Pacientes com diabetes estão há mais de três meses sem insulina
Defensoria entrou com mais de 20 ações contra o Estado por causa da falta da medicação. "Testei ficar dois dias sem ela e passei mal", diz paciente que só tem remédio para mais dois dias.
Por G1 Tocantins
22/06/2017 21h38
Pacientes diabéticos cobram fornecimento de insulina pelo governo do estado
Pacientes com diabetes estão há mais de três meses sem um tipo de insulina conhecida como lantus. A Defensoria Pública, inclusive, entrou com mais de 20 ações contra o Estado desde o ano passado por causa da falta de insulina no Tocantins.
Maria das Graças Sousa está sem receber o remédio da Secretaria de Estado da Saúde e conta que o remédio vai acabar em dois dias. "Eu tenho que me rebolar, pedir para os filhos e até as vizinhas tem me ajudado porque eu não tenho dinheiro. Quando eu tenho compro, mas quando não tenho é preciso pedir socorro porque eu não posso ficar um dia sem o remédio. Testei ficar dois dias sem ela e passei mal."
Este é o mesmo caso da filha de Valdirene Rodrigues. O medidor de glicose da menina não pode passar de 110, mas nessa semana chegou a 506. A mulher conta que foi pessoalmente na central de regulação do estado atrás do medicamento.
Porém, ela saiu sem o remédio e sem previsão de quando vai chegar. "Deram um papel com número e pediram para ficar ligando porque até agora não tem previsão", afirmou.
Em algumas ações, a Defensoria pediu na justiça o bloqueio de bens do governo referente ao valor da insulina. Mas até essa decisão sair, quem sofre é o paciente que precisa da medicação diariamente.
"A gente entra em contato com o setor de compras e eles dizem que estão em licitação. Só que é uma licitação eterna pelo jeito porque desde fevereiro ninguém recebe a insulina lantus", disse a chefe de cozinha Martha de Sousa. Ela depende da insulina há 45 anos e está sem receber o medicamento há quatro meses. Durante esse tempo gastou mais de R$ 1,5mil para manter a saúde.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que a insulina lantus não é padronizada pelo sistema único de saúde, mas que diante das necessidades abriu licitação para a compra do medicamento. Só não informou quando o remédio estará novamente disponível na rede pública.
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