Com lucro de até R$ 25 mil por mês, produção de orgânicos deve dobrar na região

Meta é chegar a 100 famílias produzindo hortaliças no sistema orgânico; nicho de mercado garante mais renda aos produtores

Considerada um nicho de mercado com grande potencial de crescimento, a agricultura orgânica tem ajudado a melhorar a qualidade de vida de famílias produtoras de hortaliças no Norte Pioneiro do Paraná. E a perspectiva para 2018 é ambiciosa: mais do que dobrar o número de propriedades atuando no sistema – passando de 45 para 100 – e, consequentemente, aumentar a produção mensal de 40 para 100 toneladas.

O trabalho dos agricultores tem o apoio da Emater, que presta assistência técnica na região de Uraí desde 1999. A engenheira agrônoma Ernestina Izumi Muruoka, responsável pelo atendimento, explica que até aquele ano os cultivos predominantes eram de algodão e café no sistema convencional. “Havia apenas 35 plantadores de hortaliças explorando uma área de seis hectares, também no sistema convencional”, lembra.

Ela conta que a primeira medida para viabilizar a produção orgânica com certificação foi organizar os produtores em torno de uma associação informal que fazia reuniões mensais, sempre na casa de um agricultor membro do grupo, para tratar das técnicas de produção, de como fazer a transição do sistema convencional para o orgânico, além de saídas para conquistar a certificação. O projeto deslanchou, mesmo, a partir de 2004, quando a empresa Rio de Una Alimentos, de São José dos Pinhais, mostrou interesse na compra de toda a produção orgânica de hortaliças.

“A parceria entre produtores rurais e a indústria foi estabelecida através de reuniões com a participação da Emater. Durante os encontros foram realizados o planejamento do volume e do mix (baseado na produção de tomate) a ser entregue e as respectivas épocas”, explica Ernestina. Além disso, houve trabalhos de capacitação em boas práticas agrícolas, para aumentar a produtividade, e um cuidado especial com a certificação e até as embalagens, que se tornaram mais atrativas nas gôndolas dos supermercados.

Hoje, a renda líquida mensal obtida pelas famílias de produtores fica entre R$ 3,5 mil e R$ 25 mil. “Além dos ganhos econômicos, é importante destacar os benefícios sociais e ambientais do trabalho. Temos maior participação das mulheres na gestão dos negócios, oito entre o total, e a permanência dos jovens no campo. Treze deles, neste período, assumiram liderança na condução dos empreendimentos de seus pais”, ressalta a extensionista da Emater.

Com produção reconhecida, as famílias do Norte Pioneiro ampliam mercados. Além de Curitiba, as hortaliças orgânicas chegam a Cornélio Procópio, Londrina, São Sebastião da Amoreira e a Ceagesp, de São Paulo.

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