Supermercados dão descontos para alimentos “feios”

Varejistas também fazem promoções de preço para produtos com data de validade próxima do vencimento
Por Da redação
5 nov 2017, 16h26

O programa Únicos, do Carrefour, está em fase de implantação, mas já funciona em hipermercados dos bairros Pinheiros e José Bonifácio, em São Paulo
As redes varejistas brasileiras estão abrindo espaço nas gôndolas para frutas, legumes e verduras visualmente feios, disformes ou com prazo de validade próximo do vencimento. Esse é o caso do Extra e Carrefour. A opção pela compra desses itens pode gerar até 40% de economia para o consumidor.

Desde maio, os clientes do Extra podem encontrar na seção de hortifrúti descontos de 20% nos produtos fora do padrão – limões, laranjas, pimentões, chuchus, batatas, abobrinhas e tomates que dificilmente seriam colocados à venda pela aparência ou pelo curto prazo de validade.

“Havia a necessidade de melhorar a capacidade de de compra do consumidor e oferecer um produto com faixa de preço melhor”, afirmou o responsável pela área de perecíveis do Extra, Marcos Pozzi.

Eugenio Foganholo, diretor da Mixxer, consultoria de varejo e bens de consumo, diz que o consumidor não está acostumado a comprar alimentos desse tipo. “Há um movimento na sociedade para entender que eles são tão adequados quanto os outros. O produto pode estar feio, deformado, mas não deixa de ter valores nutricionais.”

Frutas e legumes comercializados pela iniciativa Fruta Imperfeita (Fruta Imperfeita/Divulgação)

No Extra, os produtos comercializados com desconto são vendidos em embalagens de 1 kg – todos passam pelo teste de qualidade da rede antes de serem disponibilizados ao consumidor. A ação está presente em todos os estados brasileiros, exceto na Bahia.

O Carrefour lançou nesta semana programa similar. Batizado de Únicos, a iniciativa vai oferecer descontos a partir de 30% na compra de 11 frutas e legumes considerados fora do padrão – abobrinha italiana, batata, berinjela, beterraba, cebola, cenoura, chuchu, laranja pêra, maçã gala, pepino e tomate.

O programa, ainda em fase de implantação, já está disponível todas as sextas-feiras nos hipermercados dos bairros Pinheiros e José Bonifácio, em São Paulo.

O Atacadão, que pertence ao Grupo Carrefour, comercializa há dois anos alimentos fora do padrão estético com descontos. “Nenhum produto sofre tanta alteração como estes [frutas, legumes e verduras], com o desconto você aumenta a chance de venda e as perdas são menores para todo mundo: mercado, consumidor e produtor”, afirmou Foganholo.

Uma das primeiras empresas a perceber o potencial de venda desse tipo de produto foi a Fruta Imperfeita, que desde 2015 trabalha com a entrega de cesta de produtos recusados pelo mercado por terem uma aparência fora de padrão. “As pessoas não conhecem esses produtos. Quando começamos, nos perguntavam se eram frutas estragadas”, disse a engenheira de alimentos e uma das criadoras da empresa, Nathalia Inada.

Segundo ela, é preciso levar em conta que a aparência não afeta a qualidade nutricional dos alimentos. “Um dos motivos para os alimentos serem imperfeitos é a questão climática. A plantação sofre, mas continua perfeita para o consumo”.

De acordo com estimativa da Fruta Imperfeita, a iniciativa evitou que 320 toneladas de frutas e legumes fossem para o lixo. “Ajudamos toda uma cadeia produtiva, desde o pequeno produtor”, diz Nathalia.

A assinatura de entregas semanais de cestas de 5 kg de legumes ou frutas custa a partir de 96 reais por mês.  Atualmente a empresa tem 850 clientes e atende bairros da zona sul de São Paulo.

Vários supermercados oferecem descontos para produtos com prazo de validade perto do vencimento. Nos supermercados do grupo varejista GPA, Extra e Pão de Açúcar, os descontos chegam a 40% e abrangem produtos de diversas categorias, como biscoitos, chocolates, cereais, molhos, queijos, iogurtes e bebidas.

Vendas em alta começam a tirar o setor de supermercados da crise

Para especialistas, tendência é que os produtos fiquem mais baratos ou, pelo menos, com valores estáveis até o fim do ano

postado em 04/11/2017 08:00 / atualizado em 04/11/2017 00:50

Andressa Paulino

Os supermercados começam a se recuperar do período recessivo, com crescimento nas vendas. De acordo com especialistas, o setor tem tudo para fechar o ano no azul e começar 2018 com o pé direito. Para o consumidor, a boa notícia é que a tendência é de os produtos ficarem mais baratos ou, pelo menos, com preços estáveis até o fim do ano.

“O que podemos perceber é que vamos começar a ter uma recuperação nas vendas”, disse o economista Fábio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio (CNC). “O setor é o mais importante do varejo, responsável por cerca de 30% das vendas. É muito significativo também para a geração de empregos e para ramos como o imobiliário, entre outros. Então, tem um reflexo muito forte na economia do país”, destacou.

De acordo com Bentes, no entanto, o reflexo nos preços não virá de forma imediata. “Provavelmente, nos próximos meses, os produtos registrarão leve aumento, mas a tendência é que a longo prazo os preços dos alimentos nos mercados tenham queda”, comentou. “Isso é positivo para que a inflação fique em torno dos 4%, ou seja, estável”, considerou o economista.

Quem vai ao supermercado nota que os preços ainda variam muito. “Existem promoções de alguns produtos. Percebi, por exemplo, que as frutas estão mais baratas. Já outros itens extrapolam o orçamento do brasileiro”, reclamou a design de interiores Clara Menezes, 43 anos. “Dá para perceber o efeito da inflação no valor dos produtos”, comentou.

Fábio Bentes, da CNC, afirmou que vários fatores interferem no valor dos produtos. “A formação de preços envolve questões como safra, clima e taxa de câmbio, entre outros”, explicou. “Para começar 2018 com uma boa perspectiva, é importante que o setor saiba adotar algumas estratégias, como aproveitar o dólar mais barato, negociar com fornecedores e adaptar os produtos das gôndolas ao bolso do consumidor”, explicou.

Os consumidores, por sua vez, procuram alternativas para fazer as compras caberem no orçamento. “Eu pesquiso bastante, venho ao mercado toda semana. Além disso, costumo fazer compras no atacado, assim consigo uma economia de até 40% em alguns produtos”, comentou Clara Menezes.

* Estagiária sob supervisão de Odail Figueiredo

Saiba como destacar seu produto nas prateleiras dos mercados

Um suco de mentira foi usado para fazer o teste nas gôndolas.
Consultor indica como funciona o caminho para as negociações.

Um problema que muito micro e pequeno empreendedor enfrenta é a dificuldade de colocar um produto nas prateleiras dos supermercados.

A produção do Pequenas Empresas & Grandes Negócios preparou um suco de uva para o repórter Marcelo Baccarini tentar lançar no mercado: o Uvarini. A ideia surgiu para mostrar os erros e acertos na hora de se colocar um produto para vender nos supermercados.

A primeira dificuldade foi o rótulo. O consultor Marcos Scaldelai explica que o rótulo laranja não é adequado. A foto do repórter e o desenho da uva são muito artificiais e não têm correspondência com o conceito do suco de ser 100% natural.

Tem também a questão da concorrência: se não vende bem, o supermercado não compra. "O conceito deve ser atrativo, porque existem milhares de produtos no mercado e que investem bastante. Se você não tiver algo que atraia este consumidor, uma história, a embalagem… não vai chamar a atenção e não comprar. O mercado sabe disso. A gôndola não é elástica", comenta o consultor. 

O empresário Daniel Feferbaum sabe bem o que é isso. "O produto diferenciado tem uma margem maior , então esse é o premio de vc ter um bom produto na gôndola. A margem chega a ser de duas a três vezes maior que a de um suco tradicional.

Hoje, os produtos dele estão em mais de dois mil pontos de vendas no país e no exterior, incluindo esse supermercado aqui. Mas o caminho foi longo. Daniel levou dois anos pra desenvolver e lançar o produto. Ele Investiu R$ 3 milhões.

"Persistência é fundamental, todo dia, principalmente quando se trata de botar produto novo, conceito novo, você vai ouvir 10 nãos pra um sim. Tem que levantar a cabeça, acreditar no seu trabalho, no seu projeto, nas pesquisas que você fez pra continuar seguindo em frente. Tem que ser persistente, nada vem fácil”, conta Feferbaum.

Para chegar às prateleiras, o consultor Marcos afirma: o melhor é contratar especialistas. "A melhor maneira é você ter profissionais indicados pra isso. Tem profissionais especializados no grande varejo, no médio varejo, e pode ser funcionário fixo ou terceirizado. Como representantes. Esses caras já estão no mercado, já conhecem. Tem que buscar especialistas, e necessário, pra ter agilidade”.

Para conquistar o supermercado, leve também um bom plano de divulgação, com promotores de vendas e degustação. Apresente também propostas diferentes. “Cross merchandising é um exemplo. Colocar próximo o macarrão do molho. Ou seja, a mesma ocasião de consumo. O consumidor que compra macarrão quer comprar o molho”, explica.

E uma última dica: conquiste visibilidade. Para chamar a atenção sobre um produto, primeiro, ele tem que aparecer, de preferência na prateleira que fica na altura dos olhos. É como se fosse o ponto comercial do produto dentro do supermercado. Esquina vende mais, só que ponto ouro mesmo é ter uma gondola só para o seu produto. Para chegar neste ponto tem uma palavra chave: negociação.

"Ou você negocia diretamente no preço pra ter um valor mais acessível no ponto de venda e garante esse espaço, ou você tem que gastar pra comprar esses espaços”, explica o consultor.

W NUTRICIONAL
Av. Angélica, 321 – Sala 182 – Santa Cecília
São Paulo – SP
Telefone: (11) 3969-1750
Site: www.lifemix.com.br
Email: fale@wnutri.com.br

MHS – MARKETING & SALES CONSULTING
Site: www.marcosscaldelai.com.br

CARREFOUR
Telefone: 0800 724 28 22
Site: www.carrefour.com.br

Mundo Verde quer iniciar e-commerce no ano que vem

SÃO PAULO – A rede de produtos naturais Mundo Verde, que pertence à família Wizard Martins, prepara uma forte expansão para 2018. A companhia, que fechará este ano com 400 unidades no País, decidiu criar um modelo de lojas compacto, em formato de quiosques, para acelerar o crescimento. O objetivo da empresa é terminar o ano que vem com 500 unidades, sendo pelo menos 50 no modelo de quiosque, que exigirá um investimento menor dos franqueados. Para 2018 também está previsto o início da operação do e-commerce da rede.

A motivação para a abertura de quiosques, conta o presidente da rede Mundo Verde, Charles Martins, é permitir que a empresa ocupe espaços mais rapidamente, oferecendo uma opção de formato mais barato para os interessados em franquias – enquanto uma loja completa hoje custa pelo menos R$ 400 mil, o quiosque deve sair por, no máximo, R$ 120 mil. A estimativa é que essas unidades garantam o retorno do investimento em 12 meses.

As unidades compactas, que deverão ser abertas sobretudo em shopping centers, vão vender uma seleção dos produtos da empresa, com ênfase em marcas próprias. A estratégia será complementada com uma operação de comércio eletrônico, que terá site na internet e aplicativo para smartphones.

Segundo Charles Martins, hoje cerca de 15% das vendas da Mundo Verde – que deve fechar 2017 com um faturamento de quase R$ 600 milhões – já vêm dos produtos de marca própria. A rede divide esse esforço na marca Mundo Verde Seleção, que hoje já tem 120 produtos, e na Elixir, que tem 32 itens.

A primeira marca é voltada a alimentos e bebidas, enquanto a segunda se concentra em cápsulas voltadas sobretudo para o público feminino. Entre os itens da Elixir estão colágeno e ômega 3. Martins diz que a meta é que as marcas próprias representem 50% das receitas já nos próximos cinco anos.

Fundada há 30 anos, a rede foi comprada pela Sforza, empresa de investimentos criada por Carlos Wizard Martins, pai de Charles, após o empresário se desfazer do Grupo Multi, dono das escolas de idiomas Wizard. Vendido para a britânica Pearson, no fim de 2013, o negócio foi estimado em quase R$ 2 bilhões.

Desde então, a holding – que reúne, além do patriarca, seis dos filhos, incluindo dois adolescentes – começou a diversificar investimentos. Hoje, a holding é dona, por exemplo, das marcas Topper e Rainha (adquiridas da Alpargatas), de uma fatia da rede de idiomas Wise Up e da operação brasileira da rede de fast-food Taco Bell.

Os fundadores da Mundo Verde, os irmãos Jorge Antunes e Isabel Antunes Joffe, abriram a primeira loja no Rio de Janeiro, em 1987. Vinte e dois anos mais tarde, quando já somava 126 lojas, a rede foi vendida para o Axxon Group, fundo de private equity (que compra participações em empresas). Quando os Wizard assumiram o controle, em agosto de 2014, a Mundo Verde tinha a 300 unidades e receita estimada em R$ 400 milhões.

Proposta de valor

Para o consultor Adalberto Viviani, especializado em alimentos e bebidas, o segmento de produtos saudáveis tem um futuro promissor no País, pois ainda faltam varejistas que reúnam esse tipo de produto de forma conveniente. "A maior parte dos itens da Mundo Verde pode ser encontrada em supermercados, mas, para fazer uma compra completa, o cliente precisa ir a dois ou três lojas", explica. "Outra vantagem é que o consumidor que busca produtos saudáveis está disposto a pagar um valor mais alto."

Com a experiência dos antigos donos da Wizard em franquias, Viviani diz que a Mundo Verde conseguiu criar um sistema organizado, tanto do ponto de vista de lojas quanto de produtos. "É um negócio que está bem estruturado e gerido. Conseguiu montar mix de produtos e sistema de atendimento que funcionam tanto nos shoppings mais populares quanto nos das regiões mais ricas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão Conteúdo

Parceria entre Allianz Parque e Bauducco cria Chocottone do Porquinho

06/11/2017

O Allianz Parque e a Bauducco fizeram uma parceria inusitada para o fim de ano dos palmeirenses. Uma edição especial do Chocottone Bauducco de 500 gramas traz na embalagem um porquinho de pelúcia verde.

Além disso, na caixa do produto tem um código que vira jogo de realidade aumentada, no qual o desafio é marcar um gol de pênalti.

A edição exclusiva tem exemplares limitadas e não está disponível no varejo. O Chocottone do Porquinho pode ser encontrado na arena e em quiosques nos shoppings Bourbon e West Plaza.

“Nossa ideia é ampliar a conexão emocional entre os torcedores e fãs com a arena, permitindo às pessoas levarem um pedacinho da experiência no Allianz Parque para casa”, comenta Heraldo Evans, diretor comercial do Allianz Parque.

Fonte:: Redação

Arroz brasileiro rumo à Arábia Saudita

03/11/2017 | Lia Nara Bau

Indústrias orizícolas estão de olho no mercado do Oriente Médio e, por isso, vão mostrar todo o potencial do arroz brasileiro em uma feira na Arábia Saudita. A participação delas na feira Foodex Saudi, em Jeddah, de 12 a 15 de novembro, é promovida pelo projeto Brazilian Rice – uma iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o incentivo às vendas de arroz do Brasil no mercado internacional.

A Foodex Saudi é uma feira focada em alimentação que reunirá, nesta edição de 2017, 32 países, 214 expositores e 520 marcas. A Arábia Saudita é um dos mercados-alvo do projeto e está entre os dez principais compradores de arroz do Brasil. É um país com potencial de compra de 10 mil toneladas por ano do cereal brasileiro. Além disso, o país é o maior mercado de alimentos do Oriente Médio. Prevê-se, segundo a organização do evento, que as importações de alimentos e bebidas aumentem até US$ 34 bilhões em 2020 contra os atuais US$ 21 bilhões.   

Quatro indústrias brasileiras participarão da mostra, em estande coletivo do projeto Brazilian Rice: Arrozeira Pelotas, Camil Alimentos, Josapar e Nelson Wendt. 

Esta será a primeira participação brasileira no evento. “No ano passado realizamos uma prospecção nesta feira que identificou o potencial deste mercado e então, agora, estamos promovendo esta ação comercial focada e os empresários estão com muitas expectativas positivas”, afirma o gerente do projeto, Gustavo Ludwig.

A participação verde-amarela contará também com uma ação especial de cocção e degustação de arroz, mostrando os diferenciais de cocção e sabor do arroz brasileiro.

Bahia consome meio milhão de rosquinhas por dia, aponta levantamento

A Bahia é um dos cinco estados que mais consomem biscoitos, apontou levantamento recente da Pepsico. De acordo com a empresa, são cerca de 1 bilhão de embalagens vendidas no estado por mês. Somente em relação a rosquinhas, o consumo do mercado baiano chega a 500 mil por dia. O levantamento é fruto de um trabalho que visa reposicionar a Pepsico em mercados estratégicos. O diretor de marketing de biscoitos Brasil, Tarik Mohallem, explica que o mercado aponta um crescimento, mesmo com a crise e com uma maior tendência em buscar produtos naturais. Na América Latina, são aproximadamente 200 mil biscoitos consumidos por minuto. Tarik acredita que o crescimento no mercado é fruto de um investimento em produtos que permitam ao consumidor chegar a um equilíbrio na alimentação. “Nós temos linhas com produtos mais naturais, nutritivos, que são mais ricos em proteínas. Você precisa buscar soluções pro consumidor que quer cada vez mais ingredientes nutritivos. Então temos redução de até 46% do nível de sódio, cracker com chia, uma linha de tapioca, para falar com esse consumidor que quer algo mais saudável, que busca o equilíbrio na vida”, avalia o diretor. Mohallem acredita que nem mesmo o preconceito que ainda existe em relação aos biscoitos faz com que os brasileiros tirem o produto da lista de compras. “Por mais que exista essa preocupação [em se ter uma alimentação mais saudável], a categoria biscoito continua em 99,7% de todos os lares brasileiros. Por isso procuramos uma solução que permita ao consumidor ter opções: tem um momento de dieta, outro de diversão, ou se quer algo mais nutritivo… São diferentes momentos de consumo”, apontou. “Nós temos a única marca 0% açúcar no mercado, mas que traz sabores como chocolate ou morango, que tendem a ser vistos como mais gostosos. Precisamos dar opções para o consumidor”, completa. Tarik garante que nem mesmo a crise econômica tem atrapalhado o setor: “Até agora nós temos passado por um problema bom, de final do mês estar correndo o risco de ficar sem o produto, com as metas superadas”.

Cargill deverá atrair R$ 1,2 bi em investimentos

A multinacional Cargill está avançando com os processos para materializar seu complexo industrial no município de Castro, na região dos Campos Gerais. Inaugurada no primeiro trimestre de 2014, a biorrefinaria, que faz o processamento de milho, foi projetada para abastecer outras empresas, que poderão se instalar no seu parque fabril. A Cargill investiu mais de R$ 500 milhões para a construção da unidade, a qual já abastece a Evonik, primeira empresa ‘satélite’ a se instalar no entorno, que aplicou mais de R$ 300 milhões para a produção de Biolys (fonte do aminoácido L-lisina). Contudo, a Cargill espera receber mais seis empresas, as quais poderão aplicar, somadas, cerca de R$ 1,2 bilhão para a construção de suas plantas, consolidando um complexo industrial de R$ 2 bilhões, empregando mais de 1,2 mil pessoas diretamente.

O processo de desenvolvimento desse parque fabril, que funcionará como uma espécie de ‘condomínio industrial’, atualmente está em fase de licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental já foi protocolado no Instituto Ambiental do Paraná e uma audiência pública já foi realizada em Castro, tudo para obter a Licença Prévia. O modelo seria semelhante a outros exemplos realizados pela Cargill em seu país-sede, os Estados Unidos, onde há complexos industriais nas cidades de Blair, Eddyville e Ft. Dodge. Conforme observado na América do Norte, esse modelo conhecido como ‘Over The Fence’ (ou Sobre a Cerca) é viável pela disponibilidade de matéria-prima e de terra, logística (custo zero de frete), assim como o compartilhamento de recursos, com menor custo.

Espaço não é problema. A Biorrefinaria da Cargill ocupa 34 hectares do terreno do complexo, que possui um total de 246 hectares. Já somando os 3,9 hectares da Estação de Tratamento de Efluentes e os 7,9 hectares ocupados pela Evonik, ainda restam mais 200 hectares disponíveis para que outras empresas parceiras se instalem. Conforme informações da própria Cargill, entre as indústrias que podem ser atraídas estão as do ramo de alimentos (enzimas, aminoácidos, ácidos orgânicos, vitaminas, aromatizantes) e biotecnologia (bioplástico), já que as matérias-primas serão derivadas do beneficiamento de grãos de milho. Elas seriam instaladas ao lado de onde hoje está a Evonik, de modo que duas ficassem de frente para a rodovia e as quatro restantes atrás delas.

A Cargill opera atualmente com capacidade de moagem de milho de aproximadamente 1,2 mil toneladas por dia. Ao receber as empresas parceiras, esse volume iria quase triplicar, com a elevação para 3,2 mil toneladas por dia. O fornecimento de energia e vapor seria realizado pela própria Cargill, enquanto que a Compagas oferece infraestrutura suficiente para abastecer seis novas empresas no local com Gás Natural. A Estação de Tratamento de Efluentes será ampliada com o início da instalação de novas indústrias.

Empregos

Embora os parceiros ainda não estejam definidos, segundo estudos da Cargill a estimativa é que cada nova fábrica a se instalar no Complexo gere, em média, 150 empregos diretos. Com isso, as seis empresas poderão gerar, juntas 900 postos diretos. A Cargill e a Evonik, que já estão em operação, geram aproximadamente 300 vagas de emprego diretas, além de outras cerca de 230 indiretas. Somando os empregados diretamente, quando consolidado e em operação, o complexo será responsável por empregar 1,2 mil pessoas de forma direta.

Subprodutos

Um grão de milho, ao passar pelo processamento, resulta em quatro subprodutos. Em menor quantidade (4 a 5%) é o Glúten, seguido pelo Germe (7 a 8%). Desse germe pode ser extraído o óleo, em proporção de 3 a 4%. O segundo principal subproduto é a fibra, que corresponde de 18 a 22% do grão. Já o amido é o principal, correspondendo entre 70 e 75% do grão. Deste amido, é possível extrair outros quatro subprodutos: amido nativo e modificado, xarope de glucose, high maltose e dextrose.

Lei em Santos obriga comércio a mostrar temperatura ideal de produtos

Nova regra vale para alimentos acondicionados em geladeiras e freezers

De A Tribuna On-line @atribunasantos

03/11/2017 – 11:44 – Atualizado em 03/11/2017 – 11:44

Uma nova lei municipal obriga que os estabelecimentos de Santos informem a temperatura ideal de conservação dos produtos refrigerados ou congelados. Desde o último dia 26, os dados devem estar disponíveis em placas informativas do lado de fora dos equipamentos de refrigeração e freezers.

Para os donos dos comércios que não cumprirem a lei, a multa será de R$ 2 mil, aplicada em dobro no caso de reincidência. A matéria é de autoria do ex-vereador Igor Martins e foi sancionada pelo prefeito Paulo Alexandre Barbosa.

De acordo com informações da Prefeitura. entre os estabelecimentos que terão que se adequar, estão varejistas e atacadistas cuja atividade predominante é a exposição de alimentos industrializados, produtos hortifrutigranjeiros, carnes e pescados, bem como alimentos preparados, embalados ou não, para venda direta ao consumidor. 

Continuam obrigatórios os instrumentos de aferição da temperatura, que devem estar em conformidade com as normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

Congelados e refrigerados

A placa informativa deverá ser fixada nos equipamentos de refrigeração e freezers, em local de fácil visualização, contendo as seguintes informações:

– Congelados: -12ºC ou temperatura menor, conforme recomendação do fabricante.

– Refrigerados: De 2ºC a 3ºC para pescados, de 4ºC a 7ºC para carnes e, para os demais produtos, de 4ºC a 10ºC.

Caso a temperatura não esteja de acordo com os limites estabelecidos, o consumidor pode entrar em contato com a ouvidoria pelo telefone 0800 770 0732. Essa informação também estará disponível na placa.

Carne sintética deverá chegar logo aos supermercados

Publicado em 05/11/2017 por O Povo Online – Plinio Bortolotti

Reprodução da coluna "Menu Político", caderno "People", edição de 5/11/2017 do O POVO.
O primeiro hambúrguer de carne sintética foi produzido em 2013, mas ainda não está na prateleira dos supermercados devido ao custo, por enquanto, proibitivo. O autor da façanha foi o professor Mark J. Post e sua equipe da Maastricht University (Holanda), que passaram sete anos pesquisando o assunto. Post afirma que a produção em escala fará o custo cair e estima que o produto estará no mercado em cinco anos.

Em entrevista à revista Brasileiros, ele explicou que técnica consiste em extrair células de um músculo da vaca e depois expandi-las em laboratório, "desenvolvendo o tecido por auto-organização". Essas fibras musculares são muito semelhantes, "se não iguais, às fibras de músculo fresco proveniente de uma vaca".

O processo não exige o sacrifício nem maltrata o animal, e as células cultivadas podem render "toneladas de carne". Segundo o professor, o bife sintético terá o aspecto do original, com músculos, sangue e fibras, e sabor parecido. O método pode ser aplicado para obter o mesmo resultado em qualquer outro animal.

A preocupação com o tipo e a quantidade de alimentação disponível sempre esteve presente na história da humanidade, desde os primórdios. No século XVIII, o economista Thomas Malthus afligia-se observando que a população mundial crescia em progressão geométrica, enquanto a produção de alimentos progredia aritmeticamente, o que terminaria em catástrofe, se não houvesse controle da natalidade. A tecnologia cuidou de resolver o problema.

O problema de hoje não é a falta de alimentos – pois a produção é suficiente para alimentar todos os habitantes do mundo -, porém a distribuição desequilibrada, ou seja, a desigualdade social. Atualmente, outras questões se impõem, como o esgotamento dos recursos naturais do planeta, a poluição e a busca de um relacionamento mais ético com os animais.

Desde 1969, a Global Footprint Network calcula o chamado Dia de Sobrecarga da Terra. Avaliando, a cada ano, o quanto a população terrestre consome de recursos e a capacidade de regeneração da natureza. Em 1987, pela primeira vez, a data caiu antes do fim do ano, em 9 de dezembro.

Desde então, essa data chega cada vez mais cedo; este ano os recursos haviam sido consumidos no dia 2 de agosto. Com essa pegada, a humanidade precisaria de 1,7 planeta Terra para regenerar os recursos consumidos. Ou seja, a humanidade vive de um empréstimo do ecossistema, que não terá como pagar – e nos levará à catástrofe, se a ciência e tecnologia não vierem nos socorrer.

A produção de carne sintética também pode ser útil para ajudar a resolver uma parte desse dilema. Estudo revelou que a carne cultivada usa 45% menos de energia; produz 96% menos emissões de gases de efeito estufa e utiliza 99% menos de terra, em comparação com a pecuária.

Mas a carne cultivada tornou-se um negócio milionário. O pesquisador Mark Post abriu uma companhia, a Mosa Meats, para disputar o mercado. A empresa americana Hampton Creek quer ser a pioneira no mercado, pondo o produto à disposição do consumidor até o fim do ano. Dezenas de start ups, as novas empresas de tecnologia, estão investindo no ramo, tanto no cultivo de carne a partir de células-tronco quanto em alternativas vegetais, que imitem o gosto de um bife.

Portanto, a guerra de proteínas, livre do sofrimento animal, está apenas começando e pode levar à extinção de dinossauros do tipo JBS.

E será que veganos, que não consomem carne por questões ideológicas, a defesa dos animais, aceitarão comer um bife sintético?

NOTAS

BISCOITO SINTÉTICO
A propósito, a carne cultivada nada tem a ver com o biscoito sintetizado a partir de alimentos descartáveis que o prefeito de São Paulo, João Doria, queria distribuir à população pobre da cidade. O granulado de Doria, pelo uso que o prefeito queria fazer dele, se parece mais com Soylent Green.

SOYLENT GREEN
No filme de ficção científica "No ano de 2020" (1973), um detetive, interpretado por Charlton Heston, investiga o assassinato do executivo de uma empresa produtora de comida sintética, o biscoito Soylent Green, distribuído para alimentar a população pobre. A investigação leva à descoberta chocante sobre os ingredientes usados na sua composição.

CRÉDITO
Revista Brasileiros: Você vai comer carne de laboratório?; Época Negócios: Empresa dos EUA promete lançar carne artificial em 2018; Conexão Planeta: Dia da Sobrecarga da Terra.