Soro de cobra cascavel é estudado na UFU para combate do câncer de mama
Pesquisa em Uberlândia levou nove anos para ser finalizada e o próximo passo é fazer teste em cobaias vivas.
Por G1 Triângulo Mineiro
07/09/2017 09h00
Pesquisa feita por aluna da UFU de Uberlândia estuda soro da cobra cascavel no combate do
Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) estuda o potencial terapêutico do soro da cobra cascavel no combate do câncer de mama. Após nove anos de estudo, o inibidor descoberto recebeu o nome de "?CdcPLI"
O projeto é realizado pela doutoranda Sarah Gimenes, juntamente com a professora Veridiana de Melo Rodrigues Ávila. O estudo teve início durante a graduação de Sarah em ciências biológicas na UFU e aconteceu até o doutorado.
Na primeira fase do processo, foi realizada a purificação do soro retirado da cascavel. “O soro que se encontra na serpente tem a capacidade de neutralizar o próprio veneno. Fizemos os testes de incubar o soro com o veneno e ver as ações inerentes a ele. Vimos que o soro da cobra neutralizava algumas atividades", relatou Sarah.
O próximo passo foi dado no fim da graduação da aluna e o objetivo era descobrir qual é o elemento presente no soro capaz de inibir ações do veneno. Queríamos demonstrar que o inibidor era capaz de reconhecer e diminuir a atividade tóxica de Fosfolipases A2, que é uma substancia presente no veneno das serpentes e também das células tumorais”, explicou Gimenes.
O último passo da pesquisa veio junto com o doutorado de Sarah, com testes em células tumorais humanas in vitro, especialmente células do câncer de mama. Após anos de projeto, o estudo teve a patente registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). Mas ainda continua e a próxima etapa será aplicar a solução em animais cobaias vivos.
“Para que possam ser diretamente utilizados para a cura de uma doença tem um caminho longo ainda. Os estudos geram conhecimento para que a indústria farmacêutica possa gerar novos fármacos com ações diferenciadas. Estamos no caminho, gerando e demonstrando o potencial dessas moléculas, que são produtos da natureza. Quem sabe a partir daí possam ser criados fármacos usados pela sociedade", afirmou a professora Veridiana.
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