Faleiro vai fabricar pão de queijo para food service
Nova linha de produção será construída
Daniela Maciel
Qualidade é o que todo mundo espera. Então, é preciso oferecer mais que isso, disse Faleiro Neto/Rafael Carrieri
De bufê, na década de 1950, a uma das mais importantes empresas de alimentos congelados do País. A Faleiro, sediada no bairro Califórnia, na região Oeste de Belo Horizonte, aposta na mais tradicional das iguarias mineiras para completar o mix: pão de queijo. Presente em mais de 8 mil pontos de venda, a empresa quer alcançar no primeiro momento o mercado de food service, principalmente padarias e rotisseries dos supermercados e conveniências.
De acordo com o diretor da Faleiro, Antônio Faleiro Neto, a decisão de lançar o novo produto está embasada em um rigoroso estudo sobre os hábitos de consumo relativos ao pão de queijo, encomendado à ECD, de São Paulo.
A pesquisa revelou alguns números interessantes: embora o pão de queijo seja um produto mineiro, Minas Gerais aparece em quarto lugar do mercado em volume, com 4.364 toneladas consumidas/mês. Em primeiro está São Paulo com 10.211 toneladas/mês, seguido de Rio de Janeiro 5.920 toneladas/mês e Rio Grande do Sul com 4.854 toneladas/mês. O consumo de pão de queijo é, em muitos casos, três vezes maior do que o segundo mais consumido em alguns estabelecimentos. De acordo com o estudo, o pão de queijo é quase quatro vezes mais consumido em lojas de conveniência do que o segundo colocado, a empada. No universo de 7.366 lojas Brasil, o consumo por loja é (120 kg/mensal), a empada aparece com 32 kg por loja, tortinhas e folhados aparecem em terceiro lugar com 28 kg.
“Para entrar em um mercado tão competitivo precisávamos de um estudo como este. No Brasil são mais de 6 mil fábricas de pão de queijo e as maiores e mais importantes estão em Minas Gerais. Esse é um bom mercado para a Faleiro porque já temos os produtos complementares. O pão de queijo é um excelente produto para o café da manhã. Praticamente todos os hotéis compram o produto pronto, mais de 70% das padarias também já deixaram a produção própria e buscam o produto industrializado. Isso demonstra o tamanho do mercado nacional”, explica Faleiro Neto.
Por enquanto, a empresa não divulga detalhes do projeto, como o investimento, mas já é possível adiantar alguns pontos. Para implementar a linha de pães de queijo congelados a Faleiro está construindo uma nova linha de produção. O objetivo é que os primeiros pacotes cheguem aos food services ainda em 2017. Para isso, a empresa está investindo em novos equipamentos e na contratação de mão de obra.
“Esse é um processo que deve ser feito com muito cuidado. Talvez devêssemos ter entrado nesse mercado há 10 anos, mas nos faltava estrutura. A farinha de trigo, principal insumo dos salgados, e o polvilho, principal matéria-prima do pão de queijo, não conversam dentro da indústria. É preciso ter linhas de produção independes. Temos que fazer tudo certo. Vamos aproveitar a nossa distribuição, que conta com mais de oito mil pontos de venda, para entrar no mercado”, afirma o diretor da Faleiro.
Mas todo esse esforço não trará resultados se ao final o produto não agradar ao consumidor. Por isso o empresário também destaca na pesquisa os fatores que impactam na decisão de compra. De acordo com o estudo a qualidade é o mais importante para decisão de compra para 76% das pessoas entrevistadas, seguida de praticidade (63%), sabor (26%) e preço (15%).
“Qualidade é o que todo mundo espera. Então, é preciso oferecer mais que isso. Temos que entender, por exemplo, qual a gramatura ideal e a frequência de compra. A pesquisa mostrou que o pacote deve ser de um quilo e a frequência semanal. Isso tem a ver com a velocidade de consumo e espaço para estocagem, entre outros fatores. Tudo isso deve ser analisado para que o projeto dê certo”, analisa Faleiro Neto.
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