Alimentos para festa junina estão mais caros e em falta no comércio
O amendoim, por sua vez, numa embalagem de 1 kg sairá por R$ 15
por
Matheus Fortes
Publicada em 08/05/2017 07:51:58
Em menos de três semanas, chegará o mês de uma das festas mais tradicionais do Nordeste, mas, quem procura alguns dos produtos mais comuns da época está tendo certa dificuldade de encontrá-los nas feiras e mercados da capital. Indissociáveis do São João, o milho e o amendoim está escasso no comércio, e quem consegue achá-lo, não adquire por um preço amigável.
Com uma volta pela feira das Sete Portas é possível notar o quanto o cereal – base da maioria dos pratos típicos da festa junina – faz falta no espaço. Pelas vias, onde é muito comum encontrá-lo, poucas barracas oferecem o produto, e, ainda assim numa quantidade pequena, e, quando encontrado, numa qualidade questionável. Quatro unidades, saem por até R$ 5. O amendoim, por sua vez, numa embalagem de 1 kg sairá por R$ 15.
Na Feira de São Joaquim, no Comércio, a oferta está ainda menor. Na manhã do último domingo (7), nenhum dos dois produtos estava disponível nas barracas que costumam ofertá-lo. “Não tem. Simples assim. Estamos esperando que chegue uma boa quantidade para amanhã, pois foi o fim de semana inteiro assim, sem nada”, explicava o feirante Daniel Rodrigues.
Na última vez que o amendoim chegou, a saca de 60 kg estava sendo vendida por até R$ 250. O preço é o triplo do que é aplicado em tempos de abundância do produto. O milho, por sua vez, a mão – equivalente a 50 milhos – sai por R$ 40, e para que se tenha lucro, é repassado ao freguês da feira por R$ 50.
O evento atípico responsável pela escassez e consequente encarecimento dos produtos é o mesmo do ano passado: a seca. Os carregamentos chegam de municípios como Irecê, Teixeira de Freitas e Camamu, onde as plantações foram muito afetadas pela falta de chuvas.
“Quando compramos, nós pagamos por tudo: pelo óleo, para a roça que produz, pelo carreto”, explica o feirante. Ainda que o preço esteja salgado, vende-se muito rapidamente. Em sua barraca, apenas a laranja é possível encontrar algumas sacas, vendidas por R$ 10, a saca com 25 unidades.
De acordo com Joseval Mendes – que vende o milho e o amendoim no período mais próximo das festas juninas, faltando apenas duas ou três semanas para as comemorações – o que tem acontecido é que as chuvas chegaram tardiamente este ano. Como o período de plantação de ambos os produtos levam aproximadamente três meses, os frutos ainda estão começando a nascer.
“A laranja, por exemplo, nós comprávamos das roças em Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas e Rio Real. A seca afetou muitos esses locais, e por isso, precisamos comprar de Sergipe, o que deixa o frete mais caro. Ainda assim, há poucas semanas, elas estavam chegando bem menores, parecendo limões”, detalhou Joseval.
A saca da laranja era para ser vendida por R$ 12, mas, para não sair no prejuízo, ele precisa revender por R$ 18. Este ano, o amendoim deverá ser revendido por R$ 8 o quilo – no ano passado, a mesma quantidade foi comercializada por um valor entre R$ 3 e R$ 4. A leguminosa está sendo comprada de roças de São Felipe e Maragogipe, cujos frutos só começaram a ser colhidos recentemente.
A esperança dos feirantes é que, nas próximas semanas, tanto o milho quanto o amendoim – os carros chefes do período junino –, possam chegar em maior quantidade, a fim de que também se possa vender mais. “Só esperamos que a chuva continue a cair e que o fruto possa se multiplicar nas plantações”, desejou Daniel Rodrigues, torcendo pelo sucesso do comércio, e também do São João.
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