Concurso premia cervejeiros artesanais com produção em larga escala
Empresa atua como uma aceleradora de startups, auxiliando microcervejeiros com a burocracia e a produção industrial das cervejas
10 maio 2017 | 20:07 por Leonardo Ribeiro
Na dificuldade de encontrar sabores diferentes para as cervejas que bebiam, a publicitária Rebeca Barreto e o designer Cássio Sanches resolveram colocar a mão na massa, ou melhor, no malte, no lúpulo, no fermento, para fazer a própria bebida. Começaram com uma panela de 5 litros e hoje, cinco anos depois, viram sua receita de American Blonde Ale com capim-limão ser produzida em larga escala, como prêmio de um concurso organizado por uma aceleradora (como as de startups) de microcervejarias artesanais.
“Começou como um hobby, mas fui percebendo que o produto que tinha era bom, que poderia fazer parte do mercado da cerveja artesanal e, por isso, meu marido e eu decidimos investir na nossa cervejaria”, conta Rebeca. Ao novo projeto deram o nome de Tribal. Cássio deixou o emprego como designer no mercado editorial para se dedicar exclusivamente à função de mestre cervejeiro. Rebeca é a sommelière, mas ainda trabalha em uma importadora de insumos para cervejarias. Foi lá que ela conheceu Marcelo Saraiva, sócio da Bier Hub, a aceleradora de microcervejeiros, que provou a receita da Tribal e a levou para a etapa final do concurso.
No evento mensal promovido pela Bier Hub, cinco cervejas caseiras (inscritas no site bierhub.co) são selecionadas, levadas a voto popular e avaliadas por um júri especializado. A vencedora recebe auxílio com a burocracia e tem a primeira produção financiada pela aceleradora. A comercialização é feita por um clube de assinatura da WBeer com a Bier Hub, em que a cada mês cervejas selecionadas são entregues na casa de assinantes. “A cerveja vendida no clube é um termômetro. Se o público gostou e tem um potencial mercadológico, nós podemos fazer um plano de aceleração a longo prazo”, diz Marcelo.
A cerveja de Rebeca e Cássio, batizada de Xamã, é a comercializada no mês de maio (R$ 28 para não assinantes). Na primeira vez que fizeram a receita, tiraram o capim-limão do próprio quintal. Ao colocá-lo na panela, queriam uma cerveja equilibrada. Das propriedades terapêuticas e relaxantes da erva, lembraram do índio Xamã, homem mais equilibrado e guia espiritual da tribo. Daí veio o nome. A cerveja é uma American Blonde Ale com capim-limão, 5,2% de teor alcoólico, tem aromas cítricos intensos, que são pouco expressivos no paladar. É uma cerveja leve e fácil de beber. “É muito caro ter uma cervejaria. Ver a cerveja na fábrica é ver o nosso sonho se tornando realidade”, diz Rebeca.
Mindubier, da Mindu
Criada em Salvador, na Bahia, foi a cerveja de estreia no clube de assinaturas. Gustavo Martins, um dos criadores da cerveja, queria uma receita que agradasse ao próprio paladar. Precisou de cinco testes para fazer os ajustes necessários e acertar na combinação de lúpulos americanos e australianos. Com 6% de álcool, é uma bebida bem feita, equilibrada, e que vai cair nas graças dos fãs de India Pale Ale.
Negra como la muerte, da El Roboto
Desenvolvida em São Paulo, a cerveja foi comercializada em fevereiro. A ideia do nome, segundo Igor Preciso, um dos criadores, veio quando a garrafa foi colocada contra luz e nada passava pela escuridão. “Nunca testei, mas dizem que a morte é escura, e aí veio a inspiração”, brinca. Do tipo Stout, 9% de álcool, a cerveja tem cacau na receita, mostrou um aroma bom de café, e surpreendeu por ter certa doçura na boca, apesar de seu amargor intenso.
Coconut IPA, da Krok Jaw
Os sócios da Krok Jaw sempre buscaram adicionar ingredientes pouco usuais nas criações das cervejas. Nesta India Pale Ale, 5,6% de álcool, adicionaram coco, e o aroma da fruta é muito presente. A bebida tem um amargor, e ao engoli-la é possível sentir um gosto de prestígio, a sobremesa feita com coco e chocolate.
Xamã, da Tribal
Na primeira vez que fizeram a receita, Rebeca Barreto e Cássio Sanches tiraram o capim limão do próprio quintal. Ao colocá-lo na panela, queriam uma cerveja equilibrada. Das propriedades terapêuticas e relaxantes da erva, lembraram do índio Xamã, homem mais equilibrado, e guia espiritual da tribo. Daí veio o nome. A cerveja é uma American Blonde Ale com capim limão, 5,2% de teor alcoólico, tem aromas cítricos intensos, não sendo tão expressivos no paladar. É uma cerveja leve e fácil de beber.
A próxima edição do festival da Bier Hub é neste sábado, 13, às 15h, no bar Capitão Barley (R. Cotoxó, 516, Vila Pompeia). Neste mês, apenas cervejas do interior de São Paulo foram selecionadas para a votação
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