Cellera Farmacêutica compra antidepressivo da Novartis

Em expansão, laboratório brasileiro adquire diretos de antidepressivo Pamelor

Última atualização 8 Janeiro, 2018

O laboratório brasileiro Cellera Farmacêutica adquiriu os direitos de marca e propriedade intelectual do medicamento Pamelor. O produto pertencia à companhia suíça Novartis. O deal foi concluído em 22 de dezembro e o valor da transação ainda não foi divulgado pelas partes.

Fundado pelo empresário Omilton Viconde Júnior em sociedade com o fundo de private equity Victoria Capital Partners, o Cellera Farmacêutica chegou a ser apontado como uma das apostas do setor no início do ano passado. Em abril de 2017, o laboratório comprou o Instituto Terapêutico Delta, que pertencia ao grupo Valeant do Brasil, e passou a deter os direitos de fabricação e venda de 16 medicamentos produzidos pelo Valeant.

Na operação de venda dos direitos do Pamelor, um medicamento antidepressivo a base de cloridrato de nortriptilina, o escritório Pinheiro Neto Advogados

Fonte: Lexis 360

Anvisa aprova teste que diagnostica meningite em uma hora

8 jan 2018
21h15

O FilmArray, plataforma de biologia molecular desenvolvido pela Biofire, empresa do grupo bioMérieux, líder mundial em diagnóstico in vitro, agora possui mais um painel aprovado pela Anvisa: o FilmArray Meningitis/Encephalitis Panel. O sistema identifica em até uma hora 14 tipos de agentes causadores de Meningite e Encefalites, sendo 6 bactérias, 7 vírus e 1 fungo, direto da amostra de clínica de líquor.

Em comparação com testes convencionais, a tecnologia do FilmArray possibilita reduzir o tempo para obtenção dos resultados, em alguns casos, de 4 a 21 dias para apenas 1 hora.

"No caso das meningites virais, o diagnóstico padrão é por meio da identificação material genético do vírus na amostra de líquor pelo método de PCR. Os prazos dos resultados variam bastante entre os laboratórios,
normalmente entre 1 a 4 dias. Esse prazo é similar ao do resultado final da cultura, referência nos casos de meningites bacterianas", afirma o Dr. Gustavo Bruneira, Diretor Operacional do Senne Liquor Diagnóstico, de São Paulo, pioneiro no Brasil no uso do FilmArray Meningitis/Encephalitis Panel, sistema de diagnóstico rápido que detecta a meningite e a encefalite em até uma hora.

"Já para os casos de meningite por Cryptococcus, a cultura pode demorar até 21 dias e os testes disponíveis (tinta da china e pesquisa de antígenos por aglutinação em partículas de látex), exigem profissional capacitado e têm sensibilidade inferior", explica.

O sistema FilmArray não demanda grande quantidade de amostra para obtenção do resultado, o que também significa menos desconforto para o paciente, segundo o especialista. "A obtenção de amostra de líquor, ou líquido cefalorraquiano, se faz rotineiramente por meio de uma punção lombar, um procedimento invasivo que como tal traz riscos inerentes ao procedimento. Uma vez que a amostra de líquor adicional não é facilmente obtida, metodologias que utilizam pequenos volumes, a exemplo do FilmArray, são fundamentais", afirma Bruneira.

A meningite e o diagnóstico rápido – Todas as faixas etárias, dos recém-nascidos aos idosos, estão propensas a contrair meningite. O que muda é o agente etiológico mais frequente, de acordo com idade e status imunológico do paciente.

Segundo o médico especialista do Senne liquor, os mais frequentes agentes etiológicos, especialmente nas crianças, são os vírus do grupo dos Enterovírus. Nos indivíduos imunossuprimidos, como transplantados, o Cryptococcus neoformans (fungo). Nas meningites bacterianas, temos o Neisseria meningitidis e o Streptococcus pneumoniae como os mais frequentes, porém nos bebês e nos idosos precisamos sempre pensar em Listeria monocytogenes, assim como no Haemophilus influenzae nos pacientes não vacinados.

"O diagnóstico rápido e preciso é fundamental em todos os casos, uma vez que propicia o tratamento adequado. Especialmente nos casos de meningites virais, o diagnóstico rápido e preciso, aliado a outros parâmetros clínicos e laboratoriais, pode significar a não internação do paciente, evitando o uso empírico de antibióticos, o risco de infecção hospitalar, etc.", avalia o médico especialista do Senne Liquor.

"De fato, o diagnóstico rápido e preciso traz benefícios sociais e econômicos importantíssimos ao paciente e ao sistema de saúde. No caso das meningites bacterianas mais frequentes, a vacinação é fundamental, enquanto que nas virais as medidas preventivas são basicamente higiene pessoal e de alimentos", conclui o médico especialista do Senne Liquor.

Como funciona – O FilmArray® é uma técnica de biologia molecular que consiste em uma estação de trabalho, na qual é inserido o painel – um cartucho a vácuo -, com diferentes reservatórios, onde ficam os reagentes. Nele é injetada a solução de hidratação por sistema à vácuo e depois a amostra a ser analisada. O sistema faz o resto.

Durante a análise, o FilmArray extrai e purifica todos os ácidos nucleicos da amostra não processada. Em seguida, realiza a técnica Multiplex PCR, em que um fragmento específico da molécula de DNA é amplificado milhares de vezes em curto espaço de tempo. Os microrganismos presentes são amplificados e a detecção é realizada utilizando a tecnologia Microarray.

Ao final, o Software FilmArray analisa e libera um relatório com os resultados da amostra. Quando o processo, que leva apenas uma hora, se completa, o software informa a presença ou ausência de cada patógeno na amostra.

Sobre a bioMérieux
Há mais de 50 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.

Fundada na França em 1963, a bioMérieux tem cerca de 5.800 colaboradores e está presente em mais de 150 países, por meio de 42 filiais e uma ampla rede de distribuidores. Em 2016, as vendas da companhia atingiram 2,3 bilhões de euros.

No Brasil, a bioMérieux possui o laboratório P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) situado no Rio de Janeiro, que foi inaugurado em 2009, e até 2014 a equipe teve como missão dar suporte à produção local da linha Imuno e desenvolver produtos de interesse para o grupo bioMérieux. No final de 2014, a visão do setor P&D da bioMérieux Brasil mudou para focar nas infecções tropicais e servir à estratégia local e global, a fim de responder às necessidades dos mercados emergentes e negligenciados.

A família Mérieux tem uma tradição ao longo de um século de compromisso na luta contra as doenças infecciosas. Marcel Mérieux, que trabalhou com Louis Pasteur e fundou o Instituto Mérieux, o Dr. Charles Mérieux, Alain Mérieux e Dr. Christophe Mérieux dedicaram suas vidas à biologia, com o objetivo de melhorar a saúde mundial.
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Mais informações:
Veropress Comunicação Corporativa – Assessoria de imprensa da bioMérieux
Thais Abrahão (thais@veropress.com.br) – (11) 9900-8402 / (11) 3061-2263 e Rosana Monteiro – (Rosana1@veropress.com.br) – (11) 3062-0843

Website: http://www.biomerieux.com.br

Em fevereiro, 2ª turma do curso de estratégias de acesso e marketing nos sistemas de saúde

O Sindusfarma abriu inscrições para a segunda turma do curso inédito ‘Acesso de Medicamentos e Farmacoeconomia no Sistema de Saúde Brasileiro’, que qualifica profissionais da indústria farmacêutica na elaboração de estratégias de acesso no planejamento de marketing nos mercados de saúde público e privado.

Ministrado por renomados executivos da indústria, o curso começa no próximo dia 23 de fevereiro e está distribuído em 14 módulos, sempre às sextas-feiras. Profissionais de empresas associadas ao Sindusfarma desfrutam de 50% de desconto.

Entre outros temas, o curso vai mostrar como funciona o processo de registro, precificação e obtenção de acesso para medicamentos no Brasil; quais as formas de financiamento da saúde e de pagamento de medicamentos, e como integrar estratégias de acesso no planejamento de marketing.

Farmacêutica Celgene faz oferta pela Impact Biomedicines

Última atualização 8 Janeiro, 2018

NOVA YORK  –  A farmacêutica americana Celgene informou no domingo que fechou um acordo para adquirir a Impact Biomedicines, empresa americana de biotecnologia especializada em doenças no sangue, em um negócio que pode chegar a US$ 7 bilhões.

O acordo prevê que a Celgene pagará, em um primeiro momento, US$ 1,1 bilhão pela companhia. Ela se comprometeu a desembolsar mais US$ 1,4 bilhão caso o tratamento para mielofibrose – tipo de câncer que afeta as células responsáveis pela produção de sangue na medula óssea – da Impact Biomedicines seja aprovado pelas autoridades regulatórias e mais US$ 4,5 bilhões se as vendas globais anuais do tratamento excederem US$ 5 bilhões.

A Celgene é uma das maiores empresas de biotecnologia dos Estados Unidos, com valor de mercado de mais de US$ 80 bilhões, especializada no tratamento de câncer. A Impact é uma empresa estabelecida há menos de dois anos, criada para retomar a produção do fedratinib, medicamento para o tratamento do mielofibrose cujo desenvolvimento foi interrompido  pela francesa Sanofi em 2013, por conta de seus efeitos colaterais. No ano passado, o regulador da área de medicamentos dos Estados Unidos, a Divisão para Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), liberou a retomada dos testes com o medicamento.

Se aprovado, o fedratinib poderá concorrer com o jakafi, um dos principais produtos no mercado para o tratamento de câncer no sangue, produzido pela americana Incyte.

Fonte: Valor Online

Compras no supermercado ficaram mais caras para os capixabas

Segundo pesquisa, cesta básica da classe média na Grande Vitória em dezembro custou, em média, R$ 146 a mais que no mês anterior

Para encher o carrinho do supermercado, famílias capixabas precisaram desembolsar, em média, R$ 146,78 a mais em dezembro. A carne, os legumes, verduras e frutas foram os responsáveis por puxar o preço final da cesta básica da classe média para cima. Além disso, o calor intenso e o aumento da demanda, típico de final de ano, foram fatores que influenciaram essa alta.

Segundo dados da pesquisa da faculdade Doctum Vitória, os trinta itens que compõem a cesta básica da classe média na Grande Vitória custaram R$ 1.480,53, em dezembro de 2017. No mês anterior, essa mesma compra saía por R$ 1.464,85. Entre um mês e outro, a diferença foi um reajuste de 1,07%. Mas, mesmo com a alta, o valor continua sendo o menor desde setembro ( R$ 1.477,58).

O coordenador de Extensão da Doctum, Paulo Cezar Ribeiro Silva, explica que, depois de vários períodos de queda, os preços de alguns produtos voltaram a subir. "Isso ocorreu principalmente nos dez últimos dias de dezembro. A carne de boi subiu bastante nesse período, mesmo assim, a média do mês ficou em 2,8%. Se esse preço continuar em janeiro, o produto deve ficar mais caro, principalmente os cortes para churrasco porque a demanda está alta para essas carnes", comenta.

Sete dos 30 produtos da cesta subiram de preço, nove permaneceram quase estáveis e 11 caíram. Na lista dos que tiveram as maiores quedas estão a cenoura (-8,6%), laranja-pera (-7,1), limão (-14,3) e maracujá (-19,6). Já a alta foi auxiliada por itens como a batata-inglesa (10%), o tomate (8%), o mamão (9,9%), a vagem comum (4,8%), banana-prata (3,5%) e a carne (2,8%).

Outros alimentos que compõem a base da alimentação, como o arroz (-0,8%) e o feijão (-0,3%), permaneceram com valor quase estável entre um mês e outro.

De janeiro a dezembro de 2017

Dezembro foi o terceiro mês de 2017 que teve aumento no valor médio da cesta básica. Em janeiro, ela custava em média R$ 1.633,52, ou seja, R$ 152,99 a mais do que era preciso desembolsar em dezembro (R$ 1.633,52) para comprar os mesmos itens.

Segundo a pesquisa, durante o ano passado, 24 alimentos recuaram de preço e seis subiram. Entre os itens que lideram as altas está o suco de frutas em caixa de um litro (25,5%), o limão taiti (14,2%), o maracujá (13,5%) e o mamão papaia (13,3%).

Já na relação dos que tiveram queda de preços no ano de 2017, lideram como principais produtos o feijão preto (-35,3%), a banana-prata (-30,8%), o arroz tipo I (-25,2%) e a laranja-pera (-21,5%).

"Mesmo com esses aumentos no valor dos de itens em dezembro, a cesta básica fechou em torno de 9% de queda, o menor índice em quase 11 anos de pesquisa. Mas a expectativa para janeiro deste ano é que alimentos perecíveis, como frutas e verduras devem subir de preço, devido ao forte calor", disse o coordenador da Doctum.

Saiu na SuperVarejo: Verão e férias impulsionam vendas de diversas categorias no supermercado

A combinação dos fatores “verão e férias” influencia diretamente nas vendas de diversas categorias no supermercado, no começo do ano. Levantamento feito pela Kantar Worldpanel mostra que essa estação movimenta de alimentos e bebidas a produtos de higiene e beleza, variando de sucos e refrigerantes a repelentes.

“Com o aumento da temperatura, surgem inúmeras oportunidades de vendas em todo o Brasil. A vasta relação de categorias cujo consumo tem impacto positivo do clima quente transforma o verão em um dos principais momentos do ano”, explica Laylla Moraes, executiva de marketing e comunicação da Kantar Worldpanel.

Com a inflação estável e a retomada do consumo, a estação pode trazer ainda mais oportunidades para o varejo. Contudo, o canal supermercado deve estar atento. Estudo recente da Kantar mostra que o consumidor se abastece atualmente em um maior número de canais de compra.

O impacto desse resultado é uma redução de lealdade a um determinado ponto de venda; uma das consequências desse comportamento é que o valor deixado em cada um dos canais de compra vem diminuindo. É preciso investir em ajustes na loja quando se trata de sazonalidades, pois são períodos nos quais o varejo pode inovar, criando um ambiente mais agradável para o consumidor, melhorando sua experiência de compra.

Características do layout das lojas, com modificação periódica na decoração, bem como a implantação de áreas de concentração, introdução de espaços para descanso, disponibilização de produtos associados ou correlatos, simulação de ambientes de consumo, entre outras, melhoram o desempenho comercial do estabelecimento.

Sevar, o maior evento do interior de MG, vai reunir supermercadistas e fornecedores

– 04/01/2018

O Super Encontro Varejista (Sevar) é o maior evento do varejo no interior de Minas e é organizado pela Associação Mineira de Supermercados (AMIS) com apoio de outras importantes entidades empresariais. O público participante deve seguir a média de anos anteriores, com cerca de 1,8 mil pessoas nos dois dias. Maioria composta de diretores, compradores e gerentes que atuam no ramo varejista e fornecedor de toda a região.

Tanto profissionais quanto diretores têm no encontro, a maior oportunidade na região para se qualificar profissionalmente, estreitar relacionamentos e para construir novas parcerias comerciais.

A programação do Sevar é composta de palestras, reunião, workshop, visita-técnica e feira. No primeiro dia, as atividades começam às 9h30 e vão até 21 horas. Já no segundo dia, a programação começa às 10h e vai até 12h30 com uma programação específica para o varejo.

Nesse ano, as cidades de Divinópolis, Ipatinga e Juiz de Fora, além da região do Sul de Minas, já estão com data marcada para receber o evento.

Sevar do Triângulo agora é Superinter

A dimensão alcançada pelo Sevar do Triângulo e do Alto Paranaíba, realizada no último ano em Uberlândia, levou a direção da Associação Mineira de Supermercados (AMIS) a programar para 2018 um evento ainda maior, que passa ser incluído na categoria de Congresso e Feira Regional de Supermercadistas. Assim, Uberlândia vai sediar nesse ano a Superinter. Técnicos da AMIS já começam a formatação e o planejamento para divulgar ao trade mineiro e nacional as inúmeras oportunidades deste novo evento empresarial numa das regiões mais prósperas do País.

Será a oportunidade também de os fornecedores da região expor seus produtos e serviços para potenciais compradores que estarão presentes nos eventos. Para quem tiver o interesse, basta acessar o folder comercial para se informar sobre valores.

A AMIS vai promover diversos eventos ao longo do ano, como cursos, fóruns que inclusive, já estão com data marcada. Para saber sobre todos os eventos, basta acessar o calendário oficial do varejista.

Para mais informações : (31) 2122-0500

Supermercado DIA doa mais de 700 toneladas de alimentos ao Programa Mesa Brasil em 2017

São Paulo — A fome atinge milhões de pessoas no mundo todo e é um dos maiores problemas do Brasil. Para ajudar a combater essa situação, o DIA Supermercados, em parceria com o Programa Mesa Brasil — rede nacional de bancos de alimentos – doou mais de 700 toneladas de alimentos em 2017.

O objetivo da parceria, iniciada em 2015, é contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, combatendo à fome a o desperdício. Todos os Centros de Distribuição da rede varejista participam do programa e, semanalmente, direcionam alimentos ao Mesa Brasil.

“O DIA trabalha globalmente para combater o desperdício de alimentos e contribuir para a segurança alimentar, nutricional e a erradicação da fome de populações em risco social. Para isso, investimos em iniciativas que disseminam a cultura da responsabilidade compartilhada para a garantia do direito humano a alimentação. A parceria com o Programa Mesa Brasil bateu recorde de arrecadação em 2017 e o nosso objetivo é contribuir cada vez mais”, afirma Marisa Fernandes, diretora executiva de RH do DIA.

Na Espanha, o Grupo DIA doou 3,8 milhões de quilos ao Banco de Alimentos do país, com um aumento de 6.1% em relação a 2016. Esse número inclui entregas do armazém do DIA e campanhas de doação de alimentos com clientes e colaboradores da empresa.

Blairo Maggi: o mundo não pode ficar sem o Brasil no fornecimento de alimentos

04/01/2018 19h00 Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil

Em entrevista exclusiva ao programa Nos corredores do Poder, da TV Brasil, que foi ao ar na noite desta quinta-feira (4), o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, falou da importância do setor agropecuário para a balança comercial brasileira e sobre a importância do país no mercado mundial de alimentos.

“O mundo pode reclamar do Brasil em algumas coisas, mas o mundo não pode ficar sem o Brasil no fornecimento de alimentos. Isso é importante e nos dá mais responsabilidade, somos um player importante e o mundo hoje não vive sem a presença do Brasil”, avaliou, destacando que o país consegue, além de garantir a alimentação dos brasileiros, exportar alimentos para mais de 150 países. “O Brasil construiu nos últimos 40, 50 anos, uma revolução. Nós eramos na década de 70 importadores de alimentos e hoje somos exportadores.”

Carne Fraca

Em 2017, o valor bruto da produção nacional agropecuária foi de R$ 533,5 bilhões, um crescimento de 1,6% em relação a 2016. Mas, enquanto a agricultura cresceu 5,5%, a pecuária caiu 5,8% no período. O ministro explicou que um dos principais fatores que influenciaram na queda do valor da carne nacional no mercado internacional foi a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março de 2017, que desarticulou um esquema de corrupção envolvendo fiscais agropecuários e donos de frigoríficos nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás.

Segundo as investigações da PF, fiscais recebiam propina das empresas para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva da carne, o que permitia a venda de produtos com prazo de validade vencido. Maggi reconhece que a Carne Fraca foi um desastre para a imagem da carne brasileira, que vinha sendo construída nas últimas décadas, pelo governo e pelas associações de produtores.

“Esse evento atrapalhou demais o Brasil e nós perdemos muitos mercados naquele período. Mas conseguimos ir reconquistando. E os mercados eles são disputados na base da botina, não tem nada de love [amor, em inglês] nesse processo. Então, quando um país percebe que você está em desvantagem, os compradores de lá tentam baixar o preço, e foi o que fizeram, baixaram o preço das carnes brasileiras e, para voltar a fazer as vendas, fomos com preços menores. Mas esses preços já estão sendo recuperados e nós vamos ver a pecuária ter um valor agregado maior”, disse.

O ministro disse que considera que o assunto já foi superado, que “todo mundo já aproveitou do que dava para aproveitar comercialmente”, e que “o importante é que o país recuperou os mercados que havia perdido e estamos ampliando esses mercados, estamos abrindo a Indonésia, entre outros países interessantes, e devemos voltar, agora em 2018, a vender para os EUA novamente”, concluiu.

Febre aftosa

Blairo Maggi também falou sobre a expectativa de que, até maio de 2018, o Brasil receba o Certificado de País Livre de Febre Aftosa com Vacinação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o que vai permitir que o país passe a atuar em novos mercados. O ministro disse que essa é uma luta muito antiga do Brasil e que o esforço para a erradicação da aftosa no envolveu vários ministros, secretários, dezenas de governadores, secretários estaduais e produtores.

“Chegando nesse ponto, já estamos iniciando um outro projeto para que, até 2022 ou 2023, o país receba o certificado de país livre de aftosa sem vacinação. Significa que nossos técnicos, o sistema de controle, junto com os produtores, já chegaram a conclusão de que uma vez livre com vacinação, também podemos ser livres sem vacinação, pois não temos o vírus circulando no Brasil há muitos anos.” Segundo o ministro, o Brasil ganhará muito com isso, “o valor da nossa carne vai mudar, teremos outro status pra trabalhar”, disse.

Maggi explicou que a vantagem trazidas por esses certificados é a abertura de mercados hoje fechados para os produtos brasileiros.

“Nós hoje não podemos vender, para a maioria dos países do mundo, carne com osso, por exemplo. Temos que desossar toda a nossa carne porque no osso é que tem o risco de se levar o vírus para outro país. Então, Japão não compra nossa carne, vários só compram desossada, tem países extremamente exigentes, como os EUA, por exemplo, para quem não podemos vender carne com osso também, na grande maioria carne processada. Então isso vai abrir um mercado muito grande. E não é só no mercado de carne bovina, mas também de suína.”
Edição: Amanda Cieglinski

Baixo custo e pouco valor nutricional são receita de ultraprocessados

Para especialista, conceito de alimentos ultraprocessados confronta a indústria, que insiste em negar seus malefícios à saúde

Por Redação – Editorias: Ciências da Saúde

Salgadinhos, refrigerantes e biscoitos: alimentos ultraprocessados feitos com ingredientes de baixo custo e pouco valor nutricional – muito açúcar, sódio, aditivos e sal.  Produzidos com o intuito de serem “irresistíveis” e consumidos facilmente, esses alimentos oferecem riscos à saúde ao promover a obesidade, diabete e outras doenças crônicas relacionadas à alimentação.

Estudos sobre esses produtos e sua influência na saúde humana foram apresentados na revista científica Public Health Nutrition (volume 21, 2018), editada pela Sociedade Britânica de Nutrição. O número especial é dedicado à classificação criada pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP sobre o grau de processamento industrial de alimentos.

“É uma proposta metodológica que tem impacto no primeiro mundo”, afirma o professor Carlos Augusto Monteiro da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e membro do Nupens. Para ele, os artigos confirmam a hipótese sobre os ultraprocessados não serem saudáveis. Mais do que isso, o professor acredita que a classificação possui dimensão política, pois confronta a indústria alimentícia, que insiste em negar os malefícios desses alimentos à saúde.

A maioria das embalagens dos ultraprocessados verificados em um estudo na Austrália, por exemplo, trazia declarações nutricionais enganosas e os apresentava como “saudáveis”, apesar da alta prevalência de adição de açúcares adicionados e do questionável valor nutricional. Para a autora do estudo, o grau de declarações inadequadas ou imprecisas presentes é preocupante, particularmente em embalagens destinadas a atrair crianças.
Origem

A classificação denominada “Nova” foi proposta pela primeira vez em um artigo publicado em 2009 pela mesma revista. Desde então, vem sendo utilizada em estudos sobre sistema alimentar, dieta e saúde, em documentos técnicos de organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana de Saúde, na orientação de políticas públicas em alimentação e nutrição e na construção de guias nacionais para a promoção da alimentação saudável e sustentável.

O conceito é fruto do projeto temático Consumo de alimentos ultraprocessados, perfil nutricional da dieta e obesidade em sete países e se divide em quatro classificações. A primeira categoria é composta de alimentos in natura, que devem ser a base da alimentação, como frutas e hortaliças. O segundo grupo é formado por ingredientes relativos à preparação culinária, o óleo, sal e açúcar, por exemplo. Já o terceiro são os alimentos preparados com adição de sal, açúcar ou outras substâncias do grupo dois, são eles: queijo, pães, legumes em conserva, entre outros. A última categoria se refere aos ultraprocessados.

A publicação traz 26 artigos assinados por pesquisadores de universidades e centros acadêmicos de vários países, incluindo Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, França, Inglaterra, México, Nova Zelândia, Líbano e Uruguai.

Os artigos publicados na revista Public Health Nutrition podem ser conferidos no site Cambridge Core.

Com informações da Assessoria de Comunicação da FSP