Promoções geram alta na frequência e no gasto médio em supermercados
Levantamento da Kantar Wordpanel mostrou impacto das ofertas por canal: nos hipermercados aumentou ida às lojas, nos supermercados valor gasto, e no atacarejo a atração de novos clientes
São Paulo – Principal fator de decisão na escolha da loja, as promoções têm gerado melhora no resultado das redes supermercadistas. O desempenho, no entanto, varia segundo o canal: nos hipermercados as ofertas contribuíram, em 2016, com uma alta de 14,5% na frequência de ida; já nos supermercados o impacto se deu no gasto médio, que avançou em 4,9%.
Em relação ao segmento de 'atacarejo', o levantamento da Kantar Wordpanel mostrou que as promoções levaram mais de 1,82 milhão de domicílios a começaram a consumir no canal. "É preciso analisar o papel das ofertas em cada tipo de loja, para realizar as promoções corretas e não sacrificar esforços com produtos que o cliente já iria comprar de qualquer forma", afirma a diretora comercial e de marketing da consultoria, Christine Pereira.
De acordo com a pesquisa da Kantar, as promoções com o maior apelo para o brasileiro são as de "leve mais, pague menos", que figuraram na resposta de 68% dos entrevistados. Em segundo lugar apareceu o desconto de preço, com 64% (veja no gráfico). Para a consultoria, o resultado mostrou que o foco do cliente é obter uma vantagem imediata das promoções. Os dados foram divulgados ontem (2) durante a feira de supermercados Apas Show.
Troca de marcas
Além da busca por ofertas, outro movimento sentido no mercado, com a crise, foi a troca por marcas mais baratas. Em 2016, cerca de 42% dos consumidores afirmaram que realizaram o chamado 'downgrade', de acordo com pesquisa realizada pela Nielsen e também divulgada ontem. Ainda assim, o movimento foi uma das últimas opções do brasileiro. "Antes de trocar a marca a maioria (58%) buscou outras alternativas para economizar", afirma a diretora da consultoria, Daniela Toledo.
Algumas das alternativas apresentadas na pesquisa foram: reduzir o gasto no supermercado consumindo menos, mas sem trocar as marcas preferidas (22%); reduzir alimentação fora do lar ou o lazer (7%); e reduzir gastos com vestuário e bens duráveis (5%).
"O que a pesquisa mostrou é que o consumidor, por mais que estivesse endividado e com a renda comprometida, se 'desdobrou' para tentar manter o consumo de alguns produtos específicos", afirma o gerente de economia e pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Rodrigo Mariano. O economista ressalta ainda que outro ponto de destaque do estudo foram os produtos de marca própria, que mostraram um potencial grande de expansão no Brasil.
A pesquisa da Nielsen apontou que apenas 5,2% dos itens dos supermercados são de marca própria no País, enquanto a média global é de 16,1%. Na América Latina essa média gira em torno de 7,9%. "Ainda há um espaço muito grande para o crescimento dessa categoria", diz Mariano.
No ano passado, 58 novas marcas próprias foram introduzidas no mercado, principalmente de varejistas regionais. Já em termos de crescimento, a categoria avançou 13,4%, frente a uma alta de 9,6% das marcas fabricantes.
Outras tendências apontadas no evento foram: a busca por alimentos mais saudáveis e o avanço da terceira idade no consumo brasileiro.
Pedro Arbex
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