Consumo de carne patinando em 2017

Preço da carne logo na primeira semana de junho
Imagem créditos: Arquivo
Por: Scot Consultoria
Publicado em 20/06/2017 às 08:35h.

Vamos fazer um balanço do mercado de carnes. Comparar variação de preço nominal com variação de inflação e confrontá-las com a oferta este ano é uma boa medida para entendermos como está se comportando o mercado. Vamos lá. A inflação medida pelo IPCA, índice oficial do país, entre maio de 2016 e maio de 2017 acumula alta de 4,3%. Como ainda não temos este índice para o mês atual, vamos confrontá-lo com o preço da carne logo na primeira semana de junho.

Nesta data, a carne no varejo tinha subido 4,6%. Ou seja, o fôlego do mercado foi suficiente somente para acompanhar a inflação, preservar o poder de compra do varejista. Isso quer dizer que os empresários do varejo não estão ganhando mais do que em 2016. Quem determina isso é a situação das vendas.

Voltando ao frigorífico. Este elo, neste mesmo período, reajustou seus preços exatamente iguais à variação do IPCA. Uma pesquisa rápida com algumas indústrias indica que, até o começo deste mês, os abates estavam muito iguais aos de 2016, mas naquele ano já haviam caído entre 10,0% e 20,0% frente a 2015. Salvo alguma variação no peso de carcaça, temos praticamente o mesmo volume de carne no mercado este ano.

É certo que as exportações caíram, aumentando um pouquinho a oferta no mercado interno em 2017. Mas, lembrem, só 20,0% da produção é exportada. Reduzimos, em carne in natura, 5,0% os embarques até maio. Ou seja, aumentou em cerca de 1,0% o volume que voltou para os açougues e supermercados do país. Nada significativo.

Em resumo, quase a mesma quantidade de carne e preços quase iguais aos de 2016. Então, se tínhamos crise clara, assumida pelo governo e divulgada pelos índices oficias em 2016, em 2017, apesar da melhora destes indicadores, o mercado de carne comporta-se ainda como se fosse ano de crise. Pelo menos é o que os preços nos mostram.

E, somente o fato de termos atingido a marca de 14 milhões de desempregados este ano, confrontado com a teoria da elasticidade renda, bastaria para deixar claro que a venda de carne ainda não se recuperou.

0 respostas

Deixe uma resposta

Quer participar da discussão?
Fique a vontade para contribuir!

Deixe uma resposta