Consumo mundial de bebidas de origem vegetal cresce 15% ao ano

Consumo de bebidas de origem vegetal tem previsão de crescimento de 15% ao ano até 2020.

08/08/2017 às 09:00

Por Redação

As bebidas de origem vegetal têm alcançado altas taxas de crescimento. De acordo com especialistas, há um aumento previsto no consumo destes produtos de 15% ao ano até 2020, principalmente na América do Norte, Brasil, China e Tailândia. África do Sul e países da Europa também são mercados importantes para a comercialização dessas bebidas.

O alinhamento ao comportamento de consumo atual e o posicionamento como alternativa aos produtos lácteos seriam as razões atribuídas ao crescimento no consumo de bebidas vegetais, de acordo com especialistas. Em entrevista a Revista Alimentare, o gerente Gloral de Produto da SIG Combibloc, Matthias Krusche, afirmou que as bebidas de origem vegetal não são mais vistas apenas como alternativas para pessoas com intolerância a lactose. Krusche explica que essas bebidas não são mais um produto de nicho e estão ganhando popularidade dentro de um mercado cada vez maior, já que “tornaram-se produtos que refletem um estilo de vida para pessoas que buscam saúde”.

Bebidas vegetais são livres de lactose e não possuem os níveis de colesterol e gordura que fazem parte do leite animal. Entretanto, possuem a mesma quantidade de proteínas, minerais e vitaminas, com a vantagem de serem digeridas mais facilmente do que os lácteos. Além de serem benéficas para saúde humana, a origem de seus ingredientes não afeta negativamente o meio ambiente e não explora os animais.

Países como Tailândia, China, Taiwan, Espanha, Malásia, Austrália e Estados Unidos já registram um alto consumo per capita de bebidas de origem vegetal.

As bebidas à base de soja, que em 2010 eram consideradas as mais vendidas no segmento vegetal, deram espaço para leites produzidos a partir de castanhas e outros grãos. Para Krusche, a razão é o fato de a soja dividir opiniões, já que existem pessoas intolerantes ao grão e consumidores preocupados em consumir soja geneticamente modificada ou ingerir fitoestrógenos que poderiam ter efeitos negativos no corpo. Essas questões fizeram crescer a popularidade de bebidas à base de outras plantas.

Amêndoas já são consideradas populares quando se trata do consumo de leite feito a partir de castanhas. Entretanto, a castanha de caju e a macadâmia também possuem potencial considerável de crescimento. Na área de bebidas feitas com grãos, os especialistas afirmam que, além da aveia, serão usados também cânhamo ou painço. Bebidas feitas com tremoço doce já estão sendo bem aceitas. Elas possuem alto teor de proteína, menos gordura que a soja, além de não conter amido, colesterol, glúten e ter baixas chances de causar alergia.

Os leites vegetais tem sido bem aceitos também entre os consumidores que se preocupam em diminuir o impacto negativo sobre o planeta. A emissão de gases de efeito estufa e a quantidade de água usada na produção de bebidas de origem vegetal são consideravelmente menores do que na produção de bebidas de origem animal. Até mesmo as embalagens dos produtos são mais sustentáveis – sendo essa uma forma de alinhamento à filosofia da produção de alimentos naturais. “As embalagens cartonadas são a opção mais coerente e lógica para bebidas de origem vegetal. Elas são compostas por 75% de cartão, proveniente da madeira, um recurso renovável”, diz Krusche.

Além de serem mais ecológicas e saudáveis, as bebidas de origem vegetal são éticas. Sendo assim, a preocupação em viver sem contribuir para a exploração de vacas e bezerros existente na indústria de lácteos tem feito com que a procura dos consumidores por bebidas vegetais aumente.

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