Vacina contra HIV apresenta resultados ‘encorajadores’, dizem cientistas
Novo imunizante foi testado em 393 voluntários de cinco países e levou à produção de anticorpos em 100% deles
O Estado de S.Paulo
25 Julho 2017 | 16h11
Um estudo, ainda em fase preliminar, sobre uma vacina contra o HIV conseguiu resultados "encorajadores", em relação a pesquisas realizadas anteriormente que não haviam conseguido uma proteção eficaz contra o vírus.
Testada em 393 voluntários de cinco países (Estados Unidos, Ruanda, Uganda, África do Sul e Tailândia), este protótipo teve uma resposta imune (produção de anticorpos) em 100% dos participantes do experimento, segundo o estudo apresentado nesta segunda-feira, 24, durante a Conferência internacional de pesquisa sobre a aids, em Paris.
"Estes dados promissores, combinados com os avanços de outros pesquisadores neste campo, nos permite ser novamente otimistas sobre o desenvolvimento de uma vacina contra o HIV", disse o professor Dan Barouch, membro da equipe de pesquisa, durante uma coletiva de imprensa.
De acordo com os cientistas, uma vacina seria o melhor meio para por fim a uma epidemia que já contaminou 76 milhões de pessoas e provocou 35 milhões de mortes desde seu surgimento, no início dos anos 1980.
Apesar dos meios de prevenção disponíveis, 1,8 milhões de novas infecções foram registradas em 2016, segundo a Unaids.
"Mas até hoje, só quatro projetos de vacina alcançaram o estágio de teste de eficácia clínica", lembrou Barouch. Os outros foram abandonados por causa de sua falta de eficácia.
Esta vacina experimental, "em duas etapas", consiste em uma primeira estimulação do sistema imunológico com um simples vírus de resfriado, para na segunda etapa dopá-lo com uma proteína que se encontra na envelope do VIH, desencadeando uma reação mais vigorosa do organismo.
Em uma etapa precedente, em testes com macacos, cujos resultados foram publicados há dois anos, esta estratégia impediu a infecção em dois terços dos primatas, destacou Barouch, virologista e professor da faculdade de Medicina da Universidade de Harvard.
"Obviamente, não se sabe ainda se esta vacina protegerá os humanos. Mas, estes dados justificam realizar um estudo de eficácia a uma escala muito maior", considerou. /AFP
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