Tratamento para HIV está comprometido no AM
Editado por Em Tempo
Editado em 12 de julho de 2017
O tratamento de pacientes do Amazonas portadores do HIV/Aids está comprometido há quase um mês. Isso porque o Ministério da Saúde decidiu fracionar a distribuição do medicamento, reduzindo pela metade a quantidade do coquetel entregue para cada paciente. Entidades representativas de luta das pessoas vivendo com HIV/Aids no Amazonas protocolizaram uma denúncia no Ministério Público Federal sobre a questão.
Uma das maiores preocupações neste momento está relacionada à situação dos pacientes do interior do Estado, tendo em vista a condição financeira e a logística para o deslocamento até a capital. Portadora da doença e coordenadora do Fórum Permanente de Saúde do Amazonas, Marinês Maciel, relatou que há três semanas o público portador do HIV/Aids tem recebido o medicamento apenas para dez dias.
Segundo ela, a justificativa para esse problema seria a burocracia para a aquisição dos remédios. A coordenadora acredita que essa situação vivida por mais de 13 mil pacientes pode influenciar no aumento de casos de desistência do tratamento, provocando, assim, doenças oportunistas e a resistência do vírus. “A culpa desse transtorno é do Ministério da Saúde. Para não suspenderem de vez a distribuição do medicamento, eles começaram a fracionar. É complicado, porque o paciente que mora longe de Manaus e que só tem condições de pegar o remédio uma ou duas vezes ano será prejudicado. O que vai acontecer é que a maioria vai abandonar o tratamento”, afirmou.
Ao EM TEMPO, a Coordenação Estadual de IST/Aids e Hepatites Virais informou que o problema ocorre em todo o país, ocasionado pelo fato de o Ministério da Saúde (MS) não ter enviado aos Estados a quantidade suficiente dos medicamentos para tratamento do HIV. Por causa disso, e para que possa atender à demanda, os pacientes em tratamento estão recebendo os remédios em quantidade fracionada para o período de dez dias, até que o estoque seja reestabelecido pelo MS.
Ainda segundo a coordenação, conforme informações do Ministério da Saúde, o problema ocorreu devido a atrasos no processo licitatório para aquisição. O órgão ressaltou que o sistema de fracionamento está permitindo que todos os pacientes continuem a seguir o tratamento, sem prejuízos.
Gerson Freitas
EM TEMPO
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