O Laticínios União foi fundado em 2004, em Ibiá, na maior bacia leiteira de Minas Gerais, com o objetivo de fornecer às grandes indústrias um leite de alta qualidade por meio do mercado spot. Em 2015, a empresa passou a investir na sua própria produção queijeira com uma fábrica própria. “Como já captávamos um leite de alta qualidade nos perguntamos: por que não transformar esse leite em um produto que amamos? Assim, lançamos em 2016 o nosso primeiro queijo, produzido com insumos de qualidade e uma receita focada em um alto nível de sabor. Dessa forma, nasceu a marca de queijos União”, comentou Mariana Pinheiro, Diretora Comercial dos Laticínios União em entrevista exclusiva ao portal MilkPoint.
Em busca de expandir no setor, a equipe do laticínio estudou algumas alternativas e lançou neste ano uma nova marca, a BonQ, para agradar aos amantes de queijos. Composta por queijos premiuns e com preços mais acessíveis, a ideia é estimular o consumo de produtos finos no dia a dia do brasileiro. “Hoje o consumidor se depara com dois extremos: queijos saborosos, às vezes importados, muito caros e para ocasiões especiais e queijos mais competitivos com relação a preços, porém, com uma qualidade inferior. Em cima disso, sentimos a necessidade de disponibilizar um queijo de alta qualidade com sabor diferenciado e preço competitivo. Foi assim que nasceu a BonQ”.
O União continua trabalhando com o mercado spot mesmo produzindo seus queijos próprios. Em média são captados 190 mil litros/leite/dia de 1200 produtores. Dessa quantia, 70 mil litros são utilizados para os queijos e o restante, negociado no spot. Segundo Mariana, a intenção é cada vez mais fazer com que o leite do spot entre para a indústria de queijos a fim de agregar valor à matéria-prima. “Estar nesses dois mercados também é uma estratégia caso algum deles não esteja tão em alta”, completou.
Com os 70 mil litros, são produzidas 7 toneladas de queijos/dia. A empresa espera que em breve a BonQ responda por 70% da produção queijeira e a marca União, que já está estabelecida no mercado, fique com os outros 30%.
Mariana destaca que o brasileiro consome majoritariamente muçarela e que a empresa pretende levar variedade ao cotidiano dessas pessoas, como o Minas Padrão e o queijo Reino. Além disso, querem que os clientes se sintam seguros com os produtos e com toda a história que os cercam. “Como as pessoas estão buscando mais informações com relação aquilo que consomem, passaram a enxergar os queijos e outros lácteos com outros olhos visto que são elaborados com poucos ingredientes e têm alta quantidade de proteínas. Também, de acordo com pesquisas recentes, estão descobrindo que a gordura láctea não é tão nociva à saúde quanto achavam”, acrescenta ela.
Os produtores de leite que fornecem leite para o União passam por um rígido controle de qualidade e uma equipe especializada visita todos os fornecedores, oferecendo informações necessárias e analisando a qualidade do leite. Tanques também são disponibilizados aos produtores a fim que de que eles conservem o leite de maneira adequada. Na indústria, outros testes são realizados e se a coleta estiver fora do esperado, ela é descartada. “É difícil punirmos algum produtor por esse tipo de situação já que – quem fornece para nós – sabe que precisa caprichar na produção pois conhece nosso sistema de trabalho. Nós também pagamos um diferencial pelos sólidos do leite a fim de motivar as atividades no campo e a leiteria como um todo”.
Embalagens diferenciadas
A linha BonQ, composta inicialmente por 19 tipos de queijos, é embalada a vácuo e em queijeiras, que além de facilitar o armazenamento nas geladeiras, mantêm as condições ideais para a continuidade da maturação. A linha é composta por queijos tradicionais e sem lactose, como o minas padrão, o colonial, o muçarela e o queijo prato. A linha reserva é composta por queijos finos, como o reino, gouda, parmesão e queijo gruyère. “A ideia foi inovar e fugir um pouco do que já existe no mercado. Hoje não tem muita diferenciação. Buscamos revolucionar o setor e chamar a atenção dos consumidores. O setor lácteo é muito tradicional mas tem espaço para novidades. A embalagem em formato de queijeira oferece praticidade e evita que o queijo seque. Depois de acabar o queijo, a embalagem pode ser utilizada na cozinha do consumidor”.
A ideia foi inovar e fugir um pouco do que já existe no mercado. Hoje não tem muita diferenciação. Buscamos revolucionar o setor e chamar a atenção dos consumidores. O setor lácteo é muito tradicional mas tem espaço para novidadesMariana Pinheiro
Plano de ação
A linha BonQ tem planos de abastecer os principais supermercados do Brasil por meio de boas parcerias. Em São Paulo, inicialmente comporá as opções da rede St. Marche e Casa Santa Luzia. No interior de São Paulo também há planos de disponibilizar os produtos em breve, principalmente na região de Jundiaí e Campinas. No Nordeste, capitais como Fortaleza, Salvador e Recife serão priorizadas e no Centro-Oeste, Brasília e Goiânia. Em Minas Gerais, Belo Horizonte e algumas regiões da Zona da Mata e no Paraná, a rede Muffato iniciará as vendas dos produtos. Algumas cidades de Santa Catarina também serão contempladas, assim como municípios do Rio de Janeiro, Maranhão e Piauí.
“Estamos entrando com alguns tipos diferentes de queijos, como a burrata, que normalmente é feito com leite de búfalas. O nosso é feito com leite de vaca e o sabor é maravilhoso. Reforçando, nós queremos fazer aquilo que ainda não existe no mercado. Nossa meta é ser os melhores”, finaliza Mariana.
Saiba mais sobre o autor desse conteúdo
Raquel Maria Cury Rodrigues Piracicaba – São Paulo
Zootecnista pela FMVZ/Unesp de Botucatu e Coordenadora de Conteúdo dos Portais MilkPoint e MilkPoint Indústria