Londrina terá agência de fomento à indústria

Primeiro foco do convênio com ABDI será o incentivo a empresas fabricantes de equipamentos hospitalares, de biotecnologia e de fármacos

Gustavo Carneiro

Uma das candidatas a receber a proposta de "hospital inteligente" é a Maternidade Municipal Lucilla Ballalai

A Prefeitura de Londrina e a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) firmaram acordo no último dia 29 de agosto para a instalação de uma unidade do órgão federal na cidade, voltado para TIC (tecnologia da informação e comunicação) e para saúde, com construção de um complexo com atuação em hospitais e em laboratórios inteligentes. Chamada de Renapi (Rede Nacional de Produtividade e Inovação), a proposta será lançada oficialmente no dia 19 de outubro e, em um segundo momento, contemplará o fortalecimento da ideia de cidade inteligente e os setores fabris do agronegócio, químico e metalmecânico.

Londrina é uma das cinco cidades, uma em cada região do País, a receber um escritório piloto do Renapi. Os outros serão instalados em Cacoal (RO), Recife (PE), Sorriso (MT) e em um município no interior paulista, não definido. A escolha ocorreu pela cidade ter um ecossistema organizado em TIC, boa governança na APL (Arranjo Produtivo Local) de TI e relação próxima entre entidades como Senai, Sebrae e sindicatos patronais. Contribuíram ainda a existência de metas claras de desenvolvimento nos próximos anos, por meio do Fórum Desenvolve Londrina, e de ser um polo educacional, para formar mão de obra especializada.

A atuação da Renapi se somará à instalação do primeiro laboratório de prototipagem em três dimensões do Sul do País, também em parceria da ABDI com a Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina). A fábrica, chamada de FabLab, deve ser instalada no Parque Tecnológico Francisco Sciarra, na zona leste, e será aberta à população, escolas, universidades e empresas para a criação e produção de protótipos e equipamentos para testes nas áreas de saúde, agronegócio e TI. Um exemplo é que startups da região poderão avaliar produtos e serviços antes do lançamento ao mercado. Este acordo havia sido anunciado no início de junho.

O prefeito Marcelo Belinati afirma que a unidade da ABDI se soma à instalação do CTI (Centro de Tecnologia da Informação) Renato Archer. "É um conjunto de potencialidades em Londrina que se torna um grande atrativo para a instalação de indústrias na região", diz.

O coordenador da Renapi na ABDI, Roberto Sampaio Pedreira, afirma que o primeiro foco é fomentar indústrias de equipamentos hospitalares, de biotecnologia e de fármacos. Ele diz que serão visitadas algumas unidades de saúde na cidade no dia 26 de setembro, para a definição de uma para receber a proposta de um "hospital inteligente". "Queremos levar um modelo de redução de custos, de tempo gasto e com melhoria no atendimento, principalmente ao direcionar soluções de startups a hospitais", conta.

Uma das candidatas é a Maternidade Municipal Lucilla Ballalai. "Hoje a paciente chega, a recepcionista preenche um cadastro para ela e tudo é impresso a partir daí. A perspectiva de agilizar já começa ao se deixar tudo eletrônico", diz Pedreira. O prefeito acredita que o trabalho pode impactar em toda a rede de saúde municipal. "Um desejo nosso é que esse modelo possa ser usado em outras unidades ao longo do tempo."

Pedreira completa que outro intuito da ABDI é incentivar o empreendedorismo na região e, por isso, deve ampliar o foco de atuação do escritório em uma segunda etapa. "Será um estímulo para que os talentos locais permaneçam na cidade e desenvolvam soluções tecnológicas", diz.

FabLab reforçará ideia de cidade inteligente
O laboratório de prototipagem em três dimensões, chamado de FabLab, deve contribuir para fortalecer o conceito de cidade inteligente, com melhoria também em serviços públicos. O coordenador da Renapi (Rede Nacional de Produtividade e Inovação) na ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), Roberto Sampaio Pedreira, afirma que a proposta inicialmente é voltada para a saúde, mas nada impede soluções para iluminação ou trânsito, por exemplo. "É dar todo o ferramental para a criação de soluções e os investimentos serão todos da ABDI", diz.

Ele explica que empresas com setores de pesquisa e desenvolvimento têm custos altíssimos para fazer testes de produtos em laboratório próprio. Por isso, o FabLab deve contribuir também para que empreendimentos que não criavam soluções próprias passem a contratar pesquisadores. "Nossa proposta é contribuir para projetos que já existam na região primeiro", conta.

O laboratório, porém, depende de algumas reformas em um prédio que já existe no Parque Tecnológico Francisco Sciarra. (F.G.)

Fábio Galiotto
Reportagem Local


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