devem ficar atentas às doenças que podem ser causadas pelo que é consumido."

Cerol

A venda de substâncias que compõem o cerol, como vidro moído e cola, e a linha chilena (linha encerada com quartzo moído, algodão e óxido de alumínio) estão proibidas no estado. É o que determina a Lei 7.784/17, dos deputados Bebeto (PDT) e Dionísio Lins (PP), sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão e publicada no Diário Oficial desta terça-feira (14/11) . De acordo com o texto, qualquer produto que possua elementos cortantes utilizados para soltar pipas será proibido.

Os estabelecimentos que descumprirem a nova norma poderá sofrer sanções previstas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). A medida revoga as leis 3.278/99 e 2.111/93, que, respectivamente, proibíam o uso de linha cortante e do cerol, mas não especificavam a composição desses produtos. “Mesmo com a proibição da venda do cerol e da linha chilena prontos, é possível comprar as substâncias que os compõem”, explicou Bebeto. “As pessoas têm que ser penalizadas. Pode brincar, soltar pipa, mas é muito importante que a população saiba que cerol e linha chilena são nocivas, matam", argumentou Dionísio.

A medida definiu, ainda , que o Poder Público deverá promover campanhas de conscientização sobre os riscos das linhas durante os meses de férias escolares.

Jundiá lança sabores Caramelt e Churros

Estadao Conteudo: Joyce Rouvier
Publicação: 15-11-2017, 07:00

A Sorvetes Jundiá acaba de lançar dois novos sabores de sua linha Fascino Collection : Caramelt e Churros. O Fascino Collection Caramelt é um sorvete de massa e une amendoim com flocos de chocolate e crocante de amendoim, com cobertura sabor caramelo.

Já o Fascino Collection Churros recria a famosa sobremesa. Possui sorvete sabor churros com cobertura de doce de leite e notas suaves de canela. Os novos sabores da linha Fascino estão disponíveis na loja conceito da Sorvetes Jundiá e em supermercados ao redor do Brasil no final de outubro.

Referência:

http://www.brasilalimentos.com.br/lan%C3%A7amentos/2017/jundi%C3%A1-lan%C3%A7-sabores-caramelt-e-churros

Seminário do setor de laticínios reunirá principais líderes em Campinas

Eduardo Weisberg, presidente da Abis, participará do evento representando o segmento de sorvetes

Com objetivo de discutir estratégias e tendências do setor lácteo, o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) realizará o seminário "Inovação em Lácteos: Oportunidades e Desafios", em 29 de novembro, em Campinas (SP), reunindo os principais líderes, pesquisadores e profissionais do mercado. Na oportunidade, também será lançado o documento Brasil Dairy Trends que apresentará exemplos de sorvetes, sobremesas congeladas, frozen yogurt, entre outros produtos da categoria que agregaram inovações e foram lançados no mercado internacional.

Entre os palestrantes, está o presidente da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), Eduardo Weisberg, que integrará o painel "Inovação: Visão das Lideranças" e a mesa redonda com mesmo tema do evento. De acordo com os organizadores, o sorvete apresenta inúmeras oportunidades de negócios para pequenos e médios empreendedores. Para Weisberg, representar o setor é valorizar toda a cadeia e mostrar a importância que este mercado tem na economia brasileira. "Em 2016, foram consumidos mais de 1 bilhão de litros de sorvetes no Brasil, e o faturamento da indústria foi superior a R$ 12 bilhões. Para apostar em uma demanda crescente é preciso discutir alternativas com o setor de sorvetes e os demais ramos que influenciam também na produção e comercialização deste produto", afirma.

Além do executivo da Abis, estarão presentes os palestrantes: Dra. Ariene Van Dender, do Centro de Tecnologia de Laticínios (Tecnolat); Prof. Dr. Rodrigo Stephani, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); Prof. Adriano G. Cruz, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Nilson Muniz, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV) e representantes da Itambé.

Para mais informações, acesse o site www.ital.sp.gov.br. As inscrições deverão ser efetuadas até o dia 22 de novembro.

Serviço

Seminário "Inovação em Lácteos: Oportunidades e Desafios
Data: 29 de novembro (quarta-feira).
Horário: das 8h às 17h10.
Local: ITAL – Auditório Décio Dias Alvim, na Avenida Brasil, 2.880 – Campinas (SP).
Público-alvo: Profissionais das indústrias de alimentos, laticínios, técnicos, professores, estudantes e outros interessados.
Valor: R$ 350,00.
Realização: ITAL.
Inscrições: http://eventos.fundepag.br/pagina.php?link=57691175013a5f2d0236546a043c
Telefones: (19) 3743-1758 – (19) 3743-1759.

Sobre a Abis

Fundada em 2002, a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis) representa toda a cadeia produtiva, inclusive sorveterias e gelaterias artesanais, e tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento contínuo das empresas do setor. Por meio da divulgação das vantagens e benefícios do sorvete, ressaltando sempre sua qualidade e seu valor nutritivo, a entidade procura criar condições adequadas para o crescimento das empresas associadas. Atualmente, o Brasil conta com oito mil empresas ligadas à produção e comercialização de sorvete. O setor gera 75 mil empregos diretos, 200 mil indiretos e tem faturamento anual acima de R$ 12 bi.

Fonte: Assessoria de Imprensa

Freddo lança linha de produtos em parceria com Ovomaltine®

Cucurucho

A Freddo, rede argentina de sorvetes 100% artesanais, traz em outubro mais uma novidade em seu cardápio: a linha de produtos Freddo com Ovomaltine®. Serão quatro lançamentos que atendem a todos os gostos, com ingredientes selecionados e de extrema qualidade, e que serão vendidos por tempo limitado.

“Este é o maior lançamento do ano para a Freddo. Foi uma linha muito bem pensada e estudada para oferecer o melhor produto final aos consumidores, que sempre esperam muita qualidade das nossas criações. Todo o trabalho valeu a pena, pois conseguimos aliar a cremosidade dos sorvetes Freddo com o sabor e a crocância inconfundíveis de Ovomaltine®, ressalta Juliano Russo, sócio administrador da Freddo Brasil.

Entre as sobremesas, será servido o Sundae Ovomaltine®, que combina sorvete de creme, flocos extra crocantes de Ovomaltine®, sorvete de Tiramissu, calda de chocolate e chantilly. Já o MiniCucurucho Ovomaltine® terá a casquinha de waffer recheada com Creme Crocante Ovomaltine® e uma bola de sorvete a escolha do consumidor. Para as bebidas, a marca também apresenta o Espresso Ovomaltine®, que tem a borda da xícara envolta com Creme Crocante Ovomaltine®, e o Café Especial Ovomaltine®, com Creme Crocante Ovomaltine®, espresso duplo, leite vaporizado e os flocos extra crocantes para decorar.

Além das novidades da linha Ovomaltine®, a rede ainda oferece mais de 30 sabores, divididos nas categorias Creme (sorvetes à base de leite), Chocolate, Doces de Leite, Frutais e Light, e também opções sem glúten e sem lactose.
Confira essa e outras opções que a marca oferece no site http://www.freddobrasil.com.

Ambev registra 8,4 milhões de hectolitros de bebidas comercializadas no terceiro trimestre

Total 2% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado.

A Ambev registrou alta de 15,8% no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no terceiro trimestre deste ano, somando R$ 4,5 bilhões. O resultado marca a retomada de crescimento do indicador e é consequência do bom desempenho em praticamente todos os mercados de atuação da cervejaria.

As operações da companhia no Brasil registraram um aumento no Ebitda de 17,4% no último trimestre, para R$ 2,4 bilhões. A receita líquida da Ambev no País também teve alta de 9,7%.

Se considerarmos apenas o segmento de cerveja no Brasil, o resultado foi ainda maior, com aumento do EBITDA em 25,7%, parcialmente impactado pela retração do volume de vendas no período, que foi provocada pela diferença no calendário de reajuste de preços entre 2016 e 2017. "Neste ano, fizemos o reajuste dos nossos preços no terceiro trimestre e não no quarto como no ano passado, o que torna a base de comparação mais difícil neste trimestre", explica Ricardo Rittes, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Ambev.

Apesar do recuo entre julho e setembro, no acumulado do ano o volume de vendas de cerveja da companhia continua acima da média da indústria. "Para o resto do ano, seguimos cautelosamente otimistas com o mercado brasileiro de cerveja e já conseguimos ver sinais de melhora no cenário macroeconômico, em função do aumento da renda disponível dos consumidores e da redução do desemprego", afirma Rittes.

No terceiro trimestre, a cervejaria manteve os investimentos na renovação de suas principais marcas. Com a nova identidade visual 100% implementada, Brahma aumentou em dois dígitos a intenção de compra entre os consumidores. No segmento premium, os rótulos globais da Ambev, como Budweiser, Stella Artois e Corona, cresceram acima de 10% entre julho e setembro.

Marcas como Bohemia, Wäls e Colorado também tiveram destaque no período. Ao todo, as cervejas conquistaram 27 medalhas no World Beer Awards (WBA), principal premiação do setor, realizado em Londres. Com o resultado, a Ambev conquistou pela primeira vez o título de cervejaria mais premiada do mundo. "Essa conquista reforça a nossa excelência cervejeira e mostra que estamos no caminho certo", diz Rittes.

Entre os mercados internacionais da cervejaria, destaque para o crescimento de mais de 30% no Ebitda na região da América Central e Caribe – resultado impulsionado pelo ganho de sinergia com a integração da operação no Panamá. Na América do Sul, a melhora do cenário macroeconômico na Argentina também impulsionou a alta de mais de 20% no Ebitda.

Resultado 3° tri 2017 vs. 3° tri 2016

A receita líquida consolidada da Ambev apresentou um crescimento orgânico de 9,6%, para R$ 11,4 bilhões no terceiro trimestre de 2017. O volume de bebidas comercializado chegou a 38,4 milhões de hectolitros, total 2% inferior ao registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado da companhia foi de R$ 4,5 bilhões, o que representa alta de 15,8% na comparação anual. Já o lucro líquido ajustado subiu 1,2%, somando R$ 3,2 bilhões entre julho e setembro.

Ambev Brasil
Resultado 3° tri 2017 vs. 3° tri 2016

Considerando apenas as operações da Ambev no Brasil, o Ebitda teve alta de 17,4%, para R$ 2,4 bilhões no trimestre. A receita total da cervejaria no País subiu 9,7%, para R$ 6 bilhões, enquanto o volume total de bebidas comercializado pela cervejaria recuou 4%, para 24,7 milhões de hectolitros.

Carrefour aumenta lucro em 125,6% e reforça foco em expansão equilibrada

Publicado em 10/11/2017 por DCI

Diferente do rival GPA, que tem concentrado as aberturas de unidades na bandeira de atacarejo, o varejista francês pretende estruturar um avanço conjunto entre todos os formatos em que opera

São Paulo – O Grupo Carrefour apresentou no terceiro trimestre deste ano crescimento de 125,6% do lucro líquido, para R$ 562 milhões, e de 5,3% nas vendas brutas, impulsionadas pelas aberturas de lojas. A empresa reforçou o foco na expansão equilibrada do negócio, na contramão do concorrente Grupo Pão de Açúcar (GPA), que tem concentrado a abertura na bandeira de atacarejo.

A estratégia, segundo o CEO da Carrefour no Brasil, Noël Prioux, já mira um cenário de recuperação da economia, quando a empresa poderia capturar os benefícios do investimento na expansão do Atacadão, do Carrefour Express – modelo de conveniência -, e do lançamento recente do e-commerce de alimentos. "Esperamos que o ambiente econômico continue melhorando gradualmente nos próximos trimestres, quando poderemos observar os benefícios de nossa expansão contínua, tanto do Atacadão quanto do Carrefour Express", afirmou.

Nos últimos doze meses, o grupo abriu 72 novas lojas, sendo 16 da bandeira Atacadão e 53 Express. Com as inaugurações, a área de vendas foi ampliada em 6,2%. Além do foco na expansão das operações, o executivo reforçou a continuidade de iniciativas de ganho de produtividade e eficiência em todos os negócios do grupo.

O crescimento expressivo do lucro líquido no trimestre ocorreu, principalmente, por créditos tributários não recorrentes. No período, foram reconhecidos créditos de ICMS-ST no total de R$ 750 milhões. Descontados do valor algumas despesas extraordinárias registradas no período, a linha de outras receitas e despesas operacionais somou R$ 401 milhões. Excluindo o montante, o lucro teria sido bem menor, com expansão de só 17,5%, na comparação anual.

Nos nove primeiros meses do ano, o lucro líquido somou R$ 1,002 bilhão, 56,8% a mais do que o valor registrado no mesmo intervalo do ano passado. Desconsiderando as receitas e despesas não recorrentes o valor cai para R$ 793 milhões, com alta de 14,6%.

Em relação as vendas brutas, a empresa registrou crescimento de 5,3% no intervalo de julho a setembro, faturando R$ 12,9 bilhões. O resultado foi impulsionado em grande parte pelas aberturas de novas operações, já que na base mesmas lojas (que considera apenas unidades abertas nos últimos doze meses) a alta foi de só 1,1%. Para o comando do grupo, o desempenho foi positivo, considerando o quadro desafiador. "Tivemos um resultado forte em um cenário marcado pela queda acentuada dos preços de alimentos", afirmou o CFO do Carrefour, Sébastien Durchon, em teleconferência com analistas realizada ontem.

O crescimento do período foi puxado pelo Atacadão. A bandeira de atacarejo apresentou um avanço das vendas brutas de 5,6%, que totalizaram R$ 8,5 bilhões. Já as vendas mesmas lojas avançaram 1,6%, frente igual intervalo do ano passado. Segundo o presidente do Atacadão, Roberto Mussnich, o avanço foi impulsionado pela forte expansão da rede. "Inauguramos oito lojas no ano, das quais quatro foram no terceiro trimestre", afirmou.

Ele destacou ainda que a companhia, que foi muito impactada pela deflação de alimentos, conseguiu compensar o efeito negativo com um aumento consistente do volume de produtos vendidos e do tíquete médio das compras.

O segmento Carrefour Varejo (supermercados, hipermercados, lojas de conveniência e e-commerce) registrou um crescimento menor no terceiro trimestre, de 5% nas vendas brutas e de 0,1% na base mesmas lojas. Alem disso, a área viu uma queda da margem bruta, que caiu 0,5 ponto percentual. A redução se deu, de acordo com a empresa, pela maior participação do e-commerce no mix de formatos, já que a operação possui uma margem de lucro menor, e pelo crescimento do share dos produtos eletrônicos, também com menor rentabilidade.

Na teleconferência, a empresa destacou ainda o crescimento expressivo da área de soluções financeiras, que cresceu 22,5%, atingindo um faturamento de R$ 4,93 bilhões. Ajudou para o avanço o início da operação do cartão de crédito Atacadão, cuja implementação foi finalizada completamente em outubro. Segundo a empresa, já foram emitidos mais de 474 mil cartões da bandeira, e o resultado tem sido um aumento de 15% no tíquete médio dos usuários.

Pedro Arbex

Carrefour quer reduzir a zero lixo destinado a aterros até 2025

Rede também quer ajudar a criar uma cultura de consumo consciente que traga mais estabilidade ao segmento de alimentos e supermercados

A rede Carrefour conseguiu reverter a razão entre lixo aterrado e lixo reciclado produzido por suas unidades em todo o país com sua política de sustentabilidade. Até pouco tempo, 40% do lixo produzido ou coletado em suas estações era reciclado. Hoje, 70% é reaproveitado e 30% destinado a aterros sanitários.

A ideia, segundo o diretor de sustentabilidade do Carrefour, Paulo Pianez, é zerar a quantidade de lixo encaminhado para aterros públicos em, no máximo, oito anos. Algumas ações organizadas pelo setor chefiado por Pianez já estão em andamento para reduzir o número de alimentos descartados. O programa Rebaixa procura entregar ao consumidor com 50% de desconto produtos em perfeitas condições de uso, mas que estão próximos à data de validade e por isso costumam ser preteridos pelo consumidor.

Além disso, o Carrefour tem um programa embrionário de incentivo ao consumo de alimentos com aparência e proporção fora daquelas que são preferidas pelo consumidor final, mas que possuem as mesmas propriedades e qualidade. São os casos de tomates e berinjelas maiores ou menores que os tamanhos médios, frutas com padrão de cor diferente dos usuais, entre outros produtos rechaçados quase que inconscientemente pelo consumidor.
Consumo sustentável e sem oscilações graves

Com tudo isso, o Carrefour pretende auxiliar na criação de uma cultura de redução do descarte não só dentro de suas lojas, mas em toda cadeia, desde a produção até o consumo em casa. Boa parte dos alimentos com qualidade que não são comprados pelo consumidor das lojas Carrefour são destinados à doação. São cerca de 2,5 mil toneladas de comida doadas pelo Carrefour todo ano.

O interesse da rede em diminuir o descarte é, também, financeiro, já que o armazenamento, o transporte e a destinação do lixo corroem parte do faturamento. Segundo Paulo Pianez, a criação de uma cultura de consumo consciente evita oscilações graves nas vendas do varejo de alimentos. “O interesse do Carrefour é manter um nível de consumo consciente e sustentável, caso contrário, a falta de renda e o endividamento do consumidor vai afastá-lo do supermercado. Queremos um consumo constante”, aponta.
Desperdício de energia e água

A rede tem feito mudanças substanciais na iluminação das lojas, focando em iluminações pontuais em alguns setores, com spots localizados ao invés de grandes fileiras de lâmpadas, empregando luzes de LED.

Em relação ao consumo de água, o auge da crise hídrica, entre 2014 e 2015, ensinou bastante. Na época, 42 lojas da rede estiveram ameaçadas de fechar por falta de água. Desde então, a troca de equipamentos de limpeza e a mudança de hábitos reduziu em 20% o uso de água. Além disso, o Carrefour abriu poços artesianos em algumas de suas unidades, o que reduz a demanda pelo serviço público de abastecimento.
Má distribuição de alimentos

A FAO – vertente da ONU voltada para segurança alimentar – aponta que um terço dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados. Segundo pesquisa de 2015, enquanto os problemas de concentração e desperdício de alimentos não são resolvidos, 795 milhões de pessoas estão em situação de fome por todo o planeta.

No Brasil, são desperdiçadas 400 mil toneladas de alimentos por dia, suficientes para alimentar todo o estado de São Paulo, o mais populoso do país, com mais de 45 milhões de pessoas.

Como economizar no supermercado

De um lado, você e o seu dinheiro. Do outro, os fabricantes e o mercado. É uma luta dura, na qual você tende a levar a pior – e pagar cada vez mais caro pelos produtos. Mas existem algumas táticas que ajudam a equilibrar a disputa

Por Aurélio Amaral

Publicado em – 10 nov 2017, 18h22

1. Olhe os produtos sem preço

Os supermercados estão repletos de produtos sem preço. É uma inconveniência. Mas pode reservar uma boa surpresa: em muitos casos, a marca que está sem preço é a mais barata. Pegue o produto e leve-o até o leitor de código de barras para conferir.

2. Leia os encartes – pela internet

Ver as ofertas é essencial para saber o que está mais barato em cada loja. Faça isso nos sites ofertasdesupermercados.com.br (para SP e BH) e guiato.com.br (principais capitais), que também têm aplicativos para celular.

3. Escolha o dia

Geralmente há promoções em dias fixos. Frutas, legumes e verduras tendem a ser mais baratos terça ou quarta (porque chegam no começo da semana). Já carnes e bebidas, às sextas (porque seu consumo sobe no sábado e domingo).

4. Divida a quantidade pelo valor

Embalagens tamanho-família nem sempre compensam. Às vezes, são mau negócio. Para descobrir, abra a calculadora do seu celular e faça uma conta: divida o preço do produto pela quantidade (em gramas ou mililitros). O resultado menor indica o produto mais barato.

5. Compre a granel

Evite as bandejinhas de carnes e frios pré-embalados. Vá ao balcão e peça ao funcionário para cortar na hora. Pode sair mais barato. E os produtos vendidos a granel também costumam ser mais frescos.

6. Resista
Sabe aquele produto que de repente aumenta muito, sem explicação plausível (como seca, chuva ou alta do dólar)? O supermercado e os fabricantes podem estar testando você, para ver quanto aceita pagar. Adie a compra – ou compre em outro lugar. Se todo mundo fizer isso, eles terão de ceder.

Fontes: Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP); Movimento de Donas de Casa de Minas Gerais; PROTESTE – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor.

BRF e Carrefour se unem à IBM para reforçar a rastreabilidade de alimentos

Empresas lançam projeto experimental em conjunto com a IBM para rastrear informações desde a produção até as prateleiras do supermercado
O projeto foi desenvolvido na Garagem 11.57Bruno FaveryA fabricante de alimentos BRF e a varejista Carrefour estão implementando, em parceria com a IBM, uma tecnologia usada pela moeda virtual Bitcoin para impedir fraudes na produção e comercialização de alimentos. As empresas adotaram o Blockchain, sistema que dá segurança às transações da criptomoeda, em projeto lançado na quarta-feira, 8 de novembro.

Com o uso da tecnologia Blockchain, fraudes como as detectadas pela operação Carne Fraca, deflagrada em março deste ano pela Polícia Federal, seriam impossíveis de serem realizadas. Na ocasião, a operação descobriu diversas irregularidades praticadas por frigoríficos, entre elas a adulteração dos prazos de validade de alimentos e o uso de insumos proibidos em embutidos.

Já está disponível nas prateleiras do Carrefour o lombo congelado da Sadia que usa Blockchain para obter informações sobre o alimento. Na embalagem, um QR Code permite que o consumidor cheque a fábrica de origem daquele produto, datas de produção, embalamento e transporte, além da sua validade. Qualquer irregularidade na fabricação ou na distribuição poderá ser detectada pelo cliente.

O projeto, em fase de testes, servirá para as companhias aperfeiçoarem os sistemas e confirmarem a viabilidade financeira da iniciativa. Só que, mais importante do que a informação que chega ao cliente, são os novos controles que podem ser feitos pelas empresas. A tecnologia de Blockchain, que é complexa, tem um objetivo simples: impedir fraudes.

O Blockchain transforma informações em fragmentos digitais (os chamados blocos) que são distribuídos por diferentes servidores por meio da internet. Caso alguém consiga quebrar a criptografia de um desses servidores e altere a informação – uma data de validade, por exemplo -, os outros servidores que receberam as demais partes da informação acusam a adulteração.

Assim, as empresas podem, por meio de controles automatizados, fazer diversas inspeções durante o processo de fabricação e registrar essas informações digitalmente. Quando o produto é finalizado, uma série de certificações garante a procedência e a qualidade.

Na primeira etapa desse projeto, fará parte do controle o processo de fabricação, desde a chegada da matéria-prima às fábricas da BRF, até o momento em que o produto é colocado na prateleira do Carrefour. Um dos problemas que pode acontecer nesse processo, por exemplo, é o caminhão do transporte ter um problema de refrigeração e perder a temperatura de armazenagem. Por meio do uso da lógica de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), os sensores automaticamente alertam os responsáveis pelo controle, que são orientados a reter a carga. Caso os sensores sejam desligados, eles também são avisados. O Blockchain impede que os gestores ignorem o problema.

“As tecnologias empregadas hoje não permitem que haja esse nível de transparência em todos os elos da cadeia. É uma transformação gradual que está acontecendo com nossos parceiros”, afirma Ney Santos, vice-presidente de tecnologia da BRF.

A expectativa é que esse experimento cresça para um projeto-piloto, a ser implementado no próximo ano, explica Santos. Nesta segunda fase, mais elos da cadeia produtiva serão incorporados, principalmente aqueles relacionados à criação e ao abate dos animais. “O objetivo é ter, em três anos, toda a cadeia de produção da BRF integrada”, diz Santos.

O desafio dessas empresas, agora, é convencer seus fornecedores a adotar a tecnologia. No caso da BRF e do Carrefour, talvez o custo dessa transformação não impacte de maneira expressiva suas operações. Porém, para fornecedores menores pode pesar demais o uso de Blockchain. “Estamos confirmando que a tecnologia é madura e confiável. Estamos aprendendo como as empresas podem alterar seus processos para viabilizar uma nova forma de trabalhar. Mas isso requer o compromisso em nível executivo das empresas”, afirma Regina Nori, Líder de soluções técnicas da IBM Brasil.

IstoÉ Dinheiro