Farmácias Associadas além das fronteiras

Ricardo Duarte da Silveira, presidente da Farmácias Associadas

Samuel Lima

À frente de uma marca que conta com mais de 820 lojas em 263 municípios gaúchos, Ricardo Duarte da Silveira não esconde o orgulho de saber que as redes de farmácias associativistas cresceram mais do que as grandes redes em 2016. Quando escutou números da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) e da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), apressou-se a traçar um comparativo. A verdade é que ambos são invejáveis: faturamento 11% maior para o primeiro grupo e 13,4% para o segundo, em plena crise econômica brasileira. Silveira é o presidente da Farmácias Associadas, rede que opera, somente no Estado, desde 1999. No período, a empresa conseguiu abocanhar 15% do disputado mercado gaúcho, investindo principalmente na abertura de lojas.

Empresas & Negócios – O modelo da empresa parece ser a média entre franquia e cooperativa. Concorda?

Ricardo Duarte da Silveira – Associações convertem mais do que franquia, e a diferença é basicamente fiscal. Na franquia, a pessoa paga royalties, percentuais de vendas… No associativismo, ela é sócia, dona de tudo. Como se fosse sócio de um clube: frequenta a piscina, pagando uma mensalidade.

Empresas & Negócios – Existe a questão da capacitação dos gestores dos negócios…

Silveira – Esse é um dos principais motivos do associativismo. A capacitação do administrador do negócio, que seria o gestor, dos seus funcionários, farmacistas e perfumistas. Temos, durante o ano, treinamento para todas essas categorias.

Empresas & Negócios – Estamos vindo de uma grave crise econômica no Brasil, mas parece que o mercado farmacêutico descola dela. Qual o motivo?

Silveira – O setor farmacêutico é menos suscetível aos ânimos da economia. Quando a economia está crescendo muito, ele não cresce tanto. E quando está em redução, não reduz tanto. Ele oscila menos que o resto do varejo. Retrocedendo um pouco: de 2009 a 2014, o mercado farmacêutico dobrou de tamanho. Ele cresceu nesse período 18% ao ano. Mas reduziu (o ritmo de crescimento) nos últimos três anos. Hoje, o mercado farmacêutico nacional está a 7%. De certa forma, também acabou caindo, ainda que não tenha chegado no negativo.

Empresas & Negócios – Mas por que o setor farmacêutico oscila menos?

Silveira – Além de vender medicamento, que é artigo de primeiríssima necessidade, ele agregou produtos de higiene e beleza nas vendas, que era um mercado menor antes para a farmácia. Nos últimos anos, diminuiu a venda de algumas categorias de medicamentos, e não diminuiu a de higiene e beleza. Para ver como o produto está forte. O Brasil é o quarto país do mundo em consumo em higiene e beleza, prestes a se tornar o terceiro. A população está consumindo mais, o que também alavancou as vendas do setor.

Empresas & Negócios – Houve adequação dentro das farmácias para incentivar esse segmento?

Silveira – Houve uma ampliação. A farmácia sempre vendeu higiene e beleza, mas está agora dando mais atenção dentro da loja para esses produtos. Hoje, chegamos numa loja de 200 metros quadrados, e 60% da área de exposição é higiene e beleza. O segmento está dando mais espaço.

Empresas & Negócios – Há estratégia nova na hora da venda?

Silveira – Vem no treinamento dos colaboradores. Oferecemos hoje treinamento para perfumistas, coisa que, anos atrás, não se pensava ou fazia. É aquele profissional que atende primeiro na gôndola. É curioso que a perfumaria que a dona de casa compra para a família, a que todo mundo usa, é comprada no supermercado. A hora que ela for comprar sabonete, xampu, creme para uso individual, aí ela vai na farmácia, porque precisa de um atendimento, alguém que satisfaça uma dúvida. Não vai encontrar isso em outro local.

Empresas & Negócios – E quanto à venda de medicamentos?

Silveira – O medicamento é o único produto que ainda é controlado pelo governo. Temos 4% de crescimento neste ano, pouco mais que o reajuste no preço (em média, ficou em 2,63%).

Empresas & Negócios – Esse investimento maior em higiene e beleza tem a ver com o controle de preço nos medicamentos?

Silveira – Não, foi realmente uma estratégia para aumentar a venda. Hoje, a concorrência é muito mais controladora de preços que o próprio governo. Na perfumaria, basicamente não colocamos preço, quem faz isso é o concorrente. É ele quem acaba arbitrando a faixa de preço.

Empresas & Negócios – De onde vem o crescimento no número de lojas?

Silveira – Praticamente esgotamos os principais municípios gaúchos. Somos, hoje, mais procurados do que procurantes. Esses 30 novos pontos de venda que planejamos até o final do ano incluem associados que abrem novas lojas e conversões. Como lidamos com conversão, a qualquer momento, podem ter mais lojas entrando. O único limite para nós é o zoneamento: não pode ter uma loja associada a tantos metros de outra. Em municípios pequenos, é uma loja a cada 20 mil habitantes. Isso trava um pouco o desenvolvimento.

Empresas & Negócios – A empresa planeja ir a outros estados?

Silveira – Em 2017, foi discutido o assunto, e amadurecemos a ideia ao longo do ano. Definido não tem nada. Está em estudo. Notamos menos associativismo no Centro-Oeste brasileiro, tem bastante campo para desenvolver naquela região, que é basicamente voltada à agropecuária.

Empresas & Negócios – Qual o peso de ser uma marca local nas vendas? É possível concorrer com as grandes redes?

Silveira – O associativismo fornece uma série de diferenciais competitivos que sozinha a farmácia não é capaz de ter: marketing agressivo, treinamentos, gestão mais moderna dentro da loja, barganhas nas negociações. Temos cartão de fidelidade, de crédito, convênios – lidamos com as mesmas ferramentas das grandes redes. Mas o modelo também conta com uma proximidade interessante entre o consumidor e o associado, que faz parte daquela comunidade, que muitas vezes atende no balcão. A proximidade da marca e do dono faz ele competir de maneira mais pareada com grandes redes.

Empresas & Negócios – Por que investir em linhas próprias?

Silveira – Temos 250 itens de marca própria. Desenvolvemos tudo, desde fórmula até embalagem e nome, que é fabricado quase que exclusivamente em indústrias gaúchas. Depois, nossa cooperativa adquire o produto e distribui aos associados. É um diferencial, porque fideliza o cliente e porque dominamos o produto. Ele sai com uma qualidade boa e preço bem mais acessível do que uma marca comercial (o custo para lançar não seria significativo).

Empresas & Negócios – Onde a Farmácias Associadas pretende chegar nos próximos anos?

Silveira – A ideia é chegar a mil lojas – e provavelmente haverá a necessidade de abrir as fronteiras. Não é um desespero, nem um limite: é um alvo. Queremos unir farmácias em uma rede forte e competitiva, tornando o associado referência em sua comunidade. A marca própria acompanhará as tendências do mercado. E o maior foco sempre é destacar a marca. As pessoas convertem as lojas, mas ainda têm muito apego ao nome que inventaram. Nos últimos seis anos, conseguimos mudar muito a cabeça do associado nesse sentido. Já temos 100% das lojas "leiautizadas" externamente. Vamos conquistar agora o leiaute interno, que está em 30%.

Farmarcas objetiva se tornar 4º maior grupo econômico do varejo farmacêutico do país

Sexta, 22 Dezembro 2017 09:00 Escrito por Paulo Fabrício Ucelli
Atingindo um expressivo crescimento em 2017, a Farmarcas estabeleceu metas ainda mais ambiciosas para 2018, buscando se tornar 4º maior grupo econômico do varejo farmacêutico nacional, com faturamento acima R$ 2 bilhões para o período. Outra meta para ser atingida será a de mil lojas em 2019.

"Estamos cada vez mais preparados para o crescimento, sendo que todo nosso planejamento está alinhado com nossa missão que é potencializar a gestão estratégica de redes associativistas e/ou agrupamentos farmacêuticos administradas por nós. Por isso preparamos uma grande quantidade de ações para o próximo ano, que são bastante arrojadas ", explica o presidente da Farmarcas, Edison Tamascia.

A comprovação de que essas metas são viáveis são os números referentes à 2017, que projetam que a rede finalize o ano com 715 lojas em todo o país. O dado é impressionante sendo que apenas neste período foram abertas 181 lojas, um crescimento de 34%.

Os números ficam ainda mais positivos se for considerado o crescimento do faturamento, que já é projetado para aproximadamente 50% para o ano, em comparação com 2016. Para se ter ideia apenas, nos nove primeiros meses de 2017 o faturamento já ultrapassou R$ 1 bilhão, devendo finalizar o ano um pouco abaixo de R$1,5 bilhão.

“Para nós, mais importante do que abrir novas lojas é que todas as que fazem parte do agrupamento se mostrem rentáveis, pois objetivamos um crescimento sustentável. Para tanto, valorizamos muito a capacitação profissional, exemplo é que em 2017, nosso Programa de Capacitação de Líderes, treinou 202 pessoas, representando, 30% dos proprietários e 42% das lojas”, explica o diretor geral Paulo O. Costa.

Porém, os investimentos vão muito além da capacitação. “Estamos investindo intensamente no marketing das redes que administramos oferecendo constantemente ferramentas e materiais que possibilitem que os empresários associados possam fazer frente à sua concorrência local em nível de igualdade com qualquer outro grande player do mercado” detalha Ângelo Vieira, diretor operacional.

Exemplos disso são os aplicativos do programa de fidelidade das redes que possuem mais de dois milhões de usuários cadastrados e também o sistema de elaboração online de encarte de ofertas que permitem que os empresários possam construir seus materiais de divulgação de forma muito mais assertiva. “Nosso esforço de comunicação online também já está apresentando resultados excelentes em termos de visibilidade para as marcas e da relevância do nosso conteúdo sobre gestão estratégica do varejo farmacêutico” completa.

DSOP Educação Financeira
Av. Paulista, 726 – 12º andar – cj. 1205 – São Paulo – SP Telefone: (11) 3177-7800

Abrafarma divulga nota de esclarecimento sobre vacinação em farmácias

On 22 dezembro, 2017

Nesta quinta-feira, dia 21 de dezembro, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) emitiu nota de esclarecimento à população a respeito da aprovação da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamenta a vacinação em farmácias e drogarias. A entidade elenca alguns fatos sobre como a vacinação em salas de atenção farmacêutica é uma realidade mundial.
Farmácias já aplicam vacinas em muitos outros países. Com a decisão da Anvisa, o Brasil alinha-se à Argentina, Austrália, Bolívia, Canadá, Congo, Costa Rica, Dinamarca, Escócia, Finlândia, Islândia, Líbano, Nova Zelândia, Paquistão, Filipinas, Portugal, África do Sul, Inglaterra, além dos Estados Unidos (que já pratica o serviço desde 2000). Somente nos Estados Unidos, houve um aumento na cobertura de herpes-zóster da ordem de 77% e na cobertura de pneumococos de 148%. No Canadá, 28% dos pacientes, incluindo 21% de pacientes de alto risco, relatam que não teriam se vacinado contra a gripe, caso a vacina não estivesse disponível em farmácias. No território norte-americano, 28% das vacinas de gripe são ministradas em farmácias, que já ocupam o segundo lugar entre os estabelecimentos que mais praticam a vacinação. Vacinas são seguras, os efeitos adversos relatados são raros e os profissionais farmacêuticos são tão competentes para ministrá-las tanto quanto outros profissionais de saúde. Assim como em outros países, muitas das farmácias brasileiras já contam com estrutura para aplicação de injetáveis e prestação de outros serviços. A estrutura adicional necessária prevista na nova norma que é, a mesma para todos os estabelecimentos, também estará disponível nas farmácias. O que acontece em todo o mundo é que, com a aplicação de vacinas em farmácias, o acesso ao serviço aumenta e o preço cai consideravelmente, em razão da concorrência. Na região de Ontário (Canadá), por exemplo, a economia para o sistema de saúde foi da ordem de 41,81% no primeiro ano graças ao aumento da cobertura vacinal. No Brasil, uma vacina de gripe, que tem o custo de R$ 39, é aplicada nas clínicas privadas, de propriedade de médicos, por até absurdos R$ 180, um sobrepreço de mais de 300%. Este, por sinal, é o principal temor de médicos e das associações que os representam.

Por fim, a decisão da Anvisa, em atendimento à Lei 13.021/14, que permitiu a prestação de novos serviços em farmácias, inclusive as vacinas, coloca o Brasil no mesmo nível de muitos outros países. Possibilita acesso com segurança e garantia de qualidade de fornecimento à população.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

Remédio que previne contaminação pelo vírus HIV será oferecido pelo SUS este mês

25/12/2017 09h52 Marcia Wonghon

Um medicamento que impede a propagação do vírus HIV na corrente sanguínea, já indicado como terapia antiretroviral nos Estados Unidos e em países da Europa, estará disponível ainda este mês para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) 12 estados.

O comprimido, fabricado por um grupo norte americano, já era indicado para o tratamento de soropositivos como parte do coquetel de aids.

A novidade é que o fármaco poderá ser utilizado agora por quem nunca entrou em contato com o vírus, mas pode estar exposto a ele durante a relação sexual. É o caso, por exemplo, de profissionais do sexo. Mas é bom lembrar que não protege o usuário contra outras infecções transmitidas sexualmente.

Segundo o médico Juan Carlos Raxach, coordenador da área de Promoção da Saúde e Prevenção da Associação Brasiliera Interdiscilpinar de Aids, embora o Truvada, nome comercial do medicamento, tenha demonstrado 99% de eficácia nos testes clínicos, para impedir a replicação do vírus HIV, não veio para substituir a camisinha.

“Está se falando muito que a profilaxia pré-exposição vem para acabar com o uso da camisinha. Chegou para ampliar as possibilidades de se prevenir da infecção do HIV. Então, ele não vai susbstituir a camisinha mas, com certeza, ampliará a possibilidade de prevenção e dará oportunidade àquelas pessoas que não gostam de usar a camisinha, de ter outro método para não se infectar com o vírus.”

A distribuição do remédio pelo SUS vai priorizar 7 mil pessoas com mais de 18 anos, consideradas grupos de risco de contaminação, incluindo profissionais de saúde, homens que se relacionam com homens, transexuais e casais sorodiscordantes – quando um dos parceiros é portador do HIV e o outro não.

Antes do início da terapia, no entanto, é necessário fazer exames, uma vez que o remédio é contraindicado para pessoas com doenças renais e desgaste nos ossos.

Ente as primeiras capitais a receber o medicamento estão Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Manaus e São Paulo.
Edição: Graça Adjuto

O governo federal já começou a distribuir um comprimido que reduz drasticamente a chance de uma pessoa contrair o vírus da aids

Fernanda Baldini 25 de dezembro de 201726 de dezembro de 2017

Em um esforço para frear um aumento acentuado nos casos de infecção com HIV entre jovens, o Brasil começou este mês a disponibilizar um medicamento que pode prevenir a infecção entre pessoas consideradas de alto risco.

O país é o primeiro da América Latina e um dos primeiros do mundo em desenvolvimento a adotar o comprimido Truvada, dentro de um programa conhecido como PrEP (profilaxia pré-exposição), como parte integral de sua política de saúde preventiva.

Tomado diariamente, o comprimido azul reduz drasticamente o risco de contrair o vírus. Na fase inaugural do programa, ele será disponibilizado gratuitamente a pessoas de grupos de risco em 35 centros de saúde pública de 22 cidades do País.

O Ministério da Saúde está pagando à Gilead Sciences, fabricante americana do medicamento, cerca de US$ 0,75 a dose. Nos EUA, os comprimidos suficientes para um mês saem por mais de US$ 1.600.

O Truvada está sendo disponibilizado em um momento crucial no Brasil. As autoridades estão especialmente alarmadas com o aumento dos casos da doença entre homens jovens e outros grupos considerados de alto risco.

Entre 2006 e 2015, o número de casos de Aids em homens de 15 a 19 anos quase triplicou, chegando a 6,9 a cada 100 mil pessoas. Entre os homens de 20 a 24 anos, o índice quase dobrou, chegando a 33,1 a cada 100 mil pessoas, segundo a Unaids, agência da ONU que coordena a política de prevenção do HIV em todo o mundo.

Cerca de 48 mil novos casos de HIV foram anunciados no Brasil em 2016, e mais ou menos 14 mil mortes foram atribuídas à Aids. Os casos de transmissão do vírus de mãe para filho tiveram uma redução importante, mas, segundo a Unaids, um em cada dez homens brasileiros que fazem sexo com homens tem HIV.

Risco

A PrEP está sendo oferecido a prostitutas, transgêneros, homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas e pessoas em relacionamentos com parceiros soropositivos.

O Brasil se destaca há anos por sua resposta à epidemia de HIV. Na década de 1990 o país desafiou as empresas farmacêuticas, produzindo versões genéricas de medicamentos antirretrovirais caros, numa iniciativa que reduziu globalmente os preços.

O governo brasileiro compra e distribui mais camisinhas que qualquer outro país e em 2013 começou a oferecer terapia gratuita com antirretrovirais a todos que buscam atendimento.

Os proponentes da PrEP dizem que a experiência brasileira vai demonstrar as vantagens econômicas de investir na prevenção. “Com o acréscimo da PrEP, o Brasil está usando todas as estratégias que recomendamos”, disse Georgiana Braga-Orillard, diretora da Unaids Brasil. “Essa é uma operação de grande escala. O Brasil pode virar um exemplo para toda a região, mostrando que precisamos de uma abordagem integrada.”

Desde que a FDA (a agência dos EUA que regula medicamentos e alimentos) aprovou o Truvada como droga de prevenção do HIV, em 2012, vários países vêm tentando disponibilizar o medicamento a preços acessíveis a pessoas em risco de contrair o HIV.

No primeiro ano do programa brasileiro, o Ministério da Saúde gastou US$ 2,7 milhões para adquirir 3,6 milhões de comprimidos. Adele Benzaken, diretora do Departamento de Aids do Ministério da Saúde, diz que o país prevê gastar menos com o atendimento preventivo em 2018, quando versões genéricas do Truvada chegarem ao mercado.

Ela revelou que duas empresas farmacêuticas, incluindo a Mylan, pediram à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a aprovação de versões genéricas do Truvada.

As pessoas estão encarando o HIV com menos preocupação, e isso levou à queda no uso de camisinhas, disse José Valdez Madruga, da Secretaria de Saúde de São Paulo. Ele foi um dos coordenadores de um ensaio da PrEP realizado no Brasil antes da implementação do protocolo. O Truvada oferece uma proteção adicional.

“Com a PrEP, a decisão fica nas mãos de uma pessoa”, disse Madruga, diretor do centro de Aids e doenças sexualmente transmissíveis da Secretaria. “Não é preciso a concordância do outro parceiro, como é o caso com a camisinha.”

Em uma pesquisa feita no Brasil pelo aplicativo de namoro gay Hornet e a Unaids, 36% dos entrevistados disseram que provavelmente usariam a PrEP se estivesse disponível.

Os críticos da PrEP dizem que ela incentiva o sexo sem camisinha, levando ao aumento de outras doenças sexualmente transmissíveis.

Prefeitura de Quatis compra mais remédios para unidades médicas

Matéria publicada em 24 de dezembro de 2017, 12:05 horas

Quatis – O prefeito Bruno de Souza (PMDB) homologou na última semana o processo número 4147/2018, através do qual serão investidos R$ 962.676,95 na compra de mais medicamentos da lista básica elaborada pelo Ministério da Saúde. Ao todo, foi autorizada a aquisição de 154 itens de remédios para distribuição gratuita aos pacientes atendidos nas cinco unidades do Programa Saúde da Família de Quatis, nos dois postos médicos da zona rural (Falcão e São Joaquim) e no dispensário municipal, que se localiza na Avenida Avelino Batista Soares, no Centro.

Os medicamentos se destinarão ao tratamento de doenças em várias especialidades, como cardiologia, dermatologia, urologia, endocrinologia, gastroenterologia, reumatologia, ortopedia, pneumologia e oftalmologia. A entrega dos remédios pelos fornecedores que venceram o processo de licitação, realizado recentemente pela prefeitura, se iniciará no começo de 2018, e vai ser feita por etapas, mediante a necessidade da Secretaria Municipal de Saúde. Os contratos voltados ao fornecimento destes remédios têm validade pelo prazo de 12 meses.

Além de reforçar o estoque de remédios nas unidades de saúde da prefeitura, ampliando com isso a oferta aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), a prefeitura de Quatis alcançou uma economia de aproximadamente R$ 615 mil neste processo de aquisição de medicamentos, levando-se em conta o valor estimado inicialmente para os itens licitados, que foi de R$ 1.578.385,96.

Na realização do processo, a prefeitura adotou o pregão presencial enquanto modalidade de licitação. O pregão presencial é um instrumento licitatório semelhante a um leilão, só que no sentido contrário: o vencedor é o proponente que apresentar o menor preço. A licitação destinada à compra desta remessa de medicamento teve como ganhadores fornecedores de três estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

Bruno de Souza entende que o processo de aquisição dos remédios recentemente concluído “pode ser considerado mais um resultado positivo das medidas de controle de gastos adotadas pela atual administração municipal visando economizar despesas e investir as verbas disponíveis nos serviços extremamente necessários ao dia a dia da população”.

– Graças à austeridade com a qual estamos procurando administrar o Município desde o meu primeiro mandato, quando surgiram os primeiros sinais da crise econômica nacional, entendemos que os nossos objetivos vêm sendo alcançados, ou seja, o pagamento em dia do funcionalismo, a garantia dos serviços essenciais e o equilíbrio nas contas públicas da Prefeitura de Quatis – disse Bruno, lembrando que as unidades do Programa Saúde da Família na cidade se localizam nos bairros Nossa Senhora do Rosário, Mirandópolis, Jardim Independência e Jardim Pollastri.

O prefeito citou dois exemplos de controle de gastos que possibilitarão ao município fechar o exercício financeiro de 2017 “com as contas praticamente em dia”: a redução de verbas aplicadas nos eventos do carnaval e na festa de aniversário da cidade, transcorrido no dia 25 de novembro passado. Só no carnaval, o valor dos recursos aplicados foi este ano de R$ 68 mil, menos do que média anual investida ao longo do seu primeiro mandato à frente da Prefeitura de Quatis (2013-2016): cerca de 130 mil.
Fundação para o Remédio Popular fornecerá medicamentos à prefeitura de Quatis

Além do investimento de quase R$ 1 milhão na aquisição de 154 itens de medicamentos, cujos frascos, comprimidos e bisnagas começam a chegar no começo de 2018, a prefeitura de Quatis aplicou em novembro aproximadamente outros R$ 22 mil na compra de anti-hipertensivos, antibióticos, anti-inflamatórios e contra diabetes, por meio do processo número 7502/2017.

Essa compra foi realizada com o objetivo de atender as unidades médicas em caráter emergencial, pelo período de três meses, enquanto o processo voltado à aquisição de 154 itens de remédios da lista básica do Ministério da Saúde tramitava dentro dos setores competentes da prefeitura.

No caso da compra em caráter de emergência, os medicamentos foram adquiridos junto à FURP (Fundação para o Remédio Popular), que é considerado o maior fabricante público de remédios, e pertence ao Governo do Estado de São Paulo. Sediada na cidade paulista de Guarulhos, a FURP atende 3,2 mil municípios brasileiros, é responsável pela fabricação de 80 itens de medicamentos e produz 2,5 bilhões de unidades farmacêuticas por ano.

Além de órgãos públicos, a Fundação para o Remédio Popular fornece medicamentos para instituições filantrópicas, sindicatos e fundações. Os remédios comprados pela Prefeitura de Quatis da FURP se destinam a reforçar o estoque do dispensário municipal, e já começaram a ser entregues à Secretaria Municipal de Saúde.

por taboola

Boldrini: asparaginase alemã só dura até o fim do ano

Novo lote adquirido pelo hospital só chega em 3 meses; ministério segue ignorando liminar

22/12/2017 17:58 ACidadeON ACidade ON

Leuginase, de fabricação chinesa, não tem eficácia comprovada

A polêmica envolvendo a asparaginase no Centro Infantil Boldrini, em Campinas, continua. A diretora do hospital, Silvia Brandalise, disse nesta sexta-feira (22) que o estoque do remédio importado da Alemanha deve durar apenas até o fim deste ano.

A asparaginase é utilizada no tratamento de leucemia. Até o começo deste ano, o Ministério da Saúde repassava a L-Asparaginase, de fabricação alemã, para os hospitais credenciados ao SUS.

Em março, no entanto, o governo passou a adquirir a Leuginase, fabricada na China, que não tem eficácia comprovada. Em outubro, o Boldrini conseguiu uma liminar na Justiça que obriga o ministério a fornecer 150 frascos da L-Asparaginase por mês ao Boldrini, mas a medida não foi respeitada.

Para complicar ainda mais, o Ministério abriu um novo pregão para a compra do medicamente e o vencedor foi a mesma fabricante chinesa, agora com outro remédio, o Leucospar. Foram adquiridos 50 mil frascos, conforme publicação no Diário Oficial.

"Só nesta semana, recebemos mais dois pacientes com leucemia. Um deles com 2 anos", disse Silvia.

Ela explicou que o hospital conseguiu, por conta própria, importar 500 frascos do remédio alemão, mas a Anvisa só deve autorizar a importação na próxima terça (26). "A chegada dos frascos só deve acontecer em dois ou três meses", disse Silvia.

Diante da falta de opções, ela diz que vai aos EUA na primeira semana de janeiro para trazer frascos da L-Asparaginase na bagagem. "Vou levar os nomes dos pacientes e comprovar a necessidade de uso. Não é contrabando, porque não vou revender", desafiou.

Silvia disse que usar o medicamento chinês está fora de cogitação. "Não uso nem para experimentar em animais. Ele só tem 30% de ação. Desse remorso eu não morro", afirmou.

OUTRO LADO

Em nota, o Ministério da Saúde informou que todos os hospitais do SUS habilitados em oncologia recebem mensalmente recursos federais para a compra e oferta de medicamentos.

"Mesmo assim, desde 2013, o Ministério da Saúde passou a adquirir o medicamento L-Asparaginase devido a sua indisponibilidade no mercado farmacêutico, pois trata-se de um medicamento sem registro no Brasil. Assim, esta compra é mais uma alternativa aos hospitais. Caso algum hospital não deseje usar a L-Asparaginase disponibilizada pelo ministério, ele continua a receber financiamento federal e pode optar por fazer a aquisição direta do produto", diz a nota.

O ministério também informou que o pregão com participação de empresas estrangeiras que está em andamento é justamente para garantir a continuidade do abastecimento do produto nos hospitais. Segundo o ministério, "o processo (de compra do Leucospar) está em curso e ainda não foi finalizado".

"Conforme mencionado, a licitação ainda está em andamento, mas vale mencionar que a empresa que apresentou a melhor proposta neste Pregão fez a um valor 34,21% inferior ao da última aquisição, o que resultará em uma economia na ordem de R$ 1,2 milhão", diz a nota.

Pesquisadores da Uepa testam novo remédio contra o câncer

23/12/2017 10:50h

Uma pesquisa realizada na Universidade do Estado do Pará (Uepa) poderá beneficiar quem luta contra o câncer. Os testes estão sendo realizados em camundongos, no biotério do Centro de Ciências Biológicas, resultado da parceria entre a Uepa e a Universidade Federal do Pará (UFPA). A substância, desenvolvida a partir de um medicamento já utilizado no combate ao câncer, está sendo patenteada.

Segundo a pesquisadora Simone Haru, que está à frente da pesquisa do antitumorígeno, a substância funcionará como medicamento principal ou auxiliar nas terapias. Ela informa que a motivação para o desenvolvimento da nova droga foi a observação de que os medicamentos em uso nos tratamentos contra o câncer causam muitas reações adversas. “Estamos desenvolvendo um fármaco que diminui esses efeitos”, afirma a pesquisadora.

Devido ao processo de busca da patente, os detalhes do novo medicamento não podem ser revelados, mas a pesquisadora adianta que é derivado de um medicamento já existente no mercado. “Os beneficiados serão os pacientes que lutam contra o câncer e sofrem com reações adversas aos medicamentos utilizados em seus tratamentos”, reitera Simone Haru.

Para um medicamento ser liberado para uso por seres humanos deve passar por várias fases. A primeira é a fase não clínica, em que os cientistas testam as substâncias em laboratório e em animais de experimentação, sempre obedecendo à normas de proteção aos animais. O objetivo principal desta fase é verificar como a substância se comporta em um organismo.

“Primeiramente, nós temos a fase in vitro, onde o medicamento é testado em células com câncer, para somente depois ser aplicado aos camundongos. Tudo isso para diminuir os óbitos entre os animais. Após os camundongos, os testes serão realizados com animais maiores, até chegar aos testes com seres humanos voluntários”, informa a pesquisadora. Todo esse processo leva aproximadamente 15 anos.

O biotério da Uepa foi inaugurado em maio deste ano, em uma área de 285 metros quadrados, para abrigar animais em condições adequadas à utilização em experimentos científicos ou produção de vacinas e soros. O biotério visa atender às demandas de pesquisadores da Uepa, mas também colabora com outras instituições.

Biotérios são instalações para produzir e manter animais destinados a pesquisas em diferentes áreas da ciência. Independentemente da espécie ou linhagem dos animais, o manejo e a manutenção devem atender aos princípios éticos na experimentação animal.

Ampliação – “Hoje, o biotério da Uepa segue toda a legislação para o bem-estar dos animais e para o desenvolvimento da pesquisa científica”, ressalta o veterinário Mário Leal, responsável pelo biotério. Atualmente, o biotério mantém cerca de 80 animais, mas em 2018 esse número deverá chegar a 900, para atender à demanda de novas pesquisas.

Mesmo sendo um prédio novo, que atende às exigências da legislação, algumas adaptações foram necessárias para receber os animais. Hoje, o biotério conta com alojamentos específicos para cada espécie de animal, com temperatura e luminosidade controladas, e acesso restrito, para facilitar a limpeza e o manuseio dos animais, e garantir que fiquem livres de contaminação. “O biotério da Uepa se encaixa em todos estes pré-requisitos”, informa o veterinário.

De acordo com a Rede Nacional de Biotérios de Produção de Animais para Fins Científicos, Didáticos e Tecnológicos (Rebioterio), mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), agência do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), as instituições de pesquisa devem investir na construção e manutenção de biotérios de criação e experimentação, com o objetivo de promover o desenvolvimento da ciência e tecnologia, com reflexos diretos na saúde pública.

Por Márcio Flexa

OMS renova referência regional da Fiocruz para rubéola e sarampo

Lucas Rocha (IOC/Fiocruz)

A rubéola e a síndrome da rubéola congênita foram consideradas eliminadas no Brasil e nos demais países das Américas em 2015. No ano seguinte, a região também se livrou do sarampo. Para manter essas conquistas, frutos de um esforço conjunto, pesquisadores de diversos países atuam firmemente em estratégias de vigilância, monitoramento e prevenção. A experiência do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) nessas atividades é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 1995, quando o Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo foi designado referência regional para os agravos no âmbito da América do Sul. Após uma série de avaliações, o Laboratório teve o título renovado pela entidade em 2017.

“A avaliação positiva reflete o empenho de uma equipe dedicada ao suporte técnico e científico para a rede de laboratórios que colaboram com a OMS na América do Sul. O reconhecimento reforça nosso compromisso em responder às necessidades em sarampo e rubéola de países que enfrentam diferentes situações e realidades em relação às duas doenças”, ressaltou Marilda Siqueira, chefe do Laboratório do IOC. A equipe desenvolve atividades de epidemiologia molecular, diagnóstico diferencial e avaliação das estratégias de controle. Além disso, realiza estudos sobre genótipos de sarampo e de rubéola para identificar os caminhos da transmissão viral. Enquanto referência no tema, o Laboratório recebe amostras clínicas de casos suspeitos ou confirmados das duas doenças, e contribui com o conhecimento científico por meio de consultorias e treinamentos em apoio a diversos países sul-americanos. O Laboratório também atua em referência de nível nacional junto ao Ministério da Saúde. 

O reconhecimento foi avaliado pelos auditores Miguel Norman Mulders, coordenador da Rede de Laboratórios da OMS, e Gloria Rey, consultora regional da Rede de Laboratórios da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Realizada a cada quatro anos, a auditoria considera uma série de aspectos, incluindo o desempenho da equipe, a aplicação de metodologias preconizadas pela OMS, infraestrutura, procedimentos operacionais padrão (POPs) e critérios de biossegurança. “Um dos maiores desafios para a manutenção do título de referência é facilitar o processo de recebimento e envio de amostras biológicas para outros países”, pontua Marilda, parabenizando toda a equipe envolvida nas atividades.

A OMS conta com três laboratórios de referência internacional para rubéola e sarampo, localizados nos Estados Unidos, Inglaterra e Japão. Atuam como referência regional nas Américas, o Brasil, representado pelo IOC/Fiocruz, e o Canadá.

Na AFN

Laboratórios Bagó em Colatina anunciam novos medicamentos

25 de dezembro de 2017

Representantes dos Laboratórios Bagó, em Colatina, anunciaram em visita ao prefeito da cidade, Sergio Meneguelli, que a multinacional terá novidades em 2018, entre elas, o lançamento de dois novos medicamentos que serão comercializados mundialmente e cuja manipulação será feita na unidade de Colatina.

Os medicamentos são o Kytril (utilizado no tratamento de pessoas que estejam em processo de quimioterapia – Combate enjoos e vômitos) e o Akinedon – (para o tratamento do mal de Parkinson). A empresa recebeu recentemente Certificação Máxima – CBPF – Certificação de Boas Praticas de Fabricação concedida pela Anvisa. Além do aumento de receita prevista a empresa irá gerar novos empregos no município.

Participaram da visita Soraia Alcoforado Moraes e Marco Vinicius Mesquita diretores do Laboratórios Bagó, o prefeito Sérgio Meneguelli, secretário de Desenvolvimento Econômico, Marcos Geraldo Guerra, secretário de Saúde, Thadeu Giuberti, procurador Geral Devacir Mário Zacché Júnior, procuradora Santina Benezolli, analista de Gestão Luzilene Ramos e secretário de Comunicação, José Paulo da Costa.

Fonte: Prefeitura de Colatina