É a hora da rentabilidade ou de ganhar mercado para a Pague Menos?
Varejista farmacêutica do Ceará tem planos de inaugurar 188 unidades este ano, mas ainda sofre com as baixas margens do segmento
A Pague Menos segue em um intenso programa de expansão desde o início do milênio. Não por acaso, conseguiu alcançar o posto de segunda maior rede do Brasil, com 997 lojas, atrás apenas da líder Raia Drogasil. As inaugurações continuam em ritmo acelerado: 188 unidades são esperadas para 2017. Apesar vir obtendo resultados positivos, o mercado parou de ser o ponto fora da curva do varejo durante a crise.
Enquanto boa parte do setor sofria com as vendas em queda, as farmácias tiveram crescimento de 13,1% em comparação ao ano anterior. Porém, tudo mudou no primeiro trimestre de 2017. Houve retração de 1,1%, segundo o IBGE, terminando a lua de mel.
“O mercado deu uma piorada, mas continuamos investindo para ganhar escala e marketshare, que contribui para diminuir nossos custos”, diz Carlos Henrique Queirós, diretor de expansão e novos negócios da Pague Menos, durante painel da BR Week 2017, na última quarta-feira (28). “Mas já estamos tentando criar serviços com maior valor agregado para melhorar a nossa rentabilidade.” O painel foi mediado por Rogério Lima, sócio proprietário da RPLLima.
Diversificação para aumentar margens
Para mostrar números mais robustos, a Pague Menos vem apostando em aplicativos e serviços dentro das farmácias. Além de aplicativos que auxiliam na rotina de clientes, como alertas sobre os horários de tomar os remédios – e quando eles estão para acabar –, a Pague Menos vai treinar diversos farmacêuticos para prestar serviços.
Segundo Queirós, a ideia é trazer aquela questão do farmacêutico como segundo médico, ajudando em tratamentos menores e cobrando por isso. “Estamos em centenas de cidades do interior, onde o farmacêutico acaba fazendo até mesmo o trabalho de saúde”, diz ele.
A estratégia foi aprovada por Renato Mendes, sócio da Organica, aceleradora de startups. Para ele, falta muito equilíbrio para as empresas brasileiras, especialmente as que possuem boa parte do seu faturamento ligado ao e-commerce. “Crescer sem se preocupar com rentabilidade funciona até acabar o dinheiro do investimento”, diz ele. “Claro que pode fazer parte da estratégia, mas é algo que tem que ser feito com cuidado.”
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