Operação do MP cumpre mandados em Campinas sobre investigação de crimes em rede de farmácias de SP
Ação foi feita em seis endereços na cidade na manhã desta quarta-feira (28). Empresa é de suspeita de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.
Por G1 Campinas e Região
28/06/2017 11h41
Promotores do Ministério Público (MP) cumpriram seis mandados de busca e apreensão em Campinas (SP) na manhã desta quarta-feira (28) na operação que investiga crimes em uma rede de farmácias com sede em São José dos Campos (SP). A empresa é suspeita de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos.
Segundo a operação, os mandados foram cumpridos em endereços residenciais e de empresas de pessoas ligadas ao grupo responsável pela rede Farma Conde. Um dos locais é uma imobiliária na Avenida Marechal Carmona.
Os responsáveis pelo cumprimento dos mandados são equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – ligado ao MP -, da Fazenda e da Receita Federal, com apoio das polícias Civil e Militar.
A empresa tem lojas em todo o estado de SP, sendo três em Campinas, segundo o site oficial da rede. A operação foi batizada como "Monte Cristo".
Em nota enviada à imprensa, o Grupo Conde considerou a ação desta quarta "arbitrária e abusiva".
Apreensões
Entre os materiais aprendidos estão documentos, computadores e celulares, que foram levados para a sede do Ministério Público de Campinas. Em um dos endereços, no entanto, os promotores apreenderam uma arma que estava com o registro vencido, e foi encaminhada para o 1º Distrito Policial da cidade. O proprietário dela foi detido para prestar depoimento e foi liberado em seguida.
No mesmo local um homem foi identificado como foragido e preso por falta de pagamento de pensão alimentícia. A prisão dele não tem relação com a operação na rede de farmácias.
No estado, os mandados – 67 ao todo – também foram cumpridos nas cidades de São José dos Campos, Jacareí (SP), Caçapava (SP), Caraguatatuba (SP), Ubatuba (SP), São Paulo (SP), Araçatuba (SP), entre outas.
Denúncia
Segundo a denúncia do Ministério Público, o proprietário da farmácia teria criado várias empresas de fachada em nome de parentes para lavar dinheiro e sonegar impostos. O objetivo da fraude era obtenção de vantagem ilícita ao grupo, com a diminuição do custo final dos produtos.
A investigação começou há cerca de três anos e meio, após a Secretaria Estadual da Fazenda de São Paulo identificar indícios de fraudes fiscais. São investigados o proprietário da Farma Conde, os parentes e as empresas em nome deles – como a própria Farma Conde.
Segundo o MP, a Justiça de São José também determinou, a pedido dos promotores do Gaeco, o sequestro de 60 imóveis e o bloqueio de ativos financeiros de diversas empresas ligadas ao grupo.
Outro lado
De acordo com a empresa, ação do MP nas instalações do Grupo Conde no interior paulista foi "arbitrária e abusiva". Na nota enviada à imprensa, o grupo afirma que "trata-se de uma retaliação dos promotores ao pedido da empresa de encerramento das investigações, que já duram quatro anos, sem qualquer evidência de irregularidade".
O grupo informou também que atua com correção e respeito à lei e sempre esteve à disposição para esclarecimentos e apresentação de documentos. "Serão tomadas todas as medidas judiciais cabíveis em relação às ilegalidades cometidas contra a empresa", completa a nota.
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